Ativismo feminino no movimento sindical rural de Sergipe/Brasil: (in)confidências de gênero
Resumo
Neste artigo percorremos a trajetória de cinco mulheres que exerceram ou exercem cargos de gestão em sindicatos rurais de Sergipe e, a partir de uma releitura de gênero, buscamos identificar e analisar os desafios, mudanças, permanências e estratégias ensaiadas por elas desde os anos 1980 no enfrentamento às desigualdades de gênero. A incorporação das discussões de gênero no movimento sindical instrumentaliza as trabalhadoras rurais para que: a) assumam cargos de liderança nos sindicatos, a recusar o papel de coadjuvantes e a enfrentar as desigualdades de gênero; b) intensifiquem as lutas direcionadas à visibilidade de suas demandas e inclusão nas plataformas das políticas públicas e ao acesso a direitos sociais; c) busquem desestabilizar as representações de gênero construídas em torno dos papeis e funções tidos como femininos, que ainda mantêm tantas mulheres apartadas da luta sindical, de instâncias decisórias e de poder.