Pragmatismo e normatividade no debate feminista: (re)pensando a crítica em Fraser e Benhabib
Resumo
Se o interesse precípuo da teoria crítica é por uma sociedade mais livre de suas formas de dominação, caberia a pergunta: quem são os grupos oprimidos em nosso tempo? Embora não haja resposta uníssona, Fraser e Benhabib, em comum, vem acusando a tradição da teoria crítica de preservar uma cegueira em relação ao gênero. Fraser formulou uma concepção de teoria crítica pensada a partir da conciliação entre feminismo e pos-modernismo: trata-se de uma teoria política e filosoficamente pragmática e normativamente esmorecida. Os esforços teóricos empreendidos por Benhabib buscam sanar os déficits de gênero da teoria crítica reafirmando a importância e o lugar que a filosofia política pode assumir para pensar a emancipação das mulheres em uma sociedade democrática. Explorar essas diferenças e similitudes teóricas e suas consequências para uma teoria feminista ou para uma teoria crítica, duas ideias amalgamadas nas obras das autoras, é o objetivo deste trabalho.