A EXPERIÊNCIA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE COM O ACOMPANHANTE NO NASCIMENTO
Resumo
Introdução: a presença de um acompanhante no momento do parto no Brasil é amparada pela Lei n 11.108, de 7 de abril de 2005, sendo considerada uma recomendação benéfica por evidências científicas. O direito de ter alguém ao seu lado durante o parto, traz à mulher segurança e bem-estar, podendo facilitar o trabalho da equipe, tornando o processo mais colaborativo em ambas as partes através do apoio emocional fornecido. Essa presença traz significados tanto para a parturiente, quanto para os profissionais de saúde. Objetivo: identificar a percepção dos profissionais de saúde sobre o apoio do acompanhante no parto. Método: trata se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevista semiestruturada individual com 29 profissionais de saúde, que atuavam nos setores de Pronto Socorro Obstétrico, Maternidade e Centro Cirúrgico, de um hospital-escola da região Norte do Paraná. A coleta de dados ocorreu entre maio a julho de 2019, através de um instrumento semiestruturado. Para a análise das entrevistas utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina/UEL, mediante CAAE n° 76735917.0.0000.5231, conforme o parecer n° 2.377.176. Resultados: após a revisão dos discursos, emergiu-se quatro categorias: A experiência é boa e o acompanhante ajuda; O acompanhante visto como um fiscal; Experiência associada ao acompanhante passar mal e desconhecer o ambiente; Experiências conflitantes. Considerações finais: alguns profissionais atribuem um significado positivo à presença do acompanhante, visto que o mesmo possui um papel importante na prestação de apoio e cuidado, gerando sentimentos positivos nas mulheres no momento do parto. No entanto, outros profissionais reconhecem esse novo indivíduo como um fator modificador na rotina. Sendo assim, o acompanhante é apontado como um fiscal da assistência, além de demonstrar estar despreparado para lidar com o processo do parto e o ambiente hospitalar. Evidenciou-se que apesar do receio em relação a postura adotada pelo acompanhante no momento do parto, o profissional de saúde também reconhece os inúmeros benefícios trazidos por sua presença.