QUALIDADE DO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO
Resumo
Introdução: As Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) possuem grande relevância epidemiológica, por elevarem as taxas de morbimortalidade, ampliarem o tempo de internação e onerarem os custos do tratamento, exigindo maior vigilância e medidas que evitem sua propagação. Objetivo: Avaliar a qualidade do cuidado multiprofissional para prevenção das IRAS a partir da ronda ostensiva realizada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital terciário. Metodologia: Estudo descritivo e quantitativo, a partir dos dados levantados na ronda ostensiva para prevenção das IRAS realizada mensalmente pela Comissão de Controle de Infecção adulto do Hospital Universitário de Londrina com profissionais e estudantes de saúde. Os dados foram coletados de agosto de 2022 a março de 2023 mediante aplicação de questionário estruturado composto por 32 questões embasadas nos pacotes de intervenções (Bundles) de prevenção das IRAS, divididas em: 10 questões sobre Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), 12 sobre Infecção de Trato Urinário (ITU), 2 sobre Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC), 5 sobre Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS), e 3 sobre medidas gerais. Os dados foram tabulados no Excel e submetidos à análise estatística, considerando o escore para média de acertos: 0% a 49% insatisfatório, 50% a 79% parcialmente satisfatório e maior ou igual a 80% satisfatório. Resultados: Participaram do estudo 197 profissionais de saúde, sendo o domínio referente à IPCS o melhor avaliado, com média de acertos de 96%. Analisando a média das questões nota-se que, referente à PAV obteve-se uma média de acertos de 93% destacando, e com menor adesão o item acerca da estimulação do paciente a deambular (não realizado por 11% dos profissionais). Quanto ao domínio de ITU, quantificou-se uma média de acertos de 94%, porém ao avaliar a marcação da bolsa coletora com limite de 1300mL para diurese ou em relação a troca do equipo a cada 24 horas se irrigação vesical, parte dos profissionais disseram não realizar tal prática. O domínio sobre ISC foi o de menor média (82%) sendo a proteção do curativo durante o banho, além da não espera do tempo de 24 horas após o término da cirurgia para o banho do paciente, as práticas menos realizadas por aproximadamente 19% dos profissionais. Conclusão: Obteve se um bom índice de avaliação das práticas de prevenção das IRAS, embora sejam necessárias capacitações que visem a melhoria da qualidade assistencial, atividade também realizada após o término de cada ronda ostensiva.