DADOS EPIDEMIOLÓGICOS SOBRE TRATAMENTO HOSPITALAR DAS FARMACODERMIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM 2023

Palavras-chave: custos e análise de custo, erupção por droga

Resumo

As farmacodermias compõem um grupo de doenças decorrentes de reações adversas  de medicamentos, são bastante comuns na prática clínica, variando de manifestações  leves a quadros fatais. O objetivo do trabalho foi analisar os dados epidemiológicos  sobre o tratamento hospitalar das farmacodermias no Sistema Único Saúde no ano  de 2023. Trata-se de um estudo transversal no qual as variáveis foram obtidas a partir  do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período  de janeiro de 2023 a dezembro de 2023. Os aspectos analisados foram: número de  Autorização de Internação Hospitalar (AIH), caráter de atendimento, média de dias de  internação, taxa de mortalidade e custos hospitalares. Quanto aos resultados, foram  emitidas 887 AIH, das quais 830 ocorreram na urgência e 57 eletivas. A média de  internação foi de 6,7 dias e a taxa de mortalidade 2,03%, o que resultou no custo para  o Sistema Único de Saúde (SUS) de 507.437,18 reais. Nosso estudo avaliou casos  que necessitaram de internação hospitalar, o que segundo a literatura corresponde de  0,3 a 3% 3. Como trata-se de casos graves, 93,6% dos atendimentos foram em caráter  de urgência. Em relação ao tempo de internação, o presente estudo encontrou a  média de 6,7 dias, na literatura o tempo varia entre 5-14 dias6. Ao analisar a taxa de  mortalidade do estudo de 2,03% podemos perceber que ela se encontra menor  quando comparada a outros hospitais pelo mundo. Um estudo multicêntrico Coreano  com 735 casos apresentou taxa de mortalidade de 6,6%, outro estudo multicêntrico na América Latina, com 70 casos, apresentou mortalidade de 3%9. Vale ressaltar que  no Brasil é comum o tratamento dos pacientes graves em Unidades de Terapia  Intensiva em Centro de Queimados, o que pode contribuir a menor mortalidade. Em  relação aos custos, o SUS repassou aos hospitais em média 644 reais (130 USD) por 

paciente. Este valor é menor quando comparado aos valores descritos na literatura  com metodologias mais detalhadas que variam entre 3720 e 5831 USD8. Então pode se inferir que pacientes internados geram um grande déficit financeiro ao hospital  durante sua internação, uma vez que são pacientes graves com média de mais de 6  dias de internação e muitas vezes ocupando leitos de terapia intensiva. O estudo apresenta como limitações o fato de analisar pacientes internados inicialmente por  farmacodermia, uma vez que utiliza as AIH como banco de dados. Assim, não inclui  pacientes internados por outras causas e que no intra-hospitalar desenvolvem esta  reação cutânea adversa. Pode-se concluir, então, que embora seja um evento raro,  as formas graves das farmacodermias devem ser prontamente reconhecidas e  manejadas devido ao risco de morte e sequelas. Nosso estudo revela o grande  impacto econômico no sistema de saúde, visto que a literatura apresenta poucos  dados nacionais acerca dessa enfermidade, mais estudos devem ser realizados para  demostrar o real impacto na saúde e no sistema, de modo a otimizar os cuidados e  recursos financeiros. 

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Biografia do Autor

Gabrielle Rodrigues dos Santos, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

gabrielle.rodrigues@uel.br

Giovana Chiquetti, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

Beatriz Chiquetti, Universidade de Ribeirão Preto

Estudante de medicina da Universidade de Ribeirão Preto
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

Gabriel Rodrigues dos Santos, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

gabriel.rodrigues0@uel.br

Antonio Chiquetti Junior, Universidade Estadual de Londrina

Mestrado em Medicina pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina

Docente do departamento de clínica cirúrgica da Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

a.chiquetti@uel.br

Publicado
2024-12-06