http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/issue/feedCongresso de Medicina da UEL2024-03-16T09:34:49-03:00Dr. Marco Aurélio Fornazierimarcofornazieri@uel.brOpen Journal Systems<p>O Congresso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina é um evento acadêmico, organizado e planejado pelos discentes do curso, de cunho científico-informacional, que visa divulgar e consolidar as práticas da Medicina Baseada em Evidência. Valoriza e incentiva a criação e o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão pelos discentes do curso de Medicina.</p> <p><a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" target="_blank" rel="noopener"><img src="/portal/public/site/images/admin/Captura_de_tela_2023-07-12_153538.png"></a> CC BY-NC-ND : Esta licença permite que os reutilizadores copiem e distribuam o material em qualquer meio ou formato apenas em formato não adaptado, apenas para fins não comerciais e desde que a atribuição seja dada ao criador.</p>http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2198Análise descritiva do estado nutricional de crianças e adolescentes atendidos em expedição médica à Chapada Diamantina (Bahia)2023-11-30T20:54:28-03:00Gabriela Lacerda Assadgabriela.lacerda@uel.brJonas Alher Meira Alvesjonas.alves366@uel.brDenise Alceleste Braga Dinizdenise.maria.alceste@uel.brMatheus Feliphe dos Santos Silvamatheus.feliphe@uel.brSarah Beatriz C. Meirelles Félixsarah@uel.br<p>O Brasil passa por uma transição nutricional e a monitorização do estado nutricional é imprescindível (BARROS; BAIÃO; SILVA, 2014; BATISTA FILHO; RISSIN, 2003; BRASIL, 2022; MONTEIRO, 2022). Crianças e adolescentes merecem atenção especial, uma vez que o aporte correto de nutrientes nessas idades influencia o quadro de saúde atual e futuro (CUNHA, 2015). O objetivo deste estudo foi analisar o estado nutricional de crianças e adolescentes atendidos em expedição médica voluntária à Chapada Diamantina. Trata-se de um estudo transversal e descritivo do estado nutricional e de aspectos sociodemográficos de crianças e adolescentes de seis comunidades da Chapada Diamantina (BA). Os dados foram coletados de prontuários de consultas realizadas em abril de 2022, cedidos pelo órgão promotor da expedição e estão disponíveis em domínio público. A ação foi organizada pelo Instituto Dharma, que realiza expedições em áreas remotas ofertando acesso à saúde. Para dividir a amostra em faixas etárias, considerou-se: crianças de 0 a</p> <p>9 anos e adolescentes de 10 a 19 anos. Para idade nutricional, usou-se critérios: lactente menor que 2 anos, pré-escolar de 2 a 5 anos, escolar de 6 a 9 anos e adolescente de 10 a 19 anos. Para análise dos dados utilizou-se o programa IBM SPSS <em>Statistics </em>20. Os resultados encontrados apontaram que do total da população atendida, 37,2% tinham entre 0 e 19 anos. Desses, o sexo feminino (53,7%) e a idade de 5 anos (8,4%) prevaleceram. A maioria estudava (51,3%), possuía água encanada (33,9%) e coleta seletiva (51,7%) e vivia em casa de alvenaria (58,4%). A maioria com dados informados recebia bolsa família (33,9%). Quanto ao número de refeições, todas as idades realizavam, em maior frequência, três por dia: 80% dos lactentes, 69,8% dos</p> <p><br> pré-escolares; 67,6% dos escolares e 65,1% dos adolescentes. Quanto ao índice de massa corporal, na faixa dos lactentes, 81,2% está dentro dos percentis e 18,7% está fora; dos pré-escolares, 75,4%, dentro e 24,5%, fora; dos escolares, 63,1%, dentro e 36,8%, fora e dos adolescentes, 60,7%, dentro e 39,2%, fora. Quanto à frequência de consultas, 5% dos pacientes nunca haviam ido ao médico. As principais queixas foram: rotina (20,5%), tosse (6,3%), prurido nasal (4,2%), manchas na pele (3,6%), gripe (3%), anorexia e dor abdominal (2,7%). As principais hipóteses diagnósticas, segundo o CID10, foram: puericultura (18,8%), rotina odontológica (7,3%), rinite (6,8%), infecção de vias aéreas (6%), asma (5,5%), parasitose intestinal (2,6%), dermatite (2,1%), alergia não especificada (1,6%), vaginite (1,8%) e dificuldade na alimentação e erro na administração de alimentos (1,3%). A maioria dos indivíduos estava eutrófico, porém, ao comparar valores com dados da Bahia do mesmo período (SISVAN, 2023), atesta-se que há maior porcentagem fora dos percentis de peso para idade nas faixas escolar e adolescente na região da Chapada. É importante considerar que esses grupos têm pior perfil de dieta e estão mais propensos ao sobrepeso e suas implicações futuras (BRASIL, 2013). Na expedição, 5% dos pacientes nunca haviam ido ao médico, o que, embora minoria, aponta para possível falha de puericultura na região (BRASIL, 2012). Quanto ao número de refeições, eram feitas, em maior frequência, três por dia, porém recomenda-se pelo menos cinco refeições na faixa estudada (MENEZES, 2011), o que sinaliza possível falha no aporte nutricional. Na Chapada, a frequência de parasitose intestinal como hipótese diagnóstica foi menor quando comparada aos casos registrados nas escolas de Salvador (ALVES NETO, 2020). Pode estar ocorrendo suposta subnotificação de casos e isso afetaria o desenvolvimento de crianças e adolescentes a longo prazo. Estudos relacionam parasitose com dificuldade na alimentação e erros de administração de alimentos, outra frequente hipótese diagnóstica da expedição (MUNARETO, 2021), sendo que ambos podem apresentar-se na forma de duas queixas frequentes nas consultas: anorexia e dor abdominal. Evidencia- se a necessidade de acompanhamento periódico para realização de avaliação nutricional e de orientações de promoção à saúde como formas de prevenção, diagnóstico e tratamento de distúrbios decorrentes da má alimentação nesta região (BRASIL, 2022; SPB, 2021).</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2185Análise dos erros de medicação e eventos adversos a medicamentos: um estudo transversal2023-11-30T20:54:31-03:00João Vitor Netto Moreira Alvesjoao.vitor.alves77@uel.brHeloisa Dellandreaheloisa.dellandrea@uel.brFelipe Adolpho Silvanofelipe.silvano@uel.brCamilo Guidonicamiloguidoni@uel.br2023-09-24T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2194Bactérias gram-negativas multidroga resistentes: prevenção, controle de infecções e perfil de sensibilidade do hospital universitário regional do norte do paraná2023-11-30T20:54:32-03:00Marina Moure da Motamarina.moure.mota@uel.brCláudia Maria Dantas de Maio Carrilhoclaudiacarrilho@uel.br<p>Bactérias multidroga resistentes são microrganismos que não apresentam sensibilidade a diferentes classes de antimicrobianos testados em exames microbiológicos (MURRAY, 2014). As infecções por bactérias Gram-negativas multirresistentes são consideradas grande ameaça à saúde humana, por conta de sua alta disseminação e por suas opções terapêuticas limitadas. Tais bactérias podem ser encontradas frequentemente no cenário hospitalar, servindo isso de alerta para a necessidade de prevenção e tratamentos otimizados (TAMMA et al., 2021). Este relato tem como objetivos apresentar dados referentes ao perfil de sensibilidade bacteriana do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP) e destacar a atuação de profissionais da saúde na prevenção e contenção da disseminação de patógenos multirresistentes no ambiente hospitalar. Foi realizada análise de dados referentes ao perfil de sensibilidade de bactérias gram-negativas do HURNP de 2021, realizados anualmente pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) através do Sistema Informatizado do HU, campo Gestão de Informações. Entre os microrganismos mais prevalentes nas Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) estão: <em>Acinetobacter spp.</em> (1497 isolados), <em>Klebsiella pneumoniae (1406 isolados)</em> e <em>Pseudomonas aeruginosa (802 isolados). </em>A sensibilidade aos carbapenêmicos foi de 2%, 30% e 60%, respectivamente, o que caracteriza alta prevalência de extensiva resistência e a sensibilidade às polimixinas foi de 91%, 47%, e 98%, respectivamente, caracterizando também importante pan-resistência no hospital (CCIH, 2021). Uma bactéria é considerada resistente a um antimicrobiano quando é capaz de crescer <em>in vitro</em> em concentrações inibitórias mínimas. A resistência bacteriana compreende um fenômeno genético relacionado à presença de genes contidos no microrganismo, os quais codificam mecanismos que bloqueiam a ação da droga. A resistência pode ser de dois tipos: natural ou adquirida. A resistência natural consiste na presença dos genes de resistência no genoma da bactéria. Já a resistência adquirida, pode ser considerada quando os genes não estão normalmente no genoma do microrganismo, mas são incorporados a ele por meio de mutações durante o processo reprodutivo, ou pela importação dos genes, por elementos extracromossômicos chamados de plasmídeos (TAVARES, 2014). A partir disso, as bactérias multirresistentes podem ser agrupadas em três grupos: MDR (“Multidrug-resistant”), que são as bactérias não suscetíveis a pelo menos 3 classes de antimicrobianos; XDR (“Extensively drug-resistant”), que são bactérias não suscetíveis a pelo menos um agente em todas as classes, exceto 2 classes de antimicrobianos; e PDR (“Pandrug-resistant”), que são bactérias resistentes a todos os agentes antimicrobianos testados (MILLS; MARCHAIM, 2021). Devido a presença de bactérias gram-negativas multirresistentes em ambientes hospitalares e sua dificuldade de instituição de tratamento, faz-se necessária medidas de prevenção contra sua disseminação, entre as quais estão: a higienização das mãos, utilização de precauções de contato, limpeza do ambiente e controle da administração de antimicrobianos (MILLS; MARCHAIM, 2021). Conhecer o padrão de sensibilidade antimicrobiana de bactérias encontradas em um serviço de saúde permite adotar medidas de prevenção e contenção da disseminação de tais agentes e contribui para melhor abordagem terapêutica dos pacientes.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2142Bronquiectasia: passado, presente e futuro2023-11-30T20:54:33-03:00Marina Alvarezmarina.alvarez@uel.brFabio Vanderlei Ribeiro de Freitasfabio.defreitas@uel.brSuellem Santana Pitasuellemspita@gmail.comThaís Rodrigues do Rosáriothais.rodrigues.rosario@uel.brFátima Mitsie Chibana Soaresfatimachibana@uel.br<p>A bronquiectasia, caracterizada por dilatação das vias aéreas, é uma condição clínica associada a várias doenças. Por muitos anos, sua causa foi ignorada, e seu tratamento teve como foco o controle das exacerbações infecciosas. Novas tecnologias diagnósticas possibilitaram melhor investigação de sua etiologia e tratamentos específicos, influenciando positivamente sua evolução. O objetivo do trabalho é mostrar como o diagnóstico etiológico precoce pode influenciar o prognóstico, a partir do relato de dois casos de bronquiectasias do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, visando ao melhor diagnóstico e tratamento das bronquiectasias. O primeiro caso é de uma mulher de 80 anos em acompanhamento por bronquiectasia, inicialmente atribuída a uma tuberculose, tratada empiricamente há 12 anos. Havia história de tosse produtiva crônica, pneumonias de repetição e broncoespasmo. Foi reinvestigada para tuberculose devido a episódios de hemoptise, com resultado negativo. Em 2021, teve episódios de exacerbação infecciosa, realizando investigação para possível deficiência na imunidade, quando apresentou dois testes de iontoforese > 90, confirmando-se fibrose cística. O segundo caso é de uma mulher de 51 anos com diagnóstico de bronquiectasia e asma desde os 18 anos. Em 2020, apresentou várias exacerbações, tratadas com antibióticos, quando se confirmou imunodeficiência, com IgG4 abaixo do normal em várias dosagens. A bronquiectasia caracteriza-se por remodelamento permanente das vias aéreas, desde dilatações sutis até alterações císticas. Está relacionada a um ciclo vicioso de destruição parenquimatosa, em que uma infecção inicial associada ao acúmulo de secreção nas vias aéreas prejudica o sistema de defesa, tornando o indivíduo mais suscetível a novas infecções. A inflamação crônica destrói as paredes brônquicas, gerando um quadro clínico de tosse com expectoração, dispneia, sibilância e hemoptise (Imam e Duarte, 2020). Dentre as causas, há a fibrose cística e a deficiência de imunoglobulinas. A fibrose cística é uma</p> <p>doença genética em que há pneumonia e sinusite de repetição, com secreção espessa que obstrui as vias aéreas, culminando em extensas bronquiectasias (Flume, Chalmers e Olivier, 2018). Geralmente inicia-se na infância, mas pode ocorrer na vida adulta. Já a deficiência de IgG4 é uma condição imunomediada, na qual ocorrem lesões inflamatórias, fibrose e infiltração IgG4 no parênquima pulmonar (Castralli et al, 2021). Ambas as condições são causas tratáveis de bronquiectasia e devem ser consideradas no diagnóstico diferencial das condições fibroinflamatórias. O diagnóstico de bronquiectasia é confirmado através da tomografia de alta resolução de tórax, que demonstra sua presença e avalia sua extensão. A utilização disseminada deste exame de imagem é, possivelmente, o principal fator do aumento do diagnóstico das bronquiectasias (Pereira et al, 2019). Já para investigação etiológica, diversos exames complementares podem ser solicitados: dosagem de imunoglobulinas, teste do cloreto de sódio no suor, culturas de escarro e detecção de mutações genéticas (CFTR). É recomendado que seu manejo seja realizado em centros de referência, onde se torna possível a sua abordagem de forma multidisciplinar (Pereira et al, 2019). O tratamento das bronquiectasias tem vários pontos: manejo das exacerbações e terapia preventiva (focados nas infecções bacterianas), higiene brônquica (hidratação, nebulização, fisioterapia), uso de broncodilatadores e tratamentos específicos de acordo com a etiologia (Pereira et al, 2019). Considerando-se seu caráter progressivo e irreversível, são importantes a investigação etiológica e o tratamento direcionado. No futuro, é possível que a população de pacientes com bronquiectasias seja significativamente reduzida devido ao diagnóstico precoce de muitas causas que têm tratamento, resultando em melhor qualidade de vida e maior sobrevida, e prevenindo gastos excessivos com terapias e internações.</p>2023-08-13T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2200Dificuldades no diagnóstico de transtorno bipolar em paciente com estado prolongado de mania2023-11-30T20:54:35-03:00Julia Furtado GoudardJulia.furtado.goudard@uel.brCaio Cesar Safranski Martinscaio.safranski@uel.brJúlia Rafaeljulia.rafael21@uel.brVictor Hugo Fariasvictor.hugo.farias@uel.brHeber Odebrecht Vargasheber@uel.br<p>O Transtorno Bipolar (TB) é uma doença crônica que se caracteriza por uma oscilação do humor entre estados de mania, hipomania e depressão. O TB é uma condição multifatorial e apresenta desafios para a qualidade de vida dos pacientes (Santos<em>, et al.</em>, 2022). Este relato de caso apresenta um paciente em um estado maníaco que se estende desde sua adolescência até a idade adulta, sem história de episódio depressivo. Por meio desse relato, espera-se contribuir para a compreensão do TB e suas manifestações, a fim de facilitar o diagnóstico desses pacientes. Paciente TF, homem, 38 anos, foi admitido no pronto socorro por queixa de fraqueza muscular. Relatou ‘’perda total’’ de força em membros superiores e inferiores, com três episódios de queda da própria altura associado a redução da acuidade visual. Apesar da astenia relatada, ele andava sem dificuldade no hospital. TF foi diagnosticado com Esclerose Múltipla (EM) aos 32 anos e faz uso regular da medicação. Tabagista há 21 anos, refere uso casual de cannabis e nega etilismo. Durante a internação, TF manteve fala prolixa com conteúdo grandioso, pressão para falar, fluxo de pensamento acelerado e humor irritado ao ser questionado sobre a fraqueza em membros. Ele não aceitou a conduta médica para controle da dor e questionou a dosagem, e se recusou a tomar gabapentina. Conta que durante a vida escolar tinha intelecto superior aos pares e pouca necessidade de sono. Quando questionado sobre adolescência e vida adulta, apresenta discurso confuso, diz ser artista, musicista e ilustrador. Conta que produz livros desde muito jovem, indo de publicações na Europa a ilustrações anatômicas. O pai faleceu há um ano e TF suspeita que sua mãe esteja envolvida na morte do pai. A mãe de TF conta que o paciente era uma pessoa difícil na adolescência. Teve três tentativas de suicídio durante este período sem sintomas depressivos, apenas agitação. TF era agressivo na infância, porém a mãe percebeu uma piora abrupta da agressividade, com violência sem ser provocado. A mãe relata que está sendo difícil conversar pois ele está taquilálico e ameaçador. Em visita recente, ela atestou que TF mora em lar sujo, não tem autocuidado nem boa alimentação. Acrescenta que o paciente não está tomando os remédios receitados para EM. TF nega ser paciente psiquiátrico e diz que está internado pela neurologia. O paciente não tem insight quanto ao seu diagnóstico de TB-I manifestado pelo episódio maníaco, o qual pode ser intercalado por episódios hipomaníacos e depressivos, diferente do TB-II que predomina a depressão bipolar associada a episódios hipomaníacos (APA - American Psychiatric Association, 2014). Ademais, TF apresenta sintomas que se assemelham à esquizofrenia, como o delírio paranoide, e a EM coexistente levanta um diagnóstico diferencial de transtorno orgânico delirante. Para o diagnóstico de TB-I é essencial entender as diferenças entre mania, hipomania e depressão. A mania é um estado de humor elevado com sintomas como autoestima inflada, redução de sono, pressão para falar e pensamento acelerado, que causa prejuízo no funcionamento social ou profissional do paciente. Esses sintomas se repetem na hipomania, mas por menor tempo e intensidade (APA - American Psychiatric Association, 2014). Já a depressão consiste no humor deprimido durante no mínimo duas semanas associado a perturbações nas funções vegetativas, como: alterações no apetite; diminuição da energia; sentimento de culpa; pensamentos recorrentes sobre a morte, ideação ou tentativas suicidas (Bosaipo<em>, et al.</em>, 2017). O manejo do TB-I é feito por estabilizadores de humor, como o lítio (Conde, <em>et al.</em>, 2022). A adesão ao tratamento ainda é insatisfatória na maioria dos pacientes com TB por motivos como baixo insight sobre sua condição e receio quanto aos efeitos colaterais dos estabilizadores de humor (Costa, <em>et al.</em>, 2021). Por fim, embora a maioria dos casos de TB-I cursem com estados depressivos, é possível a manifestação de TB-I apenas com o episódio maníaco, como no caso relatado (APA - American Psychiatric Association, 2014). Por isso é preciso investigar TB-I em pacientes em expressão de mania, mesmo na ausência de episódio depressivo e não aderência ao tratamento.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2204Doença de Whipple: um relato de caso2023-11-30T20:54:38-03:00Karina da Silva Presserkarina.presser@uel.brKarine Fagundes Silvino Rodrigueskarine.fagundes@uel.brMariana Paula Sanchez Zanottimarianazanotti@uel.brMarina Zedu Alliprandinimarina.zedu@gmail.com<p>A Doença de Whipple é definida por uma manifestação multissistêmica, rara, relacionada ao <em>Tropheryma whipplei</em>, um bacilo Gram positivo intracelular obrigatório. (CARNEIRO et al, 2004). Com uma prevalência de 3:1.000.000, os pacientes com essa doença são predominantemente homens (6:1), com aproximadamente 50 anos e caucasianos (BURES et al, 2013). Tratam-se de raros casos pois os acometidos possuem uma deficiência na imunidade celular, principalmente relacionado aos linfócitos CD11b e à presença do HLA B27 (SILVA et al, 2017). O curso da moléstia é lento e inicia-se de forma inespecífica, geralmente cursando com febre e poliartralgia. Com a evolução, que pode demorar cerca de 6 anos, aparecem sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, emagrecimento e diarreia crônica, além de outros sintomas gerais como perda ponderal, linfadenomegalia, alterações neurológicas, cardiovasculares e pulmonares. O quadro laboratorial pode indicar anemia, leucocitose, aumento de reagentes de fase aguda e alterações de má absorção (ROCHA et al, 2015). Por ser uma síndrome rara e de sintomas inespecíficos, o diagnóstico geralmente é demorado visto que não é o primeiro palpite dos profissionais. Entretanto, para investigar a Doença de Whipple é necessária uma biópsia duodenal juntamente com coloração PAS ou reação da cadeia de polimerase para <em>T. whipplei </em>(GÜNTHER et al, 2015). O tratamento, por fim, é a antibioticoterapia, iniciando com o uso de Ceftriaxona 2g/dia, por 2 semanas, e posteriormente Sulfametoxazol e Trimetoprima, por no mínimo 1 ano (BURES et al, 2013). Dessa forma, este trabalho tem como objetivo relatar um caso de Doença de Whipple, comorbidade rara, assistida pelo Hospital Universitário de Londrina (HU). Paciente J.D., sexo masculino, 76 anos, procurou atendimento no HU, no dia 07/02/2022, com queixa de diarreia crônica, associada a vômitos, adinamia e lipotímia. Afirmava fezes de aspecto líquido, 5 a 6 vezes ao dia, e emagrecimento de 14 kg. Como comorbidades, apresentava doença renal crônica, com possível agudização ao buscar o serviço, e pancreatite crônica de provável etiologia alcoólica em investigação no Hospital das Clínicas. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, levemente descorado e afebril, sem demais alterações aparentes, a não ser pelo aspecto globoso do abdome, no entanto sem sinais de alarme. Em internação prévia, foi constatado paniculite por tomografia e biópsia sugestiva de colite, com vilosidades achatadas em duodeno, aumento de linfócitos intra-epiteliais e aumento de macrófagos em córion. Foi então admitido no hospital, com exames laboratoriais indicando quadro séptico, sendo tratado com antibioticoterapia devido às provas inflamatórias elevadas. Para além disso, os exames apontavam anemia normocítica e normocrômica, leucocitose com aumento de segmentados, PCR significativamente aumentado e queda de albumina. Após diversas abordagens para estabilização do paciente e longa investigação, foi suspeitado Doença de Whipple e solicitada uma revisão da lâmina da biópsia de duodeno com coloração PAS, na qual foram identificados macrófagos espumosos corados na lâmina própria, confirmando <em>T. whipplei</em>. Iniciou-se, então, o tratamento com Sulfametoxazol e Trimetoprima e no dia 05/03/2022, diante do bom estado do paciente, foi possível conceder alta. A partir de então, paciente segue em acompanhamento ambulatorial, permanecendo em uso do antibiótico, com significativa melhora clínica e laboratorial. Por se tratar de uma moléstia rara e de quadro clínico inespecífico, a Doença de Whipple é de difícil diagnóstico. Como exemplo do caso aqui relatado, o paciente precisou passar por duas longas internações para que fosse descoberta a sua condição. Nesse caso, apesar da dificuldade, o quadro foi manejado adequadamente, contribuindo para a melhora da qualidade de vida. Porém, casos não identificados ou tratados incorretamente são potencialmente fatais. Diante disso, este é um caso raro que se faz necessário relato para compreensão profissional, com o fim de ser lembrado diante de pacientes que padecem com diarreia crônica inexplicada.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2192Envolvimento da variabilidade gênica do tp53 (rs1042522) em pacientes com câncer de mama2024-03-16T09:34:49-03:00Nicole de Paulo Romanonicole.paulo.romano@uel.brGiulia Beatriz Gasparini Silvagiulia.beatriz@uel.brJulia de Souza Nascimentojulia.souza.nascimento@uel.brNathalia de Sousa Pereiranathaliasousa@uel.brMarla Karine Amarantemarla@uel.br<p>A patogênese do câncer é modulada pela interação entre as células malignas transformadas, o estroma circundante e o sistema imune. Essas interações são complexas, devido ao fato de que estes componentes podem atuar tanto na defesa como contribuindo para a iniciação, crescimento, potencial invasivo e desenvolvimento de metástase e sua compreensão é de fundamental importância para o desenvolvimento de novos marcadores prognósticos e estratégias terapêuticas (FRIDMAN et al., 2011). O gene <em>TP53</em> é um supressor tumoral que age na regulação do desenvolvimento e do crescimento celular (17p13.1) (ISOBE et al., 1986), e codifica uma fosfoproteína de 53kDa, a qual desempenha um papel importante no controle do ciclo celular, induzindo reparo de DNA ou apoptose (EISENBERG; KOIFMAN, 2001; EINSIEDEL et al., 2005; ALMEIDA et al., 2007). Um polimorfismo comum no gene supressor de tumor <em>TP53</em> no códon 72 (rs1042522 Arg72Pro) foi sugerido como um possível marcador por desempenhar um papel no desenvolvimento de vários tipos de câncer (PAPADAKIS; DOKIANAKIS; SPANDIDOS, 2000; WHIBLEY; PHAROAH; HOLLSTEIN, 2009; VOGELSTEIN; LANE; LEVINE, 2000; VOUSDEN; LANE, 2007). Desta forma, o presente estudo avaliou a associação desta variante gênica com o desenvolvimento do câncer de mama (CM) em uma população da região Norte do Paraná. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos – Universidade Estadual de Londrina, CAAE: 73557317.0.0000.5231, e a análise foi realizada através da reação em cadeia da polimerase (PCR) alelo-específico em amostras de sangue periférico (DNA) de 54 pacientes com CM e 146 mulheres saudáveis. Com relação a distribuição dos genótipos, foi observado em 57,4% (n=31) das pacientes o genótipo em heterozigose Arginina/Prolina (Arg/Pro), enquanto o genótipo em homozigose Arginina/Arginina (Arg/Arg) foi encontrado em 33,3% (n=18) e Prolina/ Prolina (Pro/Pro) em 9,3% (n=5) das pacientes. Quanto ao grupo controle, o genótipo prevalente foi Arg/Arg 63,7% (n=93) em homozigose, Arg/Pro 28,1% (n=41) e Pro/Pro 8,2% (n=12). Na análise de associação caso-controle, foi observado que o genótipo Arg/Pro confere um risco para o desenvolvimento do CM (p<0,001; OD: 3,86 IC: 1,94-7,69), assim como o portador do alelo Pro em comparação com o genótipo selvagem (Arg/Arg) (p<0,0002; OD: 3,41 – IC:1,76-6,58). Também verificamos que as pacientes com genótipo em heterozigose Arg/Pro tinham um risco maior de óbito (p=0,0130; OD: 4,587 IC:1,38-15,16). A mesma observação foi encontrada em pacientes portadoras do alelo Pro em comparação as pacientes com genótipo Arg/Arg (p=0,0132; OD: 4,72 IC:1,49-14,93). Um estudo realizado em outra população (iraniana) demonstrou que o genótipo Arg/Pro foi associado ao risco de CM (BOROUJENI et al., 2013). No presente trabalho verificamos associação do genótipo em heterozigose com o óbito e já é conhecido que as mutações neste gene <em>TP53</em> códon 72 em CM estão associadas a metástases e fenótipo clínico agressivo e com resposta ineficiente à terapia sistêmica (BERNS et al., 2000). O rs1042522 está presente em uma região rica em prolina da proteína e é conhecido por regular a resposta apoptótica (Dumont, Leu et al., 2003), porém o alelo Arg induz apoptose com melhor eficácia do que o alelo Pro (PIM; BANKS, 2004). Com este trabalho, podemos concluir, a partir da distribuição de genótipos do polimorfismo rs1042522 em pacientes com CM e controles livres de neoplasia na população brasileira, que o alelo prolina (Pro) além de estar associado com a suscetibilidade também está associado com óbito em paciente com CM, podendo no futuro ser um marcador de prognóstico.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2201Impacto da vacinação da COVID-19 na cidade Londrina/PR2023-11-30T20:54:41-03:00Felipe Daniel Diniz dos Santosfelipe.d.rodrigues@uel.brAline Midori Susukialine.midori.susuki@uel.brAndré Silva Olakandre.silva.olak@uel.brMariana Ragassi Urbanomrurbano@uel.br2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2139Perfil das mulheres atendidas em uma expedição médica voluntária à Chapada Diamantina (Bahia) e fatores de risco encontrados nos exames realizados2023-11-30T20:54:41-03:00Gustavo Abud Priedolsgustavo.priedols@uel.brJonas Alher Meira Alvesjonas.alves366@uel.brGabriela Lacerda Assadgabriela.lacerda@uel.brMatheus Feliphe dos Santos Silvamatheus.feliphe@uel.brSarah Beatriz C. Meirelles Félixsarah@uel.br2023-08-13T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2199Perspectiva histórica da bioética em cuidados paliativos: aspectos éticos e jurídicos2023-11-30T20:54:42-03:00Milene Oliveira Cuissimilene.oliveira@uel.brGiulia Akemi Sakashitagiulia.sakashita@uel.brNicoly Justino Euzébionicoly.euzebio@uel.brGabriel Vieira de Oliveiragabriel.vieira.oliveira@uel.brMarna Eliana Sakalemmarna@uel.br<p>Os cuidados paliativos (CPs) consistem em práticas orientadas para amenizar os sintomas físicos e psicológicos relacionados a uma doença incurável, não objetivando prolongar ou adiar a morte de um paciente, mas garantir uma melhor qualidade de vida tanto ao enfermo quanto aos familiares deste (CECCONELLO; ERBS; GEISLER, 2022). Nesse sentido, a bioética vem se encarregando de solucionar os dilemas ético-jurídicos que concernem à moralidade ao longo do tempo, por meio de diferentes teorias que vão do principialismo ao intervencionismo (LIMA; MACHOLA-CASTILLO, 2021). Desse modo, evidencia-se a relevância do tema ao considerar o debate histórico sobre os cuidados de fim de vida aliado a eventos recentes que trouxeram notoriedade para os CPs. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de maior discussão e contato de acadêmicos de Medicina com o tema, visto que a maioria das grades curriculares não contém disciplinas específicas para esses assuntos (MENDES; PEREIRA; BARROS, 2021). Sendo assim, objetivou-se promover conhecimento a respeito da bioética em cuidados paliativos, além de compreender os aspectos jurídicos envolvidos e diferenciar conceitos de eutanásia, ortotanásia e distanásia. O planejamento do evento ocorreu através de reuniões em plataforma online. O evento, por sua vez, aconteceu nas dependências do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, contando com a palestra de uma advogada mestre em bioética e especialista em direito médico, que elucidou conceitos teóricos e relacionou-os com a jurisdição brasileira, desmistificando preconceitos e instruindo os futuros médicos acerca da legislação no que tange a essas práticas. A aula foi seguida de um momento interativo de perguntas e respostas, no qual os ouvintes responderam a questões em um formulário online baseadas no conteúdo</p> <p> </p> <p>ministrado e sanaram possíveis dúvidas por meio da explicação das alternativas erradas feita por um dos alunos organizadores. Posteriormente, os participantes responderam a um questionário de avaliação do evento, composto de perguntas estruturadas, por meio do qual foi possível compreender que a palestra contribuiu com novas informações para o entendimento sobre bioética em cuidados paliativos, e que explicou de maneira clara as dimensões ético-jurídicas envolvidas no tema. A valorização exacerbada da medicina tecnológica em detrimento de cuidados que preservam a autonomia dos pacientes tem sido comum na contemporaneidade. Nesse sentido, os cuidados paliativos têm ganhado notoriedade como uma tentativa de amenizar os impactos resultantes desse comportamento médico atual. Além disso, a discussão sobre os conceitos bioéticos e jurídicos que concernem aos CPs é de suma importância para garantir um embasamento teórico mínimo a respeito do tema aos estudantes de Medicina. Apesar de sua relevância, apenas no final de 2022, por meio da resolução CNE de 3 de novembro de 2022, foi instituída a obrigatoriedade do acesso aos conhecimentos sobre cuidados paliativos na graduação em Medicina (BRASIL, 2022), o que evidencia que há muito a ser estudado e compreendido por parte dos estudantes. Fica evidente, então, que a palestra foi capaz de transmitir conhecimentos agregadores e essenciais aos ouvintes no que tange à bioética e aos CPs, bem como despertou o interesse da maioria dos alunos em participar de novos eventos que abordem aspectos diferentes relacionados a essa mesma temática. Assim, consideramos que parte da lacuna teórica existente foi preenchida com a palestra, apesar de reconhecermos que futuros eventos são necessários para complementar e aprofundar o conhecimento nesse campo ainda pouco explorado na graduação. O ensino teórico sobre CPs e bioética mostra-se, portanto, imprescindível para a construção de futuros profissionais de saúde preparados para lidar com a terminalidade da vida e com os dilemas que a acompanham, munidos de respeito à autonomia e à dignidade de cada paciente.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2197Polipose adenomatosa familiar como etiologia de diarreia crônica em adolescente: um relato de caso2023-11-30T20:54:44-03:00Beatriz Lealbeatriz.leal10@uel.brMateus Mendonça Vargasmateusvar@gmail.com<p>Diarreia crônica é o termo utilizado para quadros diarreicos com duração acima de 28 dias, normalmente de curso insidioso. As etiologias são múltiplas, com destaque para as infecciosas em países em desenvolvimento e funcionais e inflamatórias nos países desenvolvidos (CHU et al., 2020). No entanto, doenças raras como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) também podem se manifestar dessa forma, inclusive na faixa etária pediátrica. A PAF é uma doença hereditária autossômica dominante caracterizada pela presença de múltiplos adenomas de cólon, cuja prevalência varia de 1:5000 a 1:7500 habitantes (HABR-GAMA et al., 1994). A síndrome é decorrente da mutação do gene supressor tumoral APC (Adenomatous polyposis coli), que regula os ciclos da divisão celular e o processo de apoptose (CAMPOS, 2003; KINZLER et al., 1991). Dessa forma, a evolução para câncer colorretal ocorre em 95% a 100% dos portadores de PAF (SILVA et al., 2007). Os pólipos adenomatosos podem estar presentes vários anos antes do aparecimento dos sintomas, o que demonstra a importância de investigação precoce (SILVA et al., 2007). O objetivo deste estudo é descrever o caso de um adolescente portador de diarreia crônica secundária a Polipose Adenomatosa Familiar. Adolescente de 15 anos, sexo masculino, foi encaminhado ao ambulátorio de gastropediatra da Universidade Estadual de Londrina com história de diarreia há 5 anos, com 4 evacuações por dia associado a dor abdominal tipo cólica. No ano anterior, o paciente teve episódios de febre (38°C) intermitente com duração superior a 30 dias, associada a piora da diarreia. Desconhece familiares com câncer colorretal. Já havia utilizado diversos antiparasitários devido a parasitológico de fezes positivo para Cryptosporidium, sem melhora do quadro. Durante a investigação, foi detectado apenas sangue oculto nas fezes; provas inflamatórias dentro dos valores de normalidade, anticorpos para doença celíaca e marcadores para má absorção de carboidratos ambos negativos. Na sequência, foi solicitado uma colonoscopia que identificou incontáveis pólipos em toda mucosa colônica. Paciente submetido a uma proctocolectomia total com anastomose a nível da linha pectínea, mais ileostomia protetora. Avaliação anatomopatológica observou centenas de adenomas túbulo-vilosos e tubulares, com displasia moderada, sugestivos de PAF e ausência de adenocarcinoma. A PAF tem como sintomas mais prevalentes sangramento gastrointestinal, alteração de hábito intestinal, e com menor frequência dor abdominal e emagrecimento, exceto o primeiro, todas essas sintomatologias foram relatadas pelo paciente (SILVA et al., 2007). A PAF costuma ser assintomática durante anos até os adenomas se tornarem grandes e numerosos, os pólipos são encontrados em 50% dos pacientes aos 15 anos e em 95% aos 35 anos de idade (SYNGAL et al., 2015). No caso relatado, o aparecimento precoce dos sintomas possibilitou a intervenção antes da evolução neoplásica. Apenas 30% dos casos de PAF não possuem história familiar positiva, o que também está associado a melhor prognóstico (SAMOUR et al., 2015). Portanto, embora a PAF não esteja entre as principais causas de diarreia, é importante que seja investigada em pacientes com diarreia crônica, a fim de que seja realizado o diagnóstico e o tratamento precoce e, assim, prevenir a evolução para malignidade.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2202Prática da automedicação por crianças de 0 a 11 anos da região metropolitana de Londrina2023-11-30T20:54:45-03:00Mariana Weinhardt Nieddermeyermariana.weinhardt@uel.brMaria Catarina de Cassia Quirinomaria.catarina@uel.brLuiza Delgado Mouraluiza.delgado.moura@uel.brEdmarlon Girottoedmarlon@uel.br<p>A automedicação é a seleção e utilização de medicamentos isentos de prescrição pelo indivíduo ou responsável, para tratar doenças autolimitadas ou seus sintomas. É uma prática comum, em especial na população pediátrica, tanto pela dificuldade de acesso a serviços de saúde, como pela praticidade (Silva et al, 2018). Esses medicamentos são obtidos pela compra sem receita médica, compartilhamento de medicamentos com familiares, reutilização de fármacos utilizados previamente ou de receitas antigas, sem que os pais e responsáveis tenham entendimento sobre efeitos adversos e posologia (Beckhauser et al, 2009; Belo, Maio, Gomes, 2017). Isto posto, este estudo objetiva avaliar o recorte referente ao uso de medicamentos sem prescrição médica em crianças de até 11 anos da região metropolitana de Londrina, Paraná. Para tal, desenvolveu-se um estudo transversal, com crianças de até doze anos de idade incompletos residentes em municípios da região de Londrina, Paraná. Coletaram-se os dados via plataforma Google Forms®, com os responsáveis das crianças. Considerou-se automedicação aqueles medicamentos "utilizados por conta própria" ou indicado por "amigo/parente/vizinho". Para a análise, foi utilizado o programa SPSS versão 19. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (CAAE 54380921.2.0000.523). Observou-se que, dentre as crianças avaliadas (n=597), 42% (n=250) utilizavam medicamentos nos últimos 15 dias. Em adição, 7,4% (n=44) crianças receberam medicamentos por conta própria dos responsáveis ou indicados por amigo/parente/vizinho, ou seja, por automedicação. Considerando apenas as crianças que utilizavam medicamentos, a prevalência de automedicação encontrada foi de 26,9%. Quanto às medicações utilizadas para prática, destacam-se a dipirona (32,8%; n=21), paracetamol (18,2%; n=12), ibuprofeno (15,2%; n=10), maleato de bronfeniramina (9,1%; n=6), e loratadina e simeticona (3,0% cada; n=2). A prevalência de automedicação na população pediátrica encontrada neste estudo corrobora outras pesquisas, que mostram uma prevalência de automedicação pediátrica nos 30 dias anteriores de 24%. Destaca-se que, ao considerar a administração de medicamentos sem prescrição médica ou de outro profissional de saúde em toda a vida da criança, a prática é ainda mais alta, chegando a 63,9% (Lucas et al, 2016). Essa prática ocorre devido ao difícil acesso a unidades de saúde, além da influência da indústria farmacêutica e agências de publicidade, que estimulam o consumo de medicamentos e reforçam seus benefícios, sem considerar</p> <p><br> os possíveis efeitos adversos, contribuindo para a desinformação da população (Paim; Muller, 2016). Aponta-se que cerca de metade dos medicamentos são prescritos ou vendidos de forma inadequada, muito por causa da não necessidade de receita médica na sua comercialização, além da falta de fiscalização. A literatura também se correlaciona aos resultados encontrados, uma vez que as medicações mais frequentemente administradas sem prescrição médica os grupos dos antipiréticos, analgésicos e antiinflamatórios não-hormonais, predominando entre eles, com diferentes prevalências nas pesquisas, paracetamol, dipirona e ibuprofeno (Beckhauser et al, 2009; Lucas et al, 2016). Assim, conclui-se que a prática da automedicação na população pediátrica é bastante comum, sendo que aproximadamente um terço dos medicamentos utilizados pelas crianças avaliadas não foram indicadas por profissional médico (Pereira et al, 2007). Portanto, é necessário que sejam realizados mais estudos sobre o tema a fim de garantir melhores estratégias para levar informação de qualidade aos responsáveis pela administração de medicações na infância.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2195Reconstrução nasal pós traumática, com técnica de retalho frontal paramediano2024-03-16T09:29:03-03:00Alícia Arakawaalicia-arakawa@hotmail.comMatheus Parreira Santosmatheus.domsantos@uel.brBeatriz Brandel BosioBeabrandel@hotmail.comBeatriz Pagliarini Gonçalves da Silvabeatrizpagliarini@hotmail.comMarco Aurelio Cruciol Rodriguesmcruciol@uel.br<p>O retalho frontal paramediano (retalho indiano) é uma das técnicas mais antigas utilizadas na cirurgia plástica. Consiste em utilizar tecido da região médio-frontal em reconstruções nasais, podendo seu suprimento sanguíneo ser baseado nas artérias supra-orbitais ou supratrocleares (DA COSTA, 2016). Sendo assim, o objetivo deste estudo é de relatar a utilidade e efetividade dessa técnica para reconstruções nasais pós-traumáticas. No primeiro caso, a paciente L. C, feminina, de 49 anos, sofreu uma mordida de cão no nariz, apresentando laceração e avulsão tecidual de ponta, soft triangle e columela nasal. Em uma primeira abordagem, foi utilizado enxerto de cartilagem costocondral da região xifoesternal direita e retalho da região fronto-temporal esquerda para a montagem da ponta nasal. Os enxertos costocondrais não utilizados foram alocados no tecido subcutâneo abdominal. Após 21 dias, foi realizada nova abordagem, com liberação do retalho de ponta nasal e posterior emagrecimento deste. No momento, aguarda-se a evolução clínica para programação de nova abordagem para soltura da base do retalho, com seu retorno parcial para a região frontal. No segundo caso, paciente W.F, masculino, 41 anos sofreu lesão de asa nasal à esquerda com perda de substância e cartilagem nasal por mordedura humana. Foi feita reconstrução nasal com retalho médio-frontal e enxerto de cartilagem retroauricular em projeção de cartilagem alar esquerda, fixado no septo nasal e alar contralateral. 21 dias depois, foi feita a revisão do retalho frontal, com afinamento dos planos dermo-subcutâneos do retalho, revisão de sutura cartilaginosa e reposicionamento do retalho. Após 14 dias, em uma terceira abordagem, realizou-se o descolamento do retalho em dorso nasal, com permanência do retalho distal em extremidade nasal esquerda, além de soltura da base do retalho com seu retorno parcial para a região frontal. No que diz respeito a reconstrução nasal, o nariz é dividido em três zonas, para as quais existem condutas específicas a serem tomadas. A Zona I abrange a parte superior do dorso e lateral; a Zona II, a ponta nasal e regiões alares; e a Zona III a metade inferior da ponta nasal, columela e soft triangle. Para defeitos maiores que 1,5 cm envolvendo a Zona II, recomenda-se retalho nasogeniano ou retalho paramediano frontal, enquanto que defeitos envolvendo a columela (Zona III) requerem enxertos osteocartilagenosos provenientes de hélice auricular, por exemplo (GEMPERLI, 2015). O retalho frontal paramediano, também chamado de Retalho Indiano, apesar de ser uma técnica antiga, com relatos de utilização na Índia 2000 a.C., apresenta bons resultados nas reconstruções de dorso nasal (MELEGA, 2015). Consiste em utilizar tecido da região médio-frontal em reconstruções nasais, podendo seu suprimento sanguíneo ser baseado nas artérias supra-orbitais ou supratrocleares, e cujo comprimento é limitado pela linha onde se implanta o cabelo (DA COSTA, 2016). Devido a sua largura não poder exceder 3cm, a área doadora geralmente é fechada por aproximação direta. Nos casos cuja fronte é curta, ou quando é preciso reconstruir a ponta nasal, o retalho pode ser feito de forma oblíqua (MELEGA, 2015). Representa uma excelente alternativa, inclusive como opção de resgate em casos de falha após a utilização de outras técnicas de reconstrução nasal, com ótimos resultados estéticos a longo prazo (JUNIOR <em>et al.</em>, 2019). Na primeira etapa, o tecido frontal e os enxertos cartilaginosos são colocados nas áreas receptores. No segundo tempo cirúrgico, o retalho é levantado novamente e afinado para uma espessura de 3-4mm. Em um terceiro momento, o pedículo é cortado e os supercílios reposicionados, sendo esses tempos cirúrgicos espaçados com no mínimo três semanas de intervalo para que o retalho se torne autônomo (DA COSTA, 2016; JUNIOR <em>et al.,</em> 2019). Apesar da necessidade de repetidos procedimentos cirúrgicos de refinamento até o alcance do contorno e definição satisfatórios, o retalho frontal paramediano oferece ótimos resultados estéticos a longo prazo para reparar defeitos complexos no nariz.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2190Relação entre a motivação e o desempenho na interface cérebro-computador em uma pessoa com paraplegia2023-11-30T20:54:50-03:00Felipe Augusto Fiorinfelipe.augusto13@uel.brEddy Kruegerekrueger@uel.br2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2196Relato de experiência: campanha de vacinação - proteja quem você ama2023-11-30T20:54:50-03:00Bruna Maia Galettibruna.maia.galetti@uel.brAyla Gabrielle Moura da Silvaayla.gabrielle@uel.brBeatriz Gardin Machadobeatriz.gardinm@uel.brJoão Pedro Kurtz Grittijoao.pedro.gritti@uel.brMarna Eliana Sakalemmarna@uel.br<p style="text-align: justify; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10.0pt 0cm;"><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;">A conscientização a respeito dos cuidados com a saúde urge ser parte do cotidiano da população. Visando familiarizar a comunidade a respeito da importância e da necessidade de adesão às campanhas de vacinação infantil, realizou-se um projeto para permitir fácil acesso a tais informações. Para tal, acadêmicos da área da saúde participaram de um evento de Dia das Crianças em um Shopping Center e se disponibilizaram a conversar com diversas famílias presentes no local, com objetivo de disseminar dados importantes sobre a vacinação infantil, ressaltando os benefícios desta e esclarecendo possíveis dúvidas. Nesse sentido, a importância do tema abordado é salientada pelo atual contexto sociopolítico brasileiro: marcado e devastado pelo cenário de pandemia da COVID-19, em que houve uma crescente circulação de notícias falsas a respeito das medidas de enfrentamento ao coronavírus e, em especial, colocando em dúvida a eficácia das vacinas. Conforme Galhardi <em>et al. (</em>2022), foi notório o sentimento de medo e insegurança generalizada da população sobre a vacinação, principalmente as parcelas com maior dificuldade em acesso à informação científica. Em consequência desses vieses,</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: black;"> observou-se uma queda significativa nos índices de cobertura vacinal infantil, a qual está amparada na desinformação e na credulidade em informações falsas, tornando-se um grave problema de saúde pública, segundo </span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;">Sarah E. Williams (2014)</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: black;">. Dessa maneira, o intuito deste evento foi alertar sobre a importância da vacinação, conscientizar sobre a propagação de <em>fake news</em> sobre a vacinação infantil e incentivar a atualização do calendário vacinal das crianças e dos adolescentes, decorrente do fato de a nível global a cobertura vacinal não ser suficiente para controle de doenças previníveis, até mesmo em países de primeiro mundo (</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;">MACDONALD, Noni E <em>et al</em>.,2022</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: black;">)</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;">. A </span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: black;">seleção dos alunos que ajudaram na conscientização sobre a importância da vacinação foi feita por uma lista de interesse aberta aos alunos da nova turma de medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), sendo selecionados os primeiros 5 estudantes que demonstraram interesse, além da coordenadora do <em>Standing Committee on Public Health</em> (SCOPH). O projeto de extensão da UEL, Sensibilizarte, apoiou o evento, com 5 pessoas auxiliando na pintura facial, com tintas faciais próprias para maquiagem artística. A expectativa de público foi superada, sendo atendidas cerca de 900 pessoas. Na tarde do dia 12 de outubro de 2022, no espaço <em>kids</em> do Boulevard Shopping, os alunos envolvidos subiram no palco e anunciaram a realização de uma oficina de estímulo à vacinação infantil, bastando procurá-los à direita do palco. A estrutura utilizada foi um banner e três mesas com 10 cadeiras. Assim, foi realizado o atendimento aos responsáveis interessados, sob livre demanda, de forma concomitante à peça de teatro e à pintura facial. Ao final da atividade, 100% dos pais que buscaram receber informações sobre a vacinação foram atendidos. Como o público-alvo era majoritariamente leigo, foram utilizadas técnicas de caráter comparativo, a fim de simplificar a linguagem e esclarecer a mensagem a ser passada sobre a relevância da vacinação. Apesar de todos os participantes considerarem o tema relevante para a saúde pública do país, 3 famílias ainda sentiam-se inseguras quanto à oferta das vacinas previstas pelo governo, evidenciando-se a vacina contra a COVID-19. </span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;">O</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: black;">s avanços das <em>fake news</em> e a falta de checagem das informações estão entre os principais fatores predisponentes ao receio parental em vacinar os próprios filhos. É assim ratificado que o evento trabalhou a promoção de incentivo à vacinação, realizando isso através de conversas com os pais e atividades lúdicas com as crianças, que envolveram a distração sensorial da criança e a abordagem dos pais sobre os principais aspectos que lhes causam resistência quanto à vacinação de seus filhos.</span><span style="font-family: 'Arial',sans-serif; color: #222222; background: white;"> Mais do que possibilitar acesso à informação para público leigo, por pessoal qualificado para tal, eventos deste porte amparam a saúde das crianças cujos responsáveis foram instruídos; também permitem uma melhora direta na saúde da população como um todo, já que a vacinação apresenta fortes implicações no controle de doenças endêmicas e emergentes, assim como a prevenção da disseminação de tais doenças para indivíduos imunocomprometidos (YOUNGER <em>et</em> <em>al</em>., 2016)</span></p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2146Tratamento de Púrpura Trombocitopênica Trombótica refratária à plasmaférese no SUS: relato de caso2023-11-30T20:54:52-03:00Denise Maria Alceleste Braga Dinizdenise.maria.alceste@uel.brGustavo Abud Priedolsgustavo.priedols@uel.brJonas Alher Meira Alvesjonas.alves366@uel.brAna Beatriz Fugisawa Ahyubana.beatriz.fugisawa@uel.brFausto Celso Trigofaustotrigo@uel.br<p>A Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), doença rara, é uma microangiopatia trombótica, mais comum em mulheres de 20 a 40 anos, produto da diminuição da atividade da metaloprotease de clivagem do fator de von Willebrand (FvW) – a ADAMTS13, devido a sua deficiência e/ou anticorpos contra a mesma. Isso gera um acúmulo de multímeros ultragrandes do FvW na microcirculação, os quais, junto aos microtrombos ricos em plaquetas, são responsáveis pela agregação plaquetária, trombose e hemólise. Assim, tem-se a pêntade clássica do quadro clínico da PTT: trombocitopenia, anemia hemolítica, febre, sintomas neurológicos e insuficiência renal. O tratamento padrão-ouro para a PTT é a plasmaférese, junto ao uso de corticóide, o que geralmente é suficiente para revertê-la. No entanto, na PTT refratária a esse tratamento, comumente se faz o uso de imunossupressores, sobretudo o Rituximab e, menos regularmente, a Ciclofosfamida. O objetivo do estudo foi analisar a efetividade da Ciclofosfamida no tratamento da PTT refratária à plasmaférese, na indisponibilidade do Rituximab, no contexto do SUS. A paciente T.N.S., 31 anos, sexo feminino, branca, auxiliar de produção, previamente hígida, procurou Unidade de Pronto Atendimento no mês 11/2022 devido à dor em hipogástrio, colúria e púrpuras em membros inferiores, com duração de 1 semana. Na internação de origem, após evolução para quadro febril persistente, crises convulsivas e rebaixamento do nível de consciência, foi transferida para o Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP) para avaliação da Hematologia por suspeita de PTT. Na admissão, os exames laboratoriais eram compatíveis com os achados de PTT: hemácias 1,82 milhões/µL; hemoglobina 6 g/dL; hematócrito 17,7%; plaquetas 19 mil/µL; esquizócitos positivos; lactato desidrogenase sérica 2.382 U/L; bilirrubina total 3,1 mg/dL; creatinina 1,23 mg/dL; e ureia 51 mg/dL. Posteriormente, solicitou-se dosagem dos níveis de atividade da ADAMTS13, que se mostrou inferior a 0,4% – confirmando o diagnóstico. Dada a gravidade do quadro clínico, já na admissão, em leito de UTI, iniciou o tratamento com plasmaférese e metilprednisolona. Após 3 dias, a paciente apresentou piora clínica com rebaixamento do nível de consciência e necessidade de intubação orotraqueal. Em decorrência da refratariedade frente a 8 sessões de plasmaférese, piora do quadro clínico e laboratorial – com queda das plaquetas para 9 mil/µL, e a indisponibilidade de Rituximab no HURNP, optou-se pelo uso de Ciclofosfamida no 8º dia de tratamento, sem interromper as sessões de plasmaférese. A paciente apresentou leucopenia durante o tratamento, efeito colateral da Ciclofosfamida, revertida com Granulokine® e, portanto, sem repercussão na efetividade do mesmo. No 4º dia de uso da Ciclofosfamida, apresentou melhora expressiva e foi extubada. Recebeu alta hospitalar após 43 dias de internação, 25 sessões de plasmaférese e 5 doses de Ciclofosfamida (1,1g intravenosa cada), em bom estado geral e exames laboratoriais normais (gráficos 1 e 2). A Ciclofosfamida foi uma das principais opções no tratamento da PTT refratária à plasmaférese até a consolidação do Rituximab, imunobiológico de escolha. No entanto, na indisponibilidade da primeira linha de tratamento, cenário do HURNP, optou-se pelo uso da Ciclofosfamida, que demonstrou-se como tratamento efetivo, dada a expressiva melhora da paciente. A literatura, mesmo que precária nesse sentido, endossa o uso da Ciclofosfamida, sobretudo nos casos refratários ao Rituximab ou conjuntamente ao mesmo – e não exclui a possibilidade do uso da Ciclofosfamida também como monoterapia quando da indisponibilidade das demais modalidades terapêuticas, uma vez que até 30% dos pacientes são refratários à plasmaférese. Portanto, estudos para analisar a efetividade da Ciclofosfamida na PTT refratária à plasmaférese são necessários devido à recorrente indisponibilidade do Rituximab no SUS e a necessidade da troca de tratamento.</p>2023-08-13T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2141Tríade terrível do cotovelo: relato de caso2023-11-30T20:54:54-03:00Eduarda Galvan Martinieduarda.galvan@uel.brGustavo Vicenzigusvicenzi02@hotmail.com<p>A tríade terrível é um trauma raro caracterizado por luxação de cotovelo associada a fraturas da cabeça do rádio e do processo coronóide (Campbell, 2017). As fraturas da cabeça radial são causadas por quedas com a mão estendida, com o antebraço ligeiramente flexionado e pronado (Filho, et al, 2009). Ademais, podem estar associadas a complicações como artrose, rigidez, instabilidade crônica e dor (Instituto nacional de traumatologia e ortopedia, 2007). O objetivo deste relato é detalhar o diagnóstico e tratamento cirúrgico de paciente com tríade terrível de cotovelo esquerdo após ser vítima de trauma contuso. O artigo possui como base paciente C.D, sexo masculino, 19 anos, chegou ao pronto socorro vítima de acidente de moto com trauma em cotovelo esquerdo. Estava lúcido e orientado em tempo e espaço. Ao exame físico, apresentava dor e deformidade no local afetado, com aumento de volume, equimose e hematoma em face posterolateral e mobilidade comprometida. Na radiografia de cotovelo, notou-se fratura de cabeça de rádio e de coronóide e subluxação articular (figuras 1 e 2). Foi realizada abordagem cirúrgica com reparo do processo coronóide e utilizou-se uma prótese para a cabeça do rádio, uma vez que não foi possível realizar sua fixação por conta dos múltiplos fragmentos (figuras 3, 4 e 5). Por fim, realizou-se reparo do ligamento colateral lateral, importante para restabelecer o apoio de tecidos moles e garantir a estabilidade articular. Após o fechamento, o membro foi imobilizado com tala gessada com o cotovelo fletido em 90 graus e pronado, sendo orientado ao paciente movimentos leves para recuperar a mobilidade gradativamente, evitando extensões por cerca de 4 semanas pelo risco de luxação articular. Na tríade terrível, a conduta é majoritariamente cirúrgica, uma vez que quando as fraturas de cabeça de rádio com desvio são tratadas de maneira conservadora, sequelas podem ocorrer (Filho, et al, 2009). As abordagens e vias cirúrgicas para o tratamento dessa lesão variam com o padrão da fratura, tipo de instabilidade e trauma gerados. Os exames complementares são importantes para verificar o grau da lesão, que também será um fator essencial a ser considerado na escolha de abordagem (SBOT, 2011). A que é mais utilizada, sendo a que foi realizada nesse caso, é a abordagem lateral direta. Além disso, existem diferentes condutas para fixação do coronóide de acordo com o tamanho do fragmento decorrente da fratura; neste caso, foi realizada a partir de suturas em túneis no olécrano pois haviam pequenas rupturas do processo coronóide. É importante ressaltar também que ao reparar a cabeça radial, a presença da quantidade de mais de dois fragmentos será indicativa do uso de prótese (Campbell, 2017). Se mesmo após os procedimentos houver instabilidade residual, a abordagem medial e reparo do ligamento colateral medial será necessária. Ainda assim, em alguns casos, o cotovelo pode permanecer instável, o que irá demandar o uso de um fixador externo articulado durante 6/8 semanas (SBOT, 2011). Por fim, é possível perceber que a tríade terrível é um trauma que demanda um maior conhecimento e aptidão ao se lidar com o tratamento, sendo importante que seja avaliado exatamente qual o tipo de fratura ocorrida e o grau de instabilidade que foi ocasionado para realizar um diagnóstico preciso e conseguir um melhor prognóstico, pois mesmo que a conduta mais indicada seja a cirúrgica, percebe-se que há algumas diferenças na abordagem de acordo com as características da lesão causada.</p>2023-08-13T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2193Uso agudo de medicamentos por crianças de 0 a 11 anos2023-11-30T20:54:56-03:00Eloah Silva Marcilioeloah.silva.marcilio@uel.brMaria Catarina de Cassia Quirinomaria.catarina@uel.brEdmarlon Girottoedmarlon@uel.br<p>A medicalização é um fenômeno presente na vida do indivíduo, atingindo significativamente crianças em idade escolar (BRASIL, 2019). A utilização aguda de medicamentos sem a orientação adequada é um fator de risco importante para o desenvolvimento de efeitos adversos e/ou interações medicamentosas (MORALES-RIOS et al., 2018), porém, ainda são escassos na literatura estudos avaliando esse fenômeno na população pediátrica. Portanto, objetivou-se com este estudo avaliar o consumo agudo de medicamentos em crianças de até 11 anos de idade. Para tal, desenvolveu-se um estudo transversal e descritivo, com dados coletados por meio de um questionário disponível na plataforma <em>Google Forms</em> para preenchimento pelos responsáveis por crianças de até 12 anos incompletos, durante o primeiro semestre de 2022. A divulgação do instrumento aos pais ocorreu em parceria com instituições de ensino da região metropolitana de Londrina, bem como divulgação em jornais da impressa de Londrina, Paraná. O consumo agudo de medicamentos foi avaliado considerando os 15 dias anteriores ao preenchimento do questionário. Para a análise, foi utilizado o programa SPSS versão 19. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (UEL) (CAAE 54380921.2.0000.5231). Das crianças avaliadas (n=597), 42% (n=250) fizeram uso de medicamentos nos últimos 15 dias, com uma prevalência de 33,5% (n=200) na utilização daqueles de uso agudo. Dentre os medicamentos de uso agudo (Tabela 1), destacaram-se Dipirona (13,3%), Ibuprofeno (10,4%), Amoxicilina (6,8%), Paracetamol (6,5%), Maleato de Bronfeniramina + Cloridrato de Fenilefrina (4,9%), Prednisolona (4,6%) e Cloridrato de Fexofenadina (4,2%). Não foram identificadas 8,1% dos medicamentos utilizados. No que se refere à indicação dos medicamentos, verificou-se que 66,6% dos responsáveis relataram ter sido recomendada por um médico, 6,5% por indicação de um farmacêutico e 26,9% fizeram uso por conta própria, por indicação de terceiros ou não sabiam informar a origem da prescrição medicamentosa. A prevalência do consumo agudo de medicamentos, de 33,5%, manteve-se semelhante a outros estudos brasileiros, que variaram de 27,4% a 56% (CRUZ et al., 2014; PIZZOL et al, 2016). Como as condições agudas mais frequentes nesta população são febre, dor e resfriados (PIZZOL et al, 2016), espera-se maior prevalência de uso de antitérmicos e anti-inflamatórios (BRICKS, 2003; SILVA JÚNIOR, 2019; PIZZOL et al., 2016). O medicamento de destaque foi a Dipirona, amplamente comercializada no Brasil sem a necessidade de prescrição médica (MOLINARI; CANCELIER; SCHUELTER-TREVISOL, 2019). Ainda que se mostre segura, estudo mostrou que a maioria dos responsáveis administrou este fármaco em uma dose superior à preconizada (PERÉT FILHO, 2003), expondo crianças a riscos, superdosagem e efeitos adversos. Situação semelhante pode estar associada a outros medicamentos amplamente utilizados por estas crianças, como o ibuprofeno e o paracetamol. Outro grupo observado foi o dos antibióticos, em especial a amoxicilina. Estes estão entre os mais prescritos a crianças, principalmente entre 2 e 5 anos, sendo a amoxicilina citada em diretrizes internacionais como principal escolha no tratamento contra infecções da infância, como otite média, faringoamigdalite e sinusite (CRUZ et al., 2014; PIZZOL et al., 2016). Observou-se, ainda, quantidade considerável de utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de terceiros. A prática da automedicação pode, se utilizada inadequadamente, aumentar o risco de efeitos adversos, agravar o quadro e/ou mascarar doenças e interações medicamentosas (SILVA JÚNIOR, 2019). Concluindo-se, cerca de um terço das crianças utilizaram medicamentos de uso agudo nos últimos 15 dias, com destaque para analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e antialérgicos. Ainda, a prática da automedicação mostrou-se importante, com cerca de 25% da amostra analisada.</p>2023-10-12T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2144Voz de Deus: relato de caso de um paciente com transtorno orgânico de humor2024-03-16T09:31:05-03:00Raul Henrique Mezuran Santosraul.mezuran.santos@uel.brRenato Rubia Garciarenato.rubia.garcia@uel.brAdrielle Mortene da Silvaadrielle.mortene@uel.brMariana Zucon da Silvamariany.zucon.silva@uel.brHeber Odebrecht Vargasheber@uel.br<p>O Transtorno Orgânico de Humor é um transtorno mental causado por disfunções orgânicas decorrentes de lesão, trauma ou doença, como a neurocisticercose (NCC), que se dá pela presença de cisticercos (larvas de <em>Taenia solium</em>) no cérebro (OMS, 1998). Objetiva-se com esse relato elucidar o quadro clínico característico de um paciente com manifestação de Transtorno Orgânico de Humor causado por lesões neurológicas resultantes de NCC, a fim de contribuir com o conhecimento científico acerca do tema. Neste artigo, relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, com 59 anos, internado no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná no dia 19/01/2023 por queimaduras em membros inferiores após crise epilética enquanto cozinhava. Foi solicitado o encaminhamento à psiquiatria após o paciente ter quadro de confusão mental e delírio, conversando sozinho ou, na percepção dele, com Deus. Ele relatou apresentar diagnóstico de NCC desde os 9 anos, quando iniciaram as crises convulsivas, tratando desde então. Esse diagnóstico foi confirmado por exame de tomografia computadorizada (TC). Durante o acompanhamento da psiquiatria, observou-se períodos marcados por discurso hiper-religioso e persecutório, além de quadro de sensopercepção alterada (alucinações visuais e auditivas), o qual teve início há 10 anos e manifesta-se frequentemente, segundo o irmão do paciente. Este relatou, também, que o início desses sintomas coincidiu com o fato de o paciente começar a frequentar a igreja, abandonando as medicações de uso prévio, considerando estar curado. O paciente confirmou ter apresentado intensificação das crises convulsivas a partir de 2011 e afirmou que a "comunicação" com Deus começou na mesma época, autodenominando-se, inclusive, "secretário de Jesus". O esquema medicamentoso seguido foi de Levetiracetam, Ácido Valpróico e Olanzapina, observando melhora do quadro. Segundo a Classificação de ranstornos mentais e de comportamento da CID-10 (1998), Transtornos Orgânicos do Humor são alterações do humor ou do afeto, geralmente acompanhados de modificação do nível global de</p> <p>atividade, transtornos depressivos, hipomaníacos, maníacos ou bipolares, provocados por etiologia orgânica. Já a patogênese da NCC decorre de lesão intraparenquimatosa pela presença do parasito em diferentes estágios de interação com o organismo e as reações inflamatórias adjacentes, ou de lesão extraparenquimatosa, normalmente correlata a deturpação do sistema de drenagem do líquido cefalorraquidiano (FORLENZA et al., 1998). O início das manifestações clínicas do paciente descrito ocorreu com crises convulsivas difusas, sintoma presente em cerca de 78,8% dos casos de NCC (CARABIN et al., 2011). Os episódios de confusão mental, delírios e alucinações auditivas relatados englobam, juntamente com demência, manifestações depressivas e ansiosas, o amplo espectro da forma psíquica da NCC (CARABIN et al., 2011). Tem-se que as alucinações visuais e auditivas decorrem de uma distorção da percepção sensorial que normalmente relaciona-se com a demência, presente em cerca de um quinto dos pacientes com NCC (EL-KADY et al., 2021). Na TC de crânio do paciente, foram descritas calcificações corticais esparsas bilateralmente, medindo a maior 7mm e localizada no giro frontal superior direito, todas de aspecto residual/sequelar, podendo, dessa forma, relacionar-se à manifestação sintomática. O esquema medicamentoso incluiu Carbamazepina e Valproato, dois anticonvulsivantes com ação estabilizadora de humor, além de Olanzapina, que tem demonstrado eficácia em estado-misto (mania e depressão) e mania pura, com redução do tempo de resposta a sintomas depressivos e maníacos (ALVARENGA et al., 2005). Por fim, Apesar de a relação entre doenças infecciosas e psicopatologia ser conhecida na psiquiatria e de a NCC ser uma doença endêmica no Brasil, há poucos estudos relacionando essa infecção ao Transtorno Orgânico de Humor (EL-KADY et al., 2021).</p>2023-08-13T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2331Análise da vacinação contra a dengue na Universidade Estadual de Londrina2023-11-30T20:45:42-03:00Gabriela Valente Rabelo Watanabegabriela.valente@uel.brDanielle Ruiz Miyazawa Ferreiradanielle.ruiz.miyazawa@uel.brLucas Gabriel Capelarilucasgcapelari@gmail.comIvana Teixeira Mottaivymotta@hotmail.comJaqueline Dario Capobiangojaquedc@uel.br<p>A dengue é uma arbovirose causada pelo vírus da dengue (DENV), que possui quatro sorotipos distintos (GUY et al, 2016). Quando infectado, o indivíduo cria imunidade vitalícia específica a cada sorotipo e imunidade cruzada parcial e temporária para os demais; em infecções posteriores por um sorotipo diferente da primo-infecção pode ocorrer a dengue grave (PAHO, 2021). A doença foi identificada como uma das 10 ameaças à saúde global em 2019 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (WILDER-SMITH, 2020), destacando a necessidade urgente de seu controle. A Dengvaxia® (CYD-TDV), foi a única vacina licenciada no mundo e aprovada no Brasil em 2015 (SANOFI, 2019). Em 2017, contudo, a vacina passou a ser indicada somente para pessoas de 9 a 45 anos que tenham tido dengue prévia, por aumentar o risco de doença grave nas pessoas soronegativas para a dengue (KIMBERLIN; LYNFIELD, 2021; GUBLER; HALSTEAD, 2019). Assim, o presente estudo objetiva demonstrar a segurança da vacina Dengvaxia® a curto prazo, discutir a aplicabilidade do teste rápido para identificação de soropositivos para a dengue e apresentar aspectos relacionados à adesão à vacina durante a campanha de vacinação no Estado do Paraná. Trata-se de um estudo de coorte prospectiva, cuja amostra populacional foram adultos entre 18 e 27 anos de idade, funcionários ou estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e do Hospital Universitário de Londrina (HU), aos quais foi administrada a vacina Dengvaxia®, fornecida gratuitamente, entre 2016 e 2018, durante a Campanha de Vacinação contra a Dengue realizada pela Secretaria do Estado do Paraná. As variáveis analisadas foram: sexo, cor, renda familiar, faixa etária, escolaridade, doença de base, presença ou não de dengue prévia e número de doses da vacina (Tabela 1). Foram coletadas amostras de sangue de 296 participantes para pesquisa de anticorpos anti-Dengue, IgG e IgM por meio de</p> <p> </p> <p>teste rápido (Bioline™ Dengue DUO - Abbott®). Foi realizada busca fonada de todos os participantes, 30 dias após cada dose de vacina. Informações como dengue prévia à vacinação e data das doses da vacina foram obtidas em bancos de dados: Gerenciador de Ambiente Laboratorial do Paraná (GAL), <em>Medview </em>(Hospital Universitário), <em>SaúdeWeb </em>(Prefeitura Municipal de Londrina) e Aplicativo de Controle de Vacinação da Dengue do Governo do Paraná Versão 0.0.13. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UEL, em 2016, número do parecer: 1.730.740, com Certificado de Aprovação para Apreciação Ética (CAAE) número: 59231516.6.0000.5231. Dos 1815 adultos incluídos no estudo e que receberam a primeira dose da vacina, a maioria foi do sexo feminino, da cor branca, com renda familiar entre 4 e 6 salários-mínimos, sem comorbidade e negava ter tido dengue previamente; 55,6% dos participantes receberam a 2ª dose e 27,4% receberam a 3ª dose da vacina. Nenhum participante apresentou reação grave às doses da vacina, não ocorrendo internação ou óbito até 30 dias depois de cada dose da vacina aplicada. Nas 296 amostras em que foi realizado o teste rápido para pesquisa de anticorpos contra a dengue, houve positividade em 1,5%. Entre os pacientes com teste positivo, 2 relataram ter tido dengue prévia. Entre os pacientes com teste negativo, 19 relataram ter tido dengue prévia. Diante do exposto, conclui- se que o teste rápido, fora da fase aguda da doença, não foi adequado para avaliar a imunidade prévia para dengue e que a vacina Dengvaxia® se mostrou segura, configurando-se como mais uma opção na prevenção da doença.</p>2023-11-30T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##http://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/2332A importância do núcleo de vigilância epidemiológica hospitalar no contexto da pandemia da COVID-19: relato de experiência2023-11-30T20:54:14-03:00Leonardo Lazarino RezendeLeonardo.rezende@uel.brGabriela Valente Rabelo Watanabegabriela.valente@uel.brKalleb Vaz Arcakalleb.arca.73@uel.brDanielle Ruiz Miyazawa Ferreiradanielle.ruiz.miyazawa@uel.br<p>O Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NHE) é um órgão multiprofissional responsável pela identificação, busca ativa, registro de doenças de notificação compulsória e alimentação constante de bancos de dados em Saúde (MATO GROSSO DO SUL, 2021). A pandemia da COVID-19 (<em>coronavirus disease </em>2019) sobrecarregou o sistema de saúde, o que se traduziu em um aumento na coleta e notificação de novos casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) (NORONHA et al, 2021). Houve períodos da pandemia cujas notificações desses agravos pelo NHE do Hospital Universitário de Londrina (NHE- HUL), que abrange a 17a Regional de Saúde, quintuplicaram em relação à mesma época na pré-pandemia. Por meio dessa retroalimentação dos sistemas de informação em Saúde sobre a atividade da doença, orientaram-se deliberações político-econômicas para o seu controle (PEREIRA et al, 2022). Dessa forma, o presente trabalho objetiva ressaltar a importância do NHE-HUL no período de pandemia da COVID-19 e sua relevância para discentes do curso de Medicina em sua composição. A experiência vivida como monitores no NHE durante a pandemia da COVID-19 começou somente 11 meses após a suspensão das atividades acadêmicas presenciais na UEL, por conta das medidas de isolamento social. Enquanto a maioria dos estudantes se viam impossibilitados de vivenciar atividades presenciais, o programa foi muito benéfico para a nossa saúde mental, já que podíamos interagir com a essência da medicina: pessoas. Mediante a melhora do panorama da doença, no 2<sup>o</sup> semestre de 2021, devido aos resultados da vacinação em massa, novos monitores foram convocados para colaborar com o Núcleo. A equipe docente do Núcleo, para nossa capacitação, ministrou palestras sobre as características da COVID-19 e os critérios necessários para o fechamento de fichas; instruiu sobre os</p> <p> </p> <p>fluxogramas de notificação e o cadastramento de fichas nos sistemas Notifica-COVID e o Sivep-gripe, além de orientar o uso do sistema eletrônico hospitalar Intranet-HUL. Entre meados de 2020 e janeiro de 2023, foram notificados 24717 casos de SRAG e 10053 casos de SG. Com a prática das notificações, houve grande aprendizado sobre as síndromes; inclusive, parte importante da tarefa consistia na busca ativa em prontuários, em sistemas laboratoriais e análise de exame de imagem. Não obstante, a experiência de integrar o NHE trouxe imensa satisfação à medida que nos fazia parte funcional do sistema de saúde, colaborando com a construção de perfis epidemiológicos. A monitoria foi uma oportunidade ímpar de aprimoramento de habilidades essenciais para a nossa prática profissional e desenvolvimento pessoal. Vale salientar que o NHE-HUL, parte importante do cenário nacional, foi também reflexo dele em todas as fases da pandemia. Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil confirmou seu primeiro caso de COVID-19, enquanto o núcleo o fez em 21 de março de 2020, e, desde então, acompanhou o crescimento dos números, com o país (CRODA; GARCIA, 2020). Ainda, como resultado da vacinação em massa, no país, houve uma queda sustentada e significativa na mortalidade pelo agravo, de 15,35 vezes, ao se comparar 2021-14 (semana de maior número de óbitos) e 2022-04 (maior número de novos casos), assim como na incidência de casos confirmados e casos graves, com necessidade de internação (BRASIL, 2023). A mesma tendência estatística foi percebida nas notificações realizadas pelo NHE-HUL. Conclui-se, portanto, que o NHE-HUL tem uma importância sine qua non para a saúde pública e os programas de prevenção e controle. No contexto da pandemia da COVID-19, isso só se tornou mais evidente à medida que se mostrou reflexo do panorama nacional. O monitoramento dos casos da COVID-19 guiou, não só medidas e protocolos para a contenção da doença, bem como permitiu melhor entendimento sobre ela e a confirmação dos benefícios da vacinação contra o vírus. Importa ressaltar, ainda, que o núcleo, quando integrado a um hospital-escola, como é o caso do NHE-HUL, assume também papel relevante na formação de acadêmicos de Medicina, como relatado no presente trabalho.</p>2023-11-30T00:00:00-03:00##submission.copyrightStatement##