Os reflexos da saúde mental da população negra vítimas do racismo e a importância da intersetorialidade no atendimento entre a Política de Saúde Mental e Assistência Social
Resumo
À luz do pensamento de Frantz Fanon (2008) podemos apontar que os indivíduos negros, homens e mulheres, são colocados na “zona do não ser”. Fanon (2008), em Pele negra, máscaras brancas, nos mostra que existe uma concepção universal de ser humano que é destinada apenas aos brancos. Vai ser o racismo o alicerce desse sistema hierárquico que reparte a humanidade entre inferiores e superiores através de algumas marcas e, no caso brasileiro, essa marca está estabelecida pela cor da pele. Portanto, reconhecemos que a sociabilidade brasileira tem o racismo como base estruturante e estrutural, expresso através das políticas públicas e sociais, das instituições e das relações sociais.O Estado que alega proteger acaba promovendo violações que reafirmam a punição e o extermínio.(PASSOS,2020). Na medida em que políticas sociais não são criadas para reduzir os níveis de desigualdade e que, pelo modo como o racismo opera, ser desigual equivale a ser negra/o, este ser também está associada/o à inferioridade racial, a humanidade negada é parte constitutiva desse círculo violento(EURICO,2021).Assim, para pensar a produção de cuidado dentro da Política de Assistência Social juntamente com a saúde mental é pensar sobre impacto da desigualdade social e racial e seus efeitos na saúde mental das pessoas.