O Martírio e Memória na Carta Martyrium Polycarpi.

  • Diego Henrique Sanches da Silva Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Cristianismo Primitivo, Martírio, Memória, Sagrado

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo a análise da carta do martírio de Policarpo de Esmirna (Martyrium Polycarpi), onde o martírio apresenta-se como fenômeno de tipo religioso, historicamente delimitado, com toda a sua carga simbólico-sagrada. O martírio, como experiência religiosa própria do cristianismo nascente, dos séculos I e II d.C., constituirá um verdadeiro ideal de vivência daquela fé; demarcará o “ethos” cristão das primeiras comunidades; sacralizará a figura do mártir e criará “lugares de memória” e do sagrado. O Martyrium Polycarpi, escrito em forma epistolar, descreve um martírio “segundo o Evangelho” (Mart. Poli., 1,1), ou seja, suas partes e detalhes estão repletos de referências às escrituras neotestamentárias. Ele também se reveste do sentido do sagrado, pois assim que o martírio se cumpre, as perseguições ao grupo cessam, como se o fato religioso possuísse uma “Potência” capaz de aplacar a fúria dos perseguidores e restabelecer a paz na comunidade dos crentes.

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Publicado
2024-01-28