ARTE E AGÊNCIA RELIGIOSA
PODE O MANTO TUPINAMBÁ FALAR?
Resumo
Pensar sobre os museus e a arte é se aproximar de temas muito presentes na antropologia, como a alteridade já que é nos gabinetes de curiosidades, que se reuniam objetos etnográficos, onde podemos dar o início do que entendemos hoje enquanto museus etnográficos. Se ainda hoje a dimensão dos museus e das artes é marcada por etnocentrismos e relações desiguais de poder, mesmo com políticas que trabalham em prol de modificações frente a esse contexto, a gênese das coleções etnográficas foi marcada por questões hoje tidas como passíveis da tecitura das mais variadas críticas. Por isso, a partir de dois momentos de encontro entre museus e objetos cerimoniais ou religiosos (ritual e funerário, respectivamente), um com o manto tupinambá e outro com o corpo de uma criança indígena, realizaremos uma reflexão antropológica sobre os usos, os dilemas e as novas propostas que os museus têm produzido sobre tais coisas, antes nomeadas objetos etnográficos. Para tal, foram realizadas discussões sobre museus e coisas, tanto a partir do arcabouço teórico desenvolvido pelo Grupo de Estudos Antropologias dos Museus e das Artes (GAMA) da UFMS/Campo Grande, do qual somos bolsistas, quanto de leituras específicas à temática aqui proposta. Com isso, pretendemos apresentar uma discussão que demonstre as múltiplas facetas museológicas no tratar de suas coleções etnográficas, citando o exemplo do campo religioso.
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Referências
SETA, Isabel. Raríssimo manto tupinambá que está na Dinamarca será devolvido ao Brasil; peça vai ficar no Museu Nacional. G1 Portal de notícias da Globo, 28 jun. 2023. Disponível em:
ABREU, R.M. Tal antropologia qual museu? Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, v S7, p.121-143, 2008.1
VELTHEM, Lucia Hussak Van. O objeto etnográfico é irredutível ? Pistas sobre novos sentidos e análises. Belém, 2012.