OLHA O PASSARINHO! DO PRETO E BRANCO AO COLORIDO: CONSTRUINDO UM DIAGNÓSTICO SITUACIONAL PARTICIPATIVO
Resumo
O território, lócus privilegiado de atuação da Atenção Primária, permite a proximidade com o ambiente onde acontece a vida das pessoas. Deste modo, o Diagnóstico Situacional constitui-se como importante ferramenta de identificação de necessidades e potencialidades locais, sendo uma alternativa às práticas e modelos tradicionais de observação, permitindo a construção e resgate de aspectos que compõem a dinâmica do território de forma coletiva. Em alternativa ao modelo tradicional, recorremos a fotografia no resgate histórico-afetivo e o desenho como ferramenta expressiva atual. Descrever a experiência da utilização de fotografias e desenhos como disparadores para construção de um Diagnóstico Situacional Participativo em Saúde. O presente trabalho trata-se de um relato da experiência adquirida através da construção de um Diagnóstico Situacional Participativo em Saúde (DSPS) com a finalidade do levantamento das narrativas históricas/sociais pregressas e atuais, constituintes da proposta. Utilizamos duas oficinas temáticas com moradores e usuários de uma Unidade Básica de Saúde dos bairros de Guadalupe e Marechal Hermes, localizados na zona Norte do município do Rio de Janeiro. Uma delas intitulada “Vamos Recordar!”, visava através de fotografias do acervo pessoal dos moradores o resgate dos principais aspectos que constituem o território. Em outra oficina nomeada: “O que eu gosto no meu bairro?” houve a participação do público infantil, com faixa etária entre 6 e 7 anos, contribuindo com o olhar do presente e projetando o futuro através de desenhos, rabiscos e pinturas. Na perspectiva dos residentes, a utilização das fotografias como instrumento de resgate ao legado histórico da região, ocorreu de forma efetiva e agregadora. As fotos e suas análises relatadas pelos usuários, trazem à tona o debate sobre os avanços e/ou retrocessos observados ao longo dos anos. A utilização dos desenhos/pinturas/rabiscos nos remetem ao olhar inocente e ingênuo, porém atento aos acontecimentos em seu território, em sua comunidade. Concluímos que a utilização de ferramentas temáticas, considerando diferentes olhares, na construção do (DSPS), potencializou a elaboração, bem como a nossa compreensão sobre as peculiaridades do território observado. Possibilitando a sistematização de um plano de ação baseado nas necessidades do local.