O LÚDICO NO CUIDADO EM SAÚDE COMO TRANSFORMAÇÃO HUMANIZANTE DO EU E DAS RELAÇÕES SOCIAIS
Resumo
Introdução: O projeto “Médicos da Alegria” surgiu da observação de um grupo de graduandos da FMB-UNESP quanto à necessidade da integralidade do cuidado, ampliando a visão em saúde, no contexto hospitalar. Realizando visitas hospitalares e à comunidade, bem como outros eventos embasados na humanização, cumpria-se o objetivo de amenizar a hostilidade da internação e da doença para pacientes e familiares, transformando não só as suas vidas, como as dos participantes, que eram incentivados a refletir sobre o cuidado e a relação interpessoal. Objetivo: Relatar, sob perspectiva crítico-reflexiva, a vivência dos participantes, além da influência sobre suas formações ético-profissionais. Metodologia: Os participantes do projeto são graduandos, pós-graduandos e funcionários vinculados à UNESP-Botucatu, fazendo visitas lúdicas nas enfermarias de pediatria e quimioterapia do HC-FMB. Ademais, são organizadas comemorações especiais: Dia das Crianças; Natal; intervenções na comunidade; cursos de clown; colaboração com McDia Feliz; participação em congressos; oficinas de teatro; workshops; dentre outros. Estima-se um atendimento de 3.000 pacientes/ano, desconsiderando o número de familiares também contemplados. Para incentivo à reflexão, os coordenadores se dispõem à troca de experiências com participantes diariamente, além de encontros pontuais com a equipe de Psicologia. Resultados e discussões: Além dos benefícios aos pacientes, descritos pela literatura, agradecimentos verbais ou em forma de abraço são alguns dos exemplos frequentes de mecanismos transformadores do ambiente, das famílias e dos participantes. A vivência é de humanização e fomenta a prática do saber ouvir e respeitar, transcendendo valores ordinários a partir da experienciação das diferentes culturas, credos e classes sociais e otimizando a relação médico-paciente. A reflexão dos participantes estende-se ainda à valorização do bem-estar e qualidade de vida por meio das intervenções em comunidade. Conclusão: A satisfação da comunidade assistida demonstra que a busca diária pela humanização em saúde é necessária e gera resultados positivos. Em uma arraigada e densa grade curricular, dentre tantos planejamentos sobre reestruturação acadêmica com valorização da humanização, urge a implementação de práticas transformadoras e a manutenção deste processo com base em um modelo de interação integral e humanística, o qual deixa uma marca na modelação do caráter dos pacientes, familiares e, também, de todos os participantes.