Atenção e cuidado às pessoas vivendo com HIV e AIDS
Resumo
Essa desconferência tem como principal objetivo promover o debate acerca da atenção e o cuidado voltado à vivência com HIV e AIDS. É importante a discussão acerca dos tabus que foram construídos desde os primeiros momentos da descoberta do adoecimento em decorrência da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), bem como a causa principal desse processo, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
A SIDA, conhecida mundialmente em inglês como AIDS (Aquired Immunodeficiency Syndrome), é uma doença do sistema imunológico humano resultante da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como pneumonia, tuberculose ou câncer.
De acordo com BRASIL, no início dos anos 1980 nos Estados Unidos houve Ocorrência de casos de pneumocistose e sarcoma de Kaposi em pessoas jovens e aparentemente saudáveis. As pessoas acometidas eram homossexuais masculinos, logo começando a repercutir através da imprensa, a expressão “câncer gay” ou “peste gay” para designar a doença ainda pouco conhecida e tão estigmatizada.Logo, foi se percebendo que a doença não foi detectada somente em homossexuais masculinos. Na mesma ocasião, heterossexuais, principalmente os hemofílicos, também foram atacados pelo HIV, via transfusões ou mesmo relações sexuais desprotegidas.
No Brasil e no mundo, a história da epidemia da AIDS vem sofrendo grande transformação ao longo das três últimas décadas. A síndrome apresenta características clínicas e epidemiológicas diferentes ao que se observava inicialmente. Os avanços na detecção diagnóstica, no tratamento e consequentemente o aumento da sobrevida das pessoas que vivem com HIV e AIDS foram significativos, tendo o Brasil um papel de destaque nos cenários mundiais no que tange à disponibilização dos medicamentos pelo sistema público de saúde (FERREIRA et al., 2012).
Mesmo diante de tais avanços, ainda é perceptível o enraizamento desses estigmas, os quais são fatores que influenciam diretamente na vivência do sujeito ao seu processo de saúde e doença, bem como na sua relação consigo mesmo e sua relação com o Outro. Há ainda muitos relatos das Pessoas Vivendo com HIV e AIDS que sofrem preconceitos e rejeições em suas famílias e grupos sociais, além de constrangimentos nos serviços de saúde e desrespeito aos seus direitos. Muitas se isolam, já que há dificuldades, como o compartilhamento do estado sorológico com outras pessoas e o temor de serem rejeitadas nos relacionamentos afetivos, sociais e sexuais.
As demandas emocionais são tão importantes quanto os sintomas físicos, e precisam ser acolhidas por todos os profissionais de saúde, numa perspectiva de atendimento humanizado e integral. Os aspectos psicológicos podem ser causas ou consequências de sintomas físicos.
É importante considerar que o contato com esse sujeito nos espaços de saúde consiste capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores, visando o resgate dos recursos internos do paciente para que ele mesmo tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito da sua própria saúde e transformação. Espaço humanizado, estabelecimento de vínculo, Postura Ética e Sigilo; Não Julgamento são suportes cruciais para o desenvolvimento desse suporte de cuidado.