Congresso do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UEL
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<p>Em 2017, foi criado o Programa de Pós-graduação em Psicologia (PPGPSI) da UEL. No ano seguinte de sua criação, 2018, já acumulávamos condições e vigor para lançar a primeira edição do Congresso de Pós-graduação em Psicologia da UEL. Assim, inauguramos, junto à Biblioteca da nossa Universidade, este espaço digital onde registraremos os Anais de todas as edições dos Congressos do PPGPSI. Temos, com isso, o intuito de democratizar e tornar públicas as produções de conhecimento na área de Psicologia debatidas em nossos eventos, além de criar um espaço de aproximação com a comunidade.</p> <p><br><br></p>Maíra Bonafé Seipt-BRCongresso do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UEL2675-1070Apresentação
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<p>Após um ano repleto de experiências de trabalho (que incluíram nossa primeira defesa), o Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) realizou entre os dias 03 e 04 de outubro de 2019 o seu II Congresso de modo, por um lado, a disseminar as pesquisas que vêm sendo produzidas pelos estudantes que compõem o programa, como também, por outro, nos reunir com pesquisadores reconhecidos na história da pós-graduação em nível nacional de modo a fomentar discussões sobre os processos que vem sendo implementados no cotidiano de nossas ações.</p> <p>Desde sua criação, o PPGPSI buscou abrigar investigações que remetem à diversidade de campos de pesquisa da Psicologia, com o intuito de ampliar a produção científica em suas duas linhas de pesquisa, a saber “Avaliação Psicológica e Processos Clínicos” – que se caracteriza pela investigação no campo da avaliação psicológica e do desenvolvimento intersubjetivo da psicologia clínica com ênfase em psicanálise – e “Psicologia Social e Processos Institucionais” - voltado para realização de análises dos modos de constituição dos sujeitos nos processos sociais e históricos, seus discursos, sentidos e materialidades, sob o enfoque da Psicologia Social.</p> <p>Convidamos a todos(as) para se aventurarem nas diversas comunicações, abrindo-se assim as provocações realizadas pelos trabalhos aqui apresentados. Assim, será possível aos leitores desse segundo volume dos Anais do Congresso, entrar em contato com as múltiplas faces das produções do programa de modo a fomentar e ampliar seus debates junto à comunidade de investigadores, trabalhadores e demais interessados(as), para além do espaço-tempo do evento.</p> <p>Boa Leitura!</p> <p> </p> <p>Katya Luciane de Oliveira<br>Rafael Bianchi Silva</p> <p>Coordenação do PPGPSI na Gestão 2019–2021</p>Katya Luciane de OliveiraRafael Bianchi Silva
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2019-12-012019-12-0111Programação
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<h2><strong>Programação Geral</strong></h2> <p> </p> <h3>Quinta, 3 de outubro de 2019</h3> <p> </p> <p>08:00 - 08:30 - Credenciamento e Abertura</p> <p>Auditório Cyro Grossi (Pinicão)</p> <p> </p> <p>08:30 - 10:00 - Conferência - <strong>A pesquisa como resistência</strong></p> <p>Palestrante - Profa. Dra. Sonia Regina Vargas Mansano</p> <p>Auditório Cyro Grossi (Pinicão)</p> <p> </p> <p>10:30 - 12:00 - Mesa Redonda - <strong>Submissões de artigos em periódicos de Psicologia: O que esperam os editores</strong></p> <p>Palestrantes:</p> <p>Prof. Dr. Antonio Ozaí da Silva - Espaço Acadêmico</p> <p>Profa. Dra. Marilda Gonçalves Dias Facci - Psicologia em Estudo</p> <p>Profa. Dra. Patrícia Silva Lúcio - Estudos Interdisciplinares em Psicologia</p> <p>Auditório Cyro Grossi (Pinicão)</p> <p> </p> <p>12:00 - 14:00 - Almoço</p> <p> </p> <p>14:00 - 18:00 - Sessões de Comunicações Orais</p> <p> </p> <h3>Sexta, 4 de outubro de 2019</h3> <p> </p> <p>08:30 - 10:00 - Conferência - <strong>A pós-graduação em Psicologia no Brasil</strong></p> <p>Palestrante - Profa. Dra. Acacia Aparecida Angeli dos Santos</p> <p>Sala 201 (Piniquinho)</p> <p> </p> <p>10:30 - 12:00 - Mesa Redonda - <strong>Desafios regionais da pós-graduação em Psicologia</strong></p> <p>Palestrantes:</p> <p>Prof. Dr. Guilherme Elias da Silva</p> <p>Prof. Dr. Fernando Silva Teixeira Filho</p> <p>Profa. Dra. Katya Luciane de Oliveira</p> <p>Profa. Dra. Camila Muchon de Melo</p> <p>Sala 201 (Piniquinho)</p> <p> </p> <p>12:00 - 14:00 - Almoço</p> <p> </p> <p>14:00 - 16:00 - Conferência - <strong>Os desafios da pós-graduação e a precarização da pesquisa</strong></p> <p>Palestrante: Prof. Dr. Odair Furtado (PUC/SP)</p> <p>Sala 201 (Piniquinho)</p>Katya Luciane de OliveiraRafael Bianchi Silva
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2019-12-012019-12-0126A pesquisa como resistência
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<p>Os ataques dirigidos à educação e à pesquisa brasileiras requerem uma análise crítica sobre o tipo de política governamental vigente e os desdobramentos hostis que tomaram conta de nosso país, em especial neste ano de 2019. Diante desse cenário de sucateamento e agressão brutais à produção de saberes, cabe aos Programas de Pós-graduação (PPGs) de diferentes áreas de conhecimento construir estratégias de enfrentamento e resistência, mas também de potencialização dos seus pesquisadores. A presente conferência teve por objetivo explorar dois ângulos da noção foucaultiana (1988) de resistência. O primeiro ângulo abordou a relevância de construir de um corpo capaz de resistir às pressões, cada vez mais pautadas no produtivismo, que recaem sobre os pesquisadores. Para tanto, faz-se necessário compreender seus dispositivos, analisando as exigências colocadas e atuando no sentido de questioná-las sempre que necessário sem, com isso, comprometer o avanço do conhecimento e da ciência, tão importantes para nosso país. O que esse primeiro ângulo suscita é a relevância de manter-se informado, criar parcerias e fortalecer redes de apoio que facilitem a inserção dos pesquisadores nas exigências burocráticas, sem sucumbir a elas e, principalmente, sem adoecer. Os índices de adoecimento entre pesquisadores, sejam eles profissionais já experientes ou estudantes que iniciam sua vinculação com pesquisas científicas, são significativos e atestam o quanto esse primeiro ângulo da resistência precisa ser debatido nas mais variadas instâncias da pesquisa nacional. Já o segundo sentido da noção de resistência aqui analisado refere-se às dimensões intensiva e sensível presentes nas práticas do pesquisador e que são tão necessárias para definir um campo problemático, elaborar teorias e metodologias, assim como detalhar as questões e acolher afetivamente seus desdobramentos no cotidiano. Nessa acepção de resistência, falamos em produzir conhecimento a partir de uma perspectiva política, sensível, situada e comprometida com a transformação social. Um corpo esgotado (Deleuze, 2010) pela sistemática desqualificação que ora recai sobre a ciência e sobre a educação superior de nosso país (composta por exigências cada vez mais mercadológicas de uma produção infindável), torna-se fraco para resistir aos entraves que dificultam a produção de um pensamento vivo, crítico e mutante. O corpo esgotado é invadido por tristeza que suprime tanto a sensibilidade para o encontro quanto a experimentação de outras possibilidades do pesquisar. Cabe lembrar que, nesse processo de despotencialização e esgotamento do pesquisador, o projeto político-governamental de desqualificação e enfraquecimento da ciência gera sujeitos cada vez mais tristes e incapazes de empreender lutas. O momento atual coloca-nos, então, diante de um triplo desafio: resistir e superar os ataques advindos das diferentes frentes sociais e governamentais conservadoras que veem na ciência um perigo a ser combatido; construir uma sustentabilidade afetiva no cotidiano universitário que potencialize os pesquisadores para fazer das pesquisas uma prática de resistência-criação; e, por fim, a luta para não sucumbir à tentativa governamental atual de transformar a universidade em uma mera servidora voluntária (La Boétie, 1982) do mercado.</p>Sonia Regina Vargas Mansano
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2019-11-132019-11-1378Submissões de artigos em periódicos de psicologia: o que esperam os editores
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<p>Esta conferência tem por objetivo familiarizar os alunos em nível de pós-graduação em psicologia com os trâmites, exigências e principais desafios que se referem à publicação em periódicos nacionais na área a partir da experiência de três editores. Assim, a conferência tem início com fala da professora Doutora Marilda Gonçalves Dias Facci, editora da revista “Psicologia em Estudo”, da Universidade Estadual de Maringá, Qualis A1. A professora apresenta todo o processo editorial da revista Psicologia em Estudo, ressaltando os principais erros cometidos pelos autores, tais como: violações de normas editoriais, pouco cuidado na escrita acadêmica, além de outros aspectos que comprometem a qualidade dos manuscritos submetidos, dificultando o aceite. Taz, ainda, reflexões sobre o trabalho dos pareceristas, essencial para a manutenção da qualidade em uma revista internacional. Na sequência, ocorre a fala da professora Doutora Patrícia Silva Lúcio, editora da revista Estudos Interdisciplinares em Psicologia (EIP), do Departamento de Psicologia e Psicanálise da Universidade Estadual de Londrina, Qualis B2. A professora destaca em sua fala os desafios da publicação científica no século XXI, realizando um percurso entre a quantidade e a qualidade das produções. Ressalta também sobre o papel da tecnologia para a publicação em psicologia, assim como para o automonitoramento dos trabalhos de autores e editores. Finaliza indicando as principais questões que devem ser consideradas no momento da preparação dos manuscritos. Finalmente, ocorre a fala do professor Doutor Antônio Ozaí da Silva da revista “Espaço Acadêmico” também da Universidade Estadual de Maringá, Qualis B3. O professor traz uma importante reflexão sobre o estado da arte da publicação em psicologia, trazendo o passado e o presente dentro deste ponto de vista. Questões da institucionalização, cobranças das agências de avaliação das revistas e do trabalho docente na graduação e na pós-graduação, os quais refletem no trabalho dos editores, também são levantadas.</p>Patrícia Silva LúcioAntonio Ozai da SilvaMarilda Gonçalves Dias Facci
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2019-11-212019-11-2199A pós-graduação em psicologia no Brasil
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<p>Foi objetivo da presente conferência abordar os rumos da Pós-graduação no contexto brasileiro, de modo a discutir as políticas de planejamento estratégico ora apresentadas pela coordenação de área da CAPES. Como eixo estruturador procurou-se apresentar a nova ficha de avaliação da área de psicologia e como cada fator impactaria a nota dos programas de pós-graduação em psicologia no país. Também se fomentou a discussão do novo, porém provisório, Qualis Referência, documento que irá nortear o ranking das produções científicas em periódicos. Problematizou-se os trabalhos que geram inserção social dos Programas de modo que estes possam dar contributos importantes não somente do ponto de vista do desenvolvimento das pesquisas, mas também do ponto de vista do impacto social de atividades práticas atreladas as mesmas. Políticas de internacionalização também foram discutidas, de modo que se pudesse elucidar vários pontos ainda polêmicos da ficha de avaliação. Posto isto, a discussão final aponta para os rumos que a avaliação dos programas tomará no próximo quadriênio, de modo a caminhar para uma avaliação multidimensional.</p>Acacia Aparecida Angeli dos Santos
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2019-11-212019-11-211010Desafios regionais da Pós graduação em Psicologia
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<p>O objetivo do presente trabalho foi discutir os desafios regionais da pós-graduação em psicologia na região do norte do Paraná. Essa região profícua em pesquisas na área da psicologia, pois abarca tanto a Universidade Estadual de Londrina com os Programas de Stricto Sensu em Psicologia e o de Análise do Comportamento, a Universidade Estadual de Maringá com o Programa de Psicologia e o Programa de Psicologia da Unesp de Assis. Com esses quatros programas que se encontram em uma localização geográfica muito próxima é possível articular e enfrentar os desafios da área de modo a fazê-la avançar nessa região. Participaram os quatro coordenadores dos programas de pós-graduação stricto sensu ora citados. Foi empregado como recurso a exposição dialogada com a plateia e com os demais coordenadores. Os rumos da discussão apontaram para um fortalecimento das pesquisas e intercâmbio de estudos, especialmente de modo a alavancar as linhas de pesquisas dos programas e as parcerias para a internacionalização.</p>Katya Luciane de OliveiraFernando Silva Teixeira FilhoCamila Muchon de MeloGuilherme Elias da Silva
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2019-11-212019-11-211111Os desafios da pós-graduação e a precarização da pesquisa
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<p>Estamos vivendo uma situação única no sistema de pós-graduação stricto sensu no Brasil. Desde 1966 quando este sistema foi estruturado no país e antes, desde de 1951 quando foram fundadas a CAPES e o CNPq, jamais vivemos uma crise semelhante. Hoje o orçamento do CNPq que chegou a 3 bilhões em 2016 chegou a 900 milhões de reais. Esse montante é suficiente apenas para garantir as bolsas de mestrado e doutorado existentes. Nenhum outro fomento de pesquisa será mantido. A CAPES teve corte de metade de seu orçamento para 2020. O quadro é desolador e coloca a produção científica brasileira numa situação desastrosa. Discutir desafios da Pós-Graduação brasileira é, neste momento, discutir como enfrentar essa política desastrosa e irresponsável. Quais a estratégias de sobrevivência e quais alternativas teremos para a produção de conhecimento qualificado. Frente um quadro desesperador, temos no momento que enfrentar a proposta de mudança dos critérios de avaliação da CAPES sem saber se ela própria irá sobreviver a esse desmonte de todo o sistema. A despeito do desastre iminente, também cabe discutir como manter nosso objetivo central que é o de uma produção de qualidade e conferir como estamos trabalhando em nossos programas, laboratórios e em nossos núcleos de pesquisa. Só uma forma de superar o problema, saber que a produção científica brasileira depende do nosso empenho e de nossa capacidade produtiva.</p>Odair Furtado
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2019-11-212019-11-211212A Aculturação
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<p>A pesquisa qualitativa propõe a entrada do pesquisador em contato com temáticas singulares sobre o ser humano. Permite-se o aprofundamento de conteúdos subjetivos e emocionais sobre determinado assunto, como também, o método clínico-qualitativo, desenvolvido por Turato, abrange e viabiliza o acesso ao ser humano por intermédio de suas vivências e sentimentos ocasionados em contexto específico. Para reconhecimento do ambiente natural vivido pela temática a ser pesquisada, a aculturação se faz imprescindível para apreensão e compreensão do que se busca, além de direcionar o pesquisador a desenvolver comportamentos apropriados para sua entrada propriamente dita no ambiente. Busca-se neste trabalho discorrer sobre a aculturação como forma de compreender e aprimorar o formato de trabalho realizado em uma pesquisa clínico-qualitativista, partindo de uma pesquisa de mestrado em construção realizada pela pesquisadora. A pesquisa, aqui a ser utilizada, parte da dissertação de mestrado em que aborda a escolha pela pílula anticoncepcional pelas mulheres na atualidade por intermédio de entrevista semidirigida de perguntas abertas. Após o estudo teórico e experiência prévia com mulheres, confeccionou-se um roteiro de entrevistas de perguntas abertas que levassem a responder a pergunta de pesquisa do trabalho – por quais razões e em que reverbera esta escolha da pílula para a mulher? Para explorar tal questionamento, o roteiro de perguntas foi aplicado com sete mulheres com vistas de testá-lo e aprimorá-lo, como também, viabilizar a apropriação do roteiro pela entrevistadora. De uma entrevista para outra, o roteiro foi modificado, embora, com alguns deles foram realizadas mais de uma entrevista para real certificação sobre a dificuldade encontrada e reelaboração do roteiro para próxima aplicação, até o roteiro para a pesquisa propriamente dita. Observou-se com as aplicações, a necessidade de modificações no roteiro de entrevistas, como também, maior apropriação do conteúdo e dos objetivos da pesquisa pela entrevistadora, permitindo manejo adequado do roteiro e do <em>setting</em> de entrevista. Neste trabalho, o quinto roteiro de entrevistas viabilizou a resposta da pergunta, mas, principalmente, o processo de aculturação como um todo, propiciou a desenvoltura necessária para a pesquisadora conduzir suas entrevistas a serem utilizadas na pesquisa. Conclui-se que a aculturação é um método de averiguar a fidedignidade entre as perguntas do roteiro e o alcance de resposta para a questão norteadora da pesquisa, além de proporcionar o desenvolvimento de características necessárias para o pesquisador obter os dados para seu estudo.</p>Nathália Tavares Bellato SpagiariSilvia Cordeiro Nogueira
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2019-11-132019-11-131314A Angústia patologizada
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<p>O sujeito do inconsciente, como é produto da linguagem, portanto, ser de palavra, não possui um lugar estabelecido na civilização. A ele é dada a tarefa de criar esse lugar e sustentá-lo, com base nos limites impostos pela sociedade e por ele mesmo. Entretanto, deduz-se que sujeitos que se submeteram a uma medicalização não aceitaram a mobilidade rígida, que parece haver no inconsciente, enquanto uma libido que direciona e ao mesmo tempo, liberta, como possibilidade para viver. Necessitaram, então, de um substrato externo para que essa alteração constante, característica essencial da pulsão, estacionasse. Parece que, assim, a angústia não se produz. A teoria psicanalítica aponta um efeito de diminuição do limiar da angústia por parte dos sujeitos e também de profissionais da área, analistas, em suma. Dessa forma, ele indica que a experiência analítica, por meio da medicação, começou a passar longe da angústia, sendo que, para Freud, a angústia sempre foi motor da análise. Assim, na sociedade atual, não há como sustentar a angústia e conviver com ela, caso não haja uma intervenção externa, química, para saná-la. Esse afeto, então, não é mais caracterizado enquanto um afeto humano, essencial à constituição do sujeito. Ele é identificado enquanto uma patologia e, portanto, deve ser curado. A angústia, de acordo com a teoria psicanalítica, é algo que se sente. Assim, ele a caracteriza enquanto um afeto desligado de sua representação, um afeto no corpo, que não possui palavras para representá-lo. Dessa forma, este trabalho aposta que um anestesiamento do corpo, com o abuso de recursos ao medicamento, produz uma dessensibilização do sujeito para este afeto. Ele se trata de um aviso inconsciente, como um sinal de fumaça, um sinal de alerta, sinal de angústia, de que algo do inconsciente não vai bem, que o ameaça e, seguindo esse sinal, pode-se produzir sentidos singulares a partir dele. Entretanto, quando essa angústia é tapada, não se descobre a causa do sofrimento, já que ela está sempre está no discurso, na palavra, no laço com o outro. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a angústia e a patologização desse afeto em uma sociedade contemporânea que medicaliza sujeitos. Diante de um contexto de neurologização do sujeito atual, a angústia é colocada em lugar de doença, transtorno e, portanto, não pode existir, deve ser extinta pelo sujeito. Entretanto, segundo literatura da área, a falta é ameaçadora para o sujeito e a ausência dela posicionou o sujeito em uma condição de objeto, tirando-o de sua posição desejante e colocando-o no predomínio da angústia, da apatia e da alienação. Entende-se, portanto, que com a patologização da angústia, há um efeito contrário do esperado: uma inflação de angústia em um sujeito que não é capaz de produzir narrativa a partir dela, mas que é tomado por esse afeto e torna-se produto dele.</p>Isadora Nicastro SalvadorSilvia Nogueira Cordeiro
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2019-11-132019-11-131516A Criação da Psicanálise
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<p>É possível afirmar que o percurso que culminou na criação da Psicanálise durou aproximadamente 18 anos, porque Sigmund Freud, seu criador, formou-se médico em 1881 e desde o ano seguinte exerceu a medicina, até 1900, ano da criação formal da Psicanálise com a publicação da obra “A interpretação dos Sonhos”. Nestes 18 anos de prática clínica, muitas mudanças ocorreram, seja do ponto de vista técnico, seja do ponto de vista teórico, e estas mudanças resultaram dos “achados” clínicos que gradualmente conduziram o gênio de Freud a criação da Psicanálise. Criar a Psicanálise, este é o exemplo de Freud a ser seguido pelos psicólogos clínicos de orientação psicanalítica. Cada psicólogo clínico deve espelhar-se em Freud, isto significa operar com o método psicanalítico, vencer a resistência do paciente, fazer emergir o conteúdo inconsciente, interpretá-lo e possibilitar o alívio duradouro do sofrimento psíquico que acomete o paciente. Então, percorrer por meio das obras do período pré-psicanalítico a trajetória que possibilitou a criação da Psicanálise, considerando as mudanças teóricas que acompanharam as mudanças técnica-clínicas, contribuirá com a compreensão do método psicanalítico, contribuirá com prática clínica da Psicanálise. Contribuir para a compreensão dos aspectos que precederam e influenciaram a criação do método psicanalítico, por meio do estudo sistematizado e cronológico das obras do período pré-psicanalítico. Além disso, colaborar na recuperação da importância do período pré-psicanalítico, enquanto conhecimento indispensável ao aprofundamento no método psicanalítico. A metodologia da pesquisa consiste basicamente na leitura cronológica das obras do período pré-psicanalítico, com enfoque específico ao entendimento e à explicação das mudanças propostas por Freud, particularmente nas mudanças da técnica emprega na clínica das neuroses, mas também nos demais aspectos que influenciaram a criação do método psicanalítico. Trata-se de uma investigação teórica, enfocada no período pré-psicanalítico em que as inferências teóricas serão abordadas enquanto efeito de modificações técnicas adotadas na clínica das neuroses, que proporcionaram um entendimento novo sobre estas manifestações psicopatológicas. Em outras palavras, a teoria será utilizada para seguir o rastro da técnica que desembocará no método psicanalítico. Portanto, os “avanços” teóricos serão identificados e realçados com a intenção de identificar a modificação técnica associada, a partir das quais foi possível a criação do método psicanalítico. A pesquisa encontra-se em andamento, portanto não há resultados conclusivos. Mesmo assim, pode-se pôr em evidência que a prática clínica de Freud, ainda no período pré-psicanalítico, é fonte de exemplos indiscutíveis. Entre eles, pode-se dar destaque ao fato de Freud por prova teorias explicativas e técnicas de tratamento das neuroses, para em seguida, constatada sua ineficiência, abandoná-las. Quer dizer, a criação da Psicanálise necessitou do abandono de teorias e técnicas supostamente científicas.</p>Vinícius Xavier Cintra MarangoniMary Yoko Okamoto
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2019-11-132019-11-131718A Educação positiva em um grupo operativo de pais e filhos
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/554
<p>Um grupo operativo se trata de um trabalho em grupo com o objetivo de promover a aprendizagem dos sujeitos envolvidos, sem objetivos terapêuticos, visando a construção de um espaço de discussão e uma leitura critica da realidade. No curso de Psicologia, na disciplina de Estágio em Habilidades Sociais e de Saúde, são realizadas diversas atividades com o objetivo de preparar os estudantes para os atendimentos dos anos seguintes. Nesse estágio, os alunos devem montar um grupo operativo, delimitando um público alvo, trabalhando aspectos em comum identificados nas triagens dessas pessoas. Foi selecionado como público, crianças de 7 a 11 anos e seus pais ou mães. Como base foi utilizado o livro Eduque com Carinho, da autora Lidia Weber, que trazia dicas e explicações sobre os principais aspectos relacionados à criação de um filho, observando a educação positiva e a teoria da análise do comportamento. A educação positiva busca o equilíbrio nas relações entre pais e filhos, estabelecendo limites firmes, incentivando a autonomia e a liberdade dessas crianças. Os encontros foram realizados por quatro estagiários, divididos entre um grupo de pais e um grupo de filhos, sendo atendidos ao mesmo tempo. Para os pais foram explicados conceitos teóricos e discutidos os principais problemas na criação de um filho, com exemplos trazidos por eles. Para os filhos foram realizadas atividades lúdicas com o objetivo de trabalhar os mesmos aspectos que estavam sendo discutidos com os pais, por meio de jogos, brincadeiras e desenhos. Foram realizados três encontros com duração de três horas cada aos sábados. O objetivo era trabalhar problemas relacionados às queixas dessas crianças, nesse caso, autoestima, habilidades sociais, agressividade e relacionamento familiar. Dos sete pais convidados a participar, quatro aderiram ao grupo, desses, dois foram em todos os dias e dois faltaram em apenas um encontro. Os resultados puderam ser observados na mudança de perspectiva dos pais em relação ao tratamento com os filhos e do engajamento das crianças nas atividades. Também foi possível perceber a importância do grupo por meio dos relatos dos pais no último encontro.</p>Lucas DieguezMarcia Zanoni MarquesDéborah Azenha de Castro
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2019-11-132019-11-131920A Escrita no real
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/584
<p>O real se trata de um dos conceitos mais importantes e mais complexos para a teoria psicanalítica lacaniana. Esse conceito é considerado um dos registros do sujeito que, enlaçado ao ternário simbólico e ao imaginário, formam o nó borromeano, estrutura topológica essencial para Lacan teorizar sua noção de estrutura subjetiva. O nó borromeano se mostra na topologia como três círculos unidos que, ao cortar um deles, todo o enodamento se desfaz. Isso se refere ao fato de os registros existirem simultaneamente e, se um deles não estiver ali, nenhum dos três se mantém. O registro do real mostra uma dimensão material do sujeito. O registro do simbólico denota a incidência da linguagem enquanto produtora de cadeias significantes, de uma narrativa, de uma história. Segundo a teoria psicanalítica, o registro do imaginário se relaciona à realidade ficcional, constituída com artifícios de imagem, sendo ela de um corpo, dado que a criação imaginária marca uma fixidez fantasística. Diante da dimensão material do sujeito, nua e crua, evidenciada pelo real, entende-se que não é possível a criação de uma explanação de uma história que seja feita apenas de real. Ele depende dos outros registros para que se mostre e seja marcado. Atualmente, os sintomas contemporâneos que aparecem na clínica parecem denotar um predomínio e uma exacerbação do real vivido no corpo, nisso que é pura matéria. Na obra “Com a palavra, Arnaldo Antunes”, é possível analisar as criações produzidas pelo cantor enquanto uma tentativa de contornar e de fazer letra, verso, som e rabisco no real, por meio de intervenções artísticas que o fazem borda. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é fazer a relação entre o conceito lacaniano de real e as produções artísticas, visuais e sonoras de Arnaldo Antunes, expostas no documentário disponível pela <em>Netflix</em>. O método utilizado foi a análise documental, com o uso do aporte teórico de cunho psicanalítico lacaniano. Por meio da obra de Arnaldo Antunes, entende-se que o autor faz uso de elementos artísticos que se usam de junção de palavras, ferramenta que o próprio Lacan utilizava, para que esses neologismos produzam algo que foge do sentido simbólico e conceitual sobre algo, mas que se propõem a afetar um corpo, a matéria, o real, o sujeito. Além disso, Arnaldo Antunes sugere uma nova apreensão das palavras faladas, escritas e ouvidas. Longe de estarem estruturadas, formatadas e ditas corretamente, essa nova escrita engendra o estatuto singular do sujeito que a produziu. Essa é a aposta de uma psicanálise: fazer emergir um sujeito que produza aquilo que deseja, aquilo que o toca, que movimenta seu corpo. Portanto, as produções do multiartista parecem conciliar com as intervenções psicanalíticas, principalmente estando essa cada vez mais convocada a trabalhar com sujeitos que possuem sintomas contemporâneos de exacerbação do real. Há, então, uma produção que pode surgir de um sintoma sem narrativa: fazer dele arte singular.</p>Isadora Nicastro Salvador
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2019-11-132019-11-132122A Medicalização do luto num contexto de biopolítica
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/594
<p>Ao pensar os processos de saúde e doença em Psicologia, faz-se importante olhar para os manuais diagnósticos. O DSM-5 foi muito criticado, pois vários aspetos da vida cotidiana passam por um processo de patologização e medicalização. O luto é um processo da vida cotidiana, diferente dos demais por ser algo inerente à existência humana e por ser uma experiência estruturante, pois ao se deparar com a morte o homem se depara com a sua impossibilidade. Esta pesquisa surge da questão: como os processos de luto são citados nos DSMs e como se construiu o processo de psicopatologização desta experiência? Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa, documental. Este estudo teve como foco a descrição dos processos de luto no DSM-5, que apresenta a possibilidade do luto ser caracterizado como um transtorno do humor. Foi realizado um mapeamento de elementos característicos desses processos nas edições do DSM. A forma de lidar com a morte está relacionada a aspectos culturais; o luto, antes compreendido como uma dor a qual a sua manifestação era legítima e necessária, agora apresenta uma nova configuração, na qual a sociedade exige dos enlutados um autocontrole. Segundo Foucault, a biopolítica tem como alvo o homem como ser vivo e como espécie; tem como objeto de intervenção, os processos biológicos dos fenômenos populacionais; pretende estabelecer sobre os homens uma espécie de regulamentação. A medicina social diz respeito a uma sucessão de estratégias biopolíticas para controle e gestão da população, visando uma atuação preventiva contra qualquer possibilidade de perigo. A população passa a ser um problema biopolítico devido à complexidade da sua natureza e é em função dela que se estabelece uma classe de medicalização. A psiquiatria abdica de sua função de cura e passa a concentrar-se no papel de proteção e ordenação social e biológica, tornando as fronteiras entre o normal e o patológico cada vez mais ambíguas, naturalizando a medicalização de comportamentos, estendendo-se a todos os domínios da existência. Pode-se pensar nas estratégias de classificação dos manuais diagnósticos, como dispositivos biopolíticos. O movimento de psicopatologização das experiências cotidianas ocorre ao longo das edições do DSM, tendo seu ápice no DSM-5. Isto ocorre com outros transtornos além do luto. O luto foi retirado dos critérios de exclusão do diagnóstico do Transtorno Depressivo Maior, portanto, alguém que está passando por um processo de luto pode ser diagnosticado com depressão caso os sintomas persistam por mais de duas semanas; isto pode incentivar o diagnóstico prematuro de depressão na sequência ao luto. Há uma preocupação de que pacientes em luto possam ser prescritos com antidepressivos para administrar as reações esperadas ao luto. O DSM-5 também propõe o “Transtorno do Luto Complexo Persistente”, é a primeira edição do DSM que sugere o luto patológico como uma categoria diagnóstica. Pode-se perceber uma mudança no período de tempo em que as reações ao luto são consideradas esperadas, passando de três meses no DSM-III-R para dois meses no DSM-IV e duas semanas no DSM-V. Portanto, concluímos que este manual continua patologizando e permitindo uma medicalização da vida cotidiana, e do processo de luto. </p>Thais Fernanda Roberto OlivieraMarcos Alexandre Gomes Nalli
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2019-11-132019-11-132324A música como forma de comunicação do adolescente no setting psicanalíto
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/571
<p>A adolescência corresponde ao período do desenvolvimento psicossexual nomeado por Freud como fase genital. O indivíduo vivencia emoções tão intensas e apresenta comportamentos que demandam reflexões a ponto já ter sido nomeada Síndrome Normal da Adolescência por outro autor. O jovem lida com o luto pelo corpo de criança e pelos pais da infância, necessitando lidar ainda com a fantasia da bissexualidade. Nesse período, as relações objetais se estabelecem de forma mais sofisticada e a vivência da sexualidade deixa de ser, apenas, autoerótica e passa a ocorrer a busca pelo objeto. Logo, é considerado como um período de passagem para a vida adulta. Assim, o ego e o superego desenvolvidos a partir das figuras parentais introjetadas são contrastadas com a necessidade em se inserir em grupos. São comuns dúvidas ideológicas, culturais, políticas e religiosas, gerando inconformidades internas de personalidade. Em um contexto no qual predominam relacionamentos como “ficar sem compromisso” e uma cultura que impõe padrões comportamentais, são naturais os conflitos sexuais. Este trabalho objetiva apresentar o assunto da sexualidade na adolescência revelada através do <em>funk</em>, ritmo musical que inclui letras com conteúdos referentes ao erotismo. Trata-se de um fragmento de uma pesquisa maior de mestrado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina. O estudo foi realizado através do método clínico-qualitativo a partir da entrevista com uma psicanalista, que assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram explorados pela técnica de análise de conteúdo. Frequentemente, pacientes adolescentes levam seus celulares para as sessões a fim de mostrarem algum conteúdo. É uma forma de se expressarem, podendo incluir até mesmo questões ainda inconscientes. No fragmento em questão, verificou-se que face à dificuldade em exteriorizar o assunto em palavras, a sexualidade foi comunicada através dos <em>funks</em> denotados durante as sessões, cabendo à analista a interpretação da significação do tema para o paciente. Atualmente, esse ritmo é conhecido por suas letras ambíguas que abordam atitudes sexuais. Seja qual for a situação introduzida no <em>setting</em> terapêutico, é uma forma de manifestação inconsciente, sendo um instrumento incluído como possibilidade de compreensão analítica. Dessa maneira, a associação livre de ideias é exercida de modo lúdico, tendo o gênero musical em evidência como facilitador desse processo.</p>Felipe de Souza BarbeiroMaria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis
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2019-11-132019-11-132526A prática do cyberbulling entre os estudantes do ensino médio
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/557
<p>Cyberbullying é uma ação agressiva/intimidadora realizada em meio <em>on-line </em>que, nos últimos anos, tem se intensificado entre os estudantes. Em virtude da amplitude comunicacional e da rapidez com que as informações trafegam na <em>internet, </em>as intimidações <em>on-line</em> extrapolam os muros da escola e alcançam a vítima em qualquer lugar e a qualquer momento. Essas condições tem caracterizado o cyberbullying como uma prática agressiva mais devastadora que o <em>bullying </em>presencial. O principal objetivo desse estudo foi averiguar a identificação dos estudantes do ensino médio com os diferentes papéis exercidos no cyberbullying, isto é, vítima, agressor e retaliador. Participaram 223 estudantes de instituições públicas do estado de São Paulo. Desses participantes, 38,2% eram do sexo masculino (<em>n=</em>102), 44,2% (<em>n=</em>118) do feminino e apresentaram idade média de 17,6 anos. Para coleta de dados foi aplicado a Escada de Avaliação do Cyberbullying (EAC). A aplicação coletiva se deu em, aproximadamente, 45 minutos e ocorreu somente após a assinatura do termo de consentimento pelos pais/responsáveis. Efetuou-se análises estatísticas descritivas e comparativas que consideraram também o tempo dispensado com horas na <em>internet</em>, os tipos de dispositivos utilizados e a preferência por recursos/aplicativos <em>on-line. </em>Dentre os resultados encontrados, observou-se que o papel de retaliador foi o mais pontuado entre os participantes. Os índices obtidos das análises comparativas não identificaram diferenças significativas entre as médias dos grupos constituídos a partir do ano escolar, tipo de equipamento tecnológico adotado (computador, <em>tablet</em> ou <em>smartphone</em>) e horas <em>on-line. </em>Diferenças entre os sexos também não foram observadas. As redes sociais (<em>Facebook, Instagram, Twitter </em>e outros<em>) </em>foram indicadas como o recurso da <em>web</em> preferido pelos alunos que apresentaram as maiores pontuações nos papéis de retaliador e agressor. Entre os estudantes que obtiveram altos índices no perfil de vítima, dois recursos despontaram e indicaram valores semelhantes: as redes sociais e os sites de busca. Os resultados sugerem que estudantes agredidos/ofendidos veem adotando a <em>internet</em> para intimidar seu agressor. Embora muitos alunos busquem a retaliação para satisfazer um desejo de justiça, essa ação não é considerada como uma estratégia contra o cyberbullying, mas um comportamento que pode agravar ainda mais a situação. Espera-se que os achados tragam informações que contribuam com as ações de pais, professores e psicólogos contra a prática do cyberbullying e, ainda, instiguem futuras pesquisas a aprofundarem o conhecimento científico sobre essa temática.</p>Andrea Carvalho BeluceKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-132727A relação professor-aluno e a motivação para aprender no ensino médio
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/555
<p>O relacionamento entre o professor e seu aluno é um dos principais aspectos da aprendizagem, além disso, um aluno motivado realiza suas tarefas com maior facilidade. Por isso, este estudo tem como objetivo compreender possíveis relações entre a perspectiva de alunos e seus professores sobre a interação professor-aluno e a motivação para aprender no Ensino Médio, além de identificar e buscar evidências de validade para um instrumento de medida da relação professor-aluno no Ensino Médio, levantando as percepções da relação professor-aluno e a motivação para aprender a partir da perspectiva do aluno e do professor e analisando possíveis diferenças ou semelhanças entre os três anos escolares do Ensino Médio a partir dos construtos estudados. Participarão da coleta de dados 450 alunos e aproximadamente 15 professores de todas as disciplinas, de 4 escolas públicas do norte do estado do Paraná, por meio da aplicação de três instrumentos, dois abordando a relação professor-aluno (um sob a perspectiva do aluno e outro do professor) e um sobre a motivação. Sendo assim, espera-se realizar a compreensão da relação professor-aluno e a motivação para aprender, bem como o levantamento e a possibilidade de associação destes. Além disso, os benefícios também se relacionam com a contribuição para a produção do conhecimento.</p>Lucas DieguezKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-132828Análise descritiva do jogo resta 1
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/581
<p>O jogo é um instrumento que pode possibilitar interações bem como o desenvolvimento do indivíduo nos aspectos cognitivo, afetivo e social, no entanto, para isso é necessário ter clareza dos objetivos e finalidades para tal proposta. O jogo de regra, objeto de análise do presente trabalho, faz parte do cotidiano de crianças entre 7 a 11 anos, no qual se predomina o estágio das operações concretas. Neste sentido, o objetivo desse estudo é de descrever o jogo de regra Resta Um no Ensino Fundamental I. O jogo Resta Um é um quebra-cabeça e o objetivo dele é retirar o máximo de peças do tabuleiro, saltando com uma sobre a outra, no entanto, a peça que foi saltada deve ser removida. Não se pode mover as peças, mas apenas executar o movimento do salto sobre outra peça, em linha reta, sempre na posição vertical ou horizontal, respeitando as linhas do tabuleiro. No início do jogo, há 32 peças no tabuleiro, deixando vazia a posição central. Quando não houver mais possibilidade de executar esses movimentos, o desafio termina e o número de peças que restaram no tabuleiro representa o escore. Portanto, quanto menor o escore, melhor é o resultado, tentando deixar apenas uma peça. Participaram da pesquisa 48 alunos do 2º ao 5º anos. Por meio da análise foi possível perceber que os alunos demonstraram bom desempenho, considerando que o tabuleiro tem 32 peças, a pontuação mínima foi de 4 peças e a máxima de 11 peças, ou seja, a maioria (<em>n</em>= 33) das crianças que participou do jogo Resta Um deixou poucas peças em suas jogadas.</p>Roberta Rosseti Flor da Rosa SantosKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-132929As características de uma relação de ajuda sob o enfoque da abordagem centrada na pessoa
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/588
<p>O presente trabalho objetiva investigar as principais características de uma relação de ajuda na Abordagem Centrada na Pessoa, e verificar em quais áreas a proposta rogeriana é utilizada para promover relações de ajuda. Para tal, o trabalho foi produzido de acordo com a metodologia de revisão bibliográfica. Através dos resultados, pôde-se observar que a teoria de Rogers diferencia-se das demais por não haver técnica, buscando proporcionar ao indivíduo condições favoráveis ao seu crescimento pessoal. Na Abordagem Centrada na Pessoa, o papel do profissional de Relação de Ajuda não é o de fornecer soluções ou estratégias previamente definidas para a resolução da situação-problema, mas antes agir de modo que o outro compreenda melhor a sua situação e a si mesmo. Deste modo, estabelecer uma relação de ajuda significa que o profissional deve criar as condições relacionais que permitam aquele que pede ajuda encontrar a melhor solução, no sentido de ultrapassar suas dificuldades ou problemas. Para tanto, o enfoque rogeriano destacou a tendência atualizante e a não-diretividade como os aspectos essenciais à conduta do terapeuta na tentativa de promover situações positivas ao desenvolvimento do cliente. Relativamente a isso, para as diferentes relações que se estabeleçam, segundo Rogers, aplica-se grande importância terapêutica que estas sejam mediadas por sentimentos autênticos e honestos. A este respeito, a perspectiva rogeriana sugere um novo enfoque à Psicologia, no que tange à crença no potencial humano em modificar-se, ampliando horizontes. Os resultados da pesquisa também indicaram que a aplicabilidade da Abordagem Centrada na Pessoa não se limitava somente ao campo psicoterápico, observando e incentivando sua teoria em outras áreas das relações humanas, como a saúde e educação. Sob esse olhar foi possível compreender, inclusive, que a humanização em saúde desvela-se para as práticas concretas empenhadas com a produção de saúde de tal forma a lapidar o atendimento e fornecer melhores condições de trabalho e de participação dos diferentes sujeitos implicados neste processo de promoção de saúde. A partir dos dados obtidos na pesquisa, foi possível considerar que a Abordagem Centrada na Pessoa fundamenta relações de ajuda nas áreas clínica, da saúde e da educação.</p>Ana Mayra Berti MunhozLaura Ferreira Crovador
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2019-11-132019-11-133031As Startups no contexto da organização capitalista financeira
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/574
<p>As Startups estão no epicentro das narrativas sobre o capitalismo contemporâneo e a imagem que a maioria das pessoas faz destas empresas envolve características de inovação e liberdade de ações. Assim, a Startup pode ser qualquer empresa que envolve gestão de inovação e incerteza. Até mesmo empresas já consolidadas, que conseguiram personificar seus negócios, valendo-se de novidade, rapidez, flexibilidade e alta capacidade de adaptação às contingências dos mercados podem ser consideradas uma Startup (Faria, 2018). O objetivo do presente estudo teórico consiste em analisar a emergência histórica e a disseminação das Startups a partir de uma leitura psicossocial crítica, destacando suas características e efeitos subjetivos no cotidiano da população. Como resultado da pesquisa, pode-se dizer que a história de sua disseminação no mundo pode ser considerada recente e veloz. A emergência das Startups ocorreu em um momento histórico de mudanças na maneira como profissionais conectam-se com o trabalho e com a produção. Estas mudanças iniciaram-se a partir de 1970 com as crises geradas pelo desgaste do paradigma da sociedade urbano industrial. Com esse desgaste, houve uma reconfiguração do capitalismo a partir do capital financeiro (Pochmann, 2018; Lazzarato, 2017). Com a instalação da finança no coração da acumulação capitalista, a especulação financeira passa a ser o motor da economia (Lazzarato, 2017). Esta reorganização do capital tem sido marcada pelo dinamismo econômico policentrista e pela ascensão de corporações transnacionais sob a dominância financeira (Pochamann, 2016). Esta nova forma global de economia, que Negri e Hardt (2001) chamam de império, tem como característica a ausência de um centro territorial de poder. Seu exercício acontece de maneira quase ilimitada, sem fronteiras e barreiras fixas. Ao contrário das empresas tradicionais, seus limites são geograficamente abertos e em expansão, incorporando o mundo todo. Dentro desta reorganização econômica, outro elemento importante foi a adesão a um modelo de rede que caminha rumo a constituição de uma economia da informação, a oferta de serviços e o manuseio de informação (Negri & Hardt, 2001). A economia em rede, como analisa Rifkin (2001), caracteriza-se por ciclos curtos de produtos e por fluxo em permanente expansão de bens e serviços, na qual a participação e o trabalho humanos são cada vez mais escassos. Assim, embora essas novas tecnologias façam a difusão de promessas de uma nova democracia e de igualdade social, elas engendram linhas de desigualdade e exclusão (Negri & Hardt, 2001). Com a financeirização da economia, a ascensão das corporações transnacionais e a formação de uma nova economia global, o Império foi tecendo um contexto econômico fértil para as Startups se disseminar. Pela descrição da emergência histórica das Startups e seus efeitos psicossociais, conclui-se que no contexto econômico pautado na especulação financeira as Startups tornam-se grandes apostas especulativas. Elas apoiam-se e se sustentam no mercado financeiro especulativo através de investimentos de alto risco que apostam em projetos que supostamente poderão, no futuro, render dinheiro e se valorizar. Entretanto, em uma análise crítica, nota-se o quanto elas deixam entrever uma saída amplamente idealizada para os graves problemas de inclusão social que atravessam a atualidade</p>Milena de Lima BarbosaSonia Regina Vargas Mansano
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2019-11-132019-11-133233Avaliação por meio do Subteste Cubos
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/583
<p>A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças - 4ª Edição (WISC-IV) é um instrumento clínico de aplicação individual, que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas em crianças entre 6 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses. Compreende como parte do teste cubos brancos e/ou vermelhos, em que o indivíduo deverá construir a imagem que lhe foi apresentada por meio destes itens com um tempo determinado. O objetivo que se pretende alcançar é de medir a habilidade de analisar e sintetizar estímulos visuais abstratas, podendo também levar a criação de conceitos não verbais, percepção visual e organização, processamento simultâneo, coordenação visual e motora, aprendizado e habilidade de separar figura e fundo por meio de estímulos visuais. O indivíduo examinado utiliza cubos vermelhos e/ou brancos para construir um modelo que o aplicador disponibiliza no Caderno de Estímulos, com tempo determinado. Conforme a criança realiza e conclui a tarefa, o examinador avalia e atribui uma pontuação que pode variar se tiver com ou sem tempo de bônus. Participaram do estudo 48 alunos do 2º ao 5º anos. Por meio da análise observou-se que os alunos da amostra (<em>n</em>= 48) apresentaram bom desempenho, uma vez que a média de pontos (<em>M</em>= 8,848) foi mais da metade, considerando que o Subteste é composto por 14 tarefas com tempo determinado para a realização de cada uma.</p>Roberta Rosseti Flor da Rosa SantosKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-133434Avaliação terapêutica e psicodiagnóstico interventivo
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/589
<p>O presente resumo busca realizar uma revisão narrativa sobre dois modelos de Avaliação Psicológica: Avaliação Terapêutica e o Psicodiagnóstico Interventivo, apontando aspectos que se aproximam e que se distanciam dentro das duas práticas. O Psicodiagnóstico Interventivo é um modo específico de Psicodiagnóstico que se caracteriza como um procedimento clínico que visa realizar intervenções ao longo da avaliação psicológica e não apenas após seu término. Neste modelo de Avaliação Psicológica não há um número definido de sessões e nem etapas a serem cumpridas, há apenas eixos norteadores que possibilitem a realização do trabalho, ou seja, este modelo não contém procedimentos pré-estruturados. Seus efeitos podem aprofundar a vivência do paciente e potencializar os efeitos terapêuticos, bem como preparar o paciente para iniciar uma psicoterapia e corroborar na promoção da saúde mental, podendo até, em alguns casos, substituir uma longa psicoterapia. Assim como o Psicodiagnóstico Interventivo, a Avaliação Terapêutica não restringe as intervenções ao fim do processo diagnóstico e, por meio do material clínico e dos dados obtidos com testes, busca uma compreensão profunda e global do paciente, visando alcançar a singularidade deste. O processo de Avaliação Terapêutica foi semiestruturado em seis etapas, sendo estas: (1) realizar a entrevista inicial e auxiliar o sujeito a construir questões que gostaria que fossem trabalhadas ao longo dos atendimentos; (2) aplicação de testes e técnicas; (3) sessões interventivas que serão preparadas a partir dos dados obtidos nas duas primeiras etapas; (4) sessão de síntese e discussão dos resultados obtidos até então; (5) escrita dos resultados; (6) sessão de <em>follow-up</em>. Este modelo de psicodiagnóstico possui como principal objetivo ajudar as pessoas atendidas a desenvolverem autoconhecimento e potencializar a busca pelo progresso pessoal e/ou a cura, tendo como princípio básico uma maior integração do sujeito, bem como prepará-lo para futuros encaminhamentos caso precise. Deste modo, observa-se que tanto o Psicodiagnóstico Interventivo como a Avaliação Terapêutica possuem objetivos e efeitos semelhantes, porém mostrando divergências em relação aos procedimentos adotados. A Avaliação Terapêutica possui etapas semiestruturadas e bem delineadas, enquanto o Psicodiagnóstico Interventivo apresenta procedimentos menos estruturados e mais abertos.</p>Miriam ChicalskiFabiano Koich Miguel
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2019-11-132019-11-133536Black Mirror
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/564
<p>Este é um trabalho que se propõe a analisar por meio da teoria psicanalítica, um episodio da série <em>Black Mirror</em>, que apresenta uma família composta por uma mulher - Marie, sua filha – Sara, e seu avô – Russ, todos moram na mesma casa. O episódio apresenta as dificuldades da mãe em tolerar experiências dolorosas e frustrantes vividas pela filha, e diante disso, realiza um implante digital que monitora e armazena toda a vida da filha. Além disso, a mãe pode optar em impedir a visão, por parte da filha, de cenas de agressão e violência, evitando que Sara entre em contato com situações que causem medo. Como objetivo pontua-se analisar a relação estabelecida entre mãe e filha, permeada pela interação com aparelhos e aplicativos, através de conceitos psicanalíticos. Enquanto metodologia, trata-se de uma pesquisa teórico-conceitual a respeito do narcisismo parental, na teoria psicanalítica. Quanto aos resultados, discute-se que Marie demonstra sentir angústia de separação e intrusão: separação da célula narcísica mãe-bebê, além da ausência da função paterna que interfere em tal simbiose. Esta questão, entretanto, é ainda permeada pela presença de um aparelho digital, que monitorava a localização, informações do corpo e gravava todas as imagens da vida de Sara. Assim, Marie poderia visualizar os lugares, situações e encontros vividos pela filha. Nesta dinâmica, elas vivem a teoria freudiana chamou de narcisismo primário, ou seja, momento no qual os desejos dos pais são impostos sobre a criança, colocando seus ideais e expectativas. Diante disto, destacamos a importância deste investimento, já que é necessário para o desenvolvimento da subjetividade do filho e pelo desenvolvimento do ego ideal. Porém neste caso, não há separação, já que a mãe não coloca ausências para Sara, e se mantém onipresente. As possíveis consequências disto seriam a dificuldade de Sara em lidar com frustração, bem como situações de desprazer e expressão da agressividade. Destacamos também que quem faz o papel de “Sua Majestade, o bebê” no episódio é a mãe. Já que ela se apresenta como ‘uma criança desamparada’, que tem medo de separação e evita o sofrimento da filha a todo custo por meio do <em>chip</em>, impondo esta dinâmica no vínculo com a filha. Isto poderia ocorrer porque acreditamos que a capacidade dos pais de se frustrarem influência e eventualmente dificulta a possibilidade de frustrarem seus filhos, e com isso, romper a onipotência narcísica. Além disso, entendemos a utilização da tecnologia como forma de controle, mas também como meio de viver apenas a presença e não lidar com a ausência. Se em outros contextos era possível que a mãe exigisse a presença do irmão ou de uma pessoa adulta para que o/a filho fosse a uma festa, viagem, o uso da tecnologia resultou na presença constante da mãe na vida da filha, com a justificativa de evitar a todo o custo, o sofrimento da filha, que na verdade, seria a impossibilidade da mãe em separar-se da filha e suportar o sofrimento da mesma diante das demandas e experiências da vida.</p>Bruna Bortolozzi MaiaDirceu Duarte GomesMary Yoko Okamoto
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2019-11-132019-11-133738Contribuições de estratégias de autorregulação da aprendizagem no ensino superior
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/559
<p>A autorregulação da aprendizagem é um processo autodirigido e volunta´rio, o qual permite o gerenciamento comportamentos, sentimentos e pensamentos no desenvolvimento das tarefas acade^micas. Autoresdefendem que os processos de autorregulac¸a~o dependem de certas dimenso~es de funcionamento psicológico, e uma delas é o “como estudar”, que expressa a necessidade de uso de estrate´gias para que o estudante gerencie sua aprendizagem.Este resumo tem como objetivo as contribuições de intervenções de promoção de estratégias autorregulatórias para o processo de aprendizagem no ensino superior em um mapeamento de pesquisas da área. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, que teve como procedimento metodológico uma revisa~o de literatura nacional sobre o tema, no período entre 2011 e 2017. Considerou-se pesquisas publicadas em perio´dicos de maior impacto e uma tese pertinente ao tema. Por meio da revisão foram encontrados estudos de intervenção por monitorias e narrativas autobiográficas em cursos de formação de professores, programa de ensino de estratégias de aprendizagem com graduandos de diferentes cursos e disciplina eletiva sobre autorregulação da aprendizagem e estratégias. Autores destacaram que a monitoria contribuiu para a aprendizagem e, paralelamente, para formar professores qualificados para assumirem a profissão, pois, o apoio entre monitor e discente, ambos conseguem raciocinar de maneira mais satisfatória e compreender melhor as questões do cotidiano escolar. Portanto, a interação e cooperação foram as estrate´gias que mais mobilizam os processos de ensino e de aprendizagem. Um estudpo sobre o tema constatou que a autorregulac¸a~o da aprendizagem e´ promovida quando se recorre aos portfo´lios, ao passo que desencadeia a reflexão e a interação ddestacar as dimenso~es pessoais, que impulsionam as competências profissionais. Os participantes mostraram que ao construir sua pro´pria narrativa, regularam e sistematizaram as ac¸o~es que envolvem o pensar sobre si e sobre o ambiente, a fim de autorregular sua aprendizagem. Em outro estudo mapeado, por meio de um programa de seis encontros considera que foram propiciadas condições aos estudantes favorecedoras de mudança. Os pro´prios participantes do grupo experimental afirmaram mudanças de médio impacto na dimensão pessoal, estudo e interpessoal, como por exemplo, maior autoconhecimento, participac¸a~o em aula e menos ansiedade. Em relação à disciplina eletiva oportunizada em um estudo de , os resultados indicaram um impacto positivo no processo de desenvolvimento da autonomia dos estudantes, pois, eles ampliaram o conhecimento sobre estrate´gias de aprendizagem nas diferentes fases da autorregulac¸a~o. Os resultados dessa pesquisa demonstraram que os estudos de intervenções investigados apresentam as contribuições do ensino de estratégias de aprendizagem para a promoção do processo autorregulação. Por meio de diferentes formatos, as intervenções tiveram um impacto positivo nas dimensões pessoais e acadêmicas dos participantes. Portanto, é necessário que outras propostas como essas sejam promovidas no ensino superior, de modo a contribuir com o processo de autorregulação da aprendizagem dos universitários.</p>Francielle Nascimento MerettGeuciane Felipe Guerim FernandesKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-133940Das cartas ao Whatsapp
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/572
<p>Atualmente, novas formas de comunicação têm surgido a partir do avanço tecnológico, emergindo novas relações pessoais. Tecnologias como o aplicativo <em>WhatsApp</em> possibilitam contato imediato entre os indivíduos, diminuindo o tempo de espera entre enviar e receber uma mensagem. À escrita são integrados <em>emoticons</em>, utilizados como recurso linguístico pelos sujeitos a fim de expressarem seus sentimentos. Percebidos como modo de expressão econômico, essas imagens relacionam-se à fala imagética e vazia de eu, escutada também no <em>setting</em> analítico. Acompanhando as conjunturas da contemporaneidade, analistas e pacientes trocam mensagens através de dispositivos eletrônicos, tornando necessária a reflexão quanto ao uso de aparelhos tecnológicos no enquadramento da clínica psicanalítica. A comunicação por meios digitais pode tanto estar a favor de uma associação livre de ideias como a favor de uma resistência. Isso faz com que psicanalistas pensem a respeito da manifestação de conteúdos inconscientes, pois a linguagem varia de acordo com o contexto social e temporal no qual o sujeito está inserido. Se, atualmente, o contato entre a díade pode ser facilitada pelos dispositivos eletrônicos, autores clássicos da psicanálise, como Freud, Klein e Winnicott também interagiam a distância com seus pacientes por meio dos recursos disponíveis em suas épocas. Era por intermédio da troca de cartas que analistas se comunicavam. O objetivo deste trabalho é discutir as possíveis implicações do uso de tecnologias atuais na comunicação entre profissionais e pacientes, relacionando-o à forma como os pioneiros da psicanálise se comunicavam. A questão é analisada qualitativamente a partir de fontes bibliográficas. Percebe-se que a diferença entre a comunicação via <em>WhatsApp</em> e via correspondência pode estar no uso que se faz dessas ferramentas e não na função analítica. Isso se deve ao fato de que, de certa forma, toda escrita é virtual, desde sua origem na Mesopotâmia. Em vista disso, sendo por meio digital ou pelo papel, contatos a distância entre analistas, inclusive com alguns pacientes, são praticados no meio psicanalítico desde sua criação. Freud trocava cartas com o pai de Hans, Klein recebeu uma correspondência da mãe de um paciente infantil e Winnicott também se comunicou com os pais de Piggle por intermédio de cartas. Hoje, pacientes, ao se comunicarem pelo aplicativo com suas analistas, transmitem seus conteúdos internos, refletindo as características engendradas pelo advento tecnológico. Portanto, pode-se concluir que, desde as primeiras trocas de cartas até as trocas de mensagens por <em>WhatsApp</em>, a comunicação virtual é existente no meio psicanalítico e as formas de comunicação se alteram conforme as demandas e tecnologias disponíveis.</p>Felipe de Souza BarbeiroMaria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis
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2019-11-132019-11-134142Desenvolvimento humano e desenvolvimento comunitário na atuação do psicólogo no suas
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/595
<p>A inserção de psicólogos no âmbito Política Nacional de Assistência Social (PNAS) promoveu a emergência de diferentes questões acerca dos modos atuação neste campo. Destaca-se, a partir das normatizações indicadas pela política, que o trabalho nesse contexto tem como proposição a construção de ações direcionadas ao desenvolvimento individual, familiar e comunitário, de modo a privilegiar a participação ativa dos usuários nos diferentes espaços de vivência social<strong>. </strong>Entende-se que, neste contexto, se coloca como desafio a construção de caminhos para uma atuação direcionada a promoção de processos de desenvolvimento que congreguem os processos singulares vivenciados pelos usuários atendidos e as dimensões comunitárias compartilhadas por estes sujeitos. Nesta direção o presente estudo, a ser desenvolvido com base na metodologia qualitativa, objetiva analisar a atuação do psicólogo no Trabalho Social com Famílias enquanto promotora da articulação entre processos de desenvolvimento humano e desenvolvimento comunitário no âmbito da Proteção Social Básica no Sistema Único de Assistência Social. Para tanto, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com psicólogos que trabalharem em equipes técnicas de serviços que compõem este campo. Sendo estes serviços marcados pela atuação junto à vulnerabilidade social e a opressão, dado ao contexto de extrema desigualdade social que marca o surgimento da política, o trabalho a realizado nesses espaços demandam propostas de ação que se pautadas em referenciais que dialoguem com essas problemáticas. Nesse sentido, será utilizada como base teórica a obra desenvolvida por Paulo Freire, uma vez que esta se apresenta como uma perspectiva teórico-metodológica voltada a processos de mudança que ultrapassam o âmbito individual, direcionando-se a uma perspectiva de transformação social, com foco no desenvolvimento de sujeitos ativos e coparticipantes na produção de novas leituras de si e do mundo. Espera-se que ao final da pesquisa possamos compreender o papel do trabalhador social, em especial do psicólogo, para a efetivação destes processos bem como a percepção destes profissionais sobre a questão.</p>Claudia de Godoi Ferreira de AlmeidaRafael Bianchi Silva
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2019-11-132019-11-134344Estudo exploratório sobre pesquisas realizadas com egressos de cursos graduação
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/578
<p>Considerando a necessidade de obtenção de feedback relativo aos cursos de graduação ofertados pelos estabelecimentos de ensino superior, pesquisas sobre o tema são relevantes, tendo em vista possibilitar o conhecimento sobre seus ex-alunos. Por outro lado, no âmbito social, podem colaborar para expor como a formação dos profissionais recém-formados tem sido realizada e as relações estabelecidas entre a formação acadêmica, conhecimento teórico-prático e a inserção na vida profissional. Uma das formas de avaliar o “estado da arte” consiste na execução de revisões de literatura já existente e, a partir delas, planejar e projetar novas ações. Dessa forma, foi efetuada uma revisão narrativa com o objetivo de investigar como tem sido realizadas pesquisas sobre egressos de curso de graduação no Brasil<span style="text-decoration: line-through;">.</span> No mês de setembro de 2019, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e nos Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC). Foram utilizados os descritores: “Egresso”, “Aluno & Egresso” e “Egresso & Psicologia”. Os critérios de inclusão foram: artigos teóricos, documentais ou revisões que tratassem do tema egressos de cursos de graduação no ensino superior. Foram excluídos artigos que envolvessem egressos de cursos de pós-graduação. Como resultado foram encontrados e selecionados doze artigos que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. A maior parte desses artigos são inerentes a cursos da área de saúde, tais como Enfermagem, Medicina, Psicologia, e Saúde Coletiva. O curso com mais produções, nesse sentido, foi o de Enfermagem com cinco artigos publicados, enquanto a Psicologia, teve dois artigos encontrados que atenderam aos critérios propostos. Verificou-se que as metodologias utilizadas pelos estudos foram: uma revisão integrativa, uma revisão sistemática, duas revisões críticas, uma revisão bibliográfica, um estudo bibliométrico e descritivo, um levantamento bibliográfico, uma reflexão teórica, três estudos documentais e um artigo não informou sua metodologia. No caso específico das pesquisas em Psicologia, os dois artigos selecionados tratavam de estudos documentais publicados nos anos de 2013 e 2017. Os artigos, de um modo geral, apresentaram a importância do <em>feedback </em>dos estudos com egressos para a Universidade, também chamaram a atenção para influência das Diretrizes Curriculares Nacionais e dos Projetos Políticos Pedagógico na formação do profissional, as metodologias utilizadas, bem como a formação docente como um dos fatores de grande influência no desenvolvimento teórico prático do egresso.</p> <p> </p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Egressos, Ensino Superior, Psicologia.</p>Homero Artur Belloni SilvaMaria Elizabeth Barreto Tavares Dos Reis
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2019-11-132019-11-134546Estudo sobre as mudanças corporais na adolescência
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/587
<p> </p> <p>Este estudo tem como objetivo analisar a percepção corporal de alunos do Ensino Fundamental II partindo do pressuposto que na adolescência, o indivíduo passa por constantes modificações tanto fisicamente quanto psicologicamente e deste modo, eles precisam lidar diariamente com esta situação, afinal é a fase do desenvolvimento que eles estão passando, onde eles estão saindo de um corpo infantilizado e obtendo imagem corporal diferente do que estavam acostumados. Além disso, observa-se que existe uma busca de um padrão corporal considerado ideal, e este também influência nas questões psicológicas, físicas e ambientais do sujeito. Além disso, vemos que as mídias sociais contribuem para este reforço em chegar em um corpo padrão que muitas vezes é inalcançável, o que pode contribuir negativamente na percepção dos seus corpos e gerando uma possível insatisfação. Sendo assim, houve o questionamento se os adolescentes se sentem perto deste padrão ou não consideram seu corpo associado a este modelo, levando em consideração que esta percepção pode afetar os aspectos socioculturais deste indivíduo. Esta pesquisa levantou por meio de um questionário feito pela pesquisadora se 314 alunos de uma Escola Estadual consideravam seus corpos dentro de um padrão que a sociedade considera como tal, Além disso, outra questão que foi levantada com estes alunos foi se eles gostariam de mudar alguma parte do seu corpo e quais partes eles gostariam de mudar e os resultados mostram que realmente eles não se consideravam dentro deste padrão e que há uma necessidade de se averiguar sobre estas questões no âmbito escolar e buscar formas de orientar esses adolescentes neste período da vida deles, buscando uma forma de acolhimento e entendimento dos mesmos e assim conseguindo promover uma qualidade de vida melhor, possibilitando uma melhora em sua saúde de modo integral, mas principalmente no que se refere a saúde mental desse indivíduo.</p> <p> </p> <p> </p>Flávia Gabriela MeserlianKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-134747Feminilidades(s)
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/567
<p class="normal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style="color: black;">A mulher, assim como a feminilidade, foi constantemente representada no decorrer da história a partir da oposição entre sedutora e pudica. Considerando a feminilidade nesta adjetivação, Freud indica que a mulher encontraria, de modo inconsciente, a autêntica feminilidade somente por meio da maternidade, indicando que as outras possibilidades envolveriam a recusa generalizada da sexualidade e a homossexualidade. Esta última apresenta um histórico de preconceitos e um processo de (des)patologização nas ciências. Ao longo deste processo tem-se que as teorias de Lacan e Butler apresentam formulações divergentes das de Freud acerca da marca de feminilidade nas mulheres. De modo geral, testes psicológicos não são usuais em pesquisas acerca da feminilidade ou da lesbianidade, residindo neste aspecto um dos interesses da pesquisa </span>de Mestrado em Psicologia, em andamento, da primeira autora.<span style="color: black;"> Pretende-se apresentar</span> aspectos teóricos e a análise qualitativa de quatro mulheres participantes da pesquisa (das quais duas identificam-se como lésbicas e as outras duas, como heterossexuais). A busca pelas participantes ocorreu por meio de divulgação em redes sociais e por meio de contatos da própria pesquisadora. Foram selecionadas 13 pranchas do Teste de Apercepção Temática (TAT) para serem aplicadas em cada participante. Cada prancha utilizada apresenta uma imagem de uma situação humana (com exceção de duas pranchas abstratas) e a tarefa a ser realizada pela participante é contar uma história com início, meio e desfecho, descrevendo os sentimentos e pensamentos das personagens principais. A categorização do teste embasa-se no sistema morvaliano, adaptado ao contexto brasileiro por Scaduto. Quanto aos resultados, os temas principais que se apresentaram nas histórias das quatro participantes foram machismo, feminismo, conjugalidade e relação mãe-filha, sendo que todas elaboraram, na maioria das pranchas, histórias com protagonistas femininas. Também cabe constar que as heroínas das histórias, de forma geral, buscam ou reivindicam direitos e objetivos que se opõem a um sistema opressivo, machista ou patriarcal, independente da ambientação da história em período antigo ou contemporâneo e independente da orientação sexual da participante. Aventa-se, assim, que a feminilidade atualmente apresenta-se como um processo de subjetivação que precisa se fazer individualmente, sem fixidez, sem modelo representativo e que pode gerar múltiplas existências de feminilidade, sejam as mulheres lésbicas ou heterossexuais.</p>Clara Maki InabaFabiano Koich Miguel
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2019-11-132019-11-134849Linhas de subjetivação nas famílias
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<p>O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), desde sua implantação em 2005, tem como foco de suas ações a centralidade na instituição familiar. Segundo os documentos desta política, a atuação do profissional de Psicologia visa contribuir para o fortalecimento da função protetiva das famílias (Brasil, 2004; Brasil, 2006). Mioto (2010) concebe a família como um espaço complexo construído e reconstruído cotidianamente ao longo da história, valendo-se de diversos valores, dispositivos e agentes sociais. Diante das transformações ocorridas na instituição familiar nos últimos anos, o objetivo do presente trabalho consiste em cartografar algumas das linhas que atravessam essa instituição a fim de compreender as maneiras como as famílias são concebidas e acolhidas nos serviços públicos de proteção a elas ofertados. Assim, a pesquisa buscou caracterizar as transformações da instituição família no cenário contemporâneo. Para tanto, orientou-se pelo seguinte percurso: inicialmente, realizou-se levantamento teórico sobre as transformações familiares vividas desde o final do século XX, recorrendo a teóricos como Ariès (1981) e Donzelot (1986). Essas linhas históricas serviram como base para elaborar o segundo momento da pesquisa que consistiu em compreender a emergência histórica de outros contornos sociais desenhados mais recentemente nessa instituição e que, em alguma medida, deixam entrever uma espécie de desgaste da organização familiar no formato nuclear burguês (Carvalho; Mansano, 2017). Dentre essas linhas, destacam-se: o aumento significativo de novos arranjos familiares; as novas atribuições colocadas para a mulher na família contemporânea; a abertura das famílias para entrada e intervenção direta de outras instituições como o Estado, a mídia, a medicina e a justiça em seu cotidiano e a responsabilização da família pelos problemas sociais por elas enfrentados. Essas descrições foram relacionadas ao trabalho com famílias ofertado pelo SUAS no qual, atualmente, há muitos profissionais da área social que atuam como agentes normalizadores, reproduzindo o exercício de poder institucional que incide sobre as famílias há anos (Carvalho; Mansano, 2017). Na análise dessas linhas, foi possível constatar que há gerações inteiras de famílias sendo vigiadas, controladas e sujeitadas a valores conservadores e à práticas normatizadoras que lhes propõem, ou mesmo impõem, modelos a serem seguidos independentemente das experiências singulares vividas no cotidiano (Roudinesco, 2003). Como conclusão parcial, pode-se dizer que as transformações da família contemporânea ainda estão longe de serem compreendidas em sua dimensão de resistência, criação e ruptura. A ideia de crise da família se sobrepõe às transformações, sendo tratada como algo prejudicial sob o ponto de vista normativo e precisando ser amplamente combatida com a ajuda das demais instituições. Ao final do estudo, foi possível compreender que as transformações institucionais familiares acontecem em meio à ação de múltiplas forças sociais que se enfrentam. Cabe aos profissionais da Psicologia sustentar uma sensibilidade crítica para compreender tais linhas, bem como os afetos e rupturas presentes nas relações familiares da contemporaneidade, abrindo espaços para acolher, de maneira mais contextualizada, suas novas expressões.</p>Kathia Galdino GodoySonia Regina Vargas Mansano
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2019-11-132019-11-135051Madame Bovary e Virginia Woolf
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/560
<p>O feminino na psicanálise é uma temática em constante elaboração; pode ser ele “caro” aos sujeitos que se aventuram por essa travessia, na vida real ou romanesca e se encerraram tragicamente, nestes casos a serem citados. Flaubert inscreve a feminilidade oitocentista dimensionada por uma sociedade que alocava a mulher somente a vivência do lar; escreveu Madame Bovary que se designou a buscar uma paixão que a arrebata-se do tédio cotidiano amarrado aos costumes. No século XIX, Virgínia Woolf escreve sobre a autonomia da mulher e sua entrada no campo social e do trabalho, promove reflexões sobre os direitos e posição da mulher na sociedade. Tanto a mulher oitocentista de Flaubert e muitas das obras de Woolf, pode-se refletir sobre a feminilidade e o feminino pela via da psicanálise inscrita na personagem Emma e na escritora Woolf. Parte-se, neste trabalho, de uma diferenciação entre feminilidade e feminino proposto por Maria Rita Kehl; definindo como uma posição masculina devido lugar de “Outro no discurso” que promove a alienação política e subjetiva, e um lugar de gozo indecifrável, respectivamente. Para tanto, busca-se discutir como se é colocado a feminilidade e o feminino no século XIX, pela ótica da psicanálise, utilizando a obra Madame Bovary e a escrita de Virginia Woolf. Surge o sintoma cunhado como bovarismo, ao tratar as formas de tornar-se um sujeito para além do permitido socialmente, no século XIX; no caso das mulheres, almejava-se ser outra mulher através dos romances, que a personagem Emma persegue incessantemente. Com Woolf, algumas de suas obras evidenciam a tomada de um posicionamento outro pela mulher, não a prendendo em um único ambiente, como o doméstico. Uma tentativa constante de desalienação ao discurso do Outro “no sentido político e subjetivo” realizado por estas mulheres. No entanto, ambas as mulheres se suicidam, o que possibilita apontar esta saída como tentativa última de desalienação ao desejo do desejo o Outro, em ato o “caminhar da feminilidade para o feminino”. Assim, a elaboração do feminino custou-lhes a vida para estas mulheres. No que tange as mulheres do século XIX, Madame Bovary e em muitos livros de Virginia Woolf exemplificam como a feminilidade da época era imposta e como a alienação ao discurso do Outro poderiam impossibilitar a criação de um nome próprio para cada feminino que deveria advir. Contudo, cabe salientar que isto não barrou as mulheres da busca por protagonismo social e escolha por seu desejo.</p>Nathália Tavares Bellato SpagiariSilvia Nogueira Cordeiro
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2019-11-132019-11-135253Migração e deslocamentos
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<p>Deslocar-se no espaço geográfico consiste em uma “necessidade inerente a vida” (Justo, 2012, p. 21) que propiciou ao homem o descobrimento de novos espaços, relações sociais e condições de sobrevivência. Segundo Regadas (2011), há milhões de anos, os australopitecíneos (uma espécie ancestral ao <em>Homo Sapiens Sapiens</em>), já adotava a postura bípede e valorizavam o deslocamento. As mudanças corporais desse primata implicaram o abandono da segurança oferecida pelas árvores e possibilitaram, posteriormente, que uma das primeiras espécies do gênero <em>Homo </em>pudesse se deslocar e sobreviver às novas circunstâncias ambientais. O<em> Homo Erectus</em> foi o primeiro ancestral humano a sair do continente Africano e migrar para outros locais. Atento a este relevante aspecto da nossa história, o presente estudo teórico teve por objetivo compreender a importância do deslocamento e, mais precisamente, como se dão os processos migratórios no contexto capitalista globalizado. Para isso, a pesquisa foi dividida em dois momentos: primeiro, buscou-se compreender a importância do deslocamento na história para, em seguida, analisar como na atualidade os migrantes encontram-se em situação de vulnerabilidade social que tornam o ir e vir ainda mais incerto. Como resultado, a pesquisa demonstrou que o migrante da atualidade, na prática de deslocamento, depara-se com diferentes situações que o expõem a riscos. Dentre eles, pode-se destacar a própria organização econômica globalizada atual que, voltada para uma abordagem produtivista da existência humana, dificulta o deslocamento daquela parcela da população que não está diretamente engajada em seus pressupostos. Exemplo disso é que alguns países, como os Estado Unidos, têm determinado o fechamento das fronteiras para o migrante que, aos olhos dos seus governantes, ameaçam seu sistema político, econômico e social. A Inglaterra também buscou colocar em prática medidas que vão ao encontro dos impedimentos migratórios, tomando a decisão de sair da União Europeia, dentre outros motivos, em decorrência do intenso fluxo de imigrantes no continente (García-Lozano & Fuente, 2017). Constata-se, assim, a preocupação das nações em controlar as suas fronteiras e os processos de deslocamento, impedindo-os ou mesmo criminalizando-os em nome da soberania nacional e da proteção da sua população. O estudo conclui que os processos migratórios configuram-se em torno de riscos incontornáveis de sobrevivência, mas, por outro lado, colocam em curso também uma variação afetiva dos migrantes, permitindo trocas e gerando novas potências de relação e contato com o diferente. Daí a possibilidade de pensar uma sustentabilidade afetiva por meio da qual essa população, que encontra no deslocamento sua única possibilidade de continuar viva, possa se potencializar e continuar aberta à experimentação dos espaços e dos encontros.</p>Ana Luísa Fioraze PintoSonia Regina Vargas Mansano
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2019-11-132019-11-135455O Corpo e a Farda
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/573
<p>O presente trabalho configura-se como parte de uma dissertação de mestrado que está em andamento. A dissertação tem como foco compreender as vivências subjetivas de mulheres policiais militares, considerando seus contextos laborais. Para tal, a pesquisa tem como base a participação, por meio de entrevistas, de seis policiais atuantes em um Batalhão da Polícia Militar de um município do norte do estado do Paraná. A pesquisa se pauta no cunho qualitativo, e os dados analisados serão desenvolvidos a partir da identificação de enunciados nas falas das participantes, de acordo com conceitos teóricos estabelecidos pelo filósofo Michel Foucault sobre práticas discursivas. Além do mais, tomaremos como referência perspectivas propostas pela autora Teresa de Lauretis acerca dos estudos de gênero. A partir da análise das entrevistas, serão formulados quatro eixos temáticos condizentes às questões que se sobressaírem nas falas das participantes. A vista disso, neste trabalho em específico, destacaremos um dos eixos temáticos da análise de dados da pesquisa, denominado “O corpo e a farda”. O eixo que aqui apresentaremos, tem como objetivo desenvolver problematizações acerca do corpo feminino produzido na instituição Polícia Militar do Paraná, considerando que este corpo se constitui através do dispositivo da farda e pelas tecnologias de gênero. Tendo como ponto de partida o conceito de dispositivo pela visão de Foucault, o qual condiz com uma rede de elementos heterogêneos que se estabelecem em determinado contexto social e estão associados à constituição de subjetividade dos sujeitos, compreendemos a figura da farda enquanto um dispositivo que auxilia na produção dos corpos de policiais militares, corpos esses que são docilizados e voltados à uma lógica de disciplina e hierarquia. Além disso, a partir da análise das falas das participantes, pensando especificamente na produção de corpos femininos nas instituições militares, entende-se que há a afirmação do que a Lauretis denomina como tecnologia de gênero, ou seja, mecanismos que promovem representações de gênero a partir de uma dualidade que coloca aspectos tidos social e historicamente como masculinos enquanto provedores de virilidade, força e bravura, em contrapartida aspectos femininos veem-se como sensíveis, delicados e voltados ao cuidado com o outro. Desta forma, nota-se que as categorias de gênero (masculina e feminina) ainda não foram totalmente transversalizadas no que diz respeito à Polícia Militar do Paraná. Com isso, salientamos que ainda há resquícios de um binarismo de gênero que perpassa o âmbito dessa instituição. O presente trabalho configura-se como parte de uma dissertação de mestrado que está em andamento. A dissertação tem como foco compreender as vivências subjetivas de mulheres policiais militares, considerando seus contextos laborais. Para tal, a pesquisa tem como base a participação, por meio de entrevistas, de seis policiais atuantes em um Batalhão da Polícia Militar de um município do norte do estado do Paraná. A pesquisa se pauta no cunho qualitativo, e os dados analisados serão desenvolvidos a partir da identificação de enunciados nas falas das participantes, de acordo com conceitos teóricos estabelecidos pelo filósofo Michel Foucault sobre práticas discursivas. Além do mais, tomaremos como referência perspectivas propostas pela autora Teresa de Lauretis acerca dos estudos de gênero. A partir da análise das entrevistas, serão formulados quatro eixos temáticos condizentes às questões que se sobressaírem nas falas das participantes. A vista disso, neste trabalho em específico, destacaremos um dos eixos temáticos da análise de dados da pesquisa, denominado “O corpo e a farda”. O eixo que aqui apresentaremos, tem como objetivo desenvolver problematizações acerca do corpo feminino produzido na instituição Polícia Militar do Paraná, considerando que este corpo se constitui através do dispositivo da farda e pelas tecnologias de gênero. Tendo como ponto de partida o conceito de dispositivo pela visão de Foucault, o qual condiz com uma rede de elementos heterogêneos que se estabelecem em determinado contexto social e estão associados à constituição de subjetividade dos sujeitos, compreendemos a figura da farda enquanto um dispositivo que auxilia na produção dos corpos de policiais militares, corpos esses que são docilizados e voltados à uma lógica de disciplina e hierarquia. Além disso, a partir da análise das falas das participantes, pensando especificamente na produção de corpos femininos nas instituições militares, entende-se que há a afirmação do que a Lauretis denomina como tecnologia de gênero, ou seja, mecanismos que promovem representações de gênero a partir de uma dualidade que coloca aspectos tidos social e historicamente como masculinos enquanto provedores de virilidade, força e bravura, em contrapartida aspectos femininos veem-se como sensíveis, delicados e voltados ao cuidado com o outro. Desta forma, nota-se que as categorias de gênero (masculina e feminina) ainda não foram totalmente transversalizadas no que diz respeito à Polícia Militar do Paraná. Com isso, salientamos que ainda há resquícios de um binarismo de gênero que perpassa o âmbito dessa instituição. </p>Daniela Cecilia GrioskiEneida Santiago
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2019-11-132019-11-135657O Processo de individualização do social e o fortalecimento do sistema capitalista
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/673
<p>Após um importante processo de luta pela conquista da liberdade individual na sociedade moderna, as categorias individuais se acentuam de forma maximizada e exagerada, e os espaços de troca entre indivíduos e coletivo se fecham a cada momento. Em 1848, Marx e Engels, no Manifesto Comunista, já caracterizavam a modernidade como um processo histórico que dissolvia, ao longo do processo, as instituições de outras épocas, como a família, a comunidade tradicional e a religião. Mas a configuração atual da modernidade se diferencia desta descrita acima a partir do momento em que os referenciais que possibilitavam esse movimento de desenraizamento e enraizamento do velho no novo são perdidos. Nesse contexto, o que observamos é um movimento de substituição da vivência afetiva e da identificação com as instituições e com o(s) outro(s) por uma crescente tendência ao consumo - de bens, dos outros, e de si - e por um crescente esforço subjetivo em prol de uma performance social modelo deste sistema. Assim, a proposta de investigação deste ensaio é a de relacionar tal processo de individualização do social com o modo de produção de subjetividade necessário para o funcionamento e manutenção do sistema capitalista, bem como o de entender de que forma a psicologia atuou neste processo. Para isto, foi realizada uma pesquisa teórica a partir da bibliografia de autores que abordam a questão dentro dos seus parâmetros históricos. Nesse sentido, é possível observar que a subjetividade dos sujeitos é marcada pelo silêncio, pelo isolamento, pela ausência de sentido e, nesse lugar em que não há referenciais fixos, a vida passa a ser entendida como projeto individual e os espaços de trocas são substituídos pelas relações de consumo. Nesse contexto, a psicologia enquanto prática que busca explicar e dar conta de fenômenos sociais através de uma análise individual caracteriza uma perspectiva epistemológica desta racionalidade moderna, tomando sujeito e sociedade como duas realidades distintas.</p>Patrícia Aparecida BortollotiPaulo Roberto de Carvalho
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2019-11-132019-11-135859Os leitores experientes e as estratégias de compreensão leitora
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/662
<p>Estudos apontam que leitores experientes ativam diferentes estratégias para o processo de compreensão leitora. Por meio de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, busca-se neste texto destacar o que os leitores estratégicos fazem para compreender o que leem. Os resultados demonstram que o processo de compreensão está relacionado à ativação de conhecimentos prévios e esquemas relevantes, em uma atividade metacognitiva. A compreensão está diretamente relacionada à capacidade de prever e recuperar na memória esquemas mentais já existentes, que se relacionem com a informação recebida, produzindo significados a ela. Leitores ativos são capazes de descrever as estratégias que utilizam durante a leitura, monitorando a própria compreensão de forma consciente. A partir deste estudo, pode-se destacar possibilidades para a formação de um leitor ativo e proficiente, capaz de ativar conhecimentos prévios e utilizá-los juntamente com outras estratégias. Destaca-se que os principais momentos e características de um leitor experiente. Antes de ler, tem claro os seus objetivos de leitura, aprender, encontrar uma informação, podendo criar hipóteses e selecionar os momentos principais da leitura. Durante a leitura são seletivos, fazem anotações e pausas para refletir sobre uma ideia apresentada no texto, bem como relações com seus conhecimentos prévios. São capazes ainda de fazer perguntas, previsões e criar imagens mentais enquanto leem. Leitores experientes chegam à conclusões sobre ideias do texto, a partir de informações, como o momento em que o texto foi escrito, as percepções e objetivos do autor. Após a leitura, o leitor estratégico faz um processamento adicional, relendo, construindo resumos e refletindo sobre o que leu. Em síntese da pesquisa feita, leitores experientes desenvolvem a compreensão a partir de textos inteiros, envolvendo-se nesses três momentos. Assim, ao aprender utilizar estratégias de compreensão, os leitores estão sendo ensinados a ler como leem os leitores experientes. Posto isto, destaca-se a necessidade de que novos estudos sejam realizados de modo a compreender melhor os constructos psicoeducacionais envolvidos na presente pesquisa.</p> <p> </p>Geuciane Felipe Guerim FernandesFrancielle Nascimento MerettKatya Luciane de Oliveira
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2019-11-132019-11-136061Perfis de desempenho na escrita sob ditado e sua relação com a leitura em crianças
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/579
<p>Investigam-se as relações entre a leitura em voz alta e a escrita sob ditado de palavras isoladas por crianças. As tarefas seguiram os pressupostos da psicologia cognitiva e da psicolinguística para elaboração e são divididas em duas listas: alta e de baixa frequência (respectivamente, AF e BF). A tarefa de ditado apresenta 30 palavras apresentadas em contexto de frases. A tarefa de leitura é apresentada em cartões e o tempo de leitura total e os acertos foram registrados. O estudo foi conduzido com crianças de uma escola pública da cidade de Londrina. Participaram 80 crianças (idade mínima = 7; idade máxima = 12; 42,5% meninas). O desempenho na tarefa de ditado foi separado em três níveis: ruim, regular e bom. Isso foi feito separadamente para escrita de palavras AF e BF, sendo que, a partir disso, foram definidos subtipos de desempenho: 1. bom em ambas listas, 2. regular em ambas listas, 3. ruim em ambas listas, 4. perfil divergente/coerente (DC; maior acerto na escrita de palavras AF em relação à BF) e 5. perfil divergente/incoerente (DI; maior acerto na escrita de palavras de palavras BF em relação à AF). De forma semelhante, o desempenho na leitura foi dividido bom, regular e baixo, tanto para os erros quanto para o tempo (separado para as palavras AF e BF). Correlações (Pearson) entre os acertos na escrita sob ditado e a leitura foram significativas, de magnitudes moderadas a altas. A maioria das crianças (61,1%) apresentou perfil idêntico em ambas as listas de ditado (bom/bom; regular/regular; ruim/ruim). Entre as que apresentaram perfil divergente, a maioria foi congruente (57%). As categorias de desempenho no ditado foi comparada com as categorias de leitura (tabelas de referência cruzadas). A classificação das crianças na leitura distinguiu o perfil na escrita, exceto entre os acertos nas palavras AF (qui-quadrado). Nenhuma das crianças boas em ambas listas de ditado foram lentas na leitura de palavras BF. Nenhuma das crianças ruins em ambas as listas foram ágeis na leitura (AF e BF) ou apresentaram acertos altos na leitura de palavras BF. As crianças regulares em ambas as listas tendiam a se dispersar nos três níveis de categorias de leitura para tempos e para acertos nas palavras AF e BF. Em relação às crianças com perfil divergente, nenhuma criança congruente no ditado apresentou leitura lenta nas palavras BF e tenderam a apresentar níveis médios de acerto e de tempo em todas as listas. Já as crianças com perfil incongruente apresentaram um padrão pobre de desempenho, com 33% apresentando lentidão na leitura de palavras BF e 67% acertos muito baixos na leitura AF. Esse grupo também apresentou menor proporção de crianças com tempos nas palavras AF considerados adequados, i.e., tempos médios e baixos (75% classificadas nesta categoria contra 87,5% das crianças coerentes). Os resultados apontam a heterogeneidade do desempenho na escrita em função da leitura. Discute-se sobre a relevância dos perfis levantados para o diagnóstico das dificuldades de leitura e sobre as limitações das correlações para avaliação das heterogeneidades clínicas.</p> <p><strong> </strong></p>Carolina Saito MochizukiIsabella PavoniJulia PerozziNayara Rodrigues de OliveiraPatricia Silva Lucio
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2019-11-132019-11-136263Precisão por formas paralelas do Teste de Organização de Histórias Emocionais (TOHE)
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/586
<p>Inteligência emocional é a capacidade de compreender os estados emocionais e manejá-los de<br>modo a se adaptar às situações sociais. Diversos testes foram produzidos para se medir esse<br>construto psicológico. Um desses instrumentos é o Teste de Organização de Histórias<br>Emocionais (TOHE), que avalia a capacidade de compreender o surgimento e a transição das<br>emoções. O objetivo deste estudo foi estudar a precisão por formas paralelas do TOHE,<br>comparando uma versão impressa com a versão original informatizada. Participaram 74<br>pessoas que responderam ao TOHE impresso, comparadas com 1083 pessoas de mesmo sexo<br>e faixa etária do banco de normatização do teste. Os resultados mostraram que o<br>funcionamento de alguns itens difere entre as modalidades, embora o escore geral permaneça<br>sem diferenças significativas. Conclui-se que foi encontrada adequada precisão por formas<br>paralelas.</p>Giovanna Movio Pelisson MachadoCosme Ribeiro dos Santos ReisNathalia Hitomi Watanabe RicardoFabiano Koich Miguel
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2019-11-132019-11-136465Psicologia e regimes de verdade
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/562
<p>Este trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado (em andamento) do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Universidade Estadual de Londrina. Tem-se como premissa o entendimento de que a Psicologia se desenvolveu estabelecendo proposições com efeito de verdade, respondendo a demandas de cada época. Para legitimar-se, construiu teorias e técnicas sobre os sujeitos e o contexto social, buscando apoio e sustentação em saberes que operavam no interior de “regimes de verdade” (Foucault, 1979). Nesse percurso, os discursos que produziu favoreceram para que fosse reconhecida como uma ciência a contribuir com questões da política pública de Assistência Social, como as relacionadas a violência contra crianças e adolescentes. Com isso, o saber psi foi se constitui como um conjunto de teorias e procedimentos que enunciavam verdades sobre os modos de ser e tratar a infância e a adolescência (Cruz e Guareschi, 2012). Logo, a pesquisa tem como objetivo geral analisar quais discursos a Psicologia sustenta como verdade, nos últimos 30 anos (período de existência da Assistência Social como política pública), quando discute a violência contra crianças e adolescentes. Como objetivos específicos busca-se verificar se, historicamente, as produções da Psicologia acerca da violência infantojuvenil tem subsidiado a construção teórica e a atuação profissional com a temática, de modo alinhado a perspectiva da Política Nacional de Assistência Social (PNAS); e observar de que modo o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) incide na transformação da Psicologia como campo disciplinar. Será realizada uma pesquisa documental nos materiais oficiais da PNAS e nas produções desenvolvidas pelo Conselho Federal de Psicologia; e uma pesquisa bibliográfica junto as produções científicas produzidas pela Psicologia dentro do critério temporal proposto. Será composta de duas etapas: Na primeira, será utilizada a proposta de análise de conteúdo de Bardin (2016) para a organização dos documentos. Na segunda, os dados serão análise a luz do referencial teórico de Foucault. Partindo do princípio de que as produções científicas expressam “regimes de verdade” (Foucault, 1979), compreende-se que elas qualificam discursos como verdadeiros e, portanto, válidos, para um campo disciplinar. Por isso, a análise das produções científicas mostra-se como uma via para compreensão de como a Psicologia se posiciona no debate acerca do fenômeno da violência infantojuvenil. Resta-nos, portanto, compreender com essa pesquisa o que a produção cientifica nos revela sobre o saber que a Psicologia expressa acerca da violência infantojuvenil, entendendo que existem critérios na avaliação para publicações de materiais científicos. Para além, intenta-se também compreender se os discursos científicos que a Psicologia construiu ao longo dos últimos 30 anos, fornecem subsídios para a atuação nas políticas públicas, em especial no SUAS, no que se refere ao trabalho com a violência contra crianças e adolescentes.</p>Anyelle Karine de AndradeRafael Bianchi Silva
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2019-11-132019-11-136667Psicologia social comunitária do cotidiano
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/580
<p>O presente estudo pretende discutir os cinco princípios complementares da Psicologia Social Comunitária - Contradição Somos Nós, Direito a beleza, Muros invisíveis, Centralidade nas Relações, Ajudar Sem Atrapalhar e Potencialização – no contexto das vulnerabilidades sociais. A Psicologia Social Comunitária do Cotidiano (León Cedeño, 2015) busca dialogar a partir de uma perspectiva crítica da psicologia social situada e comprometida no cotidiano, apontar a importância da aproximação teórico-prática e teórico-metodológica para a práxis potente no interior das comunidades que sofrem de forma objetiva a desigualdade social por meio da pobreza, desemprego, violência, precariedade das condições de vida pela falta de recursos materiais e subjetivos. As vulnerabilidades sociais tem sido pauta das políticas públicas, principalmente a de Assistência Social. A psicologia faz se presente em muitos serviços que atendem diretamente a população usuária dessa política pública. No encontro com essa realidade, as interpelações afetivas da imersão nesses cotidianos provocaram inquietações e questionamentos, tanto no que tange a idéia de subjetividade, quanto de sujeito. Este estudo abordará de forma sucinta três categorias de análises, a saber: Lugar, Redes Articuladas, Saúde Mental a partir de exemplos do contato do psicólogo com uma comunidade no município de Londrina-Pr, que se enquadra nos critérios de vulnerabilidade social pela Política de Assistência Social do município. Como pano de fundo da discussão será utilizado os conceitos de Biopolítica e Necropolítica, de Foucault e Mbembe respectivamente, problematizando as vulnerabilidades sociais, que nos levam, nesse sentido, a mirar uma realidade conflituosa e adversa, por meio de uma ótica de controle e de poder sobre as populações de modo desigual, política, econômica e socialmente falando, o que pode nos trazer algumas perspectivas sobre os modos de subjetivação, que se pautam nos corpos descartáveis, desinvestidos e sem valor, numa política de morte sobre as massas. Como conclusão, espera-se contribuir para construção de subjetividades potentes nesses lugares, por meio do fortalecimento e criação de forças contra-hegemônicas que emana da potência dos sujeitos, em sua singularidade e que cresce na medida em que se estabelece outro tipo de encontro, mais sensível, mais afetivo, mais acolhedor, mais encantador e que dá esperança de que a transformação social a que dispomos não seja mera utopia. </p>Sérgio Kazuyoshi FujiAlexandre Bonetti Lima
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2019-11-132019-11-136869Psicoterapia familiar involuntária
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/592
<p>A psicoterapia psicanalítica familiar possui o objetivo de refletir sobre os laços, contratos, pactos e demais alianças presentes na estrutura familiar, sejam estas conscientes ou inconscientes. As alianças no grupo familiar possuem como função organizar laços e interesses mútuos do grupo familiar, além da manutenção dos investimentos e benefícios ligados aos ideais dos pactos e contratos estabelecidos. Ao iniciar a psicoterapia familiar faz-se necessário entrevistas iniciais afim de avaliar a disponibilidade do grupo para o tratamento, bem como a construção do enquadre terapêutico com a família. Isto se deve ao fato de que muitas vezes a demanda inicialmente não provêm do grupo familiar, mas sim é emitida pelo judiciário ou indicação da rede de atendimento básico. Exposto isso, o objetivo deste trabalho é refletir sobre um estudo de caso de uma família encaminhada pelo sistema judiciário para psicoterapia familiar. A metodologia empregada é qualitativa, por meio de estudo de caso clínico, pautado na psicanálise de família. O caso refere-se a uma família encaminhada pelo sistema judiciário para psicoterapia familiar ofertado por um projeto de extensão da Universidade Estadual de Londrina. Os dados aqui relatados são frutos de uma única entrevista inicial familiar. A família era composta pela mãe Ednalva (36 anos), padrasto Ricardo (44 anos), Maria Clara (16 anos), Maria Fernanda (15 anos) e Ricardo Junior (07 anos). O sistema judiciário encaminhou a família para que fosse feito atendimentos vinculares, entre a adolescente Maria Fernanda e sua família. Maria Fernanda estava residindo na casa de uma família acolhedora a cerca de três meses e pediu para a psicóloga que fosse atendida separadamente, pois informou que não gostaria de ver a sua família biológica e também não apresentava interesse em participar de psicoterapia familiar. Maria Fernanda e Maria Clara passaram anos indo e vindo de abrigos devido às situações de violência intrafamiliar, incluindo abusos sexuais, e outras negligências vividas. Este caso nos indaga a refletir sobre o fazer do psicólogo terapeuta familiar frente ao não querer de um dos membros do grupo em se submeter à um processo psicoterapêutico, ainda mais em casos do judiciário em que muitas vezes o psicóloga se sente obrigado a realizar determinado serviço. Em determinadas situações, a psicoterapia familiar não é possível aos moldes em que o judiciário requer do profissional <em>psi</em> e cabe ao psicólogo ouvir e respeitar o sujeito que está sendo atendido por ele, bem como se pautar em conhecimentos técnicos e teóricos para assegurar a sua prática. Ademais, este caso possibilita pensar a necessidade de um dos membros em romper com a família a fim de que possa se diferenciar e dar conta da sua realidade psíquica no momento presente.</p>Hellen Lima BuriollaMaíra Bonafé Sei
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2019-11-132019-11-137071Strengts and difficulties questionnaire
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/556
<p>Segundo a definição do Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSMV), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pela dificuldade na comunicação e interação social e presença de padrões de comportamento, interesse ou atividades restritas. O Strengts and Difficulties Questionnaire (SDQ) é um instrumento amplamente utilizado para verificar algumas áreas da saúde mental infantil por meio de 25 itens divididos em 4 subescalas de dificuldades (sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade e problemas de relacionamento) e uma subescala de força (comportamento pró-social). Um escore geral de dificuldades também é gerado a partir das 4 subescalas de dificuldade. De fácil aplicação, o SDQ apresenta duas versões, uma para pais e outra para professores. O presente trabalho tem por objetivo comparar o desempenho de crianças com TEA e crianças com desenvolvimento típico no SDQ e verificar o nível de concordância entre as subescalas respondidas por pais e professores dessas crianças. Participaram do estudo 17 crianças com TEA (3 meninas) e 34 crianças da mesma sala de aula e mesmo sexo das crianças com TEA, as quais compuseram o grupo de controle (proporção 1:2). A média de idade das crianças foi de 97,25 meses (DP = 22,85; mínimo 48; máximo 132 meses). Todas as crianças estavam incluídas no ensino regular de escolas municipais da cidade de Apucarana, PR, entre a pré-escola e o Ensino Fundamental. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Londrina. Os dados foram analisados por meio de testes-t para amostras independentes, qui-quadrado e correlação (Pearson). Os grupos não se diferiram em inteligência não-verbal (Raven), idade, sexo ou nível socioeconômico. Tanto em relação à escala para pais quanto à escala para professores, as crianças com TEA apresentaram maiores dificuldades do que as crianças do grupo controle e menores escores no comportamento pró-social. Em termos das classificações descritivas, as crianças TEA apresentaram maior pro porção de comportamento anormal em todas as subescalas na percepção dos professores e em termos de sintomas emocionais, problemas de conduta e comportamento pró -social na visão dos pais. Em relação às subescalas do SDQ, as correlações entre as escalas de pais e professores tenderam a ser de baixa a moderadas, sendo que a correlação de algumas subescalas não foram significativas. Com isso, discute-se sobre o nível concordância entre pais e professores a respeito da saúde mental das crianças.</p>Bárbara Dias FabrePatricia Silva Lucio
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2019-11-212019-11-217273Validade de tarefas de leitura em voz alta de palavras isoladas
http://anais.uel.br/portal/index.php/ppgpsi/article/view/576
<p>O diagnóstico das dificuldades de leitura depende da criação de instrumentos com indicadores de validade e que possuam normas para a população a que se destinam. Na psicologia cognitiva, a tarefa de leitura em voz alta de palavras isoladas constitui uma das formas mais utilizadas para avaliar os componentes dos modelos de dupla rota. A manipulação de características psicolinguísticas das palavras (por exemplo, regularidade) proporciona a investigação de efeitos na leitura, os quais sinalizam o uso prioritário, pela criança, de um processo ou outro para ler. Enquanto alguns efeitos são esperados no início da aprendizagem, a persistência de determinados efeitos ao longo do tempo pode indicar a presença de problemas na formação lexical ou mesmo da qualidade da transcrição fonologia/grafia. O estudo descreve a validação por efeitos de frequência e escolaridade de tarefas de leitura de palavras reais isoladas. A tarefa é composta por 18 palavras de baixa frequência (BF) selecionadas do estudo de Lúcio et al. (2012) em função do índice de dificuldade (baixo, médio, alto). Estas palavras foram emparelhadas (quanto ao número de letras, regularidade para a leitura e para a escrita e número de fonemas) com 18 palavras alta frequência (AF) retiradas do corpus de Pinheiro (1996). Descreve-se o estudo piloto para a criação das tarefas. Foram contatadas 120 crianças do 2<sup>o </sup>ao 5<sup>o </sup>ano de uma escola da cidade de Londrina, das quais 80 obtiveram autorização dos responsáveis (idade mínima = 7; idade máxima = 12; 42,5% meninas). As crianças foram instruídas a ler em voz alta as palavras em cartões separados por frequência. O tempo total de leitura e os acertos foram registrados. Foram excluídas três crianças por tempos atípicos de leitura (> 2DP em relação à média). Não houve diferenças de idade ou prevalência de sexo ou série entre as crianças autorizadas e as não autorizadas pelos responsáveis. Análises de variância para medidas repetidas mostraram que houve efeito de frequência e de série, mas estes fatores não interagiram (i.e., o efeito não foi maior para determinado grupo). A análise multivariada de variância mostrou que a proporção de acertos nas palavras AF foi menor apenas para o 2<sup>o </sup>ano em relação aos anos finais (4<sup>o </sup>e 5<sup>o</sup>). Já entre as palavras BF, as crianças do 2<sup>o </sup>ano tiveram pior desempenho que todas as outras. Padrão semelhante foi encontrado para o tempo na leitura, em que as crianças do 2<sup>o </sup>ano apresentaram maior lentidão para as palavras de AF e BF. Entretanto, quando se observa a acurácia (número de palavras corretas divididas pelo tempo), observa-se interação da frequência com a série, mostrando uma aquisição mais lenta do vocabulário lexical entre as palavras BF. Os dados estão de acordo com a literatura nacional e internacional no que tange à formação lexical entre leitores iniciantes, o que demonstra validade por processo de resposta à tarefa.</p>Carolina Saito MochizukiIsabella PavoniNayara Rodrigues de OliveiraJulia Gonçalves PerozziPatricia Silva Lucio
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2019-11-132019-11-137475