Recriando imaginários pornográficos
uma compreensão das performances latinas e dissidentes na pós-ponografia
Resumo
O texto comenta acerca da pesquisa iniciada no meu Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina, em 2024, Brincar, Gozar e Afrontar: performances monstruosas na pós-pornografia . Discute a importância do envolvimento com a obra Teoria King Kong, de Virginie Despentes, e com outres artistas dissidentes, para discutir uma abertura da sexualidade pela dissidência. Proponho a discussão junto a características monstruosas e de afronta, incorporadas pelos atuantes do pós-porn, como um meio para reafirmarem suas existências. Ao refletir sobre o termo pós-pornografia, aproximo-me da perspectiva de Éri Sarmet, como uma ruptura epistemológica e política contra a pornografia tradicional. Apresento o movimento pornoterrista de Diana J. Torres, destacando o seu caráter enfrentativo ao comentar sobre suas reverberações na América Latina, a partir do diálogo com os trabalhos performáticos de Nadia Granados e Bruna Kury, que, por sua vez, recriam outros imaginários pornográficos através do deboche, paródia, confronto e monstruosidades, questionando e denunciando o sistema normativo, bem como perpetuando novas formas de prazer. Partindo dessa afetação e relação com os artistas pós-porn, desenvolvo um processo investigativo e experimental, ao criar um grupo de estudos porn que tem como intuito a produção de autopornografias.