O prisma da interseccionalidade dentro do cárcere feminino no Brasil

Resumo

Sabe-se que a população brasileira encarcerada tem aumentado significativamente
nos últimos trinta anos (Nascimento. 2017) e não tem perspectiva definida de diminuir
tal porcentagem, mesmo com essa prospectiva, ainda detecta-se baixo investimento
na melhoria desse sistema. Além disso, o recorte de gênero não tem sido uma pauta
a ser considerada tratando-se de políticas públicas no cárcere (Cerneka. 2009). Neste
trabalho abordaremos a questão da privação de liberdade por meio da ferramenta
analítica da interseccionalidade (Collins; Bilge. 2021), de forma a relacionar a questão
de gênero, raça e classe para a melhor compreensão das relações múltiplas de
desigualdades. A partir deste debate teórico buscá-se uma apresentação para que
seja possível elucidar o perfil majoritário da mulher encarcerada e dispor as
motivações para tal fato e ainda demonstrar a relação de poder instaurada sob o
corpo feminino dentro da instituição penal.