A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA EM INTERFACE A CRISE DO CORONAVÍRUS EM KUTUPALONG
Resumo
A crise sócio-humanitária, causada pela Covid-19, tem afetado regiões incapazes de aplicar as formas profiláticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para combate à doença. O presente estudo tem por finalidade abordar os efeitos da pandemia aos refugiados do campo de Kutupalong, em Bangladesh. Verifica-se, de maneira primária, que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), estabelece como um dos seus pilares a “Dignidade da Pessoa Humana”. Tal, afirma o direito de que todos possam ser tratados de forma digna e, nesse caso a ser estudado, o banalizar da propagação viral, aos hipossuficientes, quebra os princípios assinados por países ao decorrer do século XX. Através do método qualitativo, esse tratará sobre a escassez (e suas causas) de recursos essenciais para evitar a propagação viral aos refugiados, demonstrando que tal situação viola o princípio da dignidade da pessoa humana. O campo de refugiados de Kutupalong, além da superlotação - com mais de 598 mil pessoas que compartilham abrigos improvisados, impossibilitando o isolamento social - conta com indigente acesso ao saneamento básico e produtos de higiene pessoal, contribuindo para o aumento de infectados. Por conseguinte, é passível de nota que a dificuldade dos refugiados é incompatível com os valores da supramencionada declaração, uma vez que já sofrem com condições extremas cotidianamente. Assim, finda-se que, apesar de o foco mundial estar na contenção do vírus, a ineficácia da atuação de órgãos supranacionais em zonas de refúgio, como o dito campo, demonstra que a preocupação possui ainda, de maneira infortúnia, caráter financeiro e eurocentrista.