O REFLEXO DA SECURITIZAÇÃO DOS IMIGRANTES EM TEMPOS DE COVID-19
Resumo
O advento do COVID-19 trouxe reflexos impressionantes sobre a vida de todos, em diferentes lugares no mundo, mas, pouco se ouve falar sobre como esse cenário de pandemia tem afetados os imigrantes, que já são vítimas de outro processo social: a securitização. O objetivo desse trabalho é apresentar, de forma breve, que, de fato, o processo de securitização reflete na falta de atendimento às necessidades dos imigrantes, utilizando da dialética de Hegel, ao revisar os impactos que a securitização trouxe e como isso se projeta na vida dessas pessoas em vista da pandemia, sem pretensão de esgotamento do tema. Contemporaneamente, houve uma mudança fundamental acerca do imaginário social criado em torno do imigrante na sociedade de chegada, trazendo uma percepção que advém de uma visão securitizada, em que se vê esse indivíduo “estranho” em território nacional como uma ameaça no sentido cultural e socioeconômico. Esse fenômeno securitizador foi aproveitado para fundamentar e fomentar movimentos políticos com discurso xenófobo, como no caso da Europa e dos Estados Unidos, que reforçam como símbolo da securitização, os muros, que na verdade são, além de barreiras físicas, barreiras econômicas, culturais e sociais. O panorama pandêmico sobre os imigrantes tem causado impactos muito notáveis na vida desses indivíduos, já que as políticas de proteção social criadas pelos Estados não estão alcançando suas necessidades, desenhando um cenário de desproteção a um ponto quase dramático, mostrando que a securitização pode ser institucional ao alcançar aspectos materiais do Direito, ao que diz respeito à manutenção de igualdade.