OS IMPACTOS DA ASCENSÃO DA CLASSE ANSIOSA NA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Resumo

Introdução: Os direitos humanos, embora aparentem ter uma garantia pacificada, devem fomentar uma preocupação constante pela ampliação de sua aplicação. E para cumprir essa busca pela efetivação, é necessário entender quais são as atuais dinâmicas que a influenciam. Objetivo: Desse modo, o presente artigo busca analisar o conceito desenvolvido por Zygmunt Bauman de “classe ansiosa”, além das evidentes consequências causadas pelo fenômeno de sua ascensão, no que tange à aplicação dos direitos humanos. Metodologia: Pesquisa qualitativa a partir da leitura vertical da obra “Estranhos à nossa porta”, e da identificação de manifestações da problemática em diferentes países (Estados Unidos, Índia, Brasil), através dos efeitos nas legislações e atuações diplomáticas, desde a eleição até a atuação desses Estados na pandemia do Covid-19. Resultados: Percebe-se que ao serem incapazes de encontrar soluções individuais aos problemas socialmente produzidos, a classe média contamina-se pela desconfiança na efetividade dos direitos humanos e condiciona suas esperanças de remediação à figura do “espectro dos opressores”, representantes políticos que imprimem suas variações locais no mesmo papel de insegurança, e enfatizam o “descontrole” dos remanescentes, pessoas que ocupam uma posição de vulnerabilidade social, como fonte de toda instabilidade. Conclusão: Desta maneira, a quebra de confiança geral na efetividade dos direitos humanos, embargada pela complexidade de identificação das possíveis remediações ao problema, não apenas conduz à perda sobrexcedida de tais direitos na prática (em especial aos marginalizados), mas resulta na perigosa dúvida de valoração da que deveria ser inquestionável: consciência da legitimidade dos direitos humanos.