OS REFLEXOS DO COVID-19 NA CRISE HUMANITÁRIA NO IÊMEN
Resumo
A fragilidade da situação no Iêmen é antiga, devido a diferença religiosa entre o sul, primordialmente sunita, e o norte houthi. São inúmeros os motivos que levam ao crescimento das tensões no país, e, com isso, ao aumento das violações dos direitos humanos. Com isso, resta necessário verificar de que modo a pandemia colaborou para que os direitos humanos no Iêmen fossem mais violados. De modo a apresentar dados concretos sobre a situação na região com a emergência do COVID-19, o trabalho em questão buscou informações nos relatórios do Centro Regional de Informação para a Europa Ocidental e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Os números são alarmantes, chegando a 3,6 milhões de refugiados, como aponta a ACNUR, 2049 pessoas contaminadas com o Coronavírus e 593 mortes decorrentes da doença. Devido as insalubres condições em que vivem os iemenitas, a contaminação ocorre mais rapidamente. Infelizmente, a ONU necessita de doações para que a ajuda chegue até o país, mas somente 9 dos 31 doadores comprometidos repassaram os recursos. Devido a falta de meios, os programas essenciais nos setores sanitário e de alimentação estão se esgotando e, nas últimas semanas, o preço dos produtos da cesta básica aumentou em 30%, devido a proibição de importar alimentos via marítima. Em meio ao caos instaurado no Iêmen e as constantes violações aos direitos humanos básicos, a ONU depende da ajuda de doadores para que continue as operações humanitárias no Iêmen, para que se retrocede a situação de inanição do país.