A PERMANÊNCIA DOS ESTUDANTES INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Resumo
A presença indígena na Universidade é cercada por diversas dificuldades, que inviabilizam sua permanência, como preconceito, falta de apoio, falta de recursos financeiros, moradia e dificuldades de acompanhamento dos conteúdos estudados. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), é desenvolvido o Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica dos Estudantes Indígenas da UEL, que visa o acolhimento, o fortalecimento da identidade indígena, o duplo pertencimento e a permanência dos estudantes no meio acadêmico. Para tal, no período de um ano, os estudantes ingressantes na Universidade passam pelo Ciclo, tendo aulas de segunda a sexta-feira, no período noturno, por meio das disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática e Ciências da Natureza. Também são promovidas oficinas e rodas de conversas interculturais. O Ciclo é dividido em quatro eixos temáticos, sendo eles: Terra e identidade, Ciência e saúde, Cidadania e sustentabilidade e Cotidiano acadêmico. Em cada eixo, são ministradas aulas associadas a importantes temáticas indígenas. No decorrer dos nove anos de projeto, foi possível verificar a significativa diminuição de desistências e retenções de estudantes indígenas nos cursos de graduação. Isso se deve a efetividade dos trabalhos de acolhimento e fortalecimento dos estudantes para sua permanência e protagonismo indígena na Universidade. Ainda há um longo caminho a percorrer contra o preconceito e a invisibilidade dos saberes indígenas perante a sociedade. Porém, na UEL, as atividades promovidas pelo Ciclo Intercultural têm possibilitado a presença dos estudantes indígenas em diferentes espaços do campus, distribuídos em diversos cursos de graduação e possibilitando a valorização cultural e o protagonismo indígena no conhecimento científico.