FALSO PATRIOTISMO E DIREITOS HUMANOS: COMO O NACIONALISMO MASCARADO ATINGE OS DIREITOS DE GRUPOS MINORITÁRIOS

  • Júlia Callipo Universidade Estadual de Londrina
  • Fábio Martins Pereira Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Direitos humanos, Nacionalismo, Patriotismo

Resumo

O patriotismo em muito se difere do nacionalismo; enquanto o primeiro exprime o amor à pátria, o segundo incita um sentimento ilusório de unidade homogênea, de passado comum, que leva, inevitavelmente, ao apagamento histórico da opressão e violência sofrida por grupos minoritários. O presente trabalho visa explorar, portanto, a forma como a recente onda de nacionalismo, mascarada por discursos de patriotismo, observada em países como Estados Unidos e Brasil, impacta diretamente na preservação e garantia dos direitos humanos de grupos historicamente oprimidos. Ademais, busca-se esclarecer como o uso do patriotismo no lugar do nacionalismo no discurso político é feito propositalmente, instrumentalizando a noção comum equivocada de intercambialidade entre eles, a fim de disfarçar o apagamento histórico e a inobservância da desigualdade social promovidos, garantindo impunidade ao Governo frente à sua omissão. Para tanto, realiza-se uma pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, através de pesquisa bibliográfica embasada, principalmente, nos textos de Daniel Gomes de Carvalho e Benedict Anderson.  Através dela, depreende-se que o nacionalismo e os direitos humanos estão intrinsecamente ligados, e se conclui que, ao propor a noção de que todos tem um passado comum, baseando-se exclusivamente nas experiências da maioria social, apaga-se as diferenças e sofrimento da minoria, impedindo a garantia e preservação de seus direitos. Ainda, denota-se que o nacionalismo é disfarçado no discurso político como se fosse mero sentimento patriótico, garantindo impunidade ao Estado para agir de forma omissa no combate à desigualdade, perpetuando-a.

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Publicado
2023-01-17