ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ACINETOBACTER BAUMANNII RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS, DURANTE A PANDEMIA COVID-19
Resumo
Nos últimos anos, Acinetobacter baumannii emergiu como um patógeno multirresistente aos antimicrobianos e, dependendo do seu perfil de resistência, é capaz de ocasionar infecções graves e intratáveis. Dessa forma, é de grande importância para a saúde pública a detecção da resistência aos antimicrobianos mais utilizados na prática clínica, contribuindo, assim, para o manejo dessas infecções em ambientes hospitalares. Com o objetivo de entender a disseminação da resistência bacteriana durante a pandemia da COVID-19, este trabalho pesquisou por genes de carbapenemases em isolados clínicos de A. baumannii de pacientes internados no Hospital Universitário de Londrina. Para isso, foi realizado um estudo observacional, transversal e retrospectivo, utilizando dados coletados dos prontuários eletrônicos dos pacientes internados entre 2020 e 2023. Foram analisadas 3.191 amostras de culturas, das quais 457 (14,3%) foram de amostras sanguíneas, sendo 140 (31,1%) obtidas via cateter e 317 (68,9%) de sangue periférico, correspondendo a culturas de 261 diferentes pacientes. Dentre as culturas de sangue periférico, 296 (93,4%) apresentaram resistência a carbapenêmicos, 21 (6,6%) eram sensíveis a meropenem e 29 (9,1%) foram classificadas como resistentes tanto a carbapenêmicos quanto a polimixinas, sendo 21 de pacientes distintos. Os genes de resistência foram pesquisados por PCR, sendo o mais prevalente blaOXA-23. A alta prevalência da resistência a carbapenêmicos nas culturas de sangue periférico destaca a necessidade de melhorar o controle de infecções, revisar tratamentos antimicrobianos e implementar medidas preventivas em UTIs, além de evidenciar a importância de novas pesquisas para desenvolver terapias e políticas de saúde eficazes.