ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ENTEROBACTERIAS RESISTENTES AOS CARBAPÊNEMICOS
Resumo
As infecções por Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CRE) permanecem um grande desafio devido a alta morbidade e mortalidade. O objetivo deste estudo foi analisar os perfis de sensibilidade aos antimicrobianos de microrganismos e dados epidemiológicos de pacientes internados no Hospital Universitário de Londrina, em 2018. As amostras foram identificadas e os testes de sensibilidade foram realizados pelo sistema automatizado VITEK®2), e interpretadas de acordo com o Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI) 2018. Durante o período, 546 isolados de CRE foram identificados, Klebsiella sp com 433(79,3%), seguida por Enterobacter cloacae 82(15%), Serratia sp 19(3,5%) e outras 12(2,2%). Os materiais clínicos mais frequentes identificados CRE foram urina 164(30%), secreção traqueal 162(29,7%), swab de vigilância 122(22,3%), sangue periférico e via cateter 50(9,2%), tecidos e partes moles 31(5,7%), líquidos 10(1,8%) e ponta de cateter 7(1,2%). As unidades hospitalares com maior frequência de CRE foram as enfermarias feminina e masculina 440 (80,5%) e entre os pacientes, o sexo mais frequente foi masculino com 329(60,3%). Isolados de Klebsiella sp apresentaram 99,6% de resistência à piperaciclina/tazobactam e 94% ao Cefepime; fluoroquinolonas, 85,6% resistêntes à ciprofloxacina; aminoglicosídeos apresentavam, Gentamicina 78,5% e Amicacina 47,9%. Sulfametoxazol / Trimetopina 87,7%, Colistina 54,5%, Polimixina B 41,4%. Este estudo mostrou que Klebsiella sp. foi o microrganismo mais frequente que apresentou resistência aos carbapenêmicos e poucos antimicrobianos possuem atividade para CRE. Também mostra a importância do estudo de vigilância epidemiológica para realizar a prevenção e o controle de infecções hospitalares, assim como conhecer e detectar novos mecanismos de resistência.