INTOXICAÇÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA: SOCORROS DOMICILIARES REALIZADOS POR FAMÍLIAS

  • Camila Cristiane Formaggi Sales
  • Patrícia Suguyama
  • Natália Simeão Milan
  • Márcia Regina Jupi Guedes
  • Magda Lúcia Félix de Oliveira
Palavras-chave: Saúde da criança, Envenenamento, Substâncias tóxicas, Acidentes domésticos, Cuidados de enfermagem

Resumo

INTRODUÇÃO: Na primeira infância, os acidentes têm sido responsáveis por lesões e óbitos infantis no Brasil e no mundo e estão intimamente relacionados com o ambiente domiciliar e ao comportamento da família. Apesar de a família ser a unidade social com papel de promover a saúde e o bem-estar aos seus integrantes, desempenhando atividades de proteção, segurança e cuidados iniciais diante de eventos inesperados e com risco de morte, muitas condutas iniciais de familiares diante de acidentes domésticos não tem evidência científica, e em muitos casos, agravam o quadro clinico dos acidentes. OBJETIVO: Identificar o local de ocorrência de acidentes toxicológicos infantis, a presença de um familiar e os socorros domiciliares realizados. METODOLOGIA: Estudo transversal e exploratório, com análise retrospectiva em fichas epidemiológicas de Ocorrência Toxicológica de crianças de zero a quatro anos, arquivadas em um centro de informação e assistência toxicológica do noroeste do Paraná, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2013. Para processamento dos dados constituiu-se um banco de dados eletrônico, utilizando o software Microsoft Excel® 2010, e os resultados foram analisados descritivamente. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Foram analisadas 1012 fichas, a maioria de crianças do sexo masculino (54,9%), idade de um a dois anos (64,3%) e medicamentos como principais agentes (39,6%). A maioria dos acidentes aconteceu na residência (94,8%), com 868 (85,8%) crianças acompanhadas dos pais ou outro responsável adulto. Imediatamente após o reconhecimento do episódio de intoxicação, 229 (22,6%) adultos realizaram socorros domiciliares, e as principais ações informadas foram realização de descontaminação do local afetado por lavagem e por meio mecânico (49,3%), medidas consideradas adequadas em todos os casos estudados; administração de líquidos para diluição do agente (32,8%), indicada apenas em situações específicas; e indução de vômito/êmese (16,6%), contraindicada em todos os casos. CONCLUSÃO: Encontrou-se acidentes domésticos e presença dos pais no momento da intoxicação. A maioria dos socorros domiciliares realizados nem sempre estavam de acordo com evidências científicas e sim ligadas a crenças inadequadas, denotando a falta de preparo dos pais e responsáveis sobre como reagir imediatamente a uma intoxicação acidental.Saúde da criança

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Publicado
2018-05-27
Seção
Artigos