PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CUIDADO DO RECÉM-NASCIDO DE MUITO BAIXO PESO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: REPRESENTAÇÕES DE ENFERMEIROS
Resumo
INTRODUÇÃO: Os recém-nascidos são encaminhados à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) logo após o nascimento, não sendo possível o primeiro contato pele a pele com a mãe devido a sua gravidade. Por vezes, as mães nem mesmo conseguem ver a face de seu filho e, dependendo do tipo de parto e do seu estado de saúde, pode demorar horas ou até dias para que o primeiro contato ocorra, sendo especialmente difícil a situação em que o recém-nascido é encaminhado para UTIN em outro hospital que não o que a mãe está hospitalizada, o que pode prejudicar e dificultar ainda mais o futuro contato entre mãe e filho. OBJETIVO: apreender as representações de enfermeiros sobre a participação da família no cuidado do recém-nascido de muito baixo peso internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. MÉTODOLOGIA: estudo de abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevista semiestruturada, na UTI neonatal de três hospitais localizados no município de Londrina- PR. Participaram do estudo todos os 18 enfermeiros atuantes no período de coleta de dados, realizada no período de novembro de 2011 a março de 2012. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Emergiram dos discursos seis ideias centrais: Inserção ativa no processo de cuidar; A presença dos pais ajuda na recuperação do neonato; Tocar transmite carinho ao filho; O vínculo é importante mesmo na impossibilidade de contato físico; Nem sempre a presença da família contribui com o cuidado e A família deve ser preparada para o cuidado domiciliar. Os enfermeiros representam a participação da família como aspecto importante do processo de cuidar do recém-nascido de muito baixo peso, especialmente por favorecer o vínculo. CONCLUSÃO: Os enfermeiros representam a participação da família como importante no processo de cuidar do recém-nascido de muito baixo peso, especialmente por favorecer o vínculo com o bebê. Em contraponto, apontam situações em que a presença da família dificulta o cuidado profissional ao neonato, como em situações de emergência ou nos casos em que há necessidade de realizar procedimentos invasivos. Os profissionais se sentem, em algumas situações, fiscalizados.