CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INFANTO-JUVENIL ENCAMINHADA PARA ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL
Resumo
Introdução: A concepção de saúde deve estar alinhada aos princípios de humanização que valorizam a dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e que promovem processos integradores. O número de publicações sobre saúde mental infanto-juvenil e os serviços destinados para esta população é reduzido, dificultando o planejamento das ações de saúde. Objetivo: Analisar a demanda infanto-juvenil encaminhada para o CEPS-UNIFIL (Centro de Ensino e Pesquisa a Saúde, da Universidade Filadélfia) pela rede de serviços públicos do município de Londrina. Metodologia: Utilizou-se de dados secundários do formulário de encaminhamento semiestruturado para o CEPS, no período de doze meses. Os registros foram analisados estatisticamente, segundo as variáveis: sexo, idade e serviço que encaminhou. Os dados foram transpostos para tabela do software Microsoft Excel®, e expressos em porcentagens e médias. Os registros de queixas foram analisados conforme as etapas de categorização da abordagem qualitativa. Resultados e Discussões: Dos 115 encaminhamentos, 57,4% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 10,8 anos. A faixa etária mais quantificada foi entre 09 a 11 anos, com 38 encaminhamentos. Queixas relacionadas a problemas de aprendizagem (32%) e problemas no relacionamento familiar (30%) foram as prevalentes. O Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) foi o que realizou a maioria dos encaminhamentos (N=96). Tais dados condizem com a literatura, considerando-se que nesta faixa etária, o maior número de encaminhamentos corresponde ao sexo masculino. A interação familiar é um dos determinantes para uma condição saudável dos aspectos psicossociais infanto-juvenil. E o número significativo dos encaminhamentos permite inferir um despreparo da rede de apoio familiar e assistencial primária para este cuidado, seja pela complexidade do tema ou pela ineficiente capacitação profissional na área. Conclusão: A atenção para esta população deve integrar aspectos psicossociais para a promoção da saúde mental, prevenção do seu adoecimento, e a articulação da rede de serviços de apoio, sendo esta essencial ao cuidado. A partir da identificação da demanda pode-se evidenciar as necessidades mais frequentes deste ciclo de vida e propor ações mais singulares.