PERCEPÇÃO SOBRE AS VULNERABILIDADES DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE E A DIFICULDADE DA ADESÃO AO TRATAMENTO

  • Giovanna Yamashita Tomita Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Erick Neri Souza Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Renata Arruda Faggion Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Francielly Palhano Gregorio Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Laura Alves Moreira Novaes Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Natália Marciano de Araújo Ferreira Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Flavia Meneguetti Pieri Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Andressa Midori Sakai Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Palavras-chave: Tuberculose, Determinantes Sociais da Saúde, Adesão ao Tratamento

Resumo

Introdução: A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, de tratamento prolongado, considerada um problema de saúde pública no Brasil. Sabe-se que os determinantes sociais estão relacionados à transmissibilidade, à adesão e ao sucesso do tratamento. Objetivos: Relatar as percepções de uma residente de enfermagem em infectologia sobre as vulnerabilidades dos pacientes com tuberculose e a dificuldade da adesão ao tratamento. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de residente de enfermagem em infectologia. A residência de enfermagem em infectologia proporciona vivência prática em diversos âmbitos, sendo um deles o ambulatório de referência em tuberculose, localizado em município de grande porte, que atende pacientes com tuberculose pulmonar, extrapulmonar e com multirresistência dos 21 municípios que contemplam a regional de saúde, na qual a residente atuou durante 30 dias nos meses março a abril de 2023. Resultados: No período de atuação a residente realizou consultas de enfermagem, dispensação de medicamentos, teste tuberculínico e discussão de casos nas unidades de saúde. Quanto às percepções acerca das vulnerabilidades destaca-se as populações mais susceptíveis ao adoecimento por tuberculose, tais como: menor renda, grau de instrução e de compreensão do próprio quadro de saúde, condições precárias de habitação e saneamento, problemas sociais, como violência e uso de drogas, além dos privados de liberdade e os infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana. Tais fatores estiveram ligados ao abandono do tratamento e consequentemente, a desfechos indesejados, como resistência aos antimicrobianos, que prolonga e dificulta o tratamento e a cura, e até mesmo óbito. Ainda gerou reflexão para uma visão assistencial mais humanizada e acurada a partir do momento em que foi possível compreender melhor os fatores que interferem a adesão ao tratamento. É preciso conscientizar e sensibilizar os pacientes quanto à importância da adesão ao tratamento, à interrupção da cadeia de transmissão e os possíveis desfechos indesejados. Considerações finais: Diante da imersão e da compreensão da realidade vivida pela residente, foi possível ter melhor entendimento das dificuldades enfrentadas pelo serviço de saúde e pelos usuários e compreender que as vulnerabilidades estão atreladas no desfecho do tratamento. Vale destacar, a necessidade dos profissionais de saúde terem um olhar além das condições clínicas, considerando os determinantes sociais e não somente atentar-se a terapia medicamentosa, mas entender o que impede ou dificulta a adesão ao tratamento, para planejar e adaptar intervenções, considerando o contexto de cada paciente, bem como contribuir para elaboração e reformulação das políticas públicas para tal população.

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Publicado
2023-07-18