EFEITOS DA MÚSICA EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Sálua Eloiza Maluf Ferreira Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
  • Carolina Godoy Waner Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
  • Annecy Tojeiro Giordani Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
  • Tatiane Angélica Phelipini Borges Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Palavras-chave: Humanização, Música, Unidade de Terapia Intensiva

Resumo

Introdução: A humanização em saúde, assunto cada vez mais discutido e valorizado nos últimos anos, é um fator fundamental para a qualidade no atendimento. O cuidado entrelaçado com a arte vem demonstrando ser promotor de saúde, pois pode desencadear nos usuários internados boas lembranças, bem-estar e alegria, auxiliando, portanto, na diminuição do sofrimento. A música é um dos aspectos da arte, que vem contribuindo com o processo terapêutico, por estar conectada a diferentes momentos da vida, e por auxiliar na diminuição do estresse e ansiedade resultantes da hospitalização, somados ao distanciamento das rotinas e momentos prazerosos da vida. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem sobre as influências positivas da música com pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI). Metodologia: Trata-se de um estudo narrativo, descritivo e reflexivo. As atividades são desenvolvidas pelo Projeto de Extensão HumanizArte, que realiza ações humanizadas e de cuidado em saúde entrelaçadas com a arte, em um hospital terciário do norte do Paraná. As ações acontecem semanalmente desde fevereiro de 2023, com acadêmicos participantes, sendo dois deles violinistas. Em uma visita de abril, foram contemplados 15 pacientes, sendo de três entubados e 12 conscientes. Aproximou-se do leito, comunicou-se sobre o objetivo do projeto, e pediu autorização antes de iniciar a música. Resultados: Foram tocadas de uma a duas melodias (gospel) à beira de cada leito. Foi possível observar nos monitores cardíacos a diminuição considerável das frequências cardíacas e respiratórias em 14 pacientes, em apenas um deles ocorreu aumento, e ficou agitado. Além disso, foi possível observar expressões faciais, movimentos dos membros inferiores, mesmo que discretos. Os pacientes conscientes demonstraram tranquilidade, olhar fixo e vago, como se estivessem em outro local, sorrisos e até lágrimas, relataram lembrar de momentos e pessoas importantes, e que a música tocou a alma. A música terapêutica é uma das estratégias amplamente adotada como terapia complementar, comprovada por sua relevância como estratégia na redução da dor, diminuição do nível de ansiedade, principalmente em pacientes críticos internados. Considerações finais: A UTI é um ambiente rodeado por tecnologias duras, alarmes sonoros desagradáveis constantemente, além de ser um ambiente relacionado ao sentimento de medo e sensação iminente de morte. Porém, a música é uma intervenção não farmacológica efetiva no controle da dor, alívio da ansiedade, trazendo lembranças e memórias afetivas, auxiliando na recuperação com olhar sensível, criativo e humanizado.

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Publicado
2023-08-20