Pneumoperitônio: complicação incomum nos pacientes com COVID-19

Resumo

Introdução: Complicações fisiológicas incomuns observadas nos quadros de COVID-19 agravam as manifestações clínicas da doença. Dessa forma, podese destacar o pneumoperitônio, caracterizado pelo vazamento de ar alveolar (“air leak”). Objetivo: O presente estudo correlaciona o desenvolvimento do pneumoperitônio na COVID-19 com sexo, idade, antecedentes patológicos, sintomas apresentados na admissão hospitalar, porcentagem do pulmão acometido, métodos diagnósticos, formas de tratamento e número de óbitos. Metodologia: Para a avaliação da problemática, foi realizada uma análise descritiva retrospectiva. Cinco casos de pacientes que apresentavam concomitantemente a COVID-19 e o pneumoperitônio, admitidos pelo Hospital Universitário de Londrina, no Paraná, entre 2020 e 2021, constituíram o espaço amostral. Resultado: Observou-se que todos os pacientes estudados apresentaram dispneia na admissão hospitalar, com mais de 50% dos pulmões acometidos. O antecedente patológico preponderante foi a hipertensão arterial. Durante a internação, todos os indivíduos foram submetidos à intubação com ventilação mecânica e antibioticoterapia. A tomografia computadorizada foi o principal meio de diagnóstico, ressaltando, inclusive, a presença de enfisema subcutâneo e pneumomediastino. Para o tratamento, optou-se, na maior parte dos casos, pela conduta expectante, sendo que dois pacientes evoluíram para o óbito e um se recuperou. Conclusão: Conclui-se que a infecção respiratória aguda, causada pelo vírus SARS-CoV-2, pode desencadear vazamento de ar alveolar. Apesar de incomum, o pneumoperitônio agrava o quadro clínico de COVID-19. Seu diagnóstico, tratamento e prognóstico variam de acordo com diversos fatores. Outros estudos sobre o tema são necessários para a melhor compreensão do assunto.