Congresso de Medicina da UEL https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel <p>O Congresso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina é um evento acadêmico, organizado e planejado pelos discentes do curso, de cunho científico-informacional, que visa divulgar e consolidar as práticas da Medicina Baseada em Evidência. Valoriza e incentiva a criação e o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão pelos discentes do curso de Medicina.</p> <p><a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/" target="_blank" rel="noopener"><img src="/portal/public/site/images/admin/Captura_de_tela_2023-07-12_153538.png"></a> CC BY-NC-ND : Esta licença permite que os reutilizadores copiem e distribuam o material em qualquer meio ou formato apenas em formato não adaptado, apenas para fins não comerciais e desde que a atribuição seja dada ao criador.</p> pt-BR marcofornazieri@uel.br (Dr. Marco Aurélio Fornazieri) anaisuel@uel.br (Biblioteca Central) Sex, 06 Dez 2024 17:21:44 -0300 OJS 3.1.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 USO DE CIGARROS ELETRÔNICOS ENTRE JOVENS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO DOS SEUS MALEFÍCIOS https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4506 Milena Aymi Saito Shimabukuro, Bruna Maia Galetti, Julie Mucessa Izaias Hilário, Gabriela Bonette Silvério, Maria Paula Marcone Schreiner, Rafael Rocha Turkowski, Camilo Molino Guidoni ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4506 Sex, 06 Dez 2024 16:58:17 -0300 STREPTOCOCCUS AGALACTIAE NO PERÍODO NEONATAL: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4507 <p><span style="font-weight: 400;">A infecção de trato urinário (ITU) é uma das enfermidades mais comuns na pediatria e tem sido descrita como uma das doenças bacterianas com uma das maiores morbidades da infância.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Apesar da maioria dos episódios de ITU serem causados por enterobactérias, a&nbsp; infecção por </span><em><span style="font-weight: 400;">Streptococcus agalactiae</span></em><span style="font-weight: 400;">, ou estreptococo do grupo B (EGB), demanda devida atenção pelas equipes de saúde pública devido à sua gravidade em gestantes e recém-nascidos (RN).</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> Este relato tem como objetivo detalhar as especificidades de paciente neonatal com Infecção do Trato Urinário (ITU) por EGB. O artigo possui como base paciente do sexo masculino, RN, 11 dias, K.C.T., encaminhado pelo ambulatório da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal devido a diagnóstico de ITU por EGB</span><em><span style="font-weight: 400;">.</span></em><span style="font-weight: 400;"> Em primeira consulta, RN estava clinicamente bem, contudo, com presença de icterícia. Foi internado para realização de antibioticoterapia via endovenosa. Ao ser realizado teste de sensibilidade a antimicrobianos, apresentou resistência à eritromicina. Visto isso, optou-se pelo tratamento com ampicilina.</span> <span style="font-weight: 400;">O risco do recém-nascido adquirir qualquer infecção através de transmissão vertical está intimamente relacionado com a quantidade de patógenos presentes no canal de parto.</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> O EGB é um dos principais colonizadores do trato intestinal e geniturinário, estando presente em cerca de 10 a 40% das gestantes. Quando reconhecido como patógeno humano, possuía um alto índice de fatalidade em neonatos por conta do seu potencial em desenvolver infecções graves, uma vez que os RN’s possuem um sistema imunológico mais imaturo. No presente caso, a infecção foi diagnosticada no 4° dia de vida do RN, sendo assim, uma infecção precoce, indicando transmissão por contaminação do canal vaginal. Além disso, o paciente nasceu com 36 semanas e 4 dias, com bolsa rota (rompimento da membrana amniótica antes do início do trabalho de parto), o que se relaciona à associação do EGB com o trabalho de parto prematuro (antes de 37 semanas) e com a ruptura de membrana pré-termo.</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;"> Com relação ao tratamento, uma das características do EGB é a sensibilidade à eritromicina, como foi evidenciado no presente caso, portanto, esse fármaco não é mais considerado alternativa de tratamento em casos de anafilaxia à penicilina e testes de sensibilidade são necessários.</span><span style="font-weight: 400;">5</span><span style="font-weight: 400;"> A quimioprofilaxia deve ser realizada com penicilina ou ampicilina em gestantes portadoras no momento intraparto, por isso, a importância de sempre se realizar o rastreio de EGB a partir de cultura entre 35 e 37 semanas.</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> Por fim, percebe-se como a ocorrência de infecções por EGB merecem devida atenção, necessitando de uma profilaxia e rastreios cuidadosos durante o pré-natal e período intraparto, para assim evitar ao máximo infecções com potencial de gravidade e suas consequências tanto às gestantes quanto neonatos.</span></p> Iuri Thomazini Terra, Eduarda Galvan Martini, Henrique Dallabona Kauka, Manuel Victor Silva Inacio ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4507 Sex, 06 Dez 2024 16:59:29 -0300 CAMPANHA FLORESCER – PROMOÇÃO DE SAÚDE PRIMÁRIA EM UMA OCUPAÇÃO URBANA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4504 <p><span style="font-weight: 400;">A campanha Florescer nasceu da necessidade de promoção do atendimento básico e educação em saúde à população de um bairro marginalizado. São consideradas populações vulneráveis aquelas mais suscetíveis a sofrer danos e negligências sociais². Nesse contexto, os grupos mais negligenciados são aqueles que apresentam piores indicadores de saúde¹. A área de ocupação urbana da ação abriga famílias brasileiras e venezuelanas. Esta é carente de medidas de promoção de saúde pública, pois não é coberta pela abrangência de nenhuma Unidade Básica de Saúde. Os objetivos da presente ação foram assistir, via saúde primária, essa população e oportunizar a aprendizagem de condutas fundamentais em acadêmicos da área de saúde. A ação se utilizou de trabalho voluntário, o que beneficia tanto a população atendida como seus agentes, pela repercussão positiva na sua própria saúde, como: elevação da sensação de bem-estar e diminuição de sintomatologia depressiva³. Primeiro, foram realizadas reuniões de organização e estruturação da campanha. Então, realizou-se o contato com os profissionais, sendo convidadas 2 médicas de família e comunidade, 1 pediatra e 4 odontologistas. Depois, houve uma capacitação dos participantes. No dia da ação, 24 estudantes voluntários dos cursos de medicina, enfermagem e odontologia auxiliaram na realização. Os voluntários foram alocados em dois grupos, das 14h às 16h: um grupo acompanhou os profissionais no atendimento (recepção e triagem dos pacientes), enquanto o outro preparou lanches, adquiridos por doações, para as crianças. Das 16h às 18h, o segundo grupo fez o atendimento, enquanto o primeiro realizou uma ação de educação em saúde sobre dengue com os moradores. Através da iniciativa, 57 pacientes foram atendidos. O </span><em><span style="font-weight: 400;">feedback </span></em><span style="font-weight: 400;">destes, via conversa informal e um questionário via </span><em><span style="font-weight: 400;">forms</span></em><span style="font-weight: 400;">, foi positivo, salientando a importância de projetos que facilitem o acesso ao serviço de saúde e destacando a comunicação dos pacientes venezuelanos com os profissionais de saúde. O projeto também foi de grande importância para os discentes, pois permitiu a prática de habilidades em saúde e o trabalho multiprofissional. As famílias que vivem em áreas de ocupação são afetadas pela precariedade dos serviços de saneamento básico, alimentação, acesso aos serviços de saúde, entre outras restrições que contribuem para a persistência de condições&nbsp; precárias e aumentam a suscetibilidade a doenças¹. Por meio da ação, os estudantes compreenderam a importância da assistência básica em saúde e refletiram sobre a complexidade do cuidado em saúde de populações vulneráveis. Essa ação representa um pequeno e importante passo para trazer atendimento básico, acolhimento, voz e visibilidade para essa população</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">. Portanto, apesar das limitações, foi possível atender a comunidade de forma eficaz, conhecer suas principais necessidades e estabelecer vínculo entre a população e os profissionais, além de provocar grandes aprendizados aos discentes. As demandas do bairro em questão exigem atenção do poder público e o intermédio de todos os níveis hierárquicos do serviço de saúde. Intervenções como a presente se fazem cruciais para prover saúde, instrução e dignidade, não só aos atendidos, mas também aos atendentes.</span></p> Beatriz Gardin Machado, Ana Sofia Vilas Boas Simões, Heloísa Dellandrea, Júlia Zampa Fajardo, Maria Eduarda Gertrudes Silva, Mateus Augusto Mello, Melissa Caroline Godoi Prestes, Marna Eliana Sakalem ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4504 Sex, 06 Dez 2024 16:57:03 -0300 TRICOBEZOAR GÁSTRICO RECIDIVANTE ASSOCIADO À DOENÇA PSIQUIÁTRICA: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4508 <p>Os tricobezoares resultam da ingestão de cabelo humano, cabelo de bonecas, pelos de&nbsp;animais ou fibras de tapetes. Acumulam-se na luz do trato digestivo, principalmente&nbsp;estômago e porções iniciais do intestino delgado 1, 2, 3. Relaciona-se com os distúrbios&nbsp;psiquiátricos de tricotilomania, impulso incontrolado de puxar e arrancar o próprio cabelo,&nbsp;e tricofagia, mastigação e ingestão do cabelo arrancado com intuito de escondê-lo 2,4.&nbsp;Contudo, a formação dos tricobezoares é rara, presente em apenas 1% dos pacientes&nbsp;com tricofagia 3. O objetivo do artigo é relatar um caso redicivante de tricobezoar gástrico,&nbsp;destacando sua associação com os distúrbios psiquiátricos de tricotilomania e tricofagia.&nbsp;Paciente do sexo feminino, 24 anos, com queixa de dor epigástrica intensa, há 1 semana,&nbsp;irradiando para dorso, piorando em jejum e acompanhada de náuseas. História prévia de&nbsp;tricotilomania, tricofagia e retirada de tricobezoar há 5 anos, sem demais comorbidades.&nbsp; Ao exame físico, abdome plano, normotimpânico, doloroso à palpação profunda difusa,&nbsp;principalmente em epigástrio. Sem alterações de exames laboratoriais. Em tomografia&nbsp;contrastada (TC) de abdome, evidenciou-se imagem ovalada heterogênea, com limites&nbsp;bem definidos, em região de piloro gástrico, sem sinais de obstrução (Figura 1). Assim,&nbsp;sob hipótese diagnóstica de bezoar, a paciente foi submetida à Endoscopia Digestiva Alta (EDA), com evidência de tricobezoar de grande dimensão, com progressão restrita em&nbsp;junção gastroesofágica e consequente impossibilidade de retirada via EDA. Paciente foi&nbsp;encaminhada, então, à intervenção cirúrgica com retirada do tricobezoar de 8 cm por&nbsp;laparotomia (Figura 2). Pós-operatório sem intercorrências, com alta hospitalar após 2&nbsp;dias. Foi orientada dieta pastosa por 1 semana e encaminhamento a centro de atenção&nbsp;psicossocial. Tricobezoar gástrico é raro, mas&nbsp; omumente reincidente, como no caso.&nbsp;Acomete, em sua maioria, mulheres jovens, com histórico de tricofagia, que pode ter&nbsp;início logo na infância 3. Sem etiologia única, está associado a condições psiquiátricas,&nbsp;como ansiedade, depressão, transtornos de personalidade, pica e onicofagia 1,2. Se não&nbsp;diagnosticado, torna-se grave, com taxa de mortalidade de 30% 2. Os fios ingeridos param&nbsp;no estômago e aderem à parede pela ação do muco gástrico, se entrelaçando em formato&nbsp;de bezoar. Este facilita a retenção de alimentos, gerando aumento do volume da massa&nbsp;intragástrica, obstrução mecânica e compressão parietal 2,3. O quadro varia conforme a&nbsp;localização e volume da massa, a capacidade de distensão estomacal e as complicações&nbsp;decorrentes do quadro 2,3. Os&nbsp; intomas incluem dor abdominal difusa, ausência de&nbsp;evacuação e flatos, vômitos com cabelos e odor fecaloide, saciedade&nbsp; recoce, diarreia e&nbsp;hematêmese 2. No exame físico, pode haver massa abdominal palpável e alopecia em&nbsp;diversas regiões corporais 2, não observadas no caso, uma vez que a paciente utilizava&nbsp;mega hair, o qual também ingeria os fios. Os exames diagnósticos variam entre TC, EDA&nbsp;e Ultrassonografia. A EDA também pode ser usada, em casos de massas pequenas,&nbsp;como método terapêutico menos invasivo quando comparada à cirurgia 3. No relato&nbsp;descrito, a dimensão do bezoar levou à indicação de tratamento cirúrgico. Apesar de raro,&nbsp;o tricobezoar deve ser considerado como diagnóstico diferencial de abdome agudo&nbsp;obstrutivo em pacientes com histórico de tricofagia e tricotilomania. O quadro clínico é&nbsp;variável. Em geral, independente do tipo de tratamento, este objetiva retirar o tricobezoar&nbsp;e prevenir sua reincidência, devendo ser aliado ao tratamento psiquiátrico, assim como&nbsp;no caso em questão.&nbsp;</p> Maria Letícia Barbosa Rinaldi, Ana Caroliny Pacheco Sotana, Bruna Maia Galetti, Giulia Akemi Sakashita, Tiffany Siqueira Alves, Maria Fernanda Possari Vitro, Stephany Joaquim do Nascimento, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4508 Sex, 06 Dez 2024 17:01:06 -0300 ENDOMETRIOSE EXTRAPÉLVICA COM ISQUEMIA INTESTINAL ASSOCIADA: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4509 <p><span style="font-weight: 400;">A endometriose afeta de 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva¹ e caracteriza-se pela proliferação de células do endométrio fora da cavidade uterina. Classicamente, gera dor pélvica crônica, dismenorreia e infertilidade², com a confirmação diagnóstica feita por visualização das lesões em cirurgia</span><span style="font-weight: 400;">4,5</span><span style="font-weight: 400;">. O objetivo deste relato é divulgar o caso de uma paciente atípica, ampliando o repertório médico quanto às diversas apresentações da doença. A paciente, sexo feminino, 40 anos, G3P3,&nbsp;foi encaminhada ao serviço terciário com dor abdominal intensa com 1 dia de duração e sangramento vaginal vermelho vivo. Relata perda ponderal de 11kg em 2 meses. À admissão, apresentava sinais vitais estáveis, exame físico com abdome distendido, hipertimpânico, com dor difusa à palpação superficial, pior em andar inferior e presença de defesa. Os exames laboratoriais eram sugestivos de hemorragia e infecção, e a paciente foi internada para melhor avaliação do caso. A investigação radiológica demonstrou lesão nodular em ovário esquerdo e lesão volumosa (1618 cm³) envolvendo porção anterior da pelve, fossas ilíacas (FI) e regiões anexiais, indissociável do fundo uterino e em íntimo contato com o ceco, com encarceramento de alças intestinais, exemplificado na figura 1. Foram encontrados também espessamentos difusos de íleo terminal e ceco, densificação adiposa e linfonodomegalia regional. As hipóteses levantadas foram abscesso tubo-ovariano e neoplasia de ovário. 8 dias após a admissão foi realizada laparotomia exploratória pela equipe de Ginecologia e Obstetrícia e executadas ooforectomia e salpingectomia esquerdas devido à infecção e necrose, sendo confirmado em anatomopatológico salpingite aguda por endometrioma. A equipe de Cirurgia Geral foi chamada para avaliação do achado em FI direita, que estava endurecido e aderido a planos profundos, entremeado em mesentério, com necrose difusa. A equipe realizou ileocolectomia direita, ileostomia terminal e retirada de linfonodo retroperitoneal e peritônio para biópsia. Apesar da semelhança visual da massa com neoplasia, a análise indicou endometriose profunda. Após 5 dias em Unidade de Terapia Intensiva e 13 dias em Enfermaria, a paciente apresentou boa recuperação e recebeu alta hospitalar. A endometriose intestinal corresponde a cerca de ¼ dos casos de endometriose profunda, sendo a maioria das lesões localizadas em reto e cólon</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. A localização atípica somada a sintomatologia inespecífica que esse subtipo causa (dor abdominal, náuseas e vômitos) corrobora para a confusão diagnóstica com patologias inflamatórias abdominais diversas e neoplasias</span><span style="font-weight: 400;">3,4,5</span><span style="font-weight: 400;">. No caso relatado, os fatores citados somados à ocorrência simultânea do abscesso tubo-ovariano por endometrioma, complexificaram o diagnóstico da paciente. Em suma, endometriose intestinal, mesmo rara, deve ser levada em consideração no diagnóstico diferencial das causas de abdome agudo em mulheres em idade fértil.</span></p> Carolina De Freitas Souza, Felipe Fávero Borsato, Isabela Teixeira Machado, Bruno Alexandre Sakamoto Rodrigues, Júlia Scudeler Barreto, Júlia Zampa Fajardo, Sofia Gonçalves Mota, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4509 Sex, 06 Dez 2024 17:01:37 -0300 HANSENÍASE FORMA NEURAL PURA, UM DESAFIO DIAGNÓSTICO: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4511 Liviann de Souza Oliveira, Carlos Borges Junior, Ana Julia Santos da Silva, Caio Safranski, Eduarda Galvan Martini, Giovana Oliveira da Silva, Kauana da Silva Pacheco Rabelo, Bruna Tuma ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4511 Sex, 06 Dez 2024 17:02:05 -0300 FREQUÊNCIA DOS MEDICAMENTOS MAIS UTILIZADOS EM TENTATIVAS DE SUÍCIDIO: UMA ANÁLISE FOCANDO EM SEXO E IDADE https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4514 <p><span style="font-weight: 400;">Observa-se na literatura a influência do perfil do paciente na escolha do método para a tentativa de suicídio, tendo o sexo e idade como alguns dos aspectos que mais pesam no processo da decisão¹. Na adolescência, as mudanças biológicas, psicológicas e socioculturais, assim como as diferentes exposições a estressores entre os sexos, interferem na determinação do método de tentativa de suicídio². O objetivo deste trabalho é avaliar os agentes medicamentosos mais prevalentes nas tentativas de suicídio entre jovens, levando em consideração sexo e idade. Foi realizada uma análise transversal dos prontuários de 2017 a 2023 de um Centro de Informação e Assistência em Toxicologia do Paraná. Os dados coletados foram filtrados por sexo, e o perfil etário dividido em dois grupos contendo pacientes de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos, respectivamente. As análises foram realizadas no programa Microsoft Excel. A frequência dos principais medicamentos utilizados na tentativa de sucídio foi dicotomizada na presença de intoxicação mono ou polimedicamentosa. Foram analisadas 2826 fichas, das quais 82,1% eram pertencentes ao sexo feminino. Quanto à idade, 71,9% tinham entre 15-19 anos. Os medicamentos mais prevalentes no grupo feminino (GRAF. 1) foram: Clonazepam, Fluoxetina e Sertralina como medicações únicas, junto à Paracetamol, Dipirona e Fluoxetina em combinação com outras drogas. Quanto ao sexo masculino (GRAF. 2), os medicamentos mais presentes foram: Clonazepam, Sertralina e Risperidona de maneira isolada, junto à Dipirona, Clonazepam e Sertralina em associação medicamentosa. Em relação aos grupos etários, nos pacientes de 10-14 anos (GRAF. 3), os medicamentos mais comuns de maneira isolada foram Clonazepam, Fluoxetina e Sertralina; e os mais utilizados em combinação foram Amitriptilina, Paracetamol e Dipirona. No grupo de 15-19 anos (GRAF. 4), observou-se prevalência de Clonazepam, Sertralina e Amitriptilina como única droga; e Paracetamol, Dipirona e Fluoxetina como drogas associadas.</span> <span style="font-weight: 400;">De todos os casos analisados, apenas 3 resultaram em óbito relacionado à intoxicação, todos do sexo feminino. Os resultados observados vão em sua maioria ao encontro da literatura, que revela alta incidência no uso de ansiolíticos e antidepressivos como agentes únicos ou em combinação, associada a maiores taxas de tentativa de suicídio durante a adolescência e em mulheres³. Contudo, os achados diferem da literatura no quesito taxas de mortalidade em tentativas de suicídio, cuja prevalência é maior no sexo masculino devido escolha de métodos mais definitivos para o auto-extermínio.¹ Dessa forma, o presente estudo demonstra a importância do acompanhamento adequado das terapêuticas com antidepressivos e ansiolíticos, uma vez que o fácil acesso a eles por crianças e adolescentes faz com que sejam as principais drogas utilizadas em tentativas de suicídio.</span></p> Júlia Rafael, Stephanie Salgado, Vivian Lissa Kinjo, Laís Mie Ota, Júlia Catusso Luz Costa, Gabriela Hyppolito dos Santos, Dyohanna Storm, Edmarlon Girotto ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4514 Sex, 06 Dez 2024 17:02:25 -0300 LIPOMA DE CÉLULAS FUSIFORMES ALOJADO EM TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: UM RELATO DE CASO SINGULAR https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4516 <p><span style="font-weight: 400;">O lipoma de células fusiformes (LCF) é um tipo raro de tumor lipomatoso benigno, constituído de diferentes tipos de células como células fusiforme, adipócitos e células gigantes multinucleadas, associadas à colágeno frouxo¹. Pode ser caracterizado pela expressão de marcadores histopatológicos como as glicoproteínas de superfície celular CD34¹. A maioria dos casos é caracterizado por um crescimento tumoral, geralmente assintomático, em região dorsal superior, posterior do pescoço e nos ombros. No entanto, raros casos podem acometer o trato respiratório, apresentando sintomas alarmantes como dispneia, obstrução, estridor e rouquidão². Dessa forma, o presente estudo objetiva analisar um caso clínico incomum envolvendo um Lipoma de Células Fusiformes recidivante no sistema respiratório, buscando oferecer uma compreensão mais ampla sobre a doença, além de contribuir para o conhecimento de seu diagnóstico e tratamento. Paciente do sexo feminino, 58 anos, apresentando queixa de tosse seca iniciada há 8 meses, associada à disfagia e dispneia progressivas, com piora nos últimos 2 meses. Foi encaminhada ao hospital após realização de videolaringoscopia demonstrando evidência de lesão cística em região supraglótica. Ao exame físico, apresentava-se com saturação de O2 a 96% e lesão cística em base de língua. Quanto aos antecedentes, referiu hipertensão arterial (HAS) e tabagismo passivo há 20 anos e negou histórico familiar para neoplasias. Foi realizada Tomografia Computadorizada de pescoço, que revelou um nódulo pediculado em região de face faríngea da epiglote e prega glossoepiglótica lateral direita, medindo 5cm e ocupando parcialmente a coluna aérea neste nível (Figura 1). Após 9 dias de internação, foi realizada ressecção completa do nódulo e posterior análise histopatológica, que revelou uma lesão benigna com presença de componente adiposo maduro misturado com células fusiformes (Figura 2A e 2B), características clássicas de LCF. Foram mostrados na imunocoloração os marcadores CD34 nos componentes fusiformes e S-100 nos adipócitos. Dois anos após a retirada do lipoma, a paciente retornou ao ambulatório com queixa de dispneia, tosse e disfagia há uma semana. A realização de nova videolaringoscopia mostrou lesão nodular de 4cm, em prega aritenoide e ariepiglótica direita, com aspectos patológicos semelhantes ao nódulo anterior. Após ressecção completa, a análise anatomopatológica confirmou recidiva de LCF. O presente relato de caso, traz um quadro com características histopatológicas e sintomáticas esperadas e encontradas na literatura.&nbsp; No entanto, algumas características do caso divergem de forma singular dos achados clínicos prévios em outros pacientes. Na imuno-histoquímica, as células pertencentes ao LCF, costumam ser negativas para a proteína S-100², mas apesar do presente caso ter apresentado resultado positivo para esse marcador, isso ocorreu de forma focal e limitada, não prejudicando a identificação do componente fusiforme na análise. Ademais, o paciente apresentou uma recidiva do tumor, divergindo significativamente dos casos encontrados na literatura científica, os quais não há registro dessa doença apresentando esse tipo de comportamento. Portanto, conclui-se que devido a baixa incidência e histórico de casos de LCF alojados no trato respiratório, esse tipo de lipoma torna-se uma doença cujas características clínicas, etiológicas e de manejo apresentam-se de forma relativamente desconhecida. Assim, novas pesquisas são necessárias para que ocorra o aprimoramento da compreensão acerca da doença.</span></p> Yunes Ahmed Kohatsu Geha, Isabelle Batista de Oliveira, Stephany Joaquim do Nascimento, Caio Cesar Safranski Martins, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Alessandra Lourenço Cecchini ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4516 Sex, 06 Dez 2024 17:02:47 -0300 MANEJO DA INGESTÃO DE MÚLTIPLOS CORPOS ESTRANHOS POR PACIENTE PSIQUIÁTRICO: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4517 Ana Sofia Vilas Boas Simões, Gabriela Gonçalves da Silva, Daniel Felipe Piva dos Santos, Alícia Arakawa, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4517 Sex, 06 Dez 2024 17:03:12 -0300 DOENÇA DO NEURÔNIO MOTOR EM PACIENTE COM INFECÇÃO PELO HIV https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4519 <p><span style="font-weight: 400;">Doença do neurônio motor refere-se a síndromes clínicas específicas, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Na ELA esporádica associada a pacientes com HIV (Virus da Imunodeficiência Humana) que pode ser secundária ao vírus, embora os mecanismos exatos ainda não sejam completamente compreendidos. Os danos seletivos aos neurônios motores podem resultar de fatores neurotóxicos, proteínas virais, citocinas e quimioquinas produzidas durante a infecção viral.¹. Desse modo, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de uma paciente portadora de HIV que desenvolveu doença do neurônio motor. Paciente, sexo feminino, 47 anos, inicialmente teve fraqueza progressiva no membro inferior (MMII) direito há um ano, seguida por manifestações nos MMII e superiores esquerdos. Apresenta instabilidade de marcha, e dores tipo queimação nos MMII. Além da soropositividade para HIV por 20 anos, possui diabetes tipo 2, dislipidemia, glaucoma, hipotireoidismo, ansiedade e depressão. A medicação incluiu AZT (Zidovudina), lamivudina, biovir, com posterior alteração para tenovir e efavirenz, além de atorvastatina, sertralina e levotiroxina. Na eletroneuromiografia 2021 indicam sinais de desnervação aguda em miótomos cervicais bilaterais (C5 a T1) e comprometimento axonal motor pré-ganglionar crônico, consistentes com lesão na ponta anterior da medula cervical. Eletroneuromiografia 2023 controle sem sinais de desnervação com reinervação adequada.Ressonância magnética de coluna cervical com degeneração discal e estenose foraminal bilateral C3C4 Linfócitos TCD4 1221 e carga viral indetectável Ao exame físico marcha alterada e prejuízo na dorsiflexão de pé esquerdo. Arreflexia patelar aquiliana assimétricos a direita. Sinais bulbares ausentes. Força muscular (FM) em quadríceps femural grau 4, músculo tibial anterior a direita, força grau 3 e de dorsiflexores pé direito grau 2. Prejuízo na extensão de MMII esquerdo e movimentos de dorsiflexores do pé esquerdo grau 3, hipotrofia de panturrilhas bilaterais, atrofia de músculos bíceps à esquerda. Hipoestesia superficial em dermátomo L5S1 à direita. O quadro progressivo de fraqueza muscular e achados monomiélicos de hipotrofia,atrofia, arreflexia e perda de grupos musculares dorsiflexores do pé podem constituir manifestação de doença de neurônio motor inferior .A definição da ELA é uma combinação de disfunção de neurônio motor superior e inferior e afeta muitos segmentos corporais Quando as manifestações da doença do neurônio motor estão restritas aos neurônios superiores ou inferiores, diferentes variantes podem surgir, como paralisia bulbar progressiva, variante flail leg, variante flail arm e atrofia muscular progressiva. No caso da paciente, uma dessas síndromes, como a variante flail leg (com a localização inicial da queixa), ou atrofia muscular progressiva, poderiam ser diagnósticos diferenciais relevantes. Na paciente as condições mencionadas impactam principalmente o segundo neurônio motor, conforme indicado no exame neurológico. Pacientes com infecção pelo HIV podem desenvolver uma síndrome semelhante à esclerose lateral amiotrófica (ELA), com sintomas neurológicos similares à ELA idiopática. Diferentemente da ELA clássica, essa síndrome em pacientes com HIV apresenta várias respostas ao tratamento antirretroviral, levando a quase completa reversão dos sintomas neurológicos. Após ajustes no tratamento antirretroviral, a paciente teve uma melhora significativa, indicando a reinervação de neurônios motores em regiões anteriormente afetadas. Este caso destaca a natureza tratável da manifestação clínica do HIV e da doença do neurônio motor, enfatizando a importância da seleção de medicamentos antirretrovírus com boa penetração no sistema nervoso central.</span></p> Karine Fagundes Silvino Rodrigues, Kattelyn Monte Paiva, Indianara Prado dos Santos, Ádria Rodrigues da Silva, Bruna Beppler, Susana Lilian Wiechmann, Mônica Marcos de Souza ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4519 Sex, 06 Dez 2024 17:03:35 -0300 POTOMANIA: QUANDO A SEDE SE TRANSFORMA EM UMA AMEAÇA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4520 <p><span style="font-weight: 400;">A potomania é um distúrbio caracterizado pelo consumo excessivo de líquidos que, levando a hiponatremia, pode agravar sintomas psiquiátricos preexistentes</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">. Com objetivo de contribuir com sua melhor compreensão, o presente artigo relata o quadro de um paciente com déficit cognitivo prévio que apresentou hiponatremia secundária à potomania. Sexo masculino, 63 anos, em uso de haldol e levomepromazina, foi admitido no pronto atendimento (PA) após crise convulsiva. Foi descrito que há duas semanas apresentava quadro de inquietação associado à polidipsia e poliúria. Um dia antes da internação, relata queda de própria altura sem perda de consciência e êmese. No PA, evoluiu com espasticidade e perda de consciência, sendo entubado e encaminhado à atenção terciária, onde foi admitido com hiponatremia grave. Realizada administração de solução salina hipertônica, houve elevação do sódio plasmático e melhora do quadro comatoso. Assim, atrelado ao relato de familiares sobre seu costume de ingerir água excessivamente, recebeu o diagnóstico de hiponatremia secundária a polidipsia psicogênica. Foi suspenso o haldol e a levomepromazina, recebendo alta hospitalar. A potomania consiste em quadro psicológico caracterizado por </span><span style="font-weight: 400;">polidipsia</span><span style="font-weight: 400;"> ou </span><span style="font-weight: 400;">dipsomania</span><span style="font-weight: 400;">, sendo geralmente reconhecida entre pacientes com transtornos psicóticos</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;">.&nbsp; Tal consumo excessivo pode causar hiponatremia e se manifestar no agravamento de sintomas psiquiátricos, êmese, ataxia, convulsões e coma</span><span style="font-weight: 400;">3,4</span><span style="font-weight: 400;">.</span> <span style="font-weight: 400;">No caso descrito, o paciente previamente portador de déficit cognitivo, apresentava hiponatremia grave secundária à polidipsia psicogênica, em que há consumo excessivo de líquido resultante de distúrbio psiquiátrico</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. Os episódios relatados descrevem sintomas presentes na </span><span style="font-weight: 400;">polidipsia primária, em que a doença geralmente se desenvolve em três fases, começando com polidipsia e poliúria, seguida por hiponatremia e intoxicação por água</span><span style="font-weight: 400;">5</span><span style="font-weight: 400;">.</span><span style="font-weight: 400;"> Confirmou-se que o episódio convulsivo derivou da hiponatremia uma vez que houve melhora com a infusão de salina hipertônica</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">Porém, devido algumas medicações de uso contínuo contribuírem para a hiponatremia, não foi descartado o caso de hiponatremia derivado de antipsicóticos, visto que foi suspensa a medicação</span><span style="font-weight: 400;">. Diante do exposto, observamos que a potomania pode desencadear hiponatremia, a qual é capaz de agravar sintomas psiquiátricos pré-existentes, podendo ser revertida com o manejo terapêutico adequado. Não obstante, é importante ressaltar a escassez de estudos sobre estratégias eficazes para o manejo da potomania, evidenciando a necessidade de mais pesquisas nessa área.</span></p> Thainara Lourenço da Silva, Caio Cesar Safranski Martins, Camila Rafaela de Oliveira Pedrozo, Raul Henrique Mezuran Santos, Luiza Tacci Biolo de Abreu, Luísa Manfredin Vila, Diego Augusto Nesi Cavicchioli ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4520 Sex, 06 Dez 2024 17:03:55 -0300 INVESTIGAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE DERMATOSES ENTRE MÉDICOS RESIDENTES E ACADÊMICOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4518 <p><span style="font-weight: 400;">Na pandemia de COVID-19, os profissionais da saúde intensificaram medidas de prevenção, como a higiene constante das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).</span><span style="font-weight: 400;">1,2</span><span style="font-weight: 400;"> Como consequência, houve um risco aumentado de dermatoses, sobretudo dermatite de contato (DC),</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> acne secundária ao uso de máscaras (“maskne”)</span><span style="font-weight: 400;">2 </span><span style="font-weight: 400;">e eflúvio telógeno.</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> O presente estudo objetivou comparar a prevalência de dermatoses entre médicos residentes e estudantes de medicina de uma universidade durante a pandemia de COVID-19. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética (CAAE: 63396922.2.0000.5231). Foram investigados residentes (grupo R) - recrutados para assistir os enfermos durante a pandemia de COVID-19 - e estudantes de Medicina (grupo E) - que participaram de atividades virtualmente.&nbsp; Realizou-se um estudo transversal observacional, com amostra de conveniência, de 01/03/20 a 28/02/22. Coleta de dados se deu por formulários próprios e os programas Stata® e Jamovi foram usados para análise estatística. Os resultados das características clínicas e demográficas são mostrados na tabela 1. As principais dermatoses entre residentes e acadêmicos de medicina são mostradas na tabela 2. Foi analisado o perfil dos participantes: em relação à idade, a média foi maior dentre os residentes, conforme esperado por ser uma pós-graduação (p=0,001). O sexo masculino foi mais prevalente no grupo R (53,2%), mas não houve relevância ao comparar com o grupo E (p=0,214). A maioria dos indivíduos era branco [residentes, n=42, 89,3%] e [acadêmicos, n=33, 70,2%], e não há relação direta desse fator com dermatoses. O estado civil mais prevalente foi solteiro (74,4% versus 100%, p&lt;0,001). A composição de renda, também, não obteve diferença significativa entre os grupos (p=0,147). Não houve diferença na proporção de infectados por COVID-19 nos dois grupos (p=0,208), e uma hipótese seria que os acadêmicos se infectaram pelo descuido, enquanto os residentes mantiveram cuidados rígidos ao atender os infectados, como uso prolongado (maior tempo diário) de máscaras e protetores faciais (PF). Ademais, consoante com a produção científica prévia,</span><span style="font-weight: 400;">1,2,3</span><span style="font-weight: 400;"> as três dermatoses mais prevalentes do grupo de residentes foram a DC de mãos (46,8%), acne (42,5%) e eflúvio telógeno (38,2%), mas sem diferença estatística com o grupo E (p&gt;0,05). A hipercromia pós-inflamatória da face foi a única dermatose com diferença estatística entre os grupos (17,0% vs. 2,1%, p=0,030), em consequência do atrito da máscara e “maskne”, além do uso de protetores faciais (estudantes não fizeram uso) - diminuíram a ventilação e facilitaram a inflamação local.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> Outras dermatoses foram estudadas, mas não foram significativas (p&gt;0,05). Tendo em vista os resultados obtidos, pode-se inferir que há diferenças na composição social de residentes e estudantes que participaram do estudo e a hipercromia pós-inflamatória da face mostrou-se como a única dermatose estaticamente mais significativa entre residentes, provavelmente devido ao maior tempo de exposição às máscaras e PF pelo grupo R, enquanto a DC de mãos, a acne e o eflúvio telógeno estavam relacionados aos mesmos fatores (infecção e estresse, por exemplo) e cuidados (lavagens de mãos) em ambos os grupos. No entanto, é importante ressaltar as limitações quanto ao viés de seleção e o número de amostra neste estudo. Portanto, mais pesquisas são necessárias para entender o impacto das dermatoses durante a pandemia de COVID-19.</span></p> Giulia Akemi Sakashita, Natalia da Silva Viotti, Amanda Letícia Dias, Isabelly Novaski Franco, Isadora Ferrari Hannickel, Sofia Gonçalves Mota, Dania Lavínia Assunção Pereira, Rogério Nabor Kondo ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4518 Sex, 06 Dez 2024 17:04:12 -0300 TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO POR MEDICAMENTOS: PERFIL DOS CASOS ATENDIDOS POR UM CENTRO DE INFORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA (CIATox) – 2017 a 2023 https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4521 <p><span style="font-weight: 400;">A tentativa de suicídio é uma violência autoinfligida, que compreende uma série de ações como ideação, planejamento e tentativa, sendo um grave problema de saúde pública¹. Uma das formas de tentativa mais frequente é a ingestão de substâncias tóxicas, que causam um quadro de intoxicação exógena, caracterizada por sinais e sintomas decorrentes do contato com substâncias químicas, ocasionando efeitos adversos no organismo. Dentre os agentes tóxicos utilizados, os medicamentos têm prevalência nos casos de suicídio¹. Nesse contexto, este estudo objetivou descrever o perfil dos casos de tentativa de autoextermínio por medicamentos atendidos em um Centro de Informação e Assistência em Toxicologia (CIATox). Realizou-se um estudo transversal por meio da análise de prontuários de pacientes atendidos por um CIATox. O período de análise ocorreu entre os anos de 2017 à 2023, estabelecendo-se como critérios norteadores da investigação (1) casos envolvendo tentativas de suicídio e (2) o uso de medicamentos como agente de intoxicação exógena. Os dados foram dispostos em planilha do programa Microsoft Excel e analisados posteriormente. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 45986415.1.0000.5231). Foram analisados 12.655 casos de tentativas de suicídio, sendo que 65,7% (Figura 1) desses casos continham a presença de pelo menos um medicamento, entre outros agentes, como herbicidas, raticidas e agrotóxicos. Dentre os casos de tentativas com uso de medicamentos, houve uma maior prevalência do sexo feminino (75,6%). Em relação à idade, destacaram-se as faixas etárias de 20 a 29 anos (31,6%) e 15 a 19 anos (21,8%), merecendo destaque para 10 a 14 anos (8,5%). Os casos ocorreram predominantemente no período das 18:00 às 23:59 horas (35,2%) (Figura 3) e nos meses de outubro (9,8%) e dezembro (9,6%) (Figura 2). Os principais medicamentos envolvidos nos eventos toxicológicos foram: Clonazepam (6,3%), Amitriptilina (3,9%), Sertralina (2,2%), Fluoxetina (2,2%) e Paracetamol (1,7%). Dentre todos os casos, observou-se 51 óbitos (0,5%). Tendo em vista os dados apresentados na pesquisa, é possível observar um predomínio expressivo de Clonazepam e Amitriptilina como os principais agentes causadores de intoxicação. Esse achado pode se relacionar com o aumento no número de casos de ansiedade, depressão e distúrbios do sono entre a população em geral, o que implica em maior busca e aumento do consumo destas medicações². Aliado a esse fato, ambas as medicações, mesmo necessitando de receita médica para sua obtenção, estão disponíveis em postos de saúde, tornando-as acessíveis aos pacientes. Ademais, os dados demonstram que o perfil recorrente nos casos de tentativa de autoextermínio tem se concentrado em faixas etárias cada vez mais jovens. Observou-se também um predomínio do sexo feminino, podendo estar relacionados há fatores como maior incidência de doenças mentais e crônicas neste grupo, bem como seu papel na sociedade e exposição a diferentes tipos de violência³. Dessa forma, a partir do presente estudo, fica evidente a necessidade da conscientização sobre a prescrição de psicoativos, visando um uso racional desses medicamentos. Além disso, os dados da pesquisa alertam sobre a necessidade de um olhar mais cuidadoso sobre as populações mais jovens, e sobre a população feminina, fornecendo aos profissionais um perfil epidemiológico que ajuda na identificação e intervenção precoce para prevenção de casos de suicídio.</span></p> Yunes Ahmed Kohatsu Geha, Isabelle Batista de Oliveira, Camilo Molino Guidoni, Edmarlon Girotto ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4521 Sex, 06 Dez 2024 17:04:34 -0300 ANÁLISE DO USO DE ATROPINA EM PACIENTES ATENDIDOS POR UM CENTRO DE INFORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA (CIATox) - 2023 https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4523 <p><span style="font-weight: 400;">A atropina, proveniente da planta </span><em><span style="font-weight: 400;">Atropa beladona</span></em><span style="font-weight: 400;">, é um éster alcaloide formado pela combinação de ácido trópico e de tropina, uma base orgânica complexa¹. É utilizada como antagonista competitivo em intoxicações por agentes anticolinesterásicos, como inseticidas agrícolas organofosforados e carbamatos, que provocam acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica. Ao bloquear receptores muscarínicos, de forma reversível, a atropina contribui para a reversão dos efeitos colinomiméticos, embora não reestabeleça a função enzimática da acetilcolina². Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIAToxs) contraindicam o uso profilático de atropina, sendo reservada em casos de manifestações colinérgicas, como sudorese, miose e bradicardia. A despeito dos protocolos adotados pelos CIAToxs, a atropina é administrada de forma indevida por alguns profissionais. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar os casos de administração de atropina e o uso de seu protocolo, visando identificar a ocorrência e a frequência de administração correta da substância pelos serviços de saúde. Realizou-se um estudo transversal por meio da análise de prontuários de 50 pacientes atendidos por um Centro de Informação e Assistência em Toxicologia (CIATox), ocorridos no ano de 2023, estabelecendo-se como critérios norteadores da investigação (1) o uso de agrotóxicos e produtos de uso veterinário de forma acidental ou em tentativa de autoextermínio e (2) a necessidade de administração de atropina. Os dados foram dispostos em uma planilha no programa Microsoft Excel e analisados com uso deste mesmo software. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 45986415.1.0000.5231). Os principais grupos de agentes utilizados foram os agrotóxicos, com uma frequência de 33,3% (Gráfico 1), sendo os raticidas clandestinos a classe mais frequente (45,5%). A principal circunstância de ingestão foi por tentativa de suicídio (75,0%) e observou-se um desfecho final de 8,3% de óbitos relacionados ao evento de intoxicação. Os principais sintomas associados foram alterações nos sinais vitais (19%), sialorreia (18%), alteração no nível de consciência (14%) e miose (14%). Quanto à administração de atropina, em 64,5% dos casos houve administração prévia do medicamento, sem a orientação do CIATox e em 90,0% destes casos a administração ocorreu sem seguir o protocolo preconizado, tendo como principal conduta errônea a não manutenção da atropina em bomba de infusão contínua (50%) (Gráfico 2). Após a orientação do CIATox, em 45,2% dos casos realizou-se a administração do protocolo incorretamente, tendo como maior erro de manejo a descontinuação do protocolo orientado (22,6%) (Gráfico 3). Dentre os casos que obtiveram um desfecho final relacionado a óbito, em 50% ocorreu a incorreta administração do protocolo, seja previamente ou após orientação do CIATox. Baseando-se na análise dos dados, entende-se que na maioria dos casos em que foi iniciado o uso da atropina, os pacientes apresentavam os sintomas critérios para início do protocolo, mostrando que há uma boa taxa de identificação da presença de envenenamento por inibidores de colinesterase pelos médicos. Porém, em grande parte dos casos, houve o início precoce do antagonista, sem consulta com o CIATox e sem seguir o correto protocolo preconizado. Dessa forma, conclui-se que a orientação especializada é de grande importância, visto que, ocorre a diminuição dos erros em seguimento de protocolo após o acompanhamento toxicológico especializado, resultando na diminuição do desperdício de recursos, na melhora do tratamento e na redução de óbitos.</span></p> Isabelle Batista de Oliveira, Yunes Ahmed Kohatsu Geha, Vinicius Ribeiro Leão da Cunha, Ana Sofia Vilas Boas Simões, Renato Rubia Garcia Junior, Camilo Molino Guidoni, Edmarlon Girotto ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4523 Sex, 06 Dez 2024 17:04:56 -0300 CORRELAÇÃO ENTRE A ANSIEDADE TRAÇO E ESTADO E A SECREÇÃO DE IMUNOGLOBULINA A SECRETORA EM SALIVA DE ATLETAS DE FUTSAL https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4524 <p><span style="font-weight: 400;">A imunoglobulina A secretora (SIgA) é a principal linha de defesa das mucosas e sua secreção é estimulada pela atividade do sistema nervoso autonômico simpático e parassimpático. A ansiedade é um traço de personalidade que pode provocar aumento da sensação de ansiedade. A ansiedade pode provocar aumento da atividade simpática reduzindo a secreção de SIgA</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">, o que pode prejudicar a imunidade de atletas</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">.&nbsp; O objetivo do presente estudo foi correlacionar o traço e o estado de ansiedade de atletas de futsal com a concentração e taxa de secreção de SIgA em saliva</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;">. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos da UEL (CAAE: 12345019.9.0000.5231).</span> <span style="font-weight: 400;">Amostras de saliva de 63 atletas profissionais masculinos, adultos, disputando os campeonatos de série ouro, prata e bronze, e Liga Nacional de Futsal, foram avaliadas no início da pré-temporada de 2024. A concentração de SIgA foi estimada por ensaio imunoenzimático e a taxa de secreção determinada multiplicando o fluxo salivar por minuto pela concentração de SIgA</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. O traço e o estado de ansiedade dos atletas foi determinado pelo Inventário de Ansiedade Traço e Estado (IDATE). O teste de correlação de Spearman foi utilizado para determinar a correlação entre a secreção de SIgA e o nível de ansiedade</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">Trinta e dois (50,7%) apresentaram traço de ansiedade considerado moderado, e 37 (58,7%) apresentavam sintomas de ansiedade moderada. Doze atletas (19%) apresentaram traço de ansiedade elevado e 2 (3,1%) apresentaram ansiedade elevada. A concentração de SIgA não apresentou correlação com o traço de ansiedade (r= 0,04; p=0,12). O estado de ansiedade não apresentou correlação com a taxa de secreção de SIgA (r= 0,03; p=0,13). Concluímos que a secreção de SIgA na apresentação de atletas de futsal em início de temporada não está correlacionada com o traço de ansiedade e o estado de ansiedade.</span></p> Pedro Henrique Claudino Silva, Danilo de Oliveira Silva Seraphim, Mateus Augusto Mello, Lilian Keila Barazetti, Eduardo Carlos Ferreira Tonani, Solange de Paula Ramos ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4524 Sex, 06 Dez 2024 17:05:11 -0300 TRAÇO E ESTADO DE ANSIEDADE EM ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTSAL EM PRÉ-TEMPORADA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4525 <p><span style="font-weight: 400;">A ansiedade é uma emoção comum experimentada por atletas, influenciando seu desempenho e bem-estar psicológico. No contexto específico do futsal, a ansiedade pode desempenhar um papel significativo devido à natureza competitiva e de alta pressão do esporte</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">. Este estudo investiga a ansiedade traço e estado em atletas de futsal, distinguindo entre a ansiedade traço, caracterizada por tendências estáveis e duradouras de ansiedade, e a ansiedade estado, que representa uma resposta emocional temporária a uma situação específica</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;">. Foram avaliados 62 atletas profissionais masculinos, categoria adulta, com aproximadamente 5,6 ± 4,6 anos de experiência, disputando o campeonato paranaense série bronze (19, 30,6%), prata (27,4%) e ouro (30, 48,3%) na temporada 2024 (CAAE: 12345019.9.0000.5231). Foram investigados 33 alas, 11 fixos, 8 pivôs e 11 goleiros, reservas e titulares. O Inventário de Ansiedade Traço e Estado (IDATE) foi aplicado aos atletas, por meio de formulário enviado em aplicativo de mensagens. O nível de ansiedade traço e estado foi determinado e diferenças entre atletas de diferentes divisões e posições em quadra foram determinadas com o teste de ANOVA one-way, e pós teste de Tukey (p&lt;0,05). A correlação entre a experiência profissional e a ansiedade traço e estado foi determinada por meio do teste de correlação de Pearson</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. O traço de ansiedade médio (F=3,84; p&lt;0,02) dos atletas foi considerado moderado (34,3 ± 6,8 u.a.), sendo considerado mais elevado nos atletas da série prata (38 ± 8,6, p&lt;0.05), em relação a série bronze (31,8 ± 5,1) e ouro (33,2 ± 6,2). O estado de ansiedade médio (F=3,84; p&lt;0,02) dos atletas foi considerado moderado (34,3 ± 8,6), sendo considerado mais elevado nos atletas da série prata (37,7 ± 8,6, p&lt;0.05), em relação a série bronze (34,8 ± 5,7) e ouro (32,1 ± 5,3).&nbsp; Vinte seis atletas (41,9%) apresentaram estado e traço de ansiedade moderados e 5 (24,2%) dos atletas apresentaram traço e estado de ansiedade elevados. Não foram observadas diferenças no traço (F=0,61; p=0,65) e estado (F= 0,29; p=0,28) e estado de ansiedade de atletas de diferentes posições. Não foi observada correlação entre o tempo de experiência profissional e o traço (r=0,01; p=0,38) e o estado de ansiedade (r=0,01, p=0,22). Concluímos que há uma alta frequência de atletas masculinos de futsal que possuem traço e estado de ansiedade de moderado a alto em pré-temporada. Atletas de futsal apresentam ansiedade estado no início da pré-temporada, mesmo antes da imposição de altas demandas físicas e psicológicas impostas decorrentes da temporada competitiva, sugerindo que a atenção psicológica seja necessária para que a ansiedade em alto nível não se manifeste e não comprometa de forma negativa o desempenho dos atletas.</span></p> Danilo de Oliveira Silva Seraphim, Pedro Henrique Claudino Silva, Mateus Augusto Mello, Eduardo Carlos Ferreira Tonani, Solange de Paula Ramos ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4525 Sex, 06 Dez 2024 17:05:29 -0300 EXANTEMA POR CLORPROMAZINA: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4526 <p><span style="font-weight: 400;">As farmacodermias ocorrem em 5% a 15% dos pacientes tratados com algum medicamento, entre as drogas comumente envolvidas estão os antibióticos, anti-inflamatórios, quimioterápicos, anticonvulsivantes e psicotrópicos</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">. O presente estudo tem por objetivo ao discutir um caso raro, delicado e relevante, contribuir com a produção acadêmica que embasa a clínica de profissionais ao avaliar a relação entre o uso da Clorpromazina com quadro exantemático. </span><span style="font-weight: 400;">Relata-se aqui o caso de uma paciente feminina, com 50 anos, encaminhada a nossa unidade após internação de 6 dias em outro hospital</span><span style="font-weight: 400;">. Refere história de lesões bolhosas, eritema, edema, prurido e sensação de queimação em membros inferiores há 2 semanas. Evoluiu em algumas horas com expansão das lesões, acometendo abdome, dorso, membros superiores e tronco, poupando face e pescoço, além de febre (não aferida) e edema labial. Possui histórico de quadro depressivo em tratamento há 10 meses, com sintomas psicóticos e episódios de agitação, com prescrição prévia de Biperideno, Escitalopram e Olanzapina, com melhora sintomática. Marido relatou que há 4 semanas a paciente iniciara o uso de Clorpromazina, com o aparecimento das lesões de pele 2 semanas após sua introdução. Com a interrupção do uso de Clorpromazina, houve remissão da farmacodermia e alta hospitalar com encaminhamento para o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS). Farmacodermia é definida como efeito colateral relacionado à pele e/ou anexos - mucosas, cabelos e unhas - na sua estrutura ou função, englobando desde reações simples a condições graves e ameaçadoras à vida</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;">. A farmacodermia relacionada a psicofármacos é frequente - compreendendo cerca de 39 % dos casos, dos quais os estabilizadores de humor apresentam a maior prevalência e gravidade</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. A Carbamazepina, apontada inicialmente como possível causadora do quadro (antes de se confirmar com marido que se tratava de Clorpromazina e não Carbamazepina), está relacionada a inúmeros efeitos adversos cutâneos, como exantema morbiliforme, eritrodermia, síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrose epidérmica tóxica (NET)</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">. A Clorpromazina, principal suspeita etiológica da farmacodermia da paciente, é usada para esquizofrenia, além de transtornos bipolares, quadros ansiosos e depressivos graves que se manifestam com surtos psicóticos</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. Apesar de menos relacionada a reações farmacodérmicas, a Clorpromazina pode causar quadros de exantema morbiliforme, eritrodermia, pigmentação cutânea e fotossensibilidade (do tipo alérgica), e mais graves, incluindo lúpus induzido por drogas</span><span style="font-weight: 400;">1,4</span><span style="font-weight: 400;">. O diagnóstico é dificultado pela multiplicidade clínica, semelhança com outras doenças, polifarmácia e dificuldade de os pacientes relatarem as medicações utilizadas</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">, como no caso citado em que houve desinformação inicial acerca das medicações. O tratamento, envolve uso de corticosteróides ou de anti-histamínicos e busca-se suspender a droga suspeita de causar a reação, porém tratando-se de psicofármacos, considera-se a gravidade da manifestação cutânea e da doença psiquiátrica, os riscos da interrupção abrupta da droga e as alternativas para manejo do quadro de base</span><span style="font-weight: 400;">3</span><strong>. </strong><span style="font-weight: 400;">Por fim, com o aumento de diagnósticos e tratamento de transtornos mentais</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">, deve-se atentar para possíveis efeitos colaterais do uso de psicofármacos,</span> <span style="font-weight: 400;">como a farmacodermia por uso da Clorpromazina.</span></p> Juan Macaulay Garcia, Diyhallmir Angelo Noel Salina, Lucas Machado Pires, Renan Shirane Wajima, Victor Hugo Farias, Luisa Manfredin Vila, Diego Augusto Nesi Cavicchioli ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4526 Sex, 06 Dez 2024 17:05:55 -0300 ÍLEO BILIAR IMPACTADO EM ÍLEO PROXIMAL: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4527 Maria Fernanda Possari Vitro, Caio Cesar Safranski Martins, Luiz Gabriel Souza Domingues De Matos, Stephany Joaquim do Nascimento, Tiffany Siqueira Alves, Yunes Ahmed Kohatsu Geha, Karoline Moreira Veiga, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4527 Sex, 06 Dez 2024 17:06:11 -0300 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO E QUEIMADURAS: AGENTES CAUSAIS E EPIDEMIOLOGIA. https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4528 <p><span style="font-weight: 400;">A incidência de queimaduras em acidentes de trabalho corresponde a aproximadamente 20% de todos os casos de queimaduras nos EUA </span><span style="font-weight: 400;">(1).</span><span style="font-weight: 400;"> A incidência de queimaduras ocupacionais tem sido associada a jornadas longas, falta de equipamentos de proteção coletiva e treinamentos, no entanto, pode ocorrer em profissionais que desenvolvem suas atividades em âmbito informal </span><span style="font-weight: 400;">(2)</span><span style="font-weight: 400;">. Por acometer indivíduos em faixa etária produtiva, representam uma parcela importante das queimaduras possíveis de serem prevenidas. O presente trabalho tem por objetivo avaliar quais as principais causas de notificação de acidentes de trabalho relacionados à queimadura, superfície corporal queimada e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, retrospectivo com levantamento de dados coletados em banco de dados de hospital que presta atendimento a queimados, entre os anos de 2018 e 2022 (janeiro/18 a dez/22). Desta avaliação, tivemos entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022 foram internados 1286 pacientes, sendo geradas 116 comunicações de acidente de trabalho (9,02% das internações). Onze pacientes eram do sexo feminino (idade entre 23-42 anos, média 36 anos) e 105 pacientes do sexo masculino (idade entre 16-78 anos, média 37 anos). A superfície corporal variou de 0,2 a 84%, com média de 15,88%. O tempo de internação teve uma média de 18,99 dias e a mortalidade ficou em 12,06 % (14 casos). Os agentes causais foram: fogo 34,48% (n= 40), queimadura elétrica 22,41% (n = 26), escaldo 20,68% (n=24), contato 10,34% (n = 12), química 6,03% (n = 7), vapor 4,31% (n=5), fuligem e geladura com 0,86% cada ( n = 1 para cada). Em função desses achados, temos que as queimaduras estão entre as lesões mais devastadoras associadas aos acidentes de trabalho </span><span style="font-weight: 400;">(3)</span><span style="font-weight: 400;">. Além dos custos relacionados ao tratamento de alta complexidade, os danos causados ao indivíduo podem ser irreversíveis tanto do ponto de vista físico quanto psíquico </span><span style="font-weight: 400;">(2)</span><span style="font-weight: 400;"> No presente estudo,&nbsp; a prevalência foi maior no sexo masculino (90,51% dos casos, n =105), com idade média de 37 anos, semelhante ao encontrado na literatura </span><span style="font-weight: 400;">(4)</span><span style="font-weight: 400;">. Quantos aos agentes causais, houve predominância de chamas em 34,48% dos casos, seguida de queimadura elétrica e escaldo. Neste trabalho é de se notar que a incidência de 9,02% de comunicações de acidentes de trabalho fique abaixo da citada em literatura (17% e 23%) </span><span style="font-weight: 400;">(3),(1)</span><span style="font-weight: 400;">, porém os trabalhadores autônomos podem ter sido excluídos da casuística, por não haver necessidade obrigatória de notificação, gerando uma subnotificação. Concluindo, as queimaduras associadas ao trabalho ocorrem na faixa etária produtiva, podendo gerar danos físicos, sociais e psicológicos ao indivíduo. Uma grande parte desses acidentes pode ser evitado com medidas de educação em saúde e utilização de equipamentos de proteção individual.</span></p> Guilherme Figueiredo Berbert, Amanda Vieira Montrezol, Juliana Helena Montezeli, Erika Cristiane Mayumi Mimura ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4528 Sex, 06 Dez 2024 17:06:28 -0300 RABDOMIÓLISE COM DIAGNÓSTICO AUSENTE: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4529 <p><span style="font-weight: 400;">A rabdomiólise é uma síndrome clínica grave caracterizada pela lesão do músculo sanguínea. Apesar de ser uma síndrome relativamente comum, sua apresentação clínica pode ser variada e desafiadora, especialmente quando os sintomas iniciais são inespecíficos. O presente estudo tem o objetivo de relatar o caso de paciente com quadro de rabdomiólise inespecífica, além de destacar os desafios enfrentados na identificação e manejo eficaz do quadro, ressaltando a importância da investigação minuciosa e da colaboração entre diferentes especialidades médicas para o tratamento adequado dessa condição clínica complexa. Uma paciente de 39 anos, com histórico de hipertensão arterial sistêmica e em uso de Losartana, procurou atendimento médico devido a dor na cintura escapular e fraqueza intensa nos membros inferiores. Diagnosticada com rabdomiólise, evidenciada pela elevação da Creatina Fosfoquinase (CPK), recebeu tratamento inicial por suspeita de leptospirose, sem melhora. Durante a internação, houve flutuações nos níveis de CPK, suspeitando-se de rabdomiólise de origem infecciosa. Apesar do tratamento com antibióticos, incluindo vancomicina, houve piora significativa da função renal, necessitando de diálise. Diversos exames e testes sorológicos foram realizados, sem identificação da causa subjacente da rabdomiólise. Uma biópsia muscular não foi conclusiva. A paciente foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à deterioração clínica, onde desenvolveu complicações adicionais, incluindo choque refratário e acidose grave, evoluindo para óbito no 49º dia de internação. Os familiares não autorizaram a realização de necrópsia, deixando o caso sem um diagnóstico definitivo</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">A rabdomiólise ocorre quando há lesão do músculo estriado esquelético levando a decomposição do miócito e liberação de componentes do meio intracelular para a circulação sanguínea. Existem diversas etiologias da rabdomiólise[1].O quadro clínico de rabdomiólise costuma ser a tríade clássica de mialgia, astenia e colúria. Com o avançar do quadro, sintomas constitucionais se estabelecem como mal-estar, febre, taquicardia, náuseas, vômitos, dor abdominal e alteração do estado mental[2]. </span><span style="font-weight: 400;">A dosagem de CPK é crucial para o diagnóstico, pois reflete o dano muscular. A confirmação pode ser feita por biópsia muscular [3,4]. </span><span style="font-weight: 400;">A rabdomiólise pode cursar com complicações como insuficiência renal aguda (IRA), síndrome compartimental, arritmias cardíacas e coagulação intravascular disseminada [5]. </span><span style="font-weight: 400;">O relato de caso destaca a rabdomiólise como uma síndrome potencialmente fatal, caracterizada pela lesão do músculo esquelético e liberação de componentes intracelulares na corrente sanguínea. No caso apresentado, a paciente inicialmente suspeitou-se de leptospirose, </span><span style="font-weight: 400;">embora posteriormente tenha sido descartada.</span><span style="font-weight: 400;"> No entanto, o diagnóstico foi desafiador devido à presença de complicações, como insuficiência renal aguda e infecções hospitalares. A investigação não revelou a causa subjacente, ressaltando a complexidade diagnóstica da rabdomiólise. O caso destaca a importância da abordagem multidisciplinar e investigação minuciosa para o manejo eficaz dessa condição.</span></p> Leonardo Campaner, Gustavo Abud Priedols, Ana Júlia de Paula Kressin, Ines Ogai Nakamoto ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4529 Sex, 06 Dez 2024 17:06:52 -0300 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DIREITA DECORRENTE DE TRAUMA CONTUSO COM DESFECHO FAVORÁVEL EM PACIENTE JOVEM: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4530 <p><span style="font-weight: 400;">A hérnia diafragmática (HD) é um defeito no diafragma que permite a passagem completa ou parcial de conteúdo para a cavidade torácica devido aumento do gradiente de pressão entre o abdome e o tórax.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Os sintomas incluem dispneia e problemas gastrointestinais, e indica-se a cirurgia mesmo em casos assintomáticos pelo risco de estrangulamento e encarceramento dos órgãos herniados.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Objetiva-se apresentar o caso de uma hérnia diafragmática direita por trauma contuso, incluindo complicações e o desfecho desse caso. Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 17 anos, que sofreu acidente de motocicleta contra anteparo fixo. Na admissão, foi seguido o mnemônico ABCDE para avaliação inicial do politraumatizado: entubado, em prancha rígida e uso de colar cervical; murmúrios vesiculares reduzidos em base direita; hipotenso e taquicárdico; Escala de Coma de Glasgow 3, pupilas mióticas e sem fotorreação (em uso de midazolam e fentanil); escoriações em face, ombro e joelhos. Não foi realizada avaliação focada com ultrassom no trauma (FAST) pela indisponibilidade do aparelho naquele momento. Após estabilidade clínica, as tomografias revelaram, no abdômen, lesão hepática (grau II) e esplênica (grau III) e, no tórax, além das opacidades difusas em vidro fosco, foi evidenciado derrame pleural importante a direita com desvio de estruturas do mediastino para esquerda (Figura 1) - optado então pela drenagem do hemotórax à direita (saída de 500 mL). Devido à relativa estabilidade clínica e inconsistência dos radiologistas a respeito dos achados, foi optado pelo manejo conservador das demais lesões. Após 4 horas da entrada, houve piora drástica dos parâmetros hemodinâmicos, porém mantendo baixo débito hemático no dreno de tórax (150ml/4h), sendo indicada a abordagem por laparotomia exploradora. Durante o procedimento, foi evidenciada lesão de aproximadamente 15 centímetros em cúpula diafragmática direita, com passagem de conteúdo abdominal para o tórax, sendo corrigida com sutura de fio inabsorvível (Figura 2), além de esplenectomia devido à lesão grau IV. Houve tentativa falha de extubação no 2º dia de pós-operatório (PO), devido taquidispneia e rebaixamento do nível de consciência, obtendo sucesso apenas no 5º PO. Após evolução satisfatória, recebeu alta hospitalar no 20º PO. Estudos sugerem que lesões diafragmáticas representam 1,3% do total de traumas tóraco-abdominais.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> No presente caso, a lesão à direita no contexto de trauma contuso é menos comum, tanto devido à cúpula diafragmática direita ser congenitamente mais forte e resistente à pressão, quanto pelo papel protetor do fígado, que previne a transmissão de força das vísceras abdominais para o hemidiafragma direito.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Em uma revisão sistemática, apenas 22% dos casos de hérnia diafragmática decorrentes de trauma foram no lado direito.</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> Pela localização da lesão apresentada no caso, foi possível resolvê-la com sutura, sem tela cirúrgica, apesar do tamanho. Além disso, a esplenectomia é um procedimento comumente associado à hérnia diafragmática.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Diante de um quadro de alta morbimortalidade associado à ruptura diafragmática direita,</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> o fato deste paciente encontrar-se hígido e com queixas mínimas após pouco tempo de internação demonstra a efetividade do serviço e a resolutividade das condutas adotadas. No relato descrito, a abordagem cirúrgica precoce foi determinante para um desfecho favorável.</span></p> Giulia Akemi Sakashita, Matheus Queiroz Dantas, Carolyny Mendes de Oliveira, Milene Oliveira Cuissi, Maria Leticia Barbosa Rinaldi, Gabriela Gonçalves da Silva, Bruna Maia Galetti, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4530 Sex, 06 Dez 2024 17:07:06 -0300 A INFLUÊNCIA DA TIREOIDE NA MENTE: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4531 Vivian Lissa Kinjo, Stephanie Salgado, Diyhallmir Angelo Noel Salinas, Rafael Rocha Turkowski, Diego Augusto Nesi Cavicchioli. ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4531 Sex, 06 Dez 2024 17:07:22 -0300 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS SOBRE TRATAMENTO HOSPITALAR DAS FARMACODERMIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM 2023 https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4532 <p><span style="font-weight: 400;">As farmacodermias compõem um grupo de doenças decorrentes de reações adversas&nbsp; de medicamentos, são bastante comuns na prática clínica, variando de manifestações&nbsp; leves a quadros fatais. O objetivo do trabalho foi analisar os dados epidemiológicos&nbsp; sobre o tratamento hospitalar das farmacodermias no Sistema Único Saúde no ano&nbsp; de 2023. Trata-se de um estudo transversal no qual as variáveis foram obtidas a partir&nbsp; do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período&nbsp; de janeiro de 2023 a dezembro de 2023. Os aspectos analisados foram: número de&nbsp; Autorização de Internação Hospitalar (AIH), caráter de atendimento, média de dias de&nbsp; internação, taxa de mortalidade e custos hospitalares. Quanto aos resultados, foram&nbsp; emitidas 887 AIH, das quais 830 ocorreram na urgência e 57 eletivas. A média de&nbsp; internação foi de 6,7 dias e a taxa de mortalidade 2,03%, o que resultou no custo para&nbsp; o Sistema Único de Saúde (SUS) de 507.437,18 reais. Nosso estudo avaliou casos&nbsp; que necessitaram de internação hospitalar, o que segundo a literatura corresponde de&nbsp; 0,3 a 3% </span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">. Como trata-se de casos graves, 93,6% dos atendimentos foram em caráter&nbsp; de urgência. Em relação ao tempo de internação, o presente estudo encontrou a&nbsp; média de 6,7 dias, na literatura o tempo varia entre 5-14 dias</span><span style="font-weight: 400;">6. </span><span style="font-weight: 400;">Ao analisar a taxa de&nbsp; mortalidade do estudo de 2,03% podemos perceber que ela se encontra menor&nbsp; quando comparada a outros hospitais pelo mundo. Um estudo multicêntrico Coreano&nbsp; com 735 casos apresentou taxa de mortalidade de 6,6%, outro estudo multicêntrico na América Latina, com 70 casos, apresentou mortalidade de 3%</span><span style="font-weight: 400;">9. </span><span style="font-weight: 400;">Vale ressaltar que&nbsp; no Brasil é comum o tratamento dos pacientes graves em Unidades de Terapia&nbsp; Intensiva em Centro de Queimados, o que pode contribuir a menor mortalidade. Em&nbsp; relação aos custos, o SUS repassou aos hospitais em média 644 reais (130 USD) por&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">paciente. Este valor é menor quando comparado aos valores descritos na literatura&nbsp; com metodologias mais detalhadas que variam entre 3720 e 5831 USD</span><span style="font-weight: 400;">8</span><span style="font-weight: 400;">. Então pode se inferir que pacientes internados geram um grande déficit financeiro ao hospital&nbsp; durante sua internação, uma vez que são pacientes graves com média de mais de 6&nbsp; dias de internação e muitas vezes ocupando leitos de terapia intensiva. O estudo apresenta como limitações o fato de analisar pacientes internados inicialmente por&nbsp; farmacodermia, uma vez que utiliza as AIH como banco de dados. Assim, não inclui&nbsp; pacientes internados por outras causas e que no intra-hospitalar desenvolvem esta&nbsp; reação cutânea adversa. Pode-se concluir, então, que embora seja um evento raro,&nbsp; as formas graves das farmacodermias devem ser prontamente reconhecidas e&nbsp; manejadas devido ao risco de morte e sequelas. Nosso estudo revela o grande&nbsp; impacto econômico no sistema de saúde, visto que a literatura apresenta poucos&nbsp; dados nacionais acerca dessa enfermidade, mais estudos devem ser realizados para&nbsp; demostrar o real impacto na saúde e no sistema, de modo a otimizar os cuidados e&nbsp; recursos financeiros.&nbsp;</span></p> Gabrielle Rodrigues dos Santos, Giovana Chiquetti, Beatriz Chiquetti, Bruno Batista Berteli, Gabriel Rodrigues dos Santos, Antonio Chiquetti Junior ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4532 Sex, 06 Dez 2024 17:07:43 -0300 PERFIL DA ESCOLARIDADE DOS PACIENTES COM HANSENÍASE NO BRASIL EM 2023 https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4533 <p><span style="font-weight: 400;">A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria </span><em><span style="font-weight: 400;">Mycobacterium leprae</span></em><span style="font-weight: 400;"> que acomete sistema nervoso, tegumentar e respiratório. Pode acarretar incapacidade física e apresenta estigma social¹. O Brasil é um país que apresenta elevada incidência da doença, 16% dos casos no mundo², uma vez que muitos dos fatores de riscos relacionados estão atrelados a fatores sociais, como por exemplo a escolaridade. O objetivo do estudo foi conhecer o perfil de escolaridade dos pacientes com hanseníase no Brasil no ano de 2023. Trata-se de um estudo transversal, os dados foram obtidos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) abordando o período de janeiro de 2023 até dezembro de 2023. Os dados referentes a escolaridade foram agrupados em ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio incompleto, ensino médio completo, ensino superior incompleto, ensino superior completo, analfabetos e ignorados. Os resultados foram: 553 analfabetos, 2756 com ensino fundamental incompleto, 507 com ensino fundamental completo, 479 com ensino médio incompleto, 1089 com ensino médio completo, 106 com ensino superior incompleto, 375 com ensino superior completo e 1869 ignorados. Em 2018 foi realizada uma revisão sistemática e metanálise com 39 estudos incluindo os países: Brasil, Índia, Bangladesh, Indonésia, Mianmar, Egito, Filipinas e Sri Lanka, a qual evidenciou um risco aumentado de hanseníase nas populações com baixa escolaridade³. Em 2019 foi realizado um estudo de coorte com 100 milhões de brasileiros, atualmente o maior estudo para investigar determinantes sociais da hanseníase, o qual também evidenciou relação direta do nível de educação com a incidência da doença</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">. Assim como esses dois grandes estudos, a atual análise demonstrou que em 2023 apenas 4,8% dos pacientes com hanseníase apresentavam ensino superior completo. As regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste concentram 84% dos casos da doença, como também maiores índices de pobreza e, consequentemente, menores taxas de escolaridade. O analfabetismo foi associado a taxa duas vezes maior de risco para hanseníase³. A baixa escolaridade reflete e explica sua relação com a incidência da hanseníase, uma vez que está relacionada a menores rendas, menor acesso a alimentação e limita a população em aglomerados domiciliares. Este estudo apresenta como limitação a base de dados, a qual apresenta número elevado de portadores de hanseníase sem escolaridade descrita e a impossibilidade de correlação da escolaridade com a faixa etária. Outro fator importante de se destacar é o fato de a doença apresentar um longo período de incubação e o estudo ter analisado o período um ano. Como visto na revisão bibliográfica e confirmado neste estudo, a população com baixa escolaridade compõe a maioria dos pacientes com hanseníase. Sendo assim, medidas e campanhas públicas de saúde tornam-se indispensáveis para redução de incidência desta doença a curto e médio prazo, como também, a longo prazo são necessárias medidas em outras esferas sociais, como a educação, para proporcionar impacto e mudança na prevalência nacional desta enfermidade.&nbsp;</span></p> Gabrielle Rodrigues dos Santos, Giovana Chiquetti, Beatriz Chiquetti, Bruno Batista Berteli, Gabriel Rodrigues dos Santos, Antonio Chiquetti Junior ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4533 Sex, 06 Dez 2024 17:07:57 -0300 INCIDÊNCIA DE QUEIMADURAS EM IDOSOS: CASUÍSTICA E MORTALIDADE https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4534 <p><span style="font-weight: 400;">Os idosos estão mais propensos a sofrerem queimaduras devido à baixa acuidade visual e auditiva, perda de reflexos e da massa muscular </span><span style="font-weight: 400;">(1)</span><span style="font-weight: 400;"> . Além disso, o prognóstico dos pacientes idosos é reservado, considerando as comorbidades que apresentam. Nos Estados Unidos da América (EUA), os incêndios e as queimaduras são a 2ª causa de óbito nos pacientes acima de 70 anos </span><span style="font-weight: 400;">(2)</span><span style="font-weight: 400;">. Estudos epidemiológicos sobre as queimaduras em idosos são necessários para desenvolver estratégias preventivas </span><span style="font-weight: 400;">(3)</span><span style="font-weight: 400;">, visto que na maioria dos casos os acidentes acontecem dentro do ambiente doméstico </span><span style="font-weight: 400;">(3)</span><span style="font-weight: 400;">. Este trabalho tem por objetivo avaliar a incidência de queimaduras em pacientes idosos acima de 60 anos, percentual de área queimada, tempo de internação e mortalidade. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, retrospectivo com levantamento de dados hospitalares de unidade específica de atendimento a queimados entre os anos de 2018 e 2023 (janeiro/18 e abril/23). No período entre janeiro de 2018 e abril de 2023 foram atendidos 170 pacientes acima de 60 anos, com idade média de 69 anos. A superfície corporal média foi de 14%. As principais causas e suas frequências foram: líquido inflamável (24), contato (15), queimadura elétrica (7), escaldo (48), explosão (1), chama direta (71) e química (4).&nbsp; A mortalidade foi de 32% (56 óbitos). A superfície corporal média entre os óbitos foi de 29,1%, e entre os sobreviventes foi de 6,58%. Diante desses resultados, verifica-se que o rápido envelhecimento da população necessita uma melhor compreensão dos riscos envolvidos para cada grupo etário </span><span style="font-weight: 400;">(4)</span><span style="font-weight: 400;">. No presente estudo, observamos uma taxa de mortalidade semelhante à da literatura nacional </span><span style="font-weight: 400;">(1)</span><span style="font-weight: 400;">, como também a distribuição dos agentes com predomínio de chama direta, escaldo e líquidos inflamáveis </span><span style="font-weight: 400;">(3)</span><span style="font-weight: 400;">. A análise dos dados epidemiológicos ressalva a necessidade de reforçar medidas preventivas e educativas tanto dos idosos, familiares e cuidadores, diante das novas necessidades deste grupo populacional que tende a aumentar cada vez mais.</span></p> Amanda Vieira Montrezol, Guilherme Figueiredo Berbert, Ligia Maria Silva de Oliveira, Elisangela Flausino Zampar, Erika Cristiane Mayumi Mimura ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4534 Sex, 06 Dez 2024 17:08:16 -0300 QUEIMADURAS ELÉTRICAS: INCIDÊNCIA, EPIDEMIOLOGIA E MORTALIDADE https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4535 <p><span style="font-weight: 400;">As queimaduras elétricas têm uma incidência relativamente baixa, porém são causa de lesões térmicas muito graves </span><span style="font-weight: 400;">(1)</span><span style="font-weight: 400;">. Os adultos são acometidos no ambiente de trabalho enquanto os acidentes com crianças costumam ocorrer no ambiente doméstico </span><span style="font-weight: 400;">(2)</span><span style="font-weight: 400;">. O objetivo do presente trabalho é avaliar a incidência e a mortalidade de pacientes vítimas de queimaduras elétricas em um hospital, através de um estudo epidemiológico observacional descritivo, retrospectivo. Foi realizado um levantamento de banco de dados coletados entre os anos de 2018 e 2023 (janeiro/18 e abril/23). Como resultados, entre o período de janeiro de 2018 e abril de 2023, ocorreram 1286 internamentos em unidade específica de tratamento de queimados, sendo 117 casos devido a queimadura elétrica (9,09%). A superfície corporal comprometida variou de 0,5 a 87% (média de 11,73%). Quanto ao gênero, a predominância foi do sexo masculino (6 pacientes eram do sexo feminino e 111 do sexo masculino). A idade média dos pacientes foi de 35 anos (variando entre 6 e 76 anos). Dezesseis porcento dos casos ocorreram com alta tensão, 19,65% foram causados por arco voltaico e 64% por causas não especificadas. O tempo de internação variou de 1 a 105 dias, com média de 25 dias. A mortalidade ficou em 9,4%. No presente estudo, a incidência e taxa de mortalidade por queimaduras elétricas ficou muito próxima dos achados de literatura </span><span style="font-weight: 400;">(3)</span><span style="font-weight: 400;">. A faixa etária média encontrada nos pacientes foi de 35 anos sendo eles predominantemente do sexo masculino </span><span style="font-weight: 400;">(1)</span><span style="font-weight: 400;">, idade na qual os indivíduos são considerados economicamente ativos.&nbsp; Devido à grande morbidade associada a sequelas funcionais e cosméticas, as queimaduras elétricas geram um grande impacto sócio econômico por comprometer indivíduos jovens </span><span style="font-weight: 400;">(2)</span><span style="font-weight: 400;">, desta forma, medidas educativas e preventivas </span><span style="font-weight: 400;">(4)</span><span style="font-weight: 400;"> têm grande importância para diminuir esses desfechos deletérios.</span></p> Amanda Vieira Montrezol, Guilherme Figueiredo Berbert, Ligia Maria Silva de Oliveira, Elisangela Flausino Zampar, Erika Cristiane Mayumi Mimura ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4535 Sex, 06 Dez 2024 17:08:41 -0300 TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO ASSOCIADO AO USO PROLONGADO DE ZOLPIDEM EM IDOSA: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4536 <p><span style="font-weight: 400;">O Zolpidem é um sedativo hipnótico não benzodiazepínico e seu uso prolongado para o tratamento de insônia associa-se ao aumento dos riscos de overdose, dependência (1) e tentativa de suicídio (2). Sabe-se que os efeitos do medicamento são mais proeminentes em idosos, cuja taxa mundial de suicídio é muito maior que a média da população geral. Além disso, nessa faixa etária, o transtorno depressivo é um grande problema de saúde pública (3) e decorre da combinação de fatores como melancolia, ansiedade, insônia e abuso medicamentoso. O presente estudo objetiva relatar tentativa de suicídio através de abuso medicamentoso e condutas tomadas para a resolução do caso, relacionando-o aos malefícios do uso de Zolpidem à longo prazo. M.Q.S; sexo feminino, 71 anos, encaminhada a um hospital terciário após tentativa de suicídio com 20 comprimidos de Zolpidem 10mg, dez comprimidos de Sertralina 50mg e dois pacotes de raticida “Straik®” (Brodifacoum 0,005%). Paciente com diagnóstico de transtorno depressivo recorrente, sendo o primeiro episódio há 30 anos. Há 2 anos, iniciou um novo episódio, foi a um psiquiatra, que prescreveu Zolpidem 10mg para insônia e Sertralina 50mg ao dia. Há dez meses houve piora dos sintomas depressivos, com tristeza, anedonia, anergia, insônia, inapetência e, nos dias anteriores à internação, ideação suicida. Familiares referiram o uso abusivo de Zolpidem pela paciente em período recente, com o consumo médio de quatro comprimidos/dia. Paciente relatou que o divórcio do filho e a mudança de uma amiga para outra cidade foram fatores desencadeantes para o quadro depressivo atual. Negou tentativas anteriores de suicídio, sintomas psicóticos e maníacos prévios, assim como uso de substâncias psicoativas. A dose de Sertralina foi otimizada para 150 mg, e foi introduzida Mirtazapina 15 mg, à noite, de modo a potencializar o tratamento antidepressivo, além de auxiliar na queixa de insônia. Durante a internação, houve remissão da ideação suicida. No dia da alta hospitalar, doze dias depois, apresentava-se estimulada a voltar às atividades de vida diária. Durante toda a internação, a equipe da Psiquiatria realizou psicoeducação com a paciente e familiares em relação aos riscos do uso de Zolpidem em idosos. A paciente descrita possui a depressão e o abuso de substâncias como fatores de vulnerabilidade ao suicídio. Sabe-se que a depressão é o transtorno psiquiátrico mais associado ao suicídio, além de possuir o uso abusivo de fármacos como uma frequente comorbidade (1). Além disso, isolamento e perdas sociais são fatores predisponentes ao suicídio em idosos. No caso em questão, isso se confirma visto que a paciente foi afastada de duas pessoas próximas. A paciente recebeu prescrição de uso contínuo de Zolpidem, que manteve por vários meses e acabou se relacionando com o consumo abusivo da substância. O caso descrito ilustra que o uso prolongado do Zolpidem, embora comum no tratamento da insônia, pode revelar-se preocupante, especialmente em idosos e quando combinado com outros fatores de vulnerabilidade.</span></p> Gabriela Bonette Silvério, Bruna Maia Galetti, Fernanda Cardoso Tonssique, Ellen Silva Walter, Giovana Boni Terra, Luísa Manfredin Vila, Diego Augusto Nesi Cavicchioli ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4536 Sex, 06 Dez 2024 17:08:57 -0300 TRANSTORNO DO HUMOR ORGÂNICO SECUNDÁRIO À VASCULITE LÚPICA: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4537 Vivian Lissa Kinjo, Dyohanna Storm, Júlia Rafael, Maria Heloísa de Souza Bonfim, Stephanie Salgado, Luísa Manfredin Vila, Ana Cecília Novaes de Oliveira Roldan ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4537 Sex, 06 Dez 2024 17:09:17 -0300 ASSOCIAÇÃO ENTRE INTERRUPÇÃO DA TERAPIA INTRAVENOSA PERIFÉRICA E O LOCAL DE INSERÇÃO NOS DEDOS: COORTE PROSPECTIVA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4538 <p><span style="font-weight: 400;">As veias dos dedos têm um diâmetro e fluxo sanguíneo significativamente menor em comparação com as veias do braço, como a basílica e a cefálica¹. Estes fatores, combinados com o pH dos medicamentos, o calibre do Cateter Intravenoso Periférico (CIP) e as características fisiológicas do paciente, podem resultar na remoção precoce do CIP. Objetivou-se determinar a associação entre a interrupção da terapia intravenosa periférica (TIP) e o uso de CIPs inseridos nos dedos. Realizou-se um estudo de coorte prospectivo em hospital escola terciário no Brasil, com pacientes adultos e idosos em uso de CIP, iniciado em dezembro de 2023, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 70903823.8.3001.5231). Pacientes transferidos da unidade de terapia intensiva e aqueles com restrições de punção venosa no membro superior foram excluídos. O acompanhamento durou até a remoção do CIP, variáveis sociodemográficas, diagnósticos médicos, lista de medicamentos em uso, características relacionadas ao CIP e complicações da TIP foram coletadas. A análise estatística foi realizada utilizando regressão de Poisson com equação de estimativa generalizada (SPSS 25.0). Uma população inicial de 210 pacientes foi admitida nas unidades do hospital. O total de 139 pacientes (66,19%) foram excluídos, resultando em 71 participantes finais para análise. O tempo médio de acompanhamento foi de 4,6 dias. A idade média dos participantes foi de 58 anos, com predomínio do sexo masculino (60,6%). Dos participantes, 2 (2,8%) tiveram o CIP inserido no dedo, enquanto 13 (18,3%) no dorso da mão. A colocação do CIP no dedo mostrou associação significativa com a interrupção da TIP na análise de Regressão de Poisson não ajustada, com um RR de 12,23 (IC 95% 3,93-38,03) p &lt;0,001. De maneira prática, a inserção de CIP no nos dedos das mãos carece de referências na literatura atual. A falta de menção do local em consensos internacionais² pode o configurar como um sítio de inserção não recomendado para este procedimento, o que está de acordo com os dados encontrados. Ainda assim, recomenda-se a continuidade do estudo com uma amostra maior reduzindo possíveis fatores de confusão. Concluiu-se que</span> <span style="font-weight: 400;">a inserção do CIP no dedo apresentou um risco estatisticamente significativo e relevante para a interrupção da TIP. Este estudo destaca a importância de revisar as práticas de inserção de CIP, especialmente nos dedos, e pode contribuir para a melhoria dos protocolos institucionais. Estratégias educativas e de supervisão multiprofissional devem ser desenvolvidas para prevenir a punção de veias não recomendadas pela literatura existente.</span></p> Rafael Cechelero Bagatelli, Ivo Thiago Junior, Livia Heloisa de Freitas, Maria Fernanda Possari Vitro, Maria Vitoria Garcia de Moraes, Rafaela Rodrigues Moreira, Talita Oliveira Teixeira, Elizângela Santana dos Santos ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4538 Sex, 06 Dez 2024 17:09:40 -0300 ASSOCIAÇÃO ENTRE O USO DE VANCOMICINA E A INTERRUPÇÃO DA TERAPIA INTRAVENOSA PERIFÉRICA: COORTE PROSPECTIVA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4539 <p><span style="font-weight: 400;">A terapia intravenosa periférica (TIP) é uma prática comumente utilizada para administração de medicamentos na corrente sanguínea ¹. No entanto, a interrupção dessa terapia pode ter consequências significativas para a saúde do paciente, incluindo o risco de infecções e complicações associadas ¹. A Vancomicina é um antibiótico frequentemente administrado por via endovenosa (EV) e está associada a questões como nefrotoxicidade e resistência bacteriana, além de irritação de pele, edema e flebite ². Objetivou-se analisar a associação entre o uso da vancomicina EV e a interrupção da TIP. Realizou-se um estudo de coorte prospectivo em hospital terciário de ensino no Brasil, com pacientes adultos e idosos que utilizaram o Cateter Intravenoso Periférico (CIP) com início em dezembro de 2023, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 70903823.8.3001.5231). Os critérios de exclusão foram pacientes transferidos da unidade de terapia intensiva e aqueles com restrições de punção venosa no membro superior. Os participantes foram acompanhados até a remoção do CIP, com coleta de dados abrangente, incluindo variáveis sociodemográficas, diagnósticos médicos, lista de medicamentos em uso, características relacionadas ao CIP e complicações da TIP. A análise estatística foi realizada utilizando regressão de Poisson com equação de estimativa generalizada (SPSS 25.0). Uma população inicial de 210 pacientes foi admitida nas unidades do hospital. O total de 139 pacientes (66,19%) foram excluídos, resultando em 71 participantes finais para análise. O tempo médio de acompanhamento foi de 4,6 dias. A idade média dos participantes foi de 58 anos, com predomínio do sexo masculino (60,6%). O uso da vancomicina EV não se associou com significância estatística à interrupção da TIP: RR 0,60 (IC95% 0,88-4,20) valor de p=0,614. Os resultados obtidos nessa pesquisa foram divergentes com outras literaturas existentes. Em um estudo elaborado em Niterói ³,&nbsp; mostra que o uso de antibióticos como a vancomicina, por possuir elevadas taxas de toxicidade, é capaz de levar a flebite após um tempo de infusão. Com isso, afirma que todos os indivíduos acompanhados no período de novembro de 2006 a abril de 2007, em TIP, perderam o CIP pelo menos uma vez pelo uso de vancomicina. Não foi identificada associação entre a interrupção do uso de CIP e a administração EV de vancomicina. Embora os dados não apresentem significância estatística, a vancomicina EV é prejudicial ao endotélio. Sugere-se o desenvolvimento de novos estudos, em um intervalo de tempo maior e com aumento no número de participantes, para aprofundar a relação entre os fatores.</span></p> Maria Fernanda Possari Vitro, Ivo Thiago Junior, Livia Heloisa de Freitas, Maria Vitória Gracia de Moraes, Rafael Cechelero Bagatelli, Talita Oliveira Teixeira, Percival Vitorino Guimarães, Gabrielle Freitas Saganski ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4539 Sex, 06 Dez 2024 17:10:09 -0300 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: ASPECTOS BACTERIOLÓGICOS DE PACIENTES EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4540 <p><span style="font-weight: 400;">Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é uma complicação que ocorre em pacientes em uso deste dispositivo invasivo, sendo a infecção hospitalar mais comum entre pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI)¹. Geralmente, a PAV é causada por patógenos multirresistentes (MDR), e, apesar dos recentes avanços em prevenção e novas terapias antimicrobianas, essa infecção está associada a dificuldades em estratégias terapêuticas adequadas. Dessa forma, esta questão permanece como um problema ao sistema de saúde, resultando em aumento do tempo de internação e taxas de mortalidade. O estudo objetivou determinar a bacteriologia e o perfil de resistência dos microrganismos isolados em aspirados endotraqueais (EA), em pacientes com PAV. Esse foi um estudo transversal descritivo sobre PAV em pacientes em UTIs de um hospital universitário. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 43013315.8.0000.5231). Foram incluídos pacientes admitidos em UTIs entre 1 de junho, 2017 e 31 de maio, 2019. Os dados dos pacientes submetidos à culturas de AE e que tiveram diagnóstico de pneumonia, associada ou não à ventilação mecânica, foram obtidos na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A partir dos dados dos testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) obtidos, os microrganismos foram classificados em MDR, resistência extensiva (XDR) e pan-resistentes (PDR) aos antimicrobianos. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software SPSS (versão 22.0). Dos 1017 pacientes que realizaram cultura de AE, 555 foram diagnosticados com pneumonia, sendo 235 classificados como PAV, e, destes, apenas 153 preencheram os critérios clínicos e microbiológicos. Os microrganismos mais frequentes foram: Acinetobacter baumannii isolados em 41 (27%) pacientes; Staphylococcus aureus 18 pacientes (11,8%); Pseudomonas aeruginosa 12 (7,9%); A. baumannii + Klebsiella pneumoniae 7 (4,6%) e outros microrganismos (48,7 %). Sobre os perfis de sensibilidade antimicrobiana, dos isolados de A. baumannii, 95,5% (64) foram classificados como XDR e 3 (4,5%) foram classificados como sensíveis. Quatro isolados de K. pneumoniae (4,5%) foram classificados como PDR e 21 como XDR (61,8%). Além disso, 11 (44%) isolados de P. aeruginosa foram classificados como XDR (Tabela 1). A. baumannii é um dos patógenos mais presentes na etiologia de infecções hospitalares, sendo o mais encontrado em diversas análises de isolados de vias aéreas¹. No estudo em questão, A. baumannii foi identificado na maioria das culturas de AE, em culturas polimicrobianas ou em isolados únicos. O perfil mais comum em A. baumannii foi XDR. As únicas cepas PDR encontradas no estudo foram de K. pneumoniae, importante patógeno associado a infecção de vias aéreas inferiores em pacientes internados em UTI. Tais resultados corroboram com evidências de que tratamentos anteriores ou empíricos podem favorecer o surgimento de cepas resistentes². A PAV é responsável por pelo menos um quarto das infecções que ocorrem em pacientes criticamente enfermos e por cerca de metade das prescrições de antimicrobianos em pacientes ventilados mecanicamente³. Dessa forma, o conhecimento microbiológico dos patógenos isolados de pacientes com PAV pode auxiliar no correto manejo de antimicrobianos e alertar ao risco da crescente resistência bacteriana.&nbsp;</span></p> Renato Rubia Garcia Junior, Rayane Alves dos Santos, Roseane Galdioli Nava, Gerusa Luciana Gomes Magalhães, Julia da Silva Pimenta, Marsileni Pelisson, Marcia Regina Eches Perugini, Eliana Carolina Vespero ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4540 Sex, 06 Dez 2024 17:10:27 -0300 DEFICIÊNCIA DE ALFA 1-ANTITRIPSINA EM UM PACIENTE COM SÍNDROME DE SOBREPOSIÇÃO ASMA/DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA (ACOS): RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4541 <p><span style="font-weight: 400;">A doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) abrange anormalidades no fluxo respiratório, resultando de interações gene-ambiente ao longo da vida do paciente. A principal causa genética é a mutação no gene SERPINA1, que leva à Deficiência de alfa 1-Antitripsina¹. A asma é caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, similar à DPOC em sua heterogeneidade etiológica. A importância desse relato reside no fato de um paciente jovem, ex-tabagista, portador de asma, DPOC e Deficiência de alfa 1-Antitripsina, ter sido diagnosticado anteriormente de maneira incompleta. Este estudo visa avaliar a relevância do diagnóstico precoce da Síndrome de Sobreposição Asma/Doença Pulmonar Obstrutiva (ACOS) em pacientes com fatores de risco, e considerar a Deficiência de alfa 1-Antitripsina em pacientes jovens com enfisema, a fim de implementar estratégias terapêuticas eficazes. Homem, 39 anos, ex-tabagista 90 maços-ano com quadro clínico caracterizado por tosse, dispneia, dor precordial e sibilos persistente há dois anos. Na admissão apresentava tosse com expectoração volumosa e amarelada e dispneia aos pequenos esforços. Em tomografia computadorizada (TC) de tórax foi revelada formações bolhosas enfisematosas e espessamento de paredes brônquicas. A espirometria indicou distúrbio obstrutivo grave com resposta ao broncodilatador. Também foi revelado níveis elevados de IgE e eosinófilos. Com base no quadro, foi considerada a hipótese de ACOS, juntamente com suspeita de Deficiência de alfa 1-Antitripsina confirmada por meio de teste genético. Após diagnóstico, iniciou tratamento com broncodilatador, corticoide inalatório, beta-2-agonista de longa duração e anticolinérgico de longa duração, e no momento aguarda liberação de medicamento enzimático. O quadro clínico de DPOC é caracterizado por tosse, dispneia, sibilos e expectoração, consequências da bronquite e enfisema. O desenvolvimento da DPOC está associado a diversos fatores de risco, sendo o tabagismo o mais conhecido, além de fatores genéticos, como a mutação que causa Deficiência de alfa 1-Antitripsina, a qual leva a um desenvolvimento precoce de enfisema e DPOC. Seu diagnóstico envolve correlação clínica entre os sintomas e alterações espirométricas¹. A asma é definida pela inflamação crônica das vias aéreas associada a quadros de tosse, dispneia e sibilos. Distinguir asma de DPOC é desafiador devido à similaridade clínica², pois pacientes com asma podem evoluir para uma obstrução característica de DPOC. Assim, impera em alguns casos a identificação da ACOS³, como no caso em questão. A ACOS inclui um grupo heterogêneo de fenótipos clínicos com sobreposição da fisiopatologia de ambas as doenças. Seu diagnóstico envolve a identificação de uma doença obstrutiva e observação de resultados clínicos ambivalentes². Diante disso, o tratamento dos pacientes com ACOS inclui o manejo de fatores de risco modificáveis como tabagismo, introdução de corticoide inalatório, beta-2-agonista de longa duração e/ou anticolinérgico de longa duração², todas medidas incluídas no tratamento do paciente em questão. O diagnóstico da ACOS é comumente atrasado devido à semelhança clínica entre DPOC e a asma. Além disso, destaca-se a relevância do teste para Deficiência de alfa 1-Antitripsina em pacientes jovens com enfisema para o diagnóstico diferencial. O relato reforça a importância da detecção precoce e do manejo adequado</span><strong>,</strong><span style="font-weight: 400;"> pois tais medidas podem melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes.</span></p> Luan Yudi Prado Kasuga, Gabriel Henrique Nunes Chagas, Isabela Caobianco Gobeti, Juan Macaulay Garcia, Ligia Maria Silva de Oliveira, Matheus Augusto Da Costa Santos, Raul Henrique Mezuan Santos, Desiree Jacob Monteiro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4541 Sex, 06 Dez 2024 17:10:42 -0300 MELANOMA CUTÂNEO MALIGNO DE DIAGNÓSTICO TARDIO: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4542 <p><span style="font-weight: 400;">O melanoma cutâneo maligno é o tipo de câncer de pele mais agressivo, sendo decorrente de um crescimento anormal dos melanócitos, presentes na epiderme.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Globalmente, o melanoma apresenta crescente incidência e alta letalidade, ocorrendo com maior frequência em indivíduos de fototipo I e II de Fitzpatrick, expostos à radiação ultravioleta e com predisposição&nbsp;genética.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> O diagnóstico precoce é fundamental para a diminuição da mortalidade e para aumentar a expectativa de sobrevida em casos graves da&nbsp;doença.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp; Assim, a autoavaliação pelo&nbsp;mnemônico&nbsp;ABCDE, que consiste em descrições de lesão neoplásica,&nbsp;é indispensável&nbsp;para rastreio da doença, além da prevenção com o uso de protetores&nbsp;solares.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> Paciente, sexo feminino, 48 anos, relatava surgimento de lesão em dorso há 6 anos com crescimento progressivo (Figura 1). Há 1 mês mostrou a lesão à irmã, profissional da saúde, que suspeitou que poderia ser um melanoma</span><span style="font-weight: 400;">. </span><span style="font-weight: 400;">No exame físico, foi detectada uma mácula hipercrômica de aproximadamente 2 x 3 cm com bordas irregulares e multicores, e a dermatoscopia detectou padrão reticular com pontos, área de rede atípica, véu cinza-azulado, bordas abruptas, área branca rosada excêntrica com polimorfismo vascular (Figura 2 e 3). Realizou-se biópsia excisional com margens de 2mm da lesão. O material foi enviado para análise patológica. A biópsia excisional de lesão de pele em dorso superior detectou&nbsp;melanoma invasivo, de tipo histológico extensivo superficial com ulceração, nível de invasão&nbsp;Clark II e espessura tumoral máxima&nbsp;Breslow&nbsp;de&nbsp;0,5 mm. Após cirurgia, paciente relatou um aumento de sensibilidade na região, lombalgia e dor no braço direito. Após biópsia, solicitou-se tomografia de tórax e abdômen com contraste para investigação de metástase&nbsp;e linfonodo&nbsp;sentinela de metástase&nbsp;e&nbsp;estadiamento III. Segue em acompanhamento ambulatorial, aguardando ampliação de margens conforme o&nbsp;Breslow.&nbsp;O melanoma extensivo superficial é o subtipo histológico mais comum.</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Em homens, as lesões surgem no tronco e em mulheres, geralmente nas pernas. Contudo, para ambos os sexos, lesões são frequentemente observadas no dorso&nbsp;superior,</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> característica condizente com o caso apresentado. A</span><span style="font-weight: 400;"> biópsia excisional, realizada na paciente, é considerada padrão-ouro no diagnóstico e consiste na ressecção completa da lesão da&nbsp;pele.</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;"> Isso permite a avaliação dos critérios de microestadiamento, principalmente da profundidade de invasão (Breslow), que é o fator mais relevante para a definição do prognóstico e tratamento dessa&nbsp;neoplasia.</span><span style="font-weight: 400;">5</span><span style="font-weight: 400;"> O atraso no diagnóstico pode levar ao aumento em médio prazo na espessura de Breslow e no aumento do estágio de melanomas&nbsp;invasivos.</span><span style="font-weight: 400;">6</span><span style="font-weight: 400;"> O caso ilustra a necessidade de medidas educativas direcionadas para população, atuações de cunho preventivo e a melhora do fluxograma em lesões suspeitas de câncer da pele em especial o melanoma com intuito do tratamento precoce, contribuindo&nbsp; para o melhor prognóstico dos pacientes com melanoma.</span></p> Allan Victor Andrade Gomes, Marina Gubert, Clara Akemi Iwakura, Maria Heloísa de Souza Bonfim, Geovana Balaben, Mariana Rebolho Sant’ Ana, Pabllo Batista Moura, Bruna Tuma ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4542 Sex, 06 Dez 2024 17:10:57 -0300 FENÔMENO DE LÚCIO COMO APRESENTAÇÃO RARA DE HANSENÍASE: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4544 <p><span style="font-weight: 400;">A hanseníase é uma doença causada por </span><em><span style="font-weight: 400;">Mycobacterium leprae</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">Mycobacterium lepromatosis. </span></em><span style="font-weight: 400;">Envolve a pele e os nervos periféricos, apresentando diversas manifestações que refletem a resposta imune às micobactérias.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Apesar da queda de prevalência nas últimas décadas, ainda há inúmeros novos casos e o Brasil é responsável por 94% das notificações nas Américas.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Em geral, a hanseníase é mais comum entre os homens, numa proporção de aproximadamente 1,5 para 1.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Acredita-se que a transmissão ocorra intra-domiciliariamente por via respiratória, através da secreção nasal de pacientes não tratados. </span><span style="font-weight: 400;">1,2</span><span style="font-weight: 400;"> Na classificação de Madri, considera-se polos estáveis e opostos (virchowiano e tuberculóide) e grupos instáveis (indeterminado e dimorfo), que caminham para um dos polos na evolução natural da doença.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> O tratamento compreende poliquimioterapia específica, supressão dos surtos reacionais, reabilitação física e psicossocial.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> O objetivo do presente estudo é relatar um caso de hanseníase com apresentação de lesões de fenômeno de Lúcio. Paciente do sexo masculino, 39 anos, que trabalha em penitenciária como pedreiro, procurou atendimento médico pois queixava-se de lesões bolhosas, hipocrômicas e ulceradas, com regiões de necrose, em antebraço direito e esquerdo (Figura 1), de surgimento há 3 dias. Além disso, apresentava lesões pápulo-pustulosas não pruriginosas em quadrantes inferiores do abdome há 5 anos (Figura 2), com episódios de remissão e reativação sem fatores causais. Evoluiu com hipoestesia em membros superiores, surgimento de lesão nasal associada à epistaxe e lesão infiltrada em lóbulos das orelhas, além de madarose (Figura 3). Após investigação, o paciente apresentou biópsia de pele compatível com hanseníase, além de confirmada a presença de bacilos álcool-ácido resistentes em linfa. Consolidado o diagnóstico, foi prescrito poliquimioterapia multibacilar. Permanece em acompanhamento ambulatorial, apresentando no período algumas intercorrências e má adesão ao tratamento. A forma virchowiana é altamente contagiosa, na qual o M. leprae dissemina-se pela via hematogênica.</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;"> Essa forma pode evoluir com um quadro reacional chamado de Fenômeno de Lúcio (FL), o qual apresenta-se como máculas eritematosas que podem progredir para lesões cutâneas necrotizantes e ulceradas em pacientes hansênicos.</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;"> Essa lesão é indicativa de detecção tardia, visto que a demora na investigação permite a progressão e a maior gravidade dos sintomas.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> Tal atraso diagnóstico ocorre não somente por fatores individuais, como a crença na melhora espontânea, como também problemas estruturais dos serviços de saúde, cujos profissionais muitas vezes não sabem reconhecer a doença.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> Além disso, a estigmatização social de lesões hansênicas também leva ao atraso da procura médica, gerando um ciclo vicioso de detecção tardia e piora dos sintomas.</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> No presente estudo, o fenômeno de Lúcio foi observado em paciente sem diagnóstico ou tratamento prévio da doença, com sintomas arrastados, e que procurou serviço de saúde por conta da piora das lesões necróticas. Os dados estão em consonância com a literatura, visto que a forma mais grave da doença é majoritariamente observada em homens, de 30-50 anos, sem conhecimento da doença, e que vivem em ambiente favorável à disseminação da micobactéria</span><span style="font-weight: 400;">2</span><span style="font-weight: 400;"> - nesse caso, a penitenciária em que trabalhava. Dessa maneira, pelo atraso na detecção da patologia estar relacionado diretamente ao aumento da incapacidade dos pacientes, nota-se a importância de um diagnóstico precoce e bem acurado.</span></p> Allan Victor Andrade Gomes, Lais Leugi, Giulia Akemi saka, Sofia Gonçalves Mota, Kamila Aparecida Lima Lopes, Lavínia Vitória de Melo Nogueira, Eduarda Galvan Martini, Bruna Tuma ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4544 Sex, 06 Dez 2024 17:11:15 -0300 Lesão laringotraqueal em trauma cervical contuso por golpe em treino de luta https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4576 <p><span style="font-weight: 400;">O Trauma Cervical Contuso consiste em uma lesão na região do pescoço provocada por um impacto direto ou indireto sem causar penetração. Colisões de trânsito, lesões desportivas e violência interpessoal são as causas mais comuns desse tipo de trauma. Devido a presença de vasos sanguíneos, do trato aerodigestivo e de estruturas neurológicas, o pescoço é uma região potencialmente perigosa para lesões traumáticas, podendo ser especialmente complexo o seu manejo. O atendimento inicial baseia-se no Advanced Trauma Life Suport (ATLS), a qual preconiza uma intervenção terapêutica precoce, primordial para minimizar complicações e otimizar desfechos clínicos. O objetivo desse trabalho é relatar o trauma e compreender a sua relevância, destacando a importância do seu manejo rápido e adequado. Paciente masculino, 34 anos, encaminhado ao serviço devido a trauma contuso de laringe com história de dois dias. Apresentou trauma em região de epiglote devido a um soco durante treino de luta. Procurou o serviço de saúde devido a rouquidão, disfagia e dor local moderada. Negou dispneia ou tosse. Ao exame físico, foi evidenciado enfisema subcutâneo. Devido a estabilidade do quadro do paciente, optou-se por realizar exames complementares para investigação de lesões. Tomografias de tórax e pescoço revelaram inversão da curvatura cervical fisiológica, pneumomediastino, bandas parenquimatosas de provável natureza atelectásica nos lobos pulmonares inferiores e na língula e distúrbio ventilação/perfusão. Realizada cervicotomia exploradora com traqueostomia, reparo e hemostasia da lesão. Evoluiu com boa adaptação à traqueostomia metálica, boa aceitação da dieta e sem episódios de disfagia. O Trauma Cervical Contuso, devido à complexa anatomia da região, pode provocar lesões de diferentes gravidades, as quais necessitam de abordagem precisa e imediata. As lesões laringotraqueais resultam normalmente de trauma direto na região cervical anterior ou hiperextensão súbita e de 8 a 10% dos pacientes com trauma cervical são admitidos com via aérea comprometida em sério grau. Na avaliação clínica inicial, deve-se buscar os sinais clínicos maiores (tabela 1), os sinais clínicos menores (tabela 2) ou a ausência de sinais</span><span style="font-weight: 400;">. Além da apresentação de rouquidão, disfagia e dor local moderada, o paciente relatado também apresentava enfisema subcutâneo, o que sugeria lesão de vias aéreas. Em relação a conduta a ser adotada, toda vítima de trauma contuso deve ser atendida seguindo a sequência ABCDE, o qual preconiza a Manutenção de Vias aéreas, Ventilação e Respiração, Circulação com controle de hemorragias, Avaliação Neurológica e Exposição/Controle do ambiente</span><span style="font-weight: 400;">. Neste caso, devido ao enfisema subcutâneo extenso, com suspeita de lesão laringotraqueal, era mandatória a cervicotomia exploradora com traqueostomia com reparo primário, conduta crucial para garantir a estabilidade respiratória e prevenir complicações graves, como a obstrução das vias aéreas ou infecções pulmonares</span><span style="font-weight: 400;">. Conclui-se que o trauma cervical contuso demonstra-se desafiador devido à complexidade anatômica da região. A lesão laringotraqueal embora infrequente em traumas cervicais, tem alta morbimortalidade. Essas lesões podem ser penetrantes em sua grande maioria e contusas, em uma menor proporção, devido a proteção do esterno e da mandíbula. Qualquer paciente com história clínica de trauma cervical anterior deve ser avaliado para essas lesões, sendo o principal objetivo a ser alcançado a confirmação de uma via aérea segura.</span></p> Maria Beatriz Pereira Coelho, Gabriela Gonçalves da Silva, Raquel Gonçalves Fujisawa, Laura Mendes Trombini, Victor Luiz Pedroza Nascimento, Ester Nigro dos Santos, Carlos Eduardo Moutinho Zamuner ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4576 Sex, 06 Dez 2024 17:12:02 -0300 ANÁLISE CLÍNICA E SOCIODEMOGRÁFICA DE PACIENTES REFRATÁRIOS AO TRATAMENTO DE TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4545 <p><span style="font-weight: 400;">A depressão resistente ao tratamento (DRT) afeta cerca de 30% dos pacientes com Transtorno Depressivo Maior (TDM)</span><span style="font-weight: 400;">1,2</span><span style="font-weight: 400;"> e é associada a mau humor persistente, episódios depressivos repetidos, comprometimento funcional, má qualidade de vida, ideias e tentativas de suicídio, comportamento auto-agressivo</span><span style="font-weight: 400;">3</span><span style="font-weight: 400;">, além de fatores psicológicos e socioculturais</span><span style="font-weight: 400;">4</span><span style="font-weight: 400;">. O objetivo deste estudo é comparar as características clínicas entre pacientes com DRT e sem DRT no tratamento do TDM. Este é um estudo transversal, em que participaram 109 pacientes com TDM. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, CAAE 03628120900005231. As características sociodemográficas dos pacientes foram avaliadas por meio de um questionário semiestruturado. Os aspectos clínicos foram abordados por três escalas: Escala de Avaliação da Depressão de Hamilton com 17 itens (HDRS</span><span style="font-weight: 400;">17</span><span style="font-weight: 400;">), Escala de Avaliação da Adesão à Medicação (MARS) e Escala de Incapacidade de Sheehan. Na avaliação clínica e sociodemográfica (tabela 1), a prevalência de pacientes com DRT representou 24,77% dos casos de TDM. A amostra estudada foi predominantemente do sexo feminino, de estado civil união estável, etnia branca, com vínculo empregatício e residente com a família. Além disso, as análises das variáveis quantitativas mostram uma média de idade de 42,62 anos (±11.29), 18,31 anos de escolaridade (±4.22), média de idade do início do TDM de 26,23 anos (±11.19), anos sem tratamento do TDM após o início dos sintomas depressivos de 3,37 (±6.67) e escore médio da HDRS</span><span style="font-weight: 400;">17</span><span style="font-weight: 400;"> de 10,95 (±6.1). Em relação à adesão ao uso da medicação (tabela 2), um critério mostrou diferença significativa entre pacientes com DRT e sem DRT: 29,6% dos pacientes com DRT referiram que, por vezes, interrompem a medicação quando tomam e se sentem piores, em comparação com 12,2% no grupo de pacientes sem DRT (p = 0,03). Os pacientes com DRT apresentam maior gravidade com base no HDRS</span><span style="font-weight: 400;">17</span><span style="font-weight: 400;"> e maior prejuízo funcional do que os pacientes sem DRT em todos os itens da Escala de Sheehan: trabalho/escola, vida social e familiar, dias perdidos e improdutivos. A prevalência de DRT e a predominância do sexo feminino entre pacientes com TDM na amostra analisada concordam com estudos</span><span style="font-weight: 400;">5</span><span style="font-weight: 400;">. A adesão à medicação foi reduzida no grupo com DRT em razão da cessação do uso nos casos de se sentir pior depois da utilização do medicamento, o que é um fator importante para formular novas estratégias para melhoria da adesão. A DRT foi associada a um estado depressivo mais grave e a uma maior incapacidade funcional em diferentes domínios, resultados também corroborados pela literatura</span><span style="font-weight: 400;">6</span><span style="font-weight: 400;">. Em resumo, a associação entre DRT, estado depressivo mais grave e maior prejuízo funcional reforça a necessidade de abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas, sendo crucial considerar tantos os aspectos biológicos quanto os psicossociais dos pacientes, visando melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.</span></p> Nicoly Justino Euzébio, Juliana Brum Moraes, Sandra Odebrecht Vargas Nunes ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4545 Sex, 06 Dez 2024 17:12:20 -0300 Abdome agudo hemorrágico devido a aneurisma roto de artéria esplênica https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4577 <p><span style="font-weight: 400;">Os aneurismas arteriais consistem em uma patologia relativamente rara e potencialmente fatal, caracterizados quando uma artéria apresenta dilatação superior a 50% do seu diâmetro normal. No caso da artéria esplênica, diâmetros maiores que 1 cm são considerados como um aneurisma de artéria esplênica (AAE). O aneurisma de artéria esplênica desenvolve-se, por vezes, de modo assintomático, sendo descoberto de maneira incidental ou quando há manifestação de sintomas devido a sua ruptura. Como possibilidade de tratamento há o reparo cirúrgico. Esse relato tem por objetivos: relatar o caso de um abdome agudo hemorrágico e aneurisma de artéria esplênica; compreender a função da laparotomia exploradora em situações de abdome agudo hemorrágico e entender a escolha da esplenectomia como intervenção cirúrgica do caso em questão. Paciente feminina, 37 anos. Na admissão, queixava-se de dor abdominal difusa em forte intensidade. Ao exame físico, abdome distendido e doloroso à palpação, peritonite positiva. Como achados tomográficos, há dilatação aneurismática e dissecção do tronco celíaco, associado à oclusão da artéria esplênica. Realizou-se laparotomia exploradora que revelou grande quantidade de sangue intra-abdominal e sangramento do hilo esplênico. Foi realizado o clampeamento não individualizado das estruturas e esplenectomia, feita a ligadura com fio de algodão 2.0. Paciente evoluiu em bom estado geral no pós-operatório, estável hemodinamicamente e afebril. Os aneurismas de artéria esplênica (AAE) representam 5% dos aneurismas intra-abdominais, sendo maioria quando se consideram os aneurismas viscerais. Este evento tem prevalência quatro vezes maior em indivíduos do sexo feminino. Apesar de não se conhecer precisamente a causa dos AAE, dois eventos patológicos parecem agir sinergicamente para o desenvolvimento do quadro: um defeito na túnica média, com perda das fibras elásticas e de músculo liso e o aumento do regime pressórico ou do fluxo sanguíneo pelo vaso</span><span style="font-weight: 400;">2.</span><span style="font-weight: 400;"> A maioria dos aneurismas de artéria esplênica ocorre no terço distal da artéria, podendo associar-se a outros aneurismas no mesmo vaso ou em outros locais. Embora majoritariamente assintomáticos, os AAE podem se manifestar com dor abdominal no quadrante superior esquerdo, massa abdominal pulsátil no local, ou choque hipotensivo secundário à ruptura do aneurisma. Os casos de ruptura são raros (2 a 10%), mas são eventos marcados por hemorragia importante. Os aneurismas de artéria esplênica são diagnosticados, na maioria das vezes, de forma incidental, ou, em casos sintomáticos, quando se rompem</span><span style="font-weight: 400;">.</span><span style="font-weight: 400;"> Geralmente os AAE são achados durante a realização de exames de rotina, como a tomografia computadorizada helicoidal ou a angiorressonância magnética. As alternativas de tratamento são diversas e incluem ligadura vascular (seja por via aberta ou por videolaparoscopia), necessidade de esplenectomia (por conta da proximidade do aneurisma com o baço) e procedimentos endovasculares, como a embolização ou colocação de stent. As complicações pós-operatórias são incomuns e o acompanhamento preconizado deve ser feito com tomografia computadorizada ou ultrassom-Doppler. Conclui-se que, diante da situação clínica da paciente, fez-se a escolha da laparotomia exploratória pela necessidade de acesso com melhor visualização da área lesada, dada a quantidade de sangue presente na cavidade abdominal. Além disso, frente a identificação de sangramento no hilo esplênico, optou-se pela esplenectomia para controlar esse quadro hemorrágico e, assim, estabilizar a paciente.</span></p> Maria Beatriz Pereira Coelho, Gabriela Gonçalves da Silva, Pedro Henrique Aniceto Silva, Julia Favaro Brenny, Emily Viana Barbosa, Pamella Justo Barbosa, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4577 Sex, 06 Dez 2024 17:12:38 -0300 Pancreatite aguda necrosante infectada associada a uma abordagem tardia: um relato de caso https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4578 <p><span style="font-weight: 400;">A pancreatite aguda (PA) é causada principalmente por obstrução litiásica do ducto pancreático e processos metabólicos consequentes da ingestão abusiva de álcool, que podem resultar em um processo inflamatório no órgão</span><span style="font-weight: 400;">. Sua forma grave implica em necrose, devido à hipóxia e isquemia tissular, que destroem os lóbulos e ductos pancreáticos. O fator mais importante para o agravamento é a presença de infecção, pois </span><span style="font-weight: 400;">pode levar a uma disfunção orgânica múltipla, com uma taxa de letalidade de 80%, evidenciando seu aspecto não benigno</span><span style="font-weight: 400;">.</span><span style="font-weight: 400;"> Assim, objetiva-se relatar um caso de pancreatite aguda necrosante infectada (PANI). Paciente masculino, 58 anos, refere dor em abdome superior há dois dias, de intensidade dez, associada a vômitos. Apresenta um histórico de hipertensão arterial e etilismo (1,5L de cerveja/dia). Ao exame físico, foi encontrado abdome globoso e dor a palpação superficial difusamente. Quantificada proteína C reativa (PCR) sérica, mostrou-se aumentada com 369 mg/L e realizada tomografia computadorizada (TC) 48h após a admissão, sinalizou PA sem necrose (Balthazar C), colelitíase, esteatose hepática e pequeno derrame pleural bilateral. A internação foi realizada para observação e tratamento do paciente através de jejum e posterior liberação de dieta conforme aceitação. Após 13 dias, houve uma piora clínica e nova TC constatou sinais de PANI (Balthazar E). Foi executada laparotomia exploratória associada à drenagem de abscesso pancreático, com peritoniostomia e aplicação de curativo à vácuo. Quatro dias após a cirurgia, houve o fechamento de peritoniostomia e introdução de dreno em leito pancreático. Sete dias após o último procedimento, o paciente passou por um colangiopancreatografia retrógrada endoscópica terapêutica e posteriores drenagens de coleção epigástrica e retroperitoneal, com administração de antibioticoterapia escalonada: Ceftazidima, Avibactam, Metronidazol e depois Meropenem e Polimixina B, além de dieta parenteral. Após as intervenções, nova TC de abdome demonstrou melhora das coleções e evoluiu com alta após 57 dias de hospitalização. O critério de Balthazar, utilizado para o diagnóstico, varia de A até E e é baseado em achados da TC. A classificação E é a mais grave e caracteriza-se pela identificação de fluido intra ou extrapancreático em duas ou mais localidades com a presença de gases peripancreático (Figura1), achado este associado à infecção bacteriana que se estabelece na região isquêmica da glândula, originadas possivelmente do trato gastrointestinal. Quando há necrose, como ocorreu neste relato, a taxa de morbidade esperada é de 92%. Ademais, a PCR acima de 150mg/L é um bom marcador sérico para estimar a severidade da inflamação pancreática.</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Recentemente, o manejo inicial de pacientes com PA se reestruturou, visto que a estabilização, acompanhamento do quadro e posterior abordagem cirúrgica em casos graves, denota um melhor prognóstico se comparado com uma intervenção invasiva precoce</span><span style="font-weight: 400;">. Assim, a abordagem tardia por laparotomia, após detecção de necrose e infecção no caso relatado é salvaguardada pela literatura recente.</span><span style="font-weight: 400;"> Portanto, a associação de exames é indicada para realização de diagnóstico enquanto a abordagem cirúrgica é reservada para pacientes com coleta necrótica aguda infectada e/ou deterioração clínica.</span></p> Milene Oliveira Cuissi, Natália Barbosa Pimenta, Isabelle Batista de Oliveira, Natieli Kazue Aida, Vanessa Palma Favaro, Renato Rubia Garcia Júnior, Lourival Freira Dultra Junior, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4578 Sex, 06 Dez 2024 17:12:56 -0300 Má rotação intestinal congênita em adulto: relato de caso https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4580 <p>A má rotação intestinal é uma anormalidade congênita que resulta da falha completa ou parcial da rotação intestinal no período embrionário, tendo como consequência o posicionamento anormal do intestino delgado. É uma entidade mais presente em neonatos, e rara em adultos. Os sintomas podem apresentar-se de forma insidiosa ou assintomática. Na presença de complicações evidenciam-se sintomas como dor abdominal intermitente, vômitos, intolerância alimentar, diarreia crônica, pancreatite, peritonite e transtornos da motilidade intestinal. O diagnóstico é muitas vezes realizado de forma acidental, sendo a tomografia o exame de escolha quando há suspeita da má rotação intestinal. Devido a rotação as alças intestinais fixam-se a parede abdominal por meio de bandas de peritônio, as bandas de Ladd. O tratamento compreende o procedimento eletivo cirúrgico de Ladd, ou seja, distorção do volvo presente, lise das bandas, realocação do intestino na posição correta e apendicectomia. Por se tratar de uma anormalidade rara em adultos, passível de gerar complicações, por meio desse caso, cooperamos para o melhor conhecimento do assunto, e, consequentemente, melhores tratamento e prognóstico aos pacientes. Assim, nesse relato abordaremos um abdome agudo em paciente adulto com má rotação intestinal e bandas de Ladd. Paciente do sexo masculino, 48 anos, chega ao pronto socorro com quadro dor abdominal difusa, náuseas e vômitos há 1 dia e constipação há 3 dias. Nega febre ou outras queixas abdominais. Apresenta-se em regular estado geral, dispneico, hipertenso, com<br>abdome doloroso e distendido, ruídos hidroaéreos diminuídos, sem peritonite. Nos exames laboratoriais demonstrava leucocitose e aumento de prova inflamatória. A tomografia revelou um posicionamento atípico do intestino delgado e cólon (figura 1).<br>Na vigência do abdome agudo refratário as medidas clínicas, juntamente com a confirmação por imagem foi realizada laparotomia exploradora, lise das bandas de Ladd e correção do posicionamento intestinal (figura 2). O paciente apresentou íleo<br>paralítico com melhora no quarto dia de pós-operatório, recebendo alta após seis dias da cirurgia. As bandas de Ladd, se não percebidas durante a fase neonatal, podem ser encontradas acidentalmente nos adultos assintomáticos. Quando há complicações, como nesse caso um abdome agudo obstrutivo, demonstra-se diagnóstico devido a atipia do quadro sintomatológico. Assim, o paciente pode<br>apresentar-se em regular estado geral com sintomas que mimetizam outras patologias, e pouquíssimas alterações nos exames laboratoriais. Outros exames como a ultrassonografia podem ser realizados, mas a tomografia apresenta a maior<br>acurácia diagnóstica. Nas opções terapêuticas, o procedimento cirúrgico em pacientes assintomáticos e sintomáticos, pode sanar os problemas presentes, evitar possíveis complicações futuras e restaurar a disposição anatômica do intestino do paciente. Isso é realizado por meio de laparotomia ou laparoscopia, onde se é<br>realizado o procedimento de Ladd. Portanto, com a análise e utilização de múltiplas ferramentas, somos capazes de oferecer ao paciente procedimentos que realmente, além de preservar sua vida, asseguram a qualidade dela.</p> Marcos Pedro Lem de Jesus, Gabriela Hyppolito dos Santos, Isadora Sampaio Belentani, Thais Shimokava, Samuel Alves da Silva, João Eduardo Yudi Hoepers Miyawaki, Amanda Akemy Ferreira Odo, Daniel Miguel Mauro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4580 Sex, 06 Dez 2024 17:13:17 -0300 HIPONATREMIA SEVERA LEVANDO AO DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE SHEEHAN: RELATO DE CASO. https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4581 <p>A hiponatremia, definida como uma concentração de sódio sérico abaixo do limite inferior da normalidade ([Na+] &amp;lt; 135 meq/L), é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum em pacientes hospitalizados. Geralmente de instalação gradual, pode ser precipitada por cirurgia, infecções, medicamentos, sobrecarga de água livre ou por distúrbios endocrinológicos relacionados a hipotireoidismo, deficiência de cortisol, síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (ADH) e até mesmo síndrome de Sheehan (SS), que é uma forma de hipopituitarismo causado por necrose hipofisária consequente de hipotensão e/ou choque por hemorragia no período pós-parto. Este trabalho objetiva relatar um caso clínico de síndrome de Sheehan com base em um quadro de hiponatremia crônica. Paciente SJR, 79 anos, feminino, natural e procedente de Londrina, entrou no pronto-socorro hospitalar em 06/2022 encaminhada de uma Unidade de Pronto Atendimento local apresentando dispneia, tosse, febre e confusão mental há 2 dias. Diagnosticada com sepse de foco pulmonar e urinário, iniciada antibioticoterapia hospitalar. Durante a internação, os exames laboratoriais (Tabela 1) revelaram hiponatremia, hipotireoidismo secundário, hipogonadismo hipogonadotrófico e provável insuficiência adrenal secundária parcial. Sendo instituída reposição hormonal com glicocorticoide, mineralocorticoide e levotiroxina. Paciente relatou acompanhamento em Unidade Básica de Saúde por hiponatremia crônica. Sobre antecedentes obstétricos, paciente revelou hemorragia grave durante o parto, com necessidade de transfusão sanguínea há 37 anos. Apresentou melhora progressiva do quadro séptico e do quadro de confusão mental, tendo recebido alta 11 dias depois com [Na+] 130 mEq/L e [K+] 4,3 mEq/L. Em retorno ambulatorial, uma semana depois, mantendo as reposições hormonais, a paciente apresentou recuperação do estado geral com [Na+] 137 mEq/L, [K+] 4,2 mEq/L e atividade de renina de 0,26 ng/mL/h, tendo sido suspensa a fludrocortisona. Atualmente, segue em acompanhamento mantendo as reposições dos eixos tireotrófico e corticotrófico com levotiroxina 75µg/dia e prednisona 5mg/dia, sem reposição dos eixos gonadotrófico e somatotrófico. A anamnese detalhada com história clínica de complicação obstétrica pós-parto, quadro insidioso de hiponatremia e alterações hormonais indicativas de hipopituitarismo, o diagnóstico de SS pôde ser firmado. A imagem de tomografia computadorizada de crânio revelou sela túrcica vazia, corroborando o diagnóstico (Figura 1). A complicação neuroendócrina mais frequentemente associada à SS é o hipopituitarismo. As manifestações clínicas ocorrem pela insuficiência específica de cada um dos eixos hipofisários. A necrose é mais comum na hipófise anterior, com consequentes deficiências hormonais de graus variáveis: hipotireoidismo, insuficiência adrenal, hipogonadismo, agalactia, níveis baixos de somatotrofina. A sintomatologia pode ser aguda ou insidiosa e a hiponatremia pode estar presente. Este diagnóstico de SS tem sido extremamente raro em regiões mais desenvolvidas devido ao avanço da medicina obstétrica, porém permanece em regiões desfavorecidas, portanto o conhecimento desta síndrome ainda é importante nos dias atuais. Apresentamos um caso clínico de síndrome de Sheehan como causa de hiponatremia relacionada ao hipopituitarismo. A hiponatremia em idosos está relacionada a confusão mental, propensão a quedas, convulsões, déficit de coordenação e alteração de comportamento. O diagnóstico e tratamento adequados são essenciais para diminuir a morbimortalidade nesses pacientes.</p> Júlia Catusso Luz Costa, Bianca de Lima Ribeiro, Bruna Cansian, Bruna Matarazzo, Isabela Naomi Maeoka, Jéssika Victoria Canhada Alves, Marjorie Mith Kanehussa, Tânia Longo Mazzuco ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4581 Sex, 06 Dez 2024 17:13:37 -0300 Diagnóstico de tuberculose miliar e intestinal em adulto imunocompetente: um relato de caso https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4582 <p>A tuberculose (TB) é causada pelo microrganismo Mycobacterium tuberculosis e transmitida pela inalação de aerossóis. Atinge principalmente pulmões (TB pulmonar), mas pode acometer eventualmente locais como peritônio e intestino (TB extrapulmonar). A TB miliar é uma forma rara por disseminação hematogênica que deriva de infecção primária ou reativação, e, na maioria dos casos, possui fatores de risco identificáveis como idade (bebês e crianças) ou imunossupressão. Seu diagnóstico deriva do padrão radiográfico clássico nodular em associação a testes como escarro com coloração para bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) ou teste molecular. Outras formas extrapulmonares também podem ser investigadas após suspeita clínica de sintomas atípicos com análise anatomopatológica. O tratamento consiste no uso de antimicrobianos e intervenção cirúrgica, se necessário. O estudo buscou relatar um caso raro de tuberculose miliar e intestinal, sem fatores de risco, com complicações graves. Trata-se de um paciente masculino, 44 anos, que compareceu ao hospital terciário com quadro de abdome agudo perfurativo após dor intensa abdominal e constipação há 3 dias. Possuía TB pulmonar diagnosticada há 1 mês por BAAR positivo, em tratamento com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Negou histórico de imunossupressão e exames sorológicos descartaram HIV ou outras infecções. Foi realizada laparotomia exploradora que demonstrou aderência em íleo distal. O exame anatomopatológico descreveu mucosa ulcerada com perfuração e granulomas, com diagnóstico deTB intestinal. Posteriormente, radiografia (Figura 1) e tomografia de tórax (Figura 2) evidenciaram padrão miliar, com teste molecular de lavado broncoalveolar sensível para rifampicina. Paciente evoluiu com choque séptico e internação em UTI. Nos adultos imunocompetentes, a TB miliar é responsável por menos de 2% de todos os casos. Alterações de metabolismo de Interferon-gama e Interleucina-12 podem estar relacionadas ao desenvolvimento de formas disseminadas independentes de imunodepressão. A disseminação miliar costuma ocorrer de 2 a 6 meses após diagnóstico inicial, o que indica progressão raramente acelerada no caso descrito. A positividade do teste de BAAR e a presença de padrão radiológico miliar ocorrem somente em um terço e metade dos pacientes com TB miliar, respectivamente. O diagnóstico tardio de TB intestinal é comum, com mortalidade aumentada quando há complicações como obstrução e perfuração. Apesar do predomínio da forma pulmonar de TB, casos mais raros possuem apresentações atípicas que retardam o atendimento, o que aumenta a probabilidade de complicações. A atuação dos serviços de saúde primários e secundários na instrução dos pacientes a respeito das apresentações atípicas da doença é fundamental para orientar a busca por atendimento imediato em casos de sintomas atípicos, como dor abdominal e obstrução intestinal. Além disso, o relato de casos raros enriquecem a literatura científica e conscientizam profissionais da saúde sobre o tema.</p> João Vitor Netto Moreira Alves, Iuri Thomazini Terra, Eloise Delatore Cruz, Maria Luiza Vargas da Cruz, Gustavo Palote da Silva Martins, Lucas de Souza Ross, Milena Yuko Sasaki, Desiree Jacob Monteiro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4582 Sex, 06 Dez 2024 17:13:49 -0300 Síndrome convulsiva sintomática por abstinência de benzodiazepínicos: um relato de caso https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4583 <p>Os benzodiazepínicos (BZDs) são uma classe de medicamentos que apresentam efeitos sedativos-hipnóticos. Quando são usados de forma regular, geralmente por mais de quatro semanas, principalmente em doses elevadas, são capazes de causar dependência, tolerância e síndrome de abstinência. O objetivo do presente relato é abordar uma síndrome convulsiva sintomática e delirium, decorrente de abstinência de BZDs. Paciente masculino, 65 anos, previamente hipertenso e dislipidêmico, deu entrada no hospital após encaminhamento devido quadro de insônia, confusão mental, desorientação temporo-espacial, sintomas psicóticos, agitação psicomotora, hetero-agressividade, palpitações e tremores, além de um episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada, presenciada pela equipe da origem, sem histórico de epilepsia. Fazia uso de Clonazepam 2 mg/d há sete anos, estando há quatro dias sem tomar. Em relação à psicose, apresentava alucinações auditivas e visuais, além de delírios persecutórios, afirmando que os funcionários do hospital queriam lhe fazer mal. Segundo familiares, paciente iniciou com insônia e paulatinamente houve mudança comportamental, tornando-se confuso e agressivo. O paciente passou por exames, de modo a excluir outras causas orgânicas, sendo que estavam dentro dos limites da normalidade. Considerando a relação temporal entre a interrupção abrupta de administração do BZD e surgimento dos sintomas, concluiu-se ser ele o fator etiológico. Paciente permaneceu internado durante 12 dias. Nesse período, para tratamento da abstinência, retornou-se o uso de clonazepam, dose de 1mg/d, com desmame lento e plano de suspensão até a alta. Para terapêutica do delirium, usou-se risperidona, dose de 4mg/d, com boa resposta e remissão do quadro. Após a alta, paciente está em acompanhamento, há um ano, em Ambulatório de Psiquiatria. Durante todo o período permaneceu assintomático, e iniciou-se o desmame de risperidona. No momento, está em uso de 1mg à noite, com plano de retirada completa no retorno, e alta para seguimento na Unidade Básica de Saúde, se a evolução continuar favorável. O presente relato de caso se destaca pela complexidade e desafios clínicos apresentados durante um caso de abstinência por BZDs. A interrupção abrupta pode levar a uma diversidade de sintomas físicos e psicológicos – como insônia, delirium e convulsões, como apresentados pelo paciente referido neste artigo – sendo necessária uma abordagem individualizada e cuidadosa durante a intervenção terapêutica. Pacientes com abuso crônico de BZDs têm 50% mais chances de desenvolver uma dependência pelo medicamento e, se usado por mais de 12 meses, evoluem com síndrome de abstinência dentro de dois a três dias após parada do uso do BZDs de meia-vida curta, e de 5 a 10 dias após cessar o uso de BZDs de meia-vida longa. O delirium, apresentado no paciente relatado, ocorre por um desequilíbrio entre mecanismos inibitórios e excitatórios nos mediadores químicos, ocorrendo, principalmente, uma diminuição na transmissão gabaérgica. Já a insônia apresentada pelo usuário, está relacionada pelo fato de a abstinência atingir a regulação do ciclo sono-vigília, especialmente pela diminuição dos níveis de melatonina. A compreensão do impacto da abstinência de BZDs não se limita apenas aos aspectos físicos, mas também às condições psicológicos, sociais e comportamentais. A conscientização sobre a natureza desafiadora desse processo é crucial para melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes em retirada desses medicamentos e a busca de estratégias de assistência multidisciplinar.</p> Pedro Henrique Aniceto Silva, Bárbara Ponciano, Larissa Akemi Onishi, Letícia de Souza Ribeiro, Renato Rubia Garcia Júnior, Lais Garcia Formicoli, Luísa Menfedrin Vila, Ana Cecília Novaes de Oliveira Roldan ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4583 Sex, 06 Dez 2024 17:14:11 -0300 POLIANGIITE MICROSCÓPICA: RELATO DE CASO DO DIAGNÓSTICO PRECOCE A SUA ALTA HOSPITALAR https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4584 <p>A poliangiite microscópica (PAM) é uma doença rara e potencialmente grave, caracterizada por inflamação dos vasos sanguíneos de pequeno calibre, que pode afetar vários órgãos e sistemas do corpo. Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de um paciente com critérios clínicos para PAM com uma apresentação grave e complexa, com possível associação com infecção por coronavírus. A.C.M, 57 anos, previamente hígido, foi encaminhado ao hospital terciário para investigar quadro de 1 mês de hemoptise, mialgia, perda ponderal, hiporexia, com piora nos últimos 4 dias da hemoptise, evoluindo com insuficiência respiratória por provável hemorragia alveolar e necessidade intubação orotraqueal na admissão. Apresentava teste rápido externo positivo para coronavírus do mesmo dia. Em tomografia de admissão evidenciado extensas consolidações pulmonares bilaterais entremeadas a áreas em vidro fosco (Figura 1). Foi indicada terapia renal substitutiva (TRS) de urgência por hipercalemia devido à injúria renal aguda. Além disso, foi evidenciado hematúria importante e proteinúria nefrótica. Suspeitado de síndrome pulmão-rim por vasculite sistêmica e solicitado rastreio reumatológico para investigação do quadro. Devido à gravidade e associação com hemorragia alveolar, foi indicada plasmaferese, sendo realizado 6 sessões no total, e pulsoterapia com corticoide. Em exames de investigação foi constatado p-ANCA positivo 1:320 (significativo a partir de 1:20) e antimieloperoxidase positivo 123 UR/mL (reagente a partir de 20 UR/mL). Apresentou negatividade para antiproteinase-3 e antimembrana basal glomerular. Sendo assim, perante os achados clínicos-laboratoriais foi fechado o diagnóstico clínico para síndrome pulmão-rim por PAM e iniciado ciclofosfamida para continuidade de terapia imunossupressora. Evoluiu com múltiplas infecções intra-hospitalares, tendo utilizado vários antimicrobianos. Foi submetido a traqueostomia por ventilação mecânica prolongada. Posteriormente, apresentou boa evolução clínica, recebendo alta hospitalar após 1 mês de internação. Não apresentou recuperação completa da função renal, necessitando manter TRS ambulatorial. Sabe-se que a PAM é uma vasculite necrotizante sistêmica de pequenos vasos, não granulomatosa, associada ao p-ANCA. Costuma acometer mais mulheres do que homens, com uma proporção 1,8:1, com média de idade entre 30-50 anos. A apresentação clínica é complexa e desafiadora, apresentando inicialmente um quadro inespecífico de sintomas constitucionais, podendo evoluir com síndrome pulmão-rim (hemorragia alveolar e hematúria, com ou sem disfunção renal associada). Em relação ao perfil reumatológico, destaca-se a positividade para antimieloperoxidase-ANCA em até 60% dos casos. O diagnóstico é feito por meio de critérios clínicos, com base na história e exames laboratoriais. O tratamento inicial em casos graves consiste em realizar plasmaférese, podendo-se também realizar terapia imunossupressora concomitante com ciclofosfamida ou rituximabe com corticoide. Após estabilização inicial, a continuidade da terapia é realizada com azatioprina, micofenolato ou rituximabe. Por fim, o diagnóstico precoce da PAM perante a suspeita clínica e laboratorial é crucial para um tratamento ágil e para melhorar os desfechos clínicos do paciente, como demonstrado neste relato de caso.</p> Matheus Marengoni Silva, Ulisses Enrique Colonheze, Henrique Motoki de Oliveira, Milene Oliveira Cuissi, João Vitor Netto Moreira Alves, Lucas Alexandre Freire de Freitas, Emanuelle Piovezana, Mariana Espiga Maioli ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4584 Sex, 06 Dez 2024 17:14:24 -0300 AFASIA DE WERNICKE PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4586 <p><span style="font-weight: 400;">A afasia é uma disfunção decorrente de lesão cerebral que comumente afeta o hemisfério esquerdo. A etiologia principal são os acidentes vasculares cerebrais (AVC’s), de caráter isquêmico, que predominam em idosos</span><span style="font-weight: 400;">.As manifestações cardiometabólicas causadas tipicamente por fibrilação atrial ocorrem a migração do êmbolo para longe da sua origem que expressam sinais de fraqueza ou hemiplegia, disartria, amaurose fugaz, cefaleia intensa e súbita, desorientação, perda de equilíbrio</span><span style="font-weight: 400;">. Diferentemente das causas secundárias por aterosclerose em que obstrução do vaso pela placa de ateroma e posterior ruptura desencadeia formação de trombos que podem gerar AIT (acidente isquêmico transitório) cujos sintomas podem ser semelhantes ao Acidente vascular cerebral isquêmico (ACVI). Na afasia alteração do parênquima cerebral acarreta desorganização do vocabulário, deficiência na compreensão ou expressão de palavras, e dificuldade na manifestação da linguagem não verbal. Desse modo, a classificação de Boston difere das afasias em fluentes e não fluentes</span><span style="font-weight: 400;">. As lesões no hemisfério esquerdo afetam áreas motoras que prejudicam a ordenação dos movimentos da fala, caracterizando afasia não fluente que são dos tipos globais, mistas, de broca e transcorticais. Nas áreas associativas e de compressões geram afasia fluentes que são de Wernicke, de condução e transcortical sensorial</span><span style="font-weight: 400;">1</span><span style="font-weight: 400;">. Logo, o objetivo é correlacionar Afasia de Wernicke como manifestação do AVC durante hospitalização em Hospital terciário de alta complexidade. Paciente masculino, 77 anos, privado de liberdade, encaminhado para hospital terciário devido suspeita de AVCI associado a evento cardioembólico.Na admissão, apresentava afasia&nbsp; não fluente com desorganização dos movimentos da fala, dificuldade de nomear objetos ou formular frases com sentido, apesar da pronúncia fluente das palavras, ou seja, às áreas de associação e compreensão foram parcialmente afetadas. Posteriormente, houve decréscimo do nível de consciência, não respondendo a comandos verbais, mantendo estado confusional e agitação. Durante a investigação etiológica da afasia encontrou-se como condição de base&nbsp; fibrilação atrial crônica paroxística(FA) prévia após exame no Holter, predispondo a formação de trombos com possível&nbsp; gênese do AVCI. Na tomografia de crânio foi aventado as áreas acometidas por lesões hipodensas com hemorragia recente no hemisfério esquerdo comprometendo os lóbulos cerebrais e a área de Wernicke&nbsp; específica do evento isquêmico progredindo com transformação hemorrágica (Figura 1) que postergou o uso de anticoagulantes orais por 14 dias.No AVCI o déficit neurológico é secundário a lesão vascular gerando afasia de Wernicke cuja linguagem é fluente, rítmica, entonação normais, conteúdo incompreensível e nos casos graves os erros ressaltam em neologismo tornando a comunica quase ininteligível. Os sintomas clássicos incluem déficit visual, acalculia e agrafia e alguns casos prejuízo na leitura mesmo com fluência verbal. O diagnóstico é clínico (classificação de Boston) sinais de alteração na linguagem juntamente com neuroimagem que verificam localização e etiologia. O tratamento padrão de afasia não é consensual, mas o atendimento multidisciplinar com fonoaudiológica, neurologista e neuropsicólogo é imprescindível para recuperação dos déficits e melhora das habilidades de comunicação. A recuperação de afasia pós AVCI é de 2 a 6 meses, e a melhora progressiva é limitada. Portanto, o apoio familiar e social são importantes para evitar quadros psicológicos como depressão e isolamento social e o tratamento e prognóstico depende do trabalho multidisciplinar para recuperação da função linguística.</span></p> Indianara Prado dos Santos, Kattelyn Monte Paiva, Karine Silvino Fagundes, Ádria Rodrigues da Silva, Bruna Beppler, Mônica Marcos de Souza ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4586 Sex, 06 Dez 2024 17:14:41 -0300 MIELOPATIA POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 NO CONTEXTO DA CIRURGIA BARIÁTRICA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4587 <p>A cirurgia bariátrica tem como consequência a diminuição da absorção de nutrientes e minerais importantes, dentre esses a vitamina B12 (VB12). A mielopatia é caracterizada por qualquer déficit relacionado à medula espinhal, e pode ser causada por deficiência de VB12. A degeneração combinada subaguda (DCSA) afeta os cordões póstero-laterais cervicais e dorsais da medula que podem ocasionar lesões permanentes. Logo, o objetivo deste trabalho é relatar um caso em que a paciente progrediu com Mielopatia por deficiência de VB12 após submissão a uma gastroplastia vertical. J.C., feminina, 52 anos, foi atendida com um quadro de fraqueza em membros inferiores (MMII) progressiva que iniciou há 2 meses; estava em pós- operatório de cirurgia bariátrica e fazendo reposição trimestral de VB12. Evoluiu com urgência miccional e fecal, alteração de sensibilidade em dedos das mãos e abaixo dos joelhos. Ao exame neurológico (EN), paraparesia crural espástica, maior à esquerda; sinais de liberação piramidal (Babinski bilateral, clônus aquiliano inesgotável, hiperreflexia de patelar e Aquileu), sinal de Romberg e sinal do Canivete; hipoestesia superficial em mãos e MMII; hipopalestesia de MMII, com artrestesia preservada, sem nível sensitivo; marcha paretoespastica e talonante associada.No exame de ressonância magnética (RM) da coluna dorsal, há hipersinal em T2 nas colunas laterais de medula espinal (figura 1) e tênue alteração de sinal na coluna posterior (figura 2), leve afilamento da medula espinal de T7 a T10 (figura 3). Na segunda RM, foram evidenciadas lesões nos cordões posteriores e no funículo lateral. Nos exames laboratoriais, há aumento de hemocisteína, os testes de sorologia para HIV (Vírus da imunodeficiência humama), Sífilis, HTLV (Virus-T linfotrópico humano do tipo 1) dentre outras vieram negativas e ácido metilmalonico com dosagem sérica sanguínea negativo. Os sintomas neurológicos da deficiência de VB12 compreendem deficiências motoras simétricas com espasticidade, hipo ou a hiperreflexia, ataxia, parestesia, alteração da sensibilidade profunda, distúrbios esfincterianos. Trata-se de uma deficiência funcional de VB12, que é uma condição em que os níveis da vitamina estão baixos o suficiente para causar sintomas clínicos, mesmo que nível sanguíneo esteja normal; é importante monitorar os sintomas clínicos não apenas o nível sanguíneo no paciente. A paraparesia ocorre por um comprometimento das vias piramidais com hipopalestesia e/ou abatiestesia dos MMII e ocorre devido ao comprometimento cordonal posterior. Ao EN, é comum a presença dos sinais de Romberg e Babinski, e distúrbios esfincterianos. O diagnóstico laboratorial é feito com a dosagem sérica de VB12, homocisteína e o ácido metilmalonico. Mesmo que infrequente, pode acontecer deficiência de VB12 com os níveis séricos normais ou aumentados. É essencial também a investigação de deficiência de cobre como diagnóstico diferencial. A RM pode mostrar áreas de desmielinização no cérebro ou na medula tendo hiperintensidade em T2 no cordão posterior da medula. Os achados de alteração de esfíncteres associados à paraparesia espástica com prejuízo da sensibilidade vibratória, hiperreflexia, e os achados de imagem que são característicos, apontam comprometimento primário da medula espinal e fortalece a hipótese de DCSA por deficiência de VB12 devido à cirurgia. Como conduta, foi estabelecida a reposição mensal de VB12; e aguarda-se a dosagem de cobre. Dessa forma, a deficiência de VB12 pode causar lesões medulares graves e precisa ser tratada precocemente.</p> Karine Fagundes Silvino Rodrigues, Indianara Prado dos Santos, Kattelyn Monte Paiva, Ádria Rodrigues da Silva, Bruna Beppler, Mônica Marcos de Souza ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4587 Sex, 06 Dez 2024 17:15:00 -0300 ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIANTES GENÉTICAS DO NLRP3 E O DESENVOLVIMENTO E GRAVIDADE DA PSORÍASE E ARTRITE PSORIÁSICA: ESTUDO CASO-CONTROLE https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4590 Daniel Felipe Piva dos Santos, Cássio Rafael Moreira, Beatriz Rabello Espinosa, Tainah Mendes Ahrens, Andrea Name Colado Simão, Edna Maria Vissoci Reiche, Marcell Alysson Batisti Lozovoy ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4590 Sex, 06 Dez 2024 17:15:15 -0300 DIAGNÓSTICO E MANEJO DE PRÉ-ECLÂMPSIA EM PACIENTE HIPERTENSA CRÔNICA: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4598 <p>É sabido que a gestante deve ter acompanhamento por médicos, especialmente aquelas que possuem morbidades prévias a gestação, aumentando a chance de ocorrer afecções maternas e fetais. A gestante com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) prévia, possui maior risco de desenvolver a Pré-eclâmpsia (PE). O objetivo deste resumo é relatar um caso de pré-eclâmpsia sobreposta grave em paciente hipertensa crônica e suas consequências. Atualmente, já é bem consolidado o diagnóstico e manejo que a PE possui, incluso associada a HAS prévia a gestação, onde a presença desta aumenta as chances do acometimento de PE grave. Além de ser uma das doenças de maior mortalidade materna, ela cursa com complicações maternas, como Insuficiência Renal Aguda e Acidente Vascular Cerebral. Já em fetos, a presença da doença pode acarretar em Crescimento Intrauterino Restrito, prematuridade e morte. Paciente feminina, 30 anos, G2PC1. Primeira gestação aos 26 anos, sem intercorrências gestacionais, parto cesáreo por desejo materno. Paciente com HAS há 2 anos, em uso de Valsartan 80mg. Iniciou o pré-natal com obstetra com 4 semanas de idade gestacional (IG), com substituição do anti-hipertensivo para Metildopa 250mg 3x ao dia, onde paciente manteve-se com níveis pressóricos estáveis até 19ª semana de gestação. Após esse período, iniciou com descompensação da pressão arterial (PA) chegando a 160x110mmHg, necessitando aumento de dose da medicação para 500mg 3x ao dia. Confirmou-se o diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta com 24 semanas (IG), constatada em exame de urina relação proteína/creatinina &gt; 0,3 associada a sinais de iminência de eclampsia – cefaleia e escotomas visuais - e PA de 160x110mmHg, realizando internação hospitalar, onde foi prescrito Hidralazina endovenoso e sulfato de magnésio. Paciente permaneceu internada por 2 dias e recebeu alta devida melhora clínica, juntamente a prescrição de Anlodipino 10mg (1-1-1) e Carvedilol 3,125mg (1-0-1). Seguiu em acompanhamento médico e manejo de parâmetros de bem estar materno fetal através de realização de Ultrassonografia Obstétrica com Doppler semanal e exames laboratoriais a cada 48 horas. Em US Doppler realizado com 27 semanas e 5 dias de IG, exame constatou Restrição Precoce de Crescimento Fetal Estágio II – peso fetal no percentil 1,5 / circunferência abdominal no percentil 1,9 / oligodrâmnio / aumento da resistência das artérias uterinas e diástole zero na artéria umbilical. Foi solicitado internação hospitalar para avaliação diária de vitalidade materno-fetal através de realização de exames de sangue a cada 6 horas e cardiotocografia 2 vezes ao dia. Foi prescrito e realizado duas doses de corticoterapia para maturação pulmonar devido ao risco de nascimento prematuro. No 4º dia de internação, IG 28s+1d, ao realizar cardiotocografia foi constatado bradicardia fetal de 80bpm e sendo realizado cesariana de urgência. Procedimento sem intercorrências, recém-nascido com 900g, não necessitou de reanimação neonatal, permaneceu internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal por 81 dias devido prematuridade. Paciente após o parto permaneceu 7 dias internada devido à dificuldade em reestabelecer níveis pressóricos, necessitando de associação de vários anti-hipertensivos, recebeu alta hospitalar com prescrição de Valsartan 160mg (1-0-1), Hidroclorotiazida 25mg (1-0-0) e Bisoprolol 2,5mg (1-0-0). O caso em questão teria indicação de profilaxia para pré-eclâmpsia, apesar de não ter sido realizado, a evolução clínica foi favorável e paciente segue atualmente com acompanhamento de cardiologista. Com isso, reitera-se neste relato como o pré-natal bem assistido e manejo adequado por médico obstetra em gestante com comorbidades prévias, afeta diretamente no prognóstico da gravidez, reduzindo a mortalidade materna e fetal.</p> Grazieli Andréa Ferrazzo Borges dos Santos, Ana Laura Guadagnin, Camila Karoline de Mello, Nathalia Claro Mestriner, Vitoria Regina Melek, Débora Tayná Berti de Lima, Paulo Tiago da Silva Barbosa ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4598 Sex, 06 Dez 2024 17:15:34 -0300 SÍNDROME DA ANTIDIURESE INAPROPRIADA COMO MANIFESTAÇÃO DE UM ADENOCARCINOMA COLORRETAL: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4599 Indianara Prado dos Santos, Kattelyn Monte Paiva, Ulisses Enrique Colonheze, Karine Silvino Fagundes, Alexandre Salvatore Pipino ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4599 Sex, 06 Dez 2024 17:15:47 -0300 RELATO DE CASO: INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM PACIENTE COM LINFOMA DE HODGKIN https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4603 <p><span style="font-weight: 400;">O linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia de células linfóides maduras, caracterizado histologicamente pelas células de Reed-Sternberg (HRS) ou suas variantes. Este trabalho tem por objetivo expor uma apresentação atípica de LH em paciente jovem e portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV). HKTS, 44 anos, encaminhado ao hospital terciário para investigação de quadro de 3 semanas de tosse, cefaleia, febre e sudorese noturna, associado a epigastralgia, náuseas e vômitos, com perda de 7kg no período, evoluindo com quadro de icterícia e colúria. Previamente, ex-tabagista, etilista e portador do vírus HIV, para o qual fazia uso de Tenofovir, Lamivudina e Dolutegravir desde o diagnóstico há 3 anos, com bom controle viral. Na admissão, foi evidenciado pancitopenia, hiperbilirrubinemia às custas de direta, hipoalbuminemia, aumento de enzimas canaliculares e aumento de provas inflamatórias. Devido à persistência de febre e síndrome colestática, foi iniciado antibiótico por suspeita de infecção em vias biliares (VB). Foram afastados fatores obstrutivos em VB, porém exames de imagem demonstraram pólipos vesiculares, hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia retroperitoneal. Realizado colangiorressonância para investigação que demonstrou sinais sugestivos de doença infiltrativa em fígado e múltiplas lesões em ossos da coluna vertebral. Realizada biópsia de medula óssea (MO) e solicitado biópsia hepática e de linfonodos retroperitoneais. Nesse período, o paciente evoluiu com anasarca, disfunção renal e discrasia sanguínea, com exames evidenciando insuficiência hepática aguda. Foram afastadas quaisquer doenças infecciosas oportunistas. Foi ampliada a investigação, sendo aventado também possibilidade de etiologia autoimune. Após 22 dias de internação, paciente foi levado para centro cirúrgico para realização das biópsias e colecistectomia, por suspeita de neoplasia associada em VB. Já em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), evoluiu com insuficiência respiratória aguda com necessidade de intubação orotraqueal e choque hemodinâmico, falecendo no dia seguinte. Após estudo das lâminas de biópsias (Figura 1), foi demonstrado por imuno-histoquímico tratar-se de Linfoma de Hodgkin clássico em MO e tecido hepático. Na maioria dos casos de Linfoma de Hodgkin clássico não há agente deflagrador identificado, mas sabe-se que há associação com algumas infecções, como o vírus Epstein-Barr. O acometimento linfonodal regional é predominante, sendo o comprometimento extranodal raro. Quando há acometimento da MO costuma associar-se com citopenias importantes. As manifestações clínicas incluem linfadenomegalia, febre, perda de peso, sudorese noturna e fadiga. A biópsia excisional do linfonodo suspeito é fundamental para o diagnóstico. O tratamento quimioterápico deve ser instituído com base no perfil histológico, no estadiamento e nas características clínicas de cada paciente. Logo, a partir desse caso apresentado, percebe-se que é necessário considerar e reconhecer outras formas de apresentação do LH para que o diagnóstico seja definido precocemente, bem como as implicações terapêuticas, visando melhorar o prognóstico.</span></p> Ana sofia Vilas Boas Simões, Henrique Motoki de Oliveira, Ligia Maria Silva de Oliveira, Diyhallmir Angelo Noel Salina, Maysa Mie Nakashima Katayama, Danilo de Oliveira Silva Seraphim, Maria Gabriela de Melo Horta, Fausto Celso Trigo ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4603 Sex, 06 Dez 2024 17:16:05 -0300 ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO EM PACIENTE PORTADOR DE FORAME OVAL PATENTE: RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4605 <p><span style="font-weight: 400;">O forame oval patente (FOP) é um defeito na fundição do septo primum ao septo secundum após o nascimento, relacionando-se em 45% dos casos ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) criptogênico. A relação causa-consequência não está bem estabelecida, porém acredita-se que ocorra embolia paradoxal.&nbsp; A estratificação de risco entre FOP e AVC pode ser feita através do Risk of Paradoxical Embolism (RoPE) onde pontuações elevadas associam-se a pacientes jovens com infartos cerebrais superficiais com ou sem fatores de risco. O método padrão-ouro para o diagnóstico é o ecocardiograma transesofágico (ETE). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente portador de FOP que evoluiu com AVC isquêmico, correlacionando com os dados disponíveis na literatura.&nbsp; V.M., homem, 21 anos, apresentou episódio de síncope seguido de hemiparesia à esquerda, referindo cefaléia, náuseas e vômitos associados. Procurou pronto-socorro, horas após o início dos sintomas, onde encontrava-se consciente e colaborativo, com pupilas isocóricas e fotorreagentes, movimentação ocular extrínseca preservada, disartria leve, força muscular grau V em hemicorpo direito e grau IV em hemicorpo esquerdo, paralisia facial central evidente, com índex-nariz alterado à esquerda. Solicitado ecocardiografia transesofágica, constatou-se presença de shunt direita-esquerda à infusão de microbolhas na topografia de fossa oval, sugestiva de FOP. Na tomografia computadorizada houve presença de hipodensidade frontotemporal, nucleocapsular e opercular direita sugerindo AVC isquêmico recente no território da artéria cerebral média direita. Foi submetido a cateterismo cardíaco acompanhado de ETE para inserção de implante de prótese Amplatzer 25. A trombólise foi contra-indicada iniciando, assim, o uso de trombolíticos.&nbsp; O mecanismo fisiopatológico no qual Forame Oval Patente causa infarto cerebral não está bem claro, mas sabe-se que a presença de um canal entre os átrios tem potencial de transmitir trombos paradoxais.&nbsp; O FOP ocorre em 10 a 15% da população e está relacionada em 45% dos casos ao AVC criptogênico. A sintomatologia está atrelada ao território afetado, que no caso do paciente foi a artéria cerebral média direita.&nbsp; O RoPE estratifica pacientes pela idade e pela presença ou ausência de fatores de risco vascular. O paciente do caso é tabagista, possuía idade típica, pontuando 9 no escore de RoPE, enquadrando-se numa alta probabilidade de associação. A visualização de shunt interatrial é indispensável para o diagnóstico de FOP. Atualmente podem ser utilizados o Doppler transcraniano, ecocardiograma transtorácico e o ecocardiograma transesofágico que possuem sensibilidade e especificidade diferentes. O método padrão-ouro é o ETE com utilização de solução salina agitada com microbolhas no final da manobra de Valsalva sustentada. A partir dele pode-se detectar o shunt&nbsp; e classificá-lo em pequeno, médio e grande a depender da quantidade de bolhas, além de avaliar as características anatômicas do FOP. A conduta clínica objetiva evitar a formação trombogênica através do uso de antiplaquetários e anticoagulantes. As indicações cirúrgicas baseiam-se na eliminação do fator de risco para um segundo AVC. A cirurgia de fechamento do FOP pode ser feita por via aberta ou por via percutânea transcateter.&nbsp; O paciente deste estudo é jovem e com fator de risco para AVC, sendo realizada investigação completa descartando outras etiologias até que chegou-se ao diagnóstico. A partir disso, optou-se pelo fechamento percutâneo do forame e uso de trombolíticos. Portanto, é essencial que se conheça a associação entre&nbsp; AVC e FOP, uma vez que a intervenção repercute diretamente na sobrevida e na qualidade de vida do paciente.</span></p> Kattelyn Monte Paiva, Indianara Prado dos Santos, Karine Silvino Fagundes, Bruna Beppler, Mônica Marcos de Souza ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4605 Sex, 06 Dez 2024 17:16:18 -0300 EVOLUÇÃO CLÍNICA E TOMOGRÁFICA DE PACIENTE COM PROTEINOSE ALVEOLAR PULMONAR APÓS LAVAGEM PULMONAR TOTAL: UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4606 Daniel Felipe Piva dos Santos, Renato Rubia Garcia Júnior, Stephany Joaquim do Nascimento, Gabriela Hyppolito dos Santos, Julia Rafael, Pedro Henrique Fecchio, Maria Beatriz Acioli Silva, Desiree Jacob Monteiro ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4606 Sex, 06 Dez 2024 17:16:35 -0300 CIRURGIA DE REPARO DE LESÃO PERINEAL COM RETALHO MIOCUTÂNEO VERTICAL RETO ABDOMINAL, UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4690 <p><span style="font-weight: 400;">O retalho miocutâneo vertical reto abdominal (Vertical Rectus Abdominus Myocutaneous - VRAM) é uma importante terapia para lesões envolvendo a região perineal</span><span style="font-weight: 400;">. Ele viabiliza uma cobertura considerável de pele e de partes moles, não requerendo complexas técnicas microvasculares, sendo útil em reconstruções de deformidades pélvicas</span><span style="font-weight: 400;">. Assim, o objetivo deste estudo é relatar o uso do retalho VRAM para a reconstrução perineal e retal após ressecção oncológica. Neste relato de caso, a paciente M. N. S, 74, diagnosticada com carcinoma espinocelular (CEC) de canal anal, estadiamento inicial cT3N1, foi encaminhada para tratamento de primeira linha com quimioterapia + radioterapia, porém devido comorbidades e em ECOG 3, foi considerada inelegível à quimioterapia (Xeloda+Cisplatina), sendo tratada exclusivamente com radioterapia (5000cGy). Apresentando remissão completa da lesão, é colocada em seguimento vigiado. Após 3 meses, apresentou recidiva locorregional com as seguintes características a partir de: Ressonância magnética de pelve: O volume estimado do carcinoma foi de 126,7 cm3, com limites corticais indefinidos, sugerindo comprometimento da fáscia mesorretal e da musculatura retal, com realce difuso pelo contraste e restrição às difusões de água. Além disso, destacou-se o íntimo contato da lesão com a mucosa vaginal, impossibilitando a caracterização do plano de clivagem entre as estruturas. A lesão apresentava aspecto vegetante e infiltrativo, ocupando pelo menos metade da circunferência do reto distal; Retossigmoidoscopia: observou-se lesão extensa em canal anal, com destruição do esfíncter anorretal, invasão de parede posterior da vagina e de tecido adiposo local. Por esse contexto, a paciente foi submetida a tratamento cirúrgico de resgate, sendo necessária amputação abdominoperineal do reto + linfadenectomia pélvica + colpectomia posterior.</span> <span style="font-weight: 400;">Dessa maneira, para reconstrução da região perineal após os procedimentos de ressecção ampla perineal e amputação de reto, com consequentes danos importantes à parede da vagina, o procedimento com retalho VRAM foi realizado. No que diz respeito a carcinomas retais com invasão de estruturas vizinhas, seu tratamento a partir da excisão local, leva a um importante comprometimento de tecidos da região, com lesões perineais significativas. Nesse contexto, o fechamento primário da região exposta não é possível, necessitando da utilização de métodos que permitam a cobertura dos danos oriundos dos procedimentos realizados, sendo umas das mais interessantes opções, a reconstrução por retalho VRAM.&nbsp; Esse tipo de retalho permite que seja mantido um grande arco de rotação do pedículo vascular da região doadora de tecido, tornando o procedimento mais confiável em relação a outros tipos de retalho</span><span style="font-weight: 400;">. Ainda a própria incisão primária pode ser utilizada como limite no fechamento, não requerendo ações ainda mais invasivas. Para a reconstrução, o músculo reto abdominal direito, vascularizado pela artéria e veia epigástricas superiores e inferiores, é seccionado, mantendo na região da sínfise púbica o pedículo de suporte, abrangendo os vasos epigástricos inferiores. A incisão, seguindo a linha mediana, que inclui pele, músculo e tecido subcutâneo, é feita até a bainha do reto, de onde é liberado. O retalho é girado para trás em um movimento de "cambalhota" para se conectar ao assoalho pélvico e suturado ao períneo. O fechamento da parede do local doador pode ser feito a partir da sutura da linha mediana, com utilização, se necessário, de tela poliglactina</span><span style="font-weight: 400;">. Dessa forma, conclui-se que o retalho VRAM é um recurso de reparo a danos significativos na região perineal, sendo esperado que o presente trabalho possa contribuir com a literatura para procedimentos envolvendo tal técnica.</span></p> Victor Valle Azzalini de Angelo, Rafael Cechelero Bagatelli, Henrique Ferreira da Silva, Felipe Favero Borsato, Marco Aurelio Cruciol Rodrigues, Pedro Augusto Rossatto ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4690 Sex, 06 Dez 2024 17:16:50 -0300 CIRURGIA DE RECONSTRUÇÃO ORBITAL, UM RELATO DE CASO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4691 <p><span style="font-weight: 400;">A cirurgia de exenteração orbital, sobretudo em neoplasias malignas, envolve a remoção dos conteúdos orbitais e suas proximidades. Levando em conta a visibilidade da região, ainda que o procedimento vise a sobrevida, a depender do grau de infiltração, o tratamento pode apresentar resultados, por vezes, inaceitáveis para muitos pacientes. Nesse sentido, a cirurgia de reconstrução, necessariamente secundária à exenteração, adquire uma importância tanto estética quanto funcional. O presente estudo relata um procedimento de reconstrução realizado em um hospital de Londrina, as técnicas utilizadas, assim como os resultados obtidos. No caso relatado, MH, 86 anos, fora admitido em ambulatório oncológico, em junho de 2021, apresentando lesão ulcerada de caráter expansivo e infiltrativo, com bordas elevadas de limites imprecisos, medindo aproximadamente 5,2x1,5 cm nos maiores eixos do plano axial e 5 cm no eixo céfalo caudal em região frontal direita. Profundamente, a lesão infiltra a díploe direita e tábuas ósseas da escama frontal à direita sem componente de partes moles intracranianas, com pequeno comprometimento da pálpebra superior e zigomático direitos. Quanto às cavidades, apenas um discreto espessamento da mucosa de algumas células etmoidais. Em biópsia excisional, foi detectada a presença de carcinoma de células escamosas com invasão de fáscia. Subsequentemente, foi solicitado uma ressecção de lesão da pele em região frontal somada ao tratamento quimioterápico posterior. Portanto, o paciente foi submetido à cirurgia de exenteração orbital conforme a indicação clássica para este procedimento, a qual compreendeu o quartil superior direito da face, envolvendo a parte frontal da pele e fáscia, assim como remoção do globo ocular ipsilateral. O procedimento cirúrgico pode ser descrito em duas etapas. A primeira, exenteração orbital, diz respeito à preservação dos tecidos não afetados, assim como a eliminação do foco neoplásico. Já, a segunda etapa, refere-se, não somente a suturação do espaço aberto, mas do impacto na qualidade de vida. Nesse sentido, optou-se pelo método mais simples, para se obter um resultado desejado, particularmente pelo paciente.</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Como havia uma quantidade favorável de tecido contralateral suficiente, o retalho têmporofrontal ou retalho frontal com base temporal, se mostrou uma alternativa viável, pois além de preservar as características teciduais e de curvatura locais, mantém a irrigação promovida pela artéria temporal superficial, ramo da carótida externa</span><span style="font-weight: 400;">. Esse processo cirúrgico, portanto, envolveu a rotação do tecido que envolve a calota frontal esquerda até a base do osso frontal direito cobrindo a área removida previamente. Tendo em vista que, no caso relatado, foi possível manter o máximo de características faciais, sem comprometer a remissão da doença utilizando o tecido anexo não comprometido, espera-se contribuir com a literatura para procedimentos e resultados mais adequados ao paciente.</span></p> Victor Valle Azzalini de Angelo, Rafael Cechelero Bagatelli, Henrique Ferreira da Silva, Flávio Henrique Pereira Conte, Marco Aurelio Cruciol Rodrigues ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4691 Sex, 06 Dez 2024 17:17:12 -0300 EXACERBAÇÕES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NA 17º REGIONAL DE SAÚDE: UMA ANÁLISE DA ÚLTIMA DÉCADA https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4692 Victória Heloísa Mazei Costa, Rafaela de Almeida Cardoso Goés, Fátima Mitsie Chibana Soares ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4692 Sex, 06 Dez 2024 17:18:25 -0300 RESPOSTA AUTONÔMICA DURANTE A UTILIZAÇÃO DA INTERFACE CÉREBRO-MÁQUINA EM PESSOA COM LESÃO MEDULAR COMPLETA: ESTUDO PILOTO https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4693 <p><span style="font-weight: 400;">A lesão medular (LM) é uma condição neurológica devastadora que prejudica as funções sensório-motoras e autonômicas abaixo do nível da lesão. Tecnologias assistivas não invasivas como a interface cérebro-computador (BCI, do inglês Brain Computer Interface) funcionam como ponte tecnológica na LM, ligando o sistema nervoso central ao periférico, possibilitando a ativação muscular eletricamente evocada. Desse modo, respostas autonômicas a estímulos emocionais, como a variação da frequência cardíaca (FC), podem impactar na performance do uso da BCI. O presente estudo visa relatar os resultados de um estudo piloto de avaliação da resposta autonômica, por meio da FC, numa pessoa com LM completa submetida à aplicação da BCI. O projeto é um estudo quase-experimental (não controlado e não randomizado), aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE: 31523020.4.0000.5231). Destaca-se como critério de inclusão a presença de LM completa há mais de um ano. Durante o protocolo, o participante, com auxílio do instrutor, realiza uma tentativa de movimento de estender a articulação do joelho (imagética motora). De forma não invasiva (por eletroencefalografia), ocorre a aquisição do sinal neuroelétrico para o sistema comercial OpenBCI®, com eletrodos de ouro (Maxxi Gold®) distribuídos no couro cabeludo com gel condutor (Ultra-gel Eletro®) nas regiões Cz, C1 (ou C2 para membro inferior esquerdo), FCz e CPz. Os sinais são processados com técnicas de aprendizado de máquinas no software OpenVibe®. O classificador análise discriminante normal (LDA), utilizado para classificar os dados do treinamento com imagética motora, apresenta o resultado da acurácia (CSP-LDAacc) em unidade percentual para cada membro inferior (MI). Após o treino, a utilização do BCI proporciona a ativação de um equipamento de eletroestimulação do músculo quadríceps paralisado, via nervo femoral. Nas sessões, avalia-se a resposta autonômica pelo registro da FC por um sensor de batimento cardíaco (MAX30100/30102) desenvolvido na plataforma ESP32. Na etapa de aplicação em tempo real, é considerado como erro se o CSP-LDAacc não atinge 72% dentro de cinco segundos do comando verbal do instrutor, bem como se o percentual passar de 72% quando é para ficar “relaxado”. O participante submetido ao projeto tinha 48 anos e LM completa em nível de T6, ocorrida há 8 anos. A CSP-LDAacc após o treino de imagética em MI esquerdo foi 64%. Na aplicação da BCI em tempo real, o participante apresentou 11 erros e 10 acertos. A FC iniciou em 65 bpm e terminou em 85 bpm, havendo aumentos e reduções tanto antes quanto após os erros e acertos, não respeitando um padrão visível. A hipótese inicial da pesquisa é de que a FC apresentaria uma variação com impacto no desempenho do participante. Assim, esperaría-se observar, por exemplo, elevação da FC em momentos de erro, correspondendo ao nervosismo, e redução no acerto, quando o participante estaria mais calmo e concentrado. Porém, na etapa de aplicação em tempo real, visualmente, não se observou relação da variação da FC com os erros e acertos. No entanto, ao longo da aplicação (10 minutos) ocorreu aumento de 20 bpm na FC, podendo indicar um possível estresse relacionado à tarefa mental durante a BCI. Para o presente projeto, o estudo piloto precisa de modificações no método de análise da comparação da FC com o CSP-LDAacc, indicando erros e acertos. Mais sessões de treinamento da BCI, e em mais indivíduos, devem ser realizadas para avaliar a correlação da resposta autonômica às emoções com o desempenho do usuário da interface. Assim, será possível elaborar estratégias para o uso da BCI em pessoas com LM completa.</span></p> Gabriela Hyppolito dos Santos, Renato Rubia Garcia Júnior, Eddy Krueger ##submission.copyrightStatement## https://anais.uel.br/portal/index.php/comeduel/article/view/4693 Sex, 06 Dez 2024 17:18:36 -0300