A INDISCIPLINA: UMA ANÁLISE DO FENÔMENO NO AMBIENTE ESCOLAR PRESENCIAL, REMOTO E HÍBRIDO NO CONTEXTO PANDÊMICO
Resumo
A pandemia de COVID-19 obrigou reestruturações nos mais diversos campos da sociedade brasileira, objetivando estabelecer medidas profiláticas ao vírus, alterando diversas dimensões da vida social. Dessa forma, as instituições de ensino, públicas ou privadas, tiveram de se adaptar rapidamente ao contexto, adotando o Ensino Remoto Emergencial (ERE) e, na sequência, o Ensino Híbrido (EH). A partir desta conjuntura, este trabalho apresenta observações e análises realizadas no Projeto PIBID Ciências Sociais, tendo como foco o problema da indisciplina escolar. A experiência do ERE e do EH num contexto emergencial, ocasionou o deslocamento do ensino, de modo que, embora o espaço tenha-se transferido para o cibernético, verifica-se que certas posturas e práticas permaneceram. É o caso da indisciplina, pois, tendo em vista a perspectiva de estudos sociológicos da área, compreende-se que ela é suscitada, principalmente, pela divergência existente entre juventudes, plurais, que frequentam um espaço educacional que é único, a escola, já antiquada com relação aos anseios e angústias dos discentes. A indisciplina, portanto, caracteriza-se por um ato de resistência contra um sistema que ignora os alunos. Em nossas análises empíricas verificou-se que enquanto no modo presencial os alunos resistem à escola através da conversa, barulho e demais ações, no ambiente virtual, por sua vez, o fenômeno também ocorre, mas implica em outras práticas, pois os estudantes se silenciam, tanto pelas câmeras quanto pelos áudios, transformando o espaço da aula em um espaço de monólogo. Dessa forma, muda-se a aparência do fenômeno e mantém-se a essência da resistência.