CARTOGRAFIA TRANS: ESCRITAS DA DISSIDÊNCIA

  • Marcus Antonio Alves da Cunha Universidade Estadual de Londrina
  • Adriane Maciel Gomes Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: sexo, gênero, sexualidade, desejo

Resumo

Escrever por meio do corpo. Como disse PRECIADO (2018) o corpo é uma escritura viva. No contexto localizado e micropolítico, trago as vivências e relações do meu corpo trans e dissidente do regime político heteronormativo, cisgênero e binário das categorias de sexo, gênero, sexualidade e desejo. Reconhecer que sou ao mesmo tempo produzida pelas normas e que habito a ambiguidade de poder resistir e subvertê-las é o meio potente para a criação de outros possíveis. Colocar-se em pesquisa, ser observadora e observada como modo de autodeterminação: é o corpo que propõe a sua própria metodologia. Através da escrita é possível evidenciar a sujeição, a contradição e a potência viva de ser um corpo trans que desvia da ótica cisgênera e dos binarismos que constroem as imagens, sensibilidades e imaginários a respeito do corpo. A pesquisa é o processo que intersecciona com o trabalho de conclusão de curso em Artes Cênicas: é um dos meios de buscar diálogos e contrastes com pensadores e teóricos, somar vozes e ações para a produção de conhecimento dissidente. Como contraconclusão, falo por meio do corpo agente que não é somente objeto de pesquisa e toma o poder de articular-se por si para a fala e a escuta. Escrevo a partir da contradição de estar alheia ao sistema heteronormativo, a cisgeneridade compulsória e os binarismos. Quais outras utopias são possíveis para nós dissidentes?

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Publicado
2021-12-15