DESIGUALDADES SOCIOEDUCACIONAIS E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DE BACHARELANDOS/AS DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Resumo

Diversas ações sociais que levam à construção da identidade profissional e ao planejamento da carreira, estão relacionadas ao comportamento exploratório, que se relaciona, ao conhecimento de mundo do sujeito, contribuindo para autoconceito e autoconhecimento conscientes, interferindo nas disposições para estágios, temas de TCC, inserção em projetos, escolha de áreas específicas e demais formas de engajamento nas trajetórias de vida acadêmica. Contudo, numa sociedade desigual, como a vivenciada atualmente no Brasil, com a desvalorização da pesquisa e das Ciências Humanas, este sujeito pode ter dificuldades de compreender suas posições profissionais, imergir-se em impasses no autoconceito, reduzir expectativas de carreira. Liberdade de escolha e disposição para continuidade na vida acadêmica e/ou profissional na mesma área, podem tornar-se mais distantes a depender das condições socioeconômicas e socioeducacionais desfavoráveis. São essas vivências, em contextos estruturais desiguais, responsáveis pela construção das disposições, que podem orientar ações de bacharelandos de Ciências Sociais/UEL. Pretende-se ouvi-los, por meio de questionário e entrevistas, aplicando a Análise de Conteúdo, na correlação com a análise documental do PPC. Com base, sobretudo nas contribuições de B.Lahire, pretende-se compreender, através de retratos sociológicos dos bacharéis, a construção processual da identidade profissional em suas singularidades de trajetórias, considerando os contextos que se tornaram ainda mais excludentes com a pandemia da Covid-19. Hipotetizamos que incertezas tenham sido potencializadas, mas que alternativas também tenham sido repensadas por estes sujeitos que mobilizam disposições, de modos distintos, em torno de suas formações continuadas e de seus futuros profissionais, ressaltando a relevância da mediação docente nesse processo.