CONTRAINDICAÇÕES E EFEITOS INDESEJÁVEIS EM PRÁTICAS DE MINDFULNESS?
Resumo
As práticas de mindfulness (Atenção Plena) são uma forma de meditação que envolve a manutenção da atenção ao momento presente, sem julgamentos. A partir do final da década de 1970, essas práticas ganharam popularidade no Ocidente por meio de sua inserção em tratamentos específicos, com efeitos positivos para redução de estresse, ansiedade e depressão. Embora haja um crescente volume de publicações que destacam os efeitos positivos dessas práticas meditativas, ainda existe uma lacuna significativa em relação às possíveis contraindicações e efeitos indesejáveis, já que essas práticas requerem um aprendizado amplo sobre o seu significado e são frequentemente recomendadas de forma generalizada. Uma revisão narrativa da literatura com Abordagem Temática na análise dos dados foi realizada no Google Scholar, considerando os estudos publicados entre 2015 e 2020, com o objetivo de buscar e identificar situações em que as Intervenções Baseadas em Mindfulness (MBIs) foram desencorajadas ou se mostraram insuficientes para alcançar os resultados esperados. Identificou-se que uma parcela de praticantes de mindfulness pode experimentar efeitos adversos, ou os benefícios desejados podem ser contrariados, especialmente quando essas práticas são aplicadas de forma incompleta ou inadequada. Práticas como a auto-observação, quando realizadas sem o adequado entendimento dos demais princípios do mindfulness, podem ser contraindicadas, já que, em alguns casos, mostraram-se relacionados ao agravamento de sintomas de ansiedade, depressão e dissociação. Portanto, é essencial o ensino integral das práticas, bem como a consideração a variáveis individuais e contextuais, como traços de personalidade, histórico clínico e o ambiente em que a prática é realizada.