REDES NEURAIS: LACUNAS ATUAIS NA NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL DA MINDFULNESS

Resumo

Os avanços tecnológicos em neuroimagem nas últimas décadas proporcionaram uma compreensão mais profunda dos mecanismos neurais associados à mindfulness (Atenção Plena). Estudos recentes demonstram que a prática regular dessa meditação pode aumentar a densidade da matéria cinzenta em áreas como o hipocampo, relacionada à aprendizagem e memória, e reduzir a densidade da amígdala, associada ao estresse. Aumentos da conectividade entre redes cerebrais envolvidas na regulação emocional e no autocontrole também foram observados, mas embora existam evidências dessas alterações fisiológicas e cognitivas descritas pela neurociência comportamental, ainda persistem lacunas na compreensão dos mecanismos neurais subjacentes a essas mudanças. Diante desse levantamento, foi realizada uma revisão narrativa da literatura visando analisar criticamente as publicações que abordam lacunas na Neurociência Comportamental da mindfulness. A análise dos dados foi realizada por meio de uma Abordagem Temática, destacando a necessidade de esclarecer o funcionamento das diferentes redes neurais durante a prática de mindfulness. Em particular, é importante entender como a rede de modo padrão (DMN), a rede de controle executivo (ECN) e a rede de saliência (SN) interagem nesse contexto. Pesquisas futuras devem explorar como essas redes se comunicam e influenciam o comportamento, além de aprofundar a compreensão dos efeitos da mindfulness na regulação emocional, especialmente através da ínsula e da amígdala, regiões cruciais para a autoconsciência e a resposta ao estresse.