A mulher na mídia: a relação entre violência simbólica de gênero e o mito da beleza no contexto da responsabilidade simbólica

  • Beatriz Molari
Palavras-chave: violência simbólica de gênero, mito da beleza, mídia

Resumo

o objetivo deste trabalho é apontar, por meio de uma discussão bibliográfica, os aspectos da relação entre poder simbólico e o mito da beleza na publicidade que faz uso de representações da mulher. A teoria sobre o poder simbólico de Pierre Boudieu possibilita a compreensão da sociedade como um sistema estruturado. Dentro deste sistema, as instituições assumem as posições de agentes sociais e, como tais, interferem na estrutura do espaço simbólico. Fazendo uso do poder concedido pela sua posição, as instituições modificam o espaço simbólico a seu favor. Contudo, compreende-se que tais ações provocam mudanças graves na sociedade e, devido a isto, torna-se necessário cobrar a responsabilidade do que envolve o público. Com base na fundamentação proposta por Pierre Bourdieu, notou-se que a representação da mulher na mídia é condicionada pelo olhar da dominação masculina. Neste contexto, o mito da beleza, conceito elaborado pela autora Naomi Wolf, é aplicado com o objetivo de reduzir a mulher a sua aparência, promovendo uma violência física, psicológica e social. As representações da mulher na mídia do mito da beleza seguem estereótipos e conceitos que desrespeitam os direitos da mulher e regulam a sua atuação como agente de transformação do espaço simbólico, o que, consequentemente, fortalece a dominação masculina e as coerções sociais impostas à mulher. Tais resultados fazem do mito da beleza uma violência simbólica de gênero.

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Publicado
2021-01-18
Seção
Anais do V Simpósio Gênero e Políticas Públicas