A dualidade entre o ser mulher e o ser policial: discussões acerca do encontro "Chá das Rosas”
Resumo
O objetivo central do trabalho em questão foi problematizar a concepção sobre o ser mulher dentro do âmbito da Polícia Militar do Estado do Paraná na contemporaneidade, a partir da análise da notícia "Policiais femininas participam de encontro para a valorização da autoestima do seu lado mulher" publicada pelo site da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária - Governo do Estado do Paraná, em 31 de outubro no ano de 2013, levando em consideração perspectivas teóricas do campo da Psicologia denominada Análise Institucional (BAREMBLITT, 2002). As discussões aqui colocadas são frutos de uma pesquisa exploratória de materiais selecionados conforme nosso objetivo, bem como da possibilidade de acesso aos materiais bibliográficos, sendo estes materiais as obras de Baremblitt, publicações oficiais e não oficiais de livre acesso que dizem respeito a inserção de mulheres na Polícia Militar do Paraná e notícias referentes aos encontros denominados “Chá das Rosas” contidas no site Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária - Governo do Estado do Paraná . O estudo também se enquadra no campo denominado Relações de Gênero, compreendendo uma análise de papéis sociais que são tidos como, historicamente, denominados para um gênero específico, como é o caso do homem e da mulher inseridos nas organizações da instituição Segurança Pública. Compreendeu-se que os encontros “Chá das Rosas” foram iniciados através da reprodução de um discurso masculino dominante, propondo uma divisão de funções de gênero, compondo lógicas instituídas como, por exemplo, a ideia de que ser mulher e ser policial diz respeito a uma dupla jornada, levando em conta a concepção de que toda mulher é dona de casa e mãe, estando ligada ao trabalho no ambiente público e privado, também uma concepção de que feminilidade está atrelada a delicadeza.