Adoecimento mental e docentes: o custo psíquico da feminização do trabalho no magistério da educação básica no Brasil

  • Marcia Neves
  • Samia Moda Cirino
Palavras-chave: divisão sexual do trabalho, magistério, saúde mental

Resumo

Este artigo objetiva verificar as interações entre gênero, magistério e adoecimento mental. De modo específico, o artigo objetiva expor por meio da análise histórica e de indicadores sociais a feminização do trabalho no magistério da educação básica no Brasil e desvelar a divisão sexual do trabalho que sustenta a hierarquização e precarização nessa atividade ocupacional. Ainda, analisa-se de que modo a opressão e exploração das mulheres nas suas atividades produtivas e reprodutivas, especialmente ocupações laborais feminilizadas como o magistério na educação básica, indicam maiores fatores de risco para o adoecimento mental. Trata-se de pesquisa que se utilizou de instrumentos qualitativos, exploratórios e bibliográficos. A abordagem das interações das categorias de análise requer uma perspectiva feminista, uma vez que essa teoria assume uma postura crítica acerca das relações de gênero. Sob esse prisma, o gênero é adotado como categoria de descrição e análise das interações sociais, as quais estão fundamentadas na diferença sexual que, por sua vez, é significada pelas relações de poder no nosso contexto sócio-histórico dando ensejo à divisão sexual do trabalho. O conjunto das análises permite afirmar que a predominância de mulheres no magistério da educação básica acaba por representar uma extensão do papel tradicional de gênero vinculado às mulheres profissionais de educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.
Publicado
2021-01-18
Seção
Anais do V Simpósio Gênero e Políticas Públicas