Ciranda das Cores: Psicologia e resistência

  • Eduardo Barbosa de Freitas
  • Hemilli Luana de Lima
  • Valéria Mendonça Barreiros
Palavras-chave: psicologia, transexualidade, ciranda

Resumo

O presente trabalho visa apresentar o projeto de extensão e campo de estágio básico em Psicologia vinculada à Universidade Pitágoras Unopar, denominado Ciranda das Cores: Psicologia e Cultura popular como dispositivos de saúde e defesa de direitos. O projeto se materializa através de uma ação desenvolvida junto ao Coletivo Elitytrans, formado por transexuais e travestis, que compõe a Rede de Proteção e Garantia de Direitos da População Trans em Londrina. Esta rede, criada no final do ano de 2017, é composta pelo Coletivo Elitytrans, Defensoria Pública do Paraná em Londrina, pesquisadores, profissionais de diferentes serviços públicos, e voluntários. A Ciranda das Cores destina-se ao atendimento psicossocial à população transexual e travesti, através da articulação entre a Psicologia Corporal, Psicologia Social Comunitária e Artivismo, objetivamos esse trabalho como um novo dispositivo, tendo a Psicologia e a Cultura Popular transdisciplinarmente articuladas na reinvenção do cuidado como potência agenciadora de singularidades no processo de construção da cidadania. Esse encontro se dá a partir de corpos vibráteis/brincantes, onde a energia de vida circula na força do canto, do movimento e da roda. Roda que potencializa saberes e poderes. A Ciranda das Cores possui encontros semanais onde dançamos, tocamos, compomos cirandas, resistimos a uma sociedade transfobica nos sentindo inebriados pela potência política da arte. Segundo Rolnik (2004,2007) nossa sociedade colonizada e capitalista nos distanciou do contato com os conhecimentos tradicionais e com nossa potência criadora, para ela a resistência está no próprio ato de criação. Pensamos em nosso encontro/produção como um ativismo, onde nossos corpos ganham força como ativistas e cidadãos/cidadãs que atuam no espaço público. Ao partirmos da concepção do corpo como multiplicidade - corporeidades -, podemos visualizar tanto suas inscrições históricas, quanto suas possibilidades de resistência. Conclui-se que a possibilidade de resistência às transfobias e seus desdobramentos passa pelo resgate do movimento de invenção e criação no corpo, e a Ciranda das Cores pode ser um caminho possível nessa direção. Esperamos como resultado dessa ação, e do exercício do Artivismo, uma ação social e politica que utiliza da produção artística em forma de militância na intenção de ser disparador de reflexões diante da realidade da população transexual e travesti.

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Publicado
2021-01-13
Seção
Anais do V Simpósio Gênero e Políticas Públicas