Cárcere: suas concepções e marcas concebidas pelos homens ex-detentos da cidade de Ponta Grossa – PR a partir da vivência de suas diferentes territorialidades
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo compreender como os egressos do sistemapenitenciário da cidade de Ponta Grossa interpretam a experiência do cárcere a partir das vivências territoriais no interior da instituição prisional. Como fio condutor, utilizou-se o conceito de território concebido por e a partir das relações de poder (SOUZA, 2009), criando sobre uma malha diferentes pontos de acesso e limites diferenciado pelo sujeito que o acessa, num processo dinâmico de apropriação e desconstrução. Para auxiliar na compreensão da questão central foram elaboras questionamentos específicos no qual buscam compreender qual é o perfil dos detentos da cidade de Ponta Grossa e como o cárcere é interpretado pelo grupo. Para isso, foram realizadas 7 entrevistas semi-estruturadas com homens egressos do sistema penitenciário da cidade de Ponta Grossa, resultantes de uma trajetória de pesquisa vinda desde a iniciação científica e sistematizado a partir do método proposto por Bardin (1970). Além disso, foram utilizadas fontes estatísticas de órgãos oficiais em relação a dinâmica que tange a população carcerária. A pesquisa evidencia que o cárcere é majoritariamente composto por homens de origem pobre, com baixa escolaridade e sem qualificação profissional, com crimes de baixa periculosidade e em grande parte relacionados com o tráfico de drogas e contra o patrimônio. Além disso, o cumprimento da pena é vivido de forma diferenciada de acordo com o perfil de masculinidade que homem exerce durante o cumprimento de suas penas, podendo ser agravado o sofrimento da pena de forma desigual por aqueles que compõem o espaço carcerário.