As representações sociais dos profissionais de saúde sobre a violência sexual contra a mulher

  • Ana Julieta Parente Balog UNESP/FCLAr
Palavras-chave: Representação social, violência sexual, profissionais de saúde

Resumo

Posto que a violência é um fenômeno estrutural e cultural, ela ainda ocorre de maneira diferente entre mulheres e homens adultos. Pois, enquanto eles são as principais vítimas da violência urbana, as mulheres são da doméstica e familiar, aquela que faz parte do que conhecemos como violência de gênero, que é um tipo de violência orientada pelo gênero da vítima. Dentre os cinco tipos de violência contra a mulher definidos pela Lei Maria da Penha, a violência sexual é o objeto de estudo da presente pesquisa. Essa violência possui forte caráter de dominação e poder, na maioria das vezes do homem sobre a mulher; mantendo as mulheres em constante estado de medo (FRENCH, 1990). Destarte, apesar da importância de estudos que envolvam a atenção prestada às vítimas de violência sexual, constatou-se – a partir de revisão bibliográfica prévia – que as pesquisas na área são escassas. Nesse sentindo, a presente pesquisa busca entender quais são as representações dos profissionais da saúde sobre a violência sexual contra a mulher. Para a realização da pesquisa foram escolhidas duas cidades do interior paulista, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os profissionais e posterior análise destas utilizando a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Também buscou-se elaborar um perfil socioeconômico das vítimas e do agravo a partir de dados colhidos nos boletins de ocorrência (BOs) feitos entre os anos de 2011 e 2016. Visto que a pesquisa se encontra em andamento, os resultados obtidos giram entorno de algumas informações dos BOs já colhidos e uma breve e prévia análise a partir das entrevistas já realizadas. A partir destes dados, pode-se citar como apontamento preliminar o fato dos profissionais possuírem o mesmo entendimento sobre o que é a violência sexual e, apesar disto, representarem as causas da mesma de forma ambígua. Pois, ao tempo que a reconhecem como uma violência realizada contra a vontade da vítima, alguns buscam justificar, mencionar como possíveis causas, a ausência de educação para as vítimas – formas de se portar etc.

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Publicado
2021-01-18
Seção
Anais do V Simpósio Gênero e Políticas Públicas