Um feminismo radical é necessariamente um feminismo materialista?

  • Kelly Cipriano
  • Mayara Santiago
  • Rafaela Cyrino
Palavras-chave: feminismo radical materialista

Resumo

O presente trabalho parte das leituras e análises realizadas coletivamente pelo Grupo de Pesquisa Feminismo Materialista, na Universidade Federal de Uberlândia, que busca compreender as raízes dos processos de dominação social, a partir dos nexos causais estabelecidos entre capitalismo, sexismo e racismo. Propomos aqui responder ao seguinte questionamento: um feminismo radical é necessariamente materialista? Para tanto, recorremos à análise de Christine Delphy a medida que esta apresenta os seguintes fundamentos: uma teoria crítica da história e o postulado de que a produção e reprodução da vida material são a base da organização social. Após discutir a proposta de feminismo materialista da autora, abordamos, a partir o pensamento de feministas radicais como Shulamith Firestone em A dialética do sexo: um estudo da revolução feminista, Gayle Rubin, em Tráfico de Mulheres: Notas sobre a economia política do sexo e Kate Millet, em Política Sexual as possibilidades de intersecções possíveis do feminismo radical com o feminismo materialista, formulado por Delphy. Os resultados dessas análises nos indicam que o feminismo radical não  necessariamente será um feminismo materialista, devido ao fato de que algumas autoras se afastam da perspectiva materialista e da abordagem da opressão de forma estrutural, ainda que busquem pele gênese da opressão das mulheres e trabalhem com a ideia de revolução.

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Publicado
2021-01-18
Seção
Anais do V Simpósio Gênero e Políticas Públicas