Os debates feministas sobre a Tecnologia: o mito da invenção e a cultura
Resumo
O trabalho apresentado aqui consiste em uma tentativa de sistematização de parte da crítica feminista, especificamente aquela que contribui com o campo de intersecção entre Ciências Sociais e Tecnologias. Partimos do pressuposto de que a teoria social feminista foi uma das grandes vertentes teórico-conceituais que nos auxiliou a pensar o fenômeno de desenvolvimento e consolidação de nossas relações mediadas, tanto de um ponto de vista crítico, quanto contextual e histórico, atentando para as relações de poder e conflitos de
interesses que compõem esta temática. Para alcançarmos nosso objetivo, retomaremos a discussão de ciborgue de Donna Haraway (1985) como possibilidade de ruptura dos padrões corpóreos de gênero, no sentido de apontar como esta tese teve força no contexto de surgimento das tecnologias comunicacionais, influenciado o movimento do ciberfeminismo; abordaremos a discussão levantada por Teresa de Lauretis (1994), acerca da Tecnologia do Cinema que se constitui enquanto o que a autora chama de Tecnologia de Gênero e, por fim, incorporaremos o debate da crítica ao mito do homem inventor que continua a imperar sobre nossas atuais impressões do desenvolvimento das tecnologias e que é fortemente criticado por
Judy Wajcman (1999) em seu debate sobre a Modelagem Social da Tecnologia.