Geografia Esquecidas:
a discussão socioterritorial na revolta da vacina
Resumo
Este artigo é resultado de uma investigação que tem como objetivo central discutir o movimento socioterritorial concebido com a Revolta da Vacina, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro em 1904, e como o mesmo se materializou no território da capital fluminense, sendo um movimento de resistência no/pelo território. Entende-se que muitas vezes a ciência geográfica negligencia a constante luta de sujeitos e movimentos que também se fazem importantes social e geograficamente. Desta maneira, o trabalho se propõe a recuperar geografias ignoradas e trazer às abordagens geográficas discussões acerca de movimentos e povos historicamente marginalizados pelas historiografias oficiais. Parte-se do princípio de algumas agitações, que fizeram parte do Rio de Janeiro e do início do Brasil República, como greves, motins e revoltas, afetavam de modo significativo a organização da cidade, e outras interferências no território que influenciavam diretamente toda a população carioca e vieram a culminar num movimento de luta pelo território. A Revolta Vacina surge então neste contexto de indignação social que acometia a sociedade, sobretudo a marginalizada, diante de medidas impostas autoritariamente pelas elites nacionais. Esse movimento, de caráter popular, parte da exaltação do povo negro diante a vacinação compulsória, mas, para além disso, se mostrava contrário também às diversas medidas aplicadas pelo governo que visavam sua exclusão da vida em sociedade.
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Referências
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