Gestando poesias

um espaço de escuta para a palavra escrita

  • Debora Lydinês Martins Corsino Universidade Estadual de Londrina
  • Brenda Rafaella da Silva Magalhães Universidade Estadual de Londrina
  • Kelly Cristiane Michalichen Universidade Estadual de Londrina
  • Clisia Mara Carreira Universidade Estadual de Londrina
  • Ana Paula Marson Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: poesia, gestante, vínculo

Resumo

 

Sabe-se que atualmente o cuidado humanizado é uma das práticas preconizadas em todos setores de saúde. Entretanto, é observado que diversos profissionais, apesar de entenderem o conceito e os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH), não conseguem transpô-los para o cotidiano de trabalho. Desta forma, iniciativas que envolvem a arte para promover a atuação humanizada começaram a se instalar em hospitais através de palhaçoterapia, musicoterapia, entre outras. Estas práticas, por vezes são desempenhadas por voluntários e artistas, mas a literatura já recomenda que é pertinente os próprios profissionais de saúde buscarem estas metodologias. Assim, pretende-se a partir deste trabalho, relatar a experiência de uma oficina de poesia realizada com uma gestante internada por longo período em maternidade de alto risco. A atividade foi proposta pela equipe da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher, composta por uma Psicóloga, uma Nutricionista e uma Farmacêutica, com o intuito de promover outras formas de comunicação com a paciente e sua mãe, que estava lhe acompanhando no momento. Para a oficina foram utilizados cinco livros de poesias, folhas de sulfite e lápis de escrever. Solicitou-se que cada participante (incluindo residentes, paciente e mãe) escolhesse duas poesias de um livro para leitura em voz alta para o grupo. Posteriormente solicitou-se que cada participante escrevesse de forma livre o que aquele momento de suas vidas representava. Os resultados alcançados foram mensurados a partir das próprias poesias, que em geral remeteram às temáticas da gestante, como: longo tempo de internação; espera pela bebê; feminino e fortalecimento pessoal; as quais foram discutidas. Além disso, a atividade permitiu que gestante e acompanhante vivessem um momento lúdico e diferenciado dentro da instituição hospitalar. Por fim, as residentes experimentaram um modelo de atuação oposto ao tecnicista priorizado pela academia, fortalecendo o vínculo com a gestante e sua mãe. A partir deste exercício envolvendo práticas não recorrentes no dia-a-dia do hospital, constata-se o quanto um modelo de trabalho que vincula a arte com a técnica, pode ser positivo, e precisa ser difundido para garantir uma melhor comunicação entre profissionais e usuários, e consequentemente melhor tratamento e cuidado destes nos serviços de saúde.

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Publicado
2018-11-08