O conto de fadas como instrumento terapêutico para elaboração psíquica da criança em sofrimento
Resumo
Os contos de fadas, são histórias transmitidas de geração em geração, sendo considerada uma literatura atraente para crianças e também para adultos. Sua valorização se concretizou no século XVII, quando os contos passaram a ser contados para as crianças de maneira lúdica. Os contos narrados oralmente, passaram a ser importantes para o crescimento afetivo e intelectual, favorecendo o desenvolvimento infantil pela integração do seu lúdico. Esses contos, reproduzem de forma fantasiosa as pressões interiores e as percepções intrapsíquicas dos conflitos vivenciados pela criança, de modo a apresentar exemplos tanto para soluções temporárias quanto permanentes para suas dificuldades. Por intermédio dos contos de fadas, a criança ampara seu sofrimento com recursos lúdicos e imaginários dando-lhe alternativas ficcionais que favorece os processos elaborativos e de reorganização de seus dramas. Desta forma, os contos podem ser usados como uma estratégia terapêutica para estimular a imaginação e a criatividade, possibilitando ressignificação de suas vivências. A percepção da semelhança entre o que acontece nos contos de fadas e sua realidade atual, favorece um campo de experimentação ilusória, entre as realidades, capaz de potencializar a criação de uma saída criativa para a dor, levando a aceitar com mais naturalidade as situações que ocorrem na vida real. Esses processos passam a ser observados pela criança, contribuindo de forma positiva para o enfrentamento e simbolização do conteúdo conflitante inconsciente. Desta forma, podemos concluir que os contos de fadas vem a servir como instrumento terapêutico, e sua utilização torna-se relevante ao ponto que contribui para o bem estar psíquico e para o desenvolvimento saudável da criança. Auxiliando em seus processos de elaboração diante de momentos que são sentidos como desprazer e desorganizam mesmo que momentaneamente, o seu estado afetivo. Com as histórias, a criança se identifica mais facilmente com os problemas dos personagens, levando-a para o mundo do faz-de-conta, encontrando lá um acesso aos heróis e dragões do terreno do inconsciente. Os representantes simbólicos dos contos, expressam em palavras o sofrimento vivenciado pelo paciente em sua dor. A leitura dos contos, traz consigo o prazer do brincar, integrando e desmistificando a angústia de uma hospitalização infantil, por exemplo.
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