Relato de experiência: Inclusão social e reabilitação psicossocial de dependentes químicos apenados

inclusão social e reabilitação psicossocial de dependentes químicos apenados

  • Letícia Mendes Guadaim Universidade Estadual de Londrina
  • Renata P. Wielganczuk Universidade Estadual de Londrina
  • Marcos H. Soares Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: arteterapia, mosaico, reabilitação psicossocial

Resumo

A reinserção e reabilitação psicossocial de indivíduos dependentes de drogas e privados de liberdade é extremamente complexa, pois resultam em efeitos que influenciam diretamente a vida do individuo em seu âmbito biopsicossocial. Desde modo, torna-se essencial promover ações que instiguem indivíduos a buscar mudanças de vida continuamente. Uma das ações que demonstram bons resultados, a qual é utilizada como método durante todo o projeto é a arteterapia, visando trabalhar com a saúde mental dando suporte em todas suas dimensões. Dentre atividades de arteterapia, ressalta-se o mosaico, uma técnica aonde as soluções que vão sendo encontradas para realização da obra é considerada simbolismo, uma solução encontrada para vida. O projeto ocorre em um Distrito Penitenciário de uma cidade do Norte do Paraná, composto por alunos de direito, enfermagem e psicologia da UEL, coordenado pelo Prof. Dr. Marcos H. Soares. No decorrer do projeto, algumas mulheres cumpriram sua pena e deixaram o sistema prisional e conforme saíam, eram substituídas por outras, no mesmo perfil. Atualmente, o projeto conta com cinco mulheres, idades que variavam entre 21 e 51 anos, quatro evangélicas e uma católica, estado civil entre amasiada, casadas, em processo de divórcio e viúva, todas com filhos e cumprindo pena há cerca de um ano. Notou-se que a técnica expressiva permitiu a percepção de padrões comportamentais e de personalidade, que ao fazerem parte da dinâmica de vida pessoal, se manifestaram na atividade expressiva, permitindo que as mesmas pudessem ser discutidas, sendo, então, terapêuticas para as mulheres que em sua maioria, desejam organizar a vida após a liberdade. Desta forma cabe a nós, enquanto profissionais, acreditar que esta reinserção social das dependentes químicas e apenadas é possível promovendo medidas que facilitem este processo, bem como, auxiliem o indivíduo a lidar com aspectos de sua personalidade ainda pouco percebidos. Portanto, considero que o projeto auxiliou muito em meu aprendizado pessoal e profissional, é uma realidade totalmente distinta que nos ensina cada vez mais sobre essas mulheres que muitas vezes são excluídas da sociedade e que através das atividades propostas possibilitaram o estabelecimento de um vínculo de confiança que proporcionou melhor andamento do projeto.

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Publicado
2018-11-08