GRUPOS DE EXPRESSÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: A ARTE PROMOVENDO HUMANIZAÇÃO E SAÚDE MENTAL
Resumo
Resumo: Os grupos terapêuticos de expressão são formas de cuidado através da arte que vem provocando uma mudança no modelo de saúde curativista, hospitalocêntrico, centrado na fila de espera para atendimento psicológico para uma saúde mental humanizada, comunitária, com a corresponsabilidade do cuidado distribuída entre pacientes, família e equipe de saúde. Os grupos acontecem nas unidades básicas de saúde organizados em encontros mensais, coordenados por uma psicóloga, iniciado com atividade artísticas através da pintura com finalidade de facilitar a expressão de sentimento, o contato e o desenvolvimento social, inteligência emocional, criatividade, motivação, autoestima, humanizando o cuidado e promovendo a capacidade relacional comunitária e vínculo profissional-usuário na atenção básica. A saúde é vista como a produção social do cuidado, o foco não é só na doença e sim em promoção da saúde mental, para tanto são fomentados momentos de discussão de temas relativos aos direitos humanos, como direitos da mulher, enfrentamento a violência e ao preconceito, direitos reprodutivos, desigualdades sociais, ativando uma postura mais crítica e de autoconsciência. São espaços que por meio da arte promovem a expressão do sofrimento de forma leve, correlacionando com os fatores sociais e culturais que podem estar envolvidos, acionando o autocuidado pela apropriação dos direitos e fortalecimento comunitário. Em 2017 foi feito uma análise quantitativa, aplicando questionário para avaliação dos resultados em 75 participantes, 73% relataram diminuição dos sintomas de irritação, nervosismo e tristeza, 60% relataram diminuição da ansiedade, 86% relataram mais entusiasmo com o futuro, 60% relataram aumento da autoestima e 73% relataram aumento no desejo de se expressar. Em 2018 o cuidado foi estendido para mais unidades e foram realizadas análises qualitativas para levantamento dos resultados partindo dos relatos dos participantes, que expuseram melhoras na qualidade de vida, nas relações afetivas e na autonomia do cuidado; e diminuição do uso de medicação, da ansiedade e dos sintomas depressivos. Avaliando os resultados pode-se afirmar que por meio da arte obteve-se uma melhora generalizada na saúde mental dos participantes, ativando uma postura mais protagonista e participativa na comunidade, configurando uma forma de tratamento humanizada, de prevenção, com baixos custos e otimização de tempo.
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