O TRABALHO IMATERIAL E SEUS EFEITOS EM COLABORADORES DO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO
Resumo
Resumo: O Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina (SAG-UEL) oferece à comunidade, a realização do exame de cariótipo e X-Frágil para esclarecer e orientar sobre possíveis alterações genéticas. Procura também, atender de maneira acolhedora e sensibilizada àquilo que não se pode planejar: os afetos que transpassam os sujeitos e seus encontros. O SAG, portanto, é um serviço multidisciplinar, que além de utilizar recursos materiais nos laboratórios, também compreende a necessidade de profissionais capazes de convocar as potencialidades do corpo e trabalhar com recursos imateriais. A Devolutiva e Suporte Psicológico (DSP), é uma das frentes do Serviço que utiliza esse trabalho, existente entre profissional-paciente, produzindo efeitos sobre a vida e atividades do colaborador em questão. Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo apresentar as afetações vivenciadas na DSP no SAG pelo profissional da saúde, levando em conta as variações de potência afetiva, as implicações subjetivas, resolução de problemas e limites entre vida privada e profissional. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em seguida, optou-se pelo relato de experiência de duas colaboradoras da DSP. Foi observado que as demandas do Serviço exigem um profissional mutante, capaz de trabalhar os afetos, dispondo seu corpo aos conflitos. Além desse fluxo, os modos de efetivar as atividades, também necessitam do desprendimento de protocolos rígidos, já que a dimensão dos afetos é consonante com o imprevisto. Assim, a relação profissional-paciente, composta pelos encontros, exige o manejo de problemas de forma potente, já que o usuário, diante de um resultado específico, traz ao atendimento suas afetações, que podem gerar sofrimento e angústia. Nesse contexto, é possível observar uma linha tênue entre a vida privada e trabalho, que não necessariamente precisam ser discriminadas, contudo implicam em desafios ao profissional. A resultante disso corrobora para um colaborador constantemente afetado, que busca compreender cada caso de maneira subjetiva, resolver as demandas da frente de forma potente, além de produzir novas formas de viver, compreendendo as diferenças entre esses espaços de expressão. Dessa forma, concluiu-se que a DSP no SAG-UEL possibilita o cuidado humanizado no direito à saúde partindo das movimentações afetivas vivenciadas na relação profissional-paciente.
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