REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO HUMANIZADA EM PACIENTES EM TRATAMENTO DE CÂNCER
Resumo
Resumo: Estresse crônico é um problema atual que acomete grande parte da população e consiste em resposta do organismo diante de estímulos internos ou externos, incluindo fatores psicológicos, físicos ou patológicos. Tal resposta favorece a ativação de sistemas relacionados à síntese e liberação de hormônios e neurotransmissores que, apesar de indispensáveis à vida, se em excesso podem deprimir o sistema imunológico e aumentar a incidência de doenças. Este trabalho tem como objetivo apresentar indícios na literatura acerca da importância da humanização e diminuição do estresse no tratamento de câncer, partindo de reflexões geradas durante discussões em um grupo de estudos do programa de formação complementar “Temas em Neurociências”, desenvolvido no CCB/UEL. O sistema imunológico constitui-se de células especializadas presentes em diversos órgãos e tecidos e apresenta a função de discriminar o que pertence ou não ao organismo e defendê-lo contra agentes infecciosos, células cancerígenas e transplantadas. Dentre as células deste sistema, pode-se citar um grupo de linfócitos conhecidos por Natural Killers, responsáveis pela fagocitose de células infectadas ou tumorosas e, portanto, importantes para a proteção do organismo contra doenças, incluindo o câncer. Em relação ao último, além da depressão imunológica relacionada ao estresse do próprio tratamento, casos mais graves poderão induzir no paciente sentimentos de apreensão, inquietação, abandono e medo da morte. Tais sentimentos, associados à dor, dependência, mudanças na rotina e relações cotidianas; poderão ter efeitos negativos no tratamento. Sabe-se, contudo, que esses efeitos poderão ser amenizados caso haja uma rede de apoio multiprofissional, humanizada e que trabalhe em conjunto com a família, trazendo ao paciente esperança, conforto, sentimentos positivos e minimização da dor. Encontra-se bem estabelecido na literatura que tais condições propiciam, por exemplo, um aumento da produção do neuropeptídio oxitocina, o qual relaciona-se à formação de vínculos afetivos com aumento de confiança e empatia, além de apresentar efeitos antiestressores e antiansiolíticos, diminuindo medo e sofrimento psíquico. Pode-se finalmente inferir que maior humanização nos sistemas de saúde poderá acarretar benefícios inegáveis ao paciente, conduzindo à maior efetividade no alívio dos sintomas e efeitos adversos, maior adesão ao tratamento e aumento no tempo de sobrevida.
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